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Arthur Lira arrisca destino sobre candidatura de Bolsonaro em 2026: “Não vejo outro”

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O presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), opinou sobre a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sair como candidato à presidência da República nas eleições de 2026.

Durante sua participação no Fórum Jota – Brasil em 10 anos, realizado nesta última quarta-feira (4), o parlamentar argumentou que enxerga o político, que está em situação de ilegibilidade e recentemente foi indiciado por tentativa de golpe de Estado, como candidato.

“Nós temos, à direita, ao meu ver, Bolsonaro candidato. Não vejo outro candidato que não seja ele mesmo. Se vai ter inelegibilidade ou não, isso a gente vai saber no período de eleição, mas o presidente Lula disputou a eleição assim e foi substituído. Isso pode acontecer”, disse Lira.

Para ele, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregue um Brasil ‘forte’ no período de dois anos, será candidato à reeleição. “Falando de 2026, nós temos um presidente sentado na cadeira, que todos nós sabemos da sua capacidade de articulação. Se entregar o Brasil bem nos próximos anos, é um candidato fortíssimo à reeleição”, declarou.

Tarcísio diz que manterá Derrite após PM jogar jovem da ponte

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (4) que manterá o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, mesmo após uma série de denúncias de casos de abusos de policiais militares paulistas.

Na chegada à Câmara dos Deputados, em Brasília, para receber uma condecoração por contribuições aos trabalhos legislativos, ele foi questionado sobre a violência da Polícia Militar e se recusou reiteradamente a responder.

Perguntado se substituiria Derrite, ele disse que não. “Olha os números, você vai ver que [ele] está fazendo um bom trabalho”, disse.

Questionado sobre quais números seriam esses, afirmou que eram as “estatísticas criminais”, e se recusou a dar mais explicações.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, policiais militares veem que a gestão Derrite ampliou a sensação de impunidade dentro da força e prejudicou a disciplina.

Questionado sobre o caso do homem que foi jogado de cima de uma ponte por um policial militar, durante uma abordagem, o governador disse que a PM “não matou” o cidadão.

“A pessoa saiu com ferimentos leves, o que aconteceu foi muito ruim, vamos tomar providências”, completou.

O episódio, que aconteceu nesta segunda (2), foi gravado e as imagens causaram revolta em relação a conduta do policial.

AGARRADO AOS NÚMEROS

Como revelou o Painel, Derrite tem se agarrado a indicadores de segurança de sua gestão para tentar contornar a crise. O argumento principal é que a gestão linha-dura na segurança tem dado resultados.

No dia 30 de novembro, a secretaria divulgou dados que mostram que o estado registrou em dez meses o menor número de homicídios dolosos da história. Foram 2.065 no período, redução de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro, houve 205 registros de homicídios no estado, a segunda menor marca desde 2001, início da série histórica.

Folha

IBGE: 8,7 milhões de brasileiros deixam pobreza, mas 59 milhões vivem com menos de R$ 22 por dia

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melhora do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda reduziram a pobreza e a miséria no País em 2023 para pisos históricos. Em um ano, 8,7 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza e 3,1 milhões saíram das condições de miséria. Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 4.

TCM e TJGO suspendem licitação de R$ 39,3 mi para gestão de resíduos sólidos em Goiânia

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Duas decisões importantes envolvendo o Pregão Eletrônico nº 90012/2024, promovido pela Prefeitura de Goiânia, resultaram na suspensão do processo licitatório para contratação de serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos, estimado em R$ 39,3 milhões. As medidas foram tomadas pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCMGO), atendendo a denúncias de irregularidades no certame.

A 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás, no dia 26 passado, sob relatoria do desembargador Breno Caiado, concedeu liminar suspendendo o edital após agravo de instrumento interposto pelo vereador Kleybe Lemes de Morais. Segundo o magistrado, a decisão foi baseada na possível afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal, ausência de estudos técnicos detalhados e subestimação do volume de resíduos sólidos previstos no contrato. Além disso, foram apontadas falhas na previsão contratual de tratamento ambiental, como o chorume, o que colocaria o meio ambiente em risco.

O desembargador destacou o valor significativo do contrato, enfatizando a necessidade de rigor no controle da legalidade e economicidade dos atos administrativos. “A suspensão preserva o interesse público até que as alegações sejam analisadas profundamente”, afirmou.

Decisão do TCM-GO

Paralelamente, o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás, no dia 27 de novembro, também determinou a suspensão do certame por meio de medida cautelar. A decisão, relatada pelo conselheiro Humberto Aidar, apontou discrepâncias no edital, como a ausência de estudos técnicos públicos, subestimação dos custos e possíveis direcionamentos que restringiriam a competitividade do processo.

O TCMGO estabeleceu prazo de 48 horas para que a Prefeitura de Goiânia comprovasse o cumprimento da decisão, sob pena de multa. Além disso, notificou a equipe de transição da nova gestão municipal, que assumirá em janeiro de 2025, para avaliar a continuidade do projeto e sua compatibilidade com políticas públicas futuras​.

Proteção do patrimônio público

O advogado Matheus Costa, que representa o vereador nas ações, vê as decisões como um importante restabelecimento da ordem jurídica e uma vitória para a proteção do patrimônio público e da moralidade administrativa.

“Os argumentos apresentados pela defesa, como a ausência de estudos técnicos adequados e potenciais violações à Lei de Responsabilidade Fiscal, foram devidamente reconhecidos como questões urgentes e relevantes. A suspensão do edital de licitação assegura que os atos administrativos sejam conduzidos em conformidade com os princípios da transparência, eficiência e planejamento previstos na Constituição e na legislação vigente”, afirma Costa.

Acórdão nº 07358/2024 – Tribunal Pleno do TCM

Processo: 6073730-20.2024.8.09.0051 – TJGO

Jojo Todynho recebe homenagem no Congresso e reafirma posicionamento político

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A influenciadora Jojo Todynho marcou presença no Congresso Nacional nesta terça-feira (03), onde foi homenageada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, em Brasília. Durante o evento, Jojo aproveitou para reforçar seu posicionamento político e enviar um recado direto. “Para quem pensa que, por eu me declarar uma mulher de direita, vai se aproveitar de mim, pode ir tirando o cavalinho da chuva. As coisas aqui não funcionam assim”, afirmou.

Ao ser questionada por jornalistas no Salão Verde da Câmara dos Deputados, Jojo expressou sua gratidão pela honraria, concedida pelo deputado federal Coronel Meira e aprovada por unanimidade. “Estou muito feliz por este reconhecimento. Como uma mulher jovem e de muita força, quero transmitir essa mensagem para quem me acompanha. O que tenho a dizer, digo diretamente, sem recados”, pontuou.

A artista também desejou dias melhores para o país e agradeceu aos parlamentares pelo reconhecimento, ressaltando sua autenticidade e conexão com o público.

Jetss Entretenimento

DPE-GO identifica que abrigo para população em situação de rua anunciado pela Prefeitura não existe

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A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), irá representar o Município de Goiânia no Tribunal de Contas tendo em vista que a instituição realizou inspeção no local anunciado como abrigo emergencial à população em situação de rua e verificou que não está em funcionamento. Em visita técnica ao Ginásio de Esporte da Vila Pedroso, na tarde desta segunda-feira (02/12), a equipe do NUDH se deparou com as portas trancadas com cadeado e sem nenhuma movimentação. A atuação é realizada em conjunto com o Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO).
Estima-se que no estado de Goiás tenha 4 mil pessoas em situação de rua e a maior parte delas está concentrada em Goiânia. Na última semana, fortes chuvas alagaram a capital, o que torna mais grave o cenário em que se encontra essa população. Desde antes da chegada do período de chuvas, a DPE-GO vem dialogando com a Prefeitura de Goiânia para garantir acolhida adequada a essa população.
Após várias diligências, foi informado que o ginásio do Bairro Vila Pedroso seria disponibilizado para o abrigamento emergencial dessas pessoas, inclusive com a disponibilização de transporte. De acordo com o ente municipal, em publicação no seu site, o local poderia abrigar até 100 pessoas, inclusive com seus animais de estimação.
A Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs) divulgou, ainda, que o local iniciaria a ação de abrigamento na última sexta-feira (29/11), sendo disponibilizada alimentação, espaço de higiene, guarda de pertences e equipe multidisciplinar, com assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais.
O colaborador do NUDH, defensor público Rafael Balduino, reprovou a atuação do Município de Goiânia, que veiculou notícias comunicando que o Ginásio de Esporte da Vila Pedroso já estaria pronto.“Comparecemos ao local e, infelizmente, encontramos o ginásio fechado, sem nenhuma movimentação”, informou Rafael Balduino.
“A fim de resguardar a boa-fé, nós entramos em contato com o representante da Sedhs e nos foi informado que, de fato, o serviço de abrigamento não foi iniciado. Nos informaram que o ginásio depende de adaptações hidráulicas nos banheiros, limpeza e que a alimentação não foi providenciada”, completou o defensor público.
Transição
O coordenador do NUDH, defensor público Tairo Esperança, se reuniu, ainda na tarde desta terça-feira com a vice-prefeita eleita, Coronel Cláudia Silva Lira, com o procurador-geral do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), Henrique Pandim.
“Esta reunião foi para apresentar o trabalho da DPE-GO e do Ministério Público de Contas no âmbito do controle da política em favor da população em situação de rua, apresentando como a atual prefeitura tem sido omissa neste ponto nos últimos anos, com problemas com o Centro Pop, Casa de Acolhida, a situação dos equipamentos do Município de Goiânia, entre outros”, contou Tairo Esperança.

Janones assina pedido de extinção do PL com cadastro suspenso na OAB

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O deputado federal André Janones (Avante-MG) assinou a petição em que solicita a extinção do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, com um cadastro suspenso na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O registro do parlamentar consta como “situação suspenso” em consulta cadastral à seccional mineira da Ordem. O Estadão procurou Janones para comentar a situação do cadastro, mas não houve retorno.

Cadastro do deputado federal André Janones (Avante-MG) na OAB consta como 1suspenso' Foto: Reprodução/CNA OAB

A situação cadastral do registro de Janones pode atrasar a tramitação do ofício, caso o pedido siga adiante. A petição foi encaminhada nesta segunda-feira, 2, ao grupo temático da Procuradoria-Geral da República (PGR) que analisa ilícitos contra o Estado Democrático de Direito. Se o pedido do deputado federal mineiro for julgado procedente, o PL, alvo da ação, será notificado.

Até que a sigla do ex-presidente seja citada oficialmente, cabe a substituição do requerente por um advogado com situação cadastral regular na OAB. Após esse prazo, a correção ainda é possível, desde que autorizada por um juiz. Se a irregularidade não for retificada nos prazos e trâmites concedidos, contudo, a validade do processo está ameaçada.

Janones pediu a extinção do registro do PL com a justificativa de “proteção do regime democrático brasileiro”. Na peça, o parlamentar argumenta que a sigla de Bolsonaro desrespeitou princípios como a soberania nacional, o regime democrático e os direitos fundamentais, previstos na Constituição Federal e da Lei dos Partidos Políticos.

O ofício foi protocolado pelo parlamentar mineiro no dia 14 de novembro, um dia após o atentado a bomba à sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas eleições de 2020, o autor do ataque, o chaveiro e empresário Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador de Rio do Sul (SC) pelo PL.

Estadão

Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial no país

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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou nesta terça-feira lei marcial no país, em um discurso não anunciado transmitido ao vivo pela emissora YTN.

Yoon disse que não teve escolha a não ser recorrer à medida para salvaguardar a ordem livre e constitucional da Coreia do Sul, afirmando que os partidos de oposição têm usado o processo parlamentar para lançar o país em uma crise.

“Declaro a lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestatais pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade de nosso povo e para proteger a ordem constitucional livre”, disse Yoon.

Ele não disse no discurso quais medidas específicas serão tomadas.

Yoon citou uma moção apresentada nesta semana pelo oposicionista Partido Democrático, que tem maioria no Parlamento, para destituir alguns dos principais promotores do país e sua rejeição de uma proposta orçamentária do governo.

(Reuters)

Familiares de presos citam tensão em cadeias após veto a cigarro em MG

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Na saída da visita no presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais (MG), Maria (nome fictício), 28, disse que seu marido está irreconhecível. Fumante desde a adolescência, ele cumpre pena há sete anos, e desde o dia 31 de agosto deixou de fumar, após decisão do governo Romeu Zema (Novo), que proibiu a entrada de cigarros nos 171 presídios do estado.

Na cela, que o marido divide com nove detentos, todos fumavam. Ela conta que eles têm sofrido de insônia, ansiedade, perda de apetite e tremedeiras. Desde setembro, três brigas aconteceram na cela, todas, segundo contou à mulher o detento, em razão do estresse causado pela abstinência de tabaco.

O governo mineiro não informa o número de fumantes entre os 71 mil presos. Em nota, a Sejusp-MG (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) disse que acompanha de perto o andamento da medida, “fornecendo apoio e orientação para os casos de abstinência, a partir da assistência prestada por profissionais de saúde e de atenção psicossocial que atuam nas unidades prisionais do estado, em consonância com o Programa Nacional de Controle do Tabagismo”.

No perfil no TikTok “Guerreiras de BH e região”, administrada por esposas e mães de presos, há um vídeo gravado em cela em agosto na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. É possível ver fogo, enquanto um detento grita: “Quer cortar o cigarro do preso? Vai dar ruim”.

À época, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais instaurou um processo para averiguar a ocorrência e encontrou um celular em uma das celas.

No memorando que proibiu os cigarros, de julho, que deu prazo até 31 de julho aos presídios de pequeno porte e 31 de agosto aos maiores, a Sejusp argumentou que a proibição visa garantir a saúde e o “atendimento humanizado” ao preso, garantindo “um ambiente livre das toxinas contidas nos cigarros”.

O documento previa os efeitos da abstinência, entre os quais elencou “dor de cabeça, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros”.

Para minimizá-los, recomendou que as unidades recorressem à “rede de saúde municipal para incluir o privado de liberdade no Programa Nacional de Controle do Tabagismo”.

Foi o que fez a juíza Bárbara Nardy, da vara de execução penal de Ribeirão das Neves, onde há seis unidades prisionais e cerca de 7.500 detentos.

Nardy enviou um ofício à Secretaria de Saúde da cidade, consultando-a sobre a possibilidade de o município atender aos apenados. A pasta respondeu que, como não fora previamente informada pela Sejusp acerca da proibição dos cigarros, não licitou a compra de medicamentos, sendo “inviável para o ano de 2024 […] atender as demandas das unidades prisionais para a cessação do tabagismo”.

Também ouvida sob anonimato, Luiza (nome fictício), mãe de um detento, disse que a orientação dos carcereiros aos parentes dos presos é a de que a responsabilidade a compra dos medicamentos para o tratamento antifumo é da família.

Em um debate na semana passada na Defensoria Pública, que reuniu familiares de presos e funcionários do sistema, a psicóloga penal Sidnelly Almeida, que atende no presídio José Maria Alkmin, avaliou que a tensão nas cadeias aumentou após o veto ao cigarro.

“Não foi pensada uma política de saúde mental para lidar com a cessação do tabagismo nos presídios, que são ambientes adoecedores por si só”, disse.

Almeida afirma que, no contexto prisional, o cigarro é um “redutor de danos”, aliviando a ansiedade, e, na sua ausência, os detentos têm fumado páginas de cadernos e espuma de colchão, usando a fiação elétrica para acendê-los, já que os isqueiros também estão proibidos. Esses relatos também foram recebidos também pela Defensoria Pública.

Era comum ainda que o cigarro fosse usado como moeda de troca entre os presos. Segundo relatos à Almeida, atualmente a comida e os kits de higiene fornecidos pelos familiares substituíram o cigarro na função.

Thiago Almeida, mestre em assistência farmacêutica pela UFMG e que há 12 anos atua em tratamentos antitabaco no SUS, diz que é consenso que largar o cigarro é uma boa decisão para a saúde, mas ressaltou que “toda a terapêutica, para ter sucesso, parte da vontade da pessoa de parar de fumar”.

A Defensoria Pública entrou, em 31 de julho, com uma ação pedindo a suspensão liminar da proibição dos cigarros até que a Sejusp apresente um “diagnóstico da realidade de cada estabelecimento carcerário” e das equipes de saúde para o atendimento.

Da forma “abrupta” como foi proposta, afirmou o defensor público Leonardo Bicalho de Abreu, a proibição “com certeza eleva a tensão nos presídios do estado”. A ação foi rejeitada em 21 de agosto pela 4ª Vara da Fazenda Pública. A Defensoria entrou com recurso, que ainda não foi julgado.

Questionada, a Sejusp-MG não respondeu sobre a quantidade de cigarros apreendidos nos presídios do estado desde o veto nem sobre qual é o recurso empenhado em pessoal e equipamentos para o tratamento do tabagismo.

Folha de São Paulo

Dino libera pagamento de emendas suspenso há quatro meses, mas exige transparência

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou em decisão nesta segunda-feira, 2, o pagamento das emendas parlamentares que estava suspenso desde agosto deste ano por falta de transparência na autoria e na destinação dos recursos feita por deputados e senadores.

O magistrado impôs aos parlamentares uma série de exigências para a liberação de cada tipo de emenda, sendo obrigatória a adoção de regras que permitam a rastreabilidade da origem e do destino dos recursos públicos. Dino disponibilizou a decisão para ser analisada em plenário pelos demais ministros da Corte.

“Esclareço que as liberações de emendas – observados estritamente os termos desta decisão – podem ocorrer caso a caso, mediante informações e análises que competem aos órgãos dos Poderes Legislativo e Executivo”, escreveu Dino.

Veja as novas regras para a liberação e a execução de cada tipo de emenda

  • Emenda de bancada: determina que não haja rateio da emenda. Congresso deve criar ata com a identificação do autor da proposta e dos parlamentares solicitantes. Controladoria Geral da União (CGU) deve realizar auditoria em outubro de 2025 para acompanhar o processo.
  • Emendas Pix: obrigatoriedade de apresentação prévia do plano de trabalho pelos parlamentares para ser aprovado pelo governo federal (reforça tema já decidido pelo plenário do STF). Emendas anteriores a 2025: prazo de 60 dias para sanar ausência de plano de trabalho.
  • Emendas de relator (orçamento secreto): podem ser retomadas, desde que o ordenador da despesa verifique o nome do parlamentar autor e dos beneficiários.
  • Emenda para ONGs: recursos só podem ser liberados com a devida publicação nos sites das entidades. Caso não seja dada publicidade, a liberação das emendas antigas e futuras ficará suspensa.
  • Emenda para a Saúde: exige indicações técnicas do gestor federal, com necessidade de aprovação nas comissões bipartite e tripartite do SUS. Sem aprovação prévia, não há liberação da emenda.
  • Evolução das despesas com emendas: recursos para essa finalidade não podem crescer em proporção superior ao aumento do total das despesas discricionárias.

A decisão do ministro foi acompanhada de diversas críticas ao modelo de emendas adotado no País. O ministro escreveu no despacho que existem países presidencialistas, parlamentaristas, semipresidencialistas “e o Brasil, com um sistema de governo absolutamente singular no concerto das Nações”.

Dino ainda apontou que “é precoce afirmar” que houve crimes na distribuição e na execução sem critérios das emendas, mas que “é de clareza solar que jamais houve tamanho desarranjo institucional com tanto dinheiro público, em tão poucos anos”. Entre 2019 e 2024, foram gastos R$ 186,3 bilhões com emendas parlamentares.

O desbloqueio das emendas se dá num contexto de discussão do pacote de corte de gastos apresentado na semana passada pelo governo federal. As propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, serão submetidas à análise do Congresso, que impôs a liberação das emendas parlamentares como condição para votar as medidas apresentadas.

Dino, por sua vez, fez um desagravo ao uso indiscriminado das emendas parlamentares com montantes de recursos públicos cada vez maiores. O ministro escreveu na decisão que, “certamente, nenhuma despesa no Brasil teve similar trajetória em desfavor da responsabilidade fiscal”. O magistrado ainda apontou que existe apenas um Orçamento Público da União e que emendas parlamentares devem estar submetidas às mesmas regras e restrições impostas às programações discricionárias do governo.

Como mostrou o Estadão, o projeto das emendas parlamentares aprovado pela Câmara no início do mês passado não cumpre os requisitos de transparência exigidos pelo ministro do STF e ainda garante R$ 50,5 bilhões em recursos nas mãos dos parlamentares no Orçamento de 2025.

O projeto garante crescimento real de 2,5% ao ano, acima da inflação, para as emendas parlamentares impositivas (individuais e de bancada), e R$ 11,5 bilhões para as emendas de comissão, herdeiras do orçamento secreto, com correção pela inflação. Fora os gastos obrigatórios e carimbados, nenhuma outra despesa da máquina pública têm essas garantias e estão congeladas atualmente.

“Com a publicação da LC nº. 210/2024 (lei que dá mais transparência às emendas), não há bloqueio judicial generalizado à execução de emendas parlamentares, mas sim trilhos constitucionais e legais a serem observados, consoante a presente decisão”, escreveu Dino.

A definição das regras de transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares foi fruto de uma longa e intensa queda de braço entre o Congresso e o STF, com participação do governo federal. Diversas reuniões foram realizadas entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o ministro Flávio Dino para chegar a um acordo que impusesse regras ao uso desse dispositivo.

Em reunião no dia 20 de agosto com a participação de autoridades dos Três Poderes, ficou definido que as emendas parlamentares deverão respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção. Foram definidas regras mais específicas para as emendas pix e de bancada. Foi neste encontro que o governo e o Congresso firmaram acordo para limitar o crescimento dos recursos para as emendas à receita corrente líquida, de modo a que elas não cresçam em proporção superior ao aumento do total das despesas discricionárias.

Um novo encontro foi realizado em outubro deste ano, no qual foi acordado que o Congresso e o governo federal finalizariam o projeto de lei complementar para regular o uso das emendas e, posteriormente, Dino avaliaria a continuidade da execução das emendas parlamentares. Com a lei aprovada na Câmara no dia 19 e sancionada integralmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 26, o ministro do STF fez os apontamentos devidos na decisão desta segunda-feira.

Estadão