O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes fez uma brincadeira envolvendo times de futebol durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, nesta segunda-feira (14). O momento de descontração ocorreu com o advogado Melillo Dinis do Nascimento, que defende Carlos Cesar Moretzsohn Rocha presidente do Voto Legal e um dos sete réus do grupo.
Ao defender seu cliente, Melillo Dinis afirmou que a “desinformação pode ser atribuída a qualquer pessoa” e, logo em seguida, mencionou um exemplo citando o ministro Alexandre de Moraes.
“Mas aqui é necessário fazer um parênteses. Repito, é um momento histórico onde qualquer desinformação pode ser atribuída a qualquer pessoa, quer ver? Se eu disser que o ministro Alexandre de Moraes é torcedor do Palmeiras, isso não só é injusto, como acaba por trazer consequências quando ele for lá no Itaquerão”, disse o advogado.
O magistrado, que é torcedor fervoroso do Corinthians, rebateu, em tom de brincadeira: “E para o senhor também. Consequências sérias”.
“Claro, seríssimas”, respondeu o defensor do réu Carlos Cesar Moretzsohn.
Após a brincadeira, o advogado finalizou o raciocínio, explicando que “estamos em um ecossistema fundamentalista, polarizado, cristalizado em um mecanismo que não tem controle. E essa falta de controle não depende da produção ou não da informação”.
Julgamento do núcleo 4
O núcleo 4 — formado majoritariamente por militares do Exército — é julgado pela Primeira Turma do STF nesta terça-feira (14). Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), eles teriam espalhado notícias falsas sobre o sistema eletrônico de votação. Nas alegações finais do processo, todos os réus negaram as acusações e pediram absolvição.
Quem são os réus do núcleo 4?
Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva;
Ângelo Martins Denicoli, major da reserva;
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do IVL (Instituto Voto Legal);
Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente;
Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel;
Marcelo Araújo Bormevet, policial federal; e
Reginaldo Vieira de Abreu, coronel.
Por quais crimes respondem os réus?
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
dano qualificado pela violência e grave ameaça;
e deterioração de patrimônio tombado.
CNN