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Governo adota medidas para garantir fornecimento de energia

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Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico anunciou uma série de medidas para assegurar o fornecimento de energia durante o período de seca que o país enfrenta. O Operador Nacional do Sistema (ONS) e outros órgãos envolvidos no monitoramento foram instruídos a propor e implementar medidas alternativas para contornar a crise. A expectativa de chuva para o segundo semestre é menor do que a média histórica, e o Brasil enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, o que torna a situação ainda mais crítica. Entre as ações autorizadas pelo comitê está o acionamento de termelétricas, inicialmente as movidas a gás, que são mais caras e poluentes.

Em casos extremos, também pode ser autorizado o funcionamento de termelétricas a óleo diesel. O comitê está particularmente preocupado com a proximidade das eleições municipais, e medidas adicionais poderão ser tomadas para garantir que não haja problemas de fornecimento de energia em todo o país durante esse período sensível.

Paralelamente, o Ministro do Supremo Tribunal FederalFlávio Dino, deu prazo até a próxima terça-feira para que o governo informe as ações tomadas para conter e evitar novos incêndios. A Advocacia Geral da União recebeu um documento com nove questionamentos que devem ser respondidos até o dia 10. O ministro quer detalhes sobre os programas, investimentos e pessoal envolvido no combate aos incêndios, que têm sido exacerbados pela seca. Uma audiência pública com os governadores da Amazônia Legal está marcada para o dia 19, visando uma solução conjunta para o problema. A seca tem afetado gravemente o Pantanal e os estados da Amazônia, e o STF busca avançar nas discussões com o governo federal e os governadores para traçar uma estratégia eficaz.

Jovem Pan

Alexandre de Moraes devolve redes sociais a Luciano Hang após dois anos de bloqueio

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 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu o acesso às redes sociais do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan. A decisão é desta terça-feira (3/9), e ocorre dois anos após a suspensão dos perfis de Hang, por suspeitas em uma investigação da Suprema Corte sobre a atuação de empresários durante o feriado do dia 7 de setembro 2022, quando foi celebrado o bicentenário da Independência do País.

De acordo com o STF, durante as eleições gerais daquele ano, empresários se reuniram em grupo de um aplicativo de mensagens para apoiar a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O despacho de Moraes liberando a Hang o acesso aos perfis se estende para o empresário José Koury, também alvo da investigação. Procurada para comentar a decisão, a defesa de Hang não respondeu. A assessoria das lojas Havan também foi questionada, mas não retornou. O modo de agir do grupo, segundo a Corte, era similar ao das “milícias digitais”, alvo de um inquérito relatado por Moraes, valendo-se de ataques ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de informações sabidamente inverídicas contra as urnas eletrônicas.

Suspensão de perfis e quebra de sigilo
O ministro determinou a suspensão dos perfis nas redes sociais de oito empresários que integravam o grupo, além da quebra de sigilo bancário. Na decisão, o magistrado alegou “forte indícios” de que os alvos da ação vinham atuando para “fornecer recursos para o alcance de objetivos escusos nos atos ocorridos durante o último feriado nacional de Independência do Brasil”. Além de Hang, foram alvos da investigação os empresários Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurelio Raymundo, Luiz André Tissot e Meyer Joseph Nigri.

O bloqueio às contas bancárias foi suspenso na semana seguinte. Contudo, Hang e Meyer Negri, por ordem do ministro, continuaram a ser investigados. Os demais empresários tiveram o acesso às contas liberadas em agosto de 2023, mas o dono da Havan seguiu com o perfil restrito. (Agência Estado)

Goiás registra 380 mortes por dengue em 2024, pior ano da doença no estado

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Goiás registrou 380 mortes por dengue até o momento em 2024, o que torna este o pior ano da doença no estado, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Anápolis, Goiânia, Luziânia, Cristalina e Valparaíso de Goiás são os municípios com maior número de óbitos.

O último boletim da SES-GO também revela que o Estado está investigando 68 mortes para determinar se estão relacionadas à dengue. No total, Goiás contabiliza 284.086 casos confirmados da doença em 2024.
https://indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html
A Redação

Goiânia registra aumento de 56% nos casos de covid-19 entre julho e agosto

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Goiânia registrou aumento de 56% no número de casos de covid-19 entre os meses de julho e agosto deste ano, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em julho foram confirmados 1.045 casos positivos e em agosto, 1.842. O aumento também pode ser confirmado na positividade dos testes, que passou de 6,25% em julho para 25,27% em agosto, conforme dados do Laboratório Estadual de Saúde Pública (Lacen-GO). A maioria das pessoas que apresentaram a doença neste período tem entre 30 anos e 59 anos de idade.
O número de internações e óbitos também cresceu, passando de 15 internações e um óbito em julho, para 27 internações e três óbitos em agosto. De janeiro até agora, 34 pessoas já foram a óbito na capital por complicações da covid-19. Do total, 20 tinham acima de 60 anos.
Diante do quadro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chama a atenção para a importância do isolamento para quem testa positivo para a doença. “Temos informações de que as pessoas infectadas continuam indo trabalhar, indo ao shopping e isso está errado. É preciso entendermos que a pessoa com Covid-19 pode transmitir a doença para alguém saudável, mas também pode contaminar alguém que tem uma comorbidade e que pode ir a óbito”, alerta Amanda Games, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
Conforme dados do painel da SES GO, entre as pessoas que foram a óbito em Goiânia, oito eram cardiopatas, oito possuíam diabetes, cinco eram imunodeprimidos e quatro com obesidade. “São várias as comorbidades que podem se complicar com a Covid-19, portanto é preciso que a pessoa positiva fique em casa por um período que pode ser de cinco, sete ou dez dias, vai depender se ainda apresentar sintomas”, explica Amanda.
A diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Marília de Castro chama a atenção para a importância de outras formas de prevenção como a lavagem frequente das mãos, uso de máscara para quem estiver positivada e em especial a vacinação que é a principal maneira de se prevenir contra a doença. “Atualmente a vacina disponibilizada é a monovalente XBB do laboratório Moderna e que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, ou seja, todos os anos ela é atualizada conforme as principais cepas circulantes e disponibilizada para o público alvo”, esclarece.
“A moderna se destina às crianças de 6 meses a menores de 5 anos; grupos prioritários, entre eles idosos e imunocomprometidos; quem nunca tomou nenhuma dose e aquelas pessoas que não completaram o esquema vacinal primário”, informa a diretora. Em Goiânia, a cobertura vacinal da covid está em 21,61%. As doses são disponibilizadas para o público alvo em todas as salas de vacina da rede municipal de saúde.
A vacinação contra covid-19 está liberada nas seguintes situações
 – Crianças de 6 meses a menores de 5 anos (até 4 anos, 11 meses e 29 dias): Duas doses da vacina monovalente XBB – Moderna, com intervalo de 4 semanas, conforme calendário do PNI. – A partir de 5 anos de idade (para população SEM vacinação prévia): Esquema vacinal: 1 dose vacina monovalente XBB – Moderna. Grupos prioritários:
 – Pessoas imunocomprometidas a partir de 5 anos, pessoas de 60 anos ou mais; gestantes, puérperas devem tomar uma dose a cada 6 meses.
 – Já o reforço anual se destina às pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI), e trabalhadores dessas instituições; trabalhador da saúde; indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pessoas com deficiência permanente, com comorbidades, pessoas privadas de liberdade (? 18 anos), Funcionários do sistema de privação de liberdade; pessoas em situação de rua.
 – Pessoas dos grupos prioritários que receberam uma dose ou mais de qualquer vacina contra Covid-19, incluindo a bivalente devem receber o reforço da vacina XBB Moderna. Devendo respeitar o intervalo mínimo de três meses da última dose de qualquer vacina de COVID-19 e continuar os reforços conforme seu grupo de prioridade.
Testagem
Diariamente, Goiânia mantém nove pontos de testagem ampliada da população contra a Covid-19. Os locais podem ser conferidos no site da prefeitura https://www.goiania.go.gov.br/goiania-adiante/saude/testagemampliada/
A Redação

Angola: Protestos vão continuar até lei ser revogada

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Em Angola, a polémica Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, promulgada a 29 de agosto, pune até 25 anos de prisão os cidadãos que causarem danos nas infraestruturas públicas. A lei, que está a gerar controvérsia no país, é considerada pelos críticos como um meio para restringir liberdades fundamentais. Por isso, um grupo da sociedade civil saiu às ruas, no passado sábado, dia 31 de agosto, para protestar.

A manifestação foi reprimida com violência pelas autoridades policiais. Dezenas de manifestantes e jornalistas foram detidos no local da concentração da marcha em Luanda.

Em declarações à DW, o líder da juventude do partido Bloco Democrático, Adilson Manuel, um dos organizadores da marcha, diz que o grupo está a preparar uma ação que visa processar a polícia angolana pela violação dos seus direitos no último fim de semana.

Adilson Manuel garante ainda que os protestos vão continuar até que a mesma lei seja revogada.

 Adilson Manuel, líder da juventude do partido Bloco Democrático
Adilson Manuel, líder da juventude do partido Bloco DemocráticoFoto: Borralho Ndomba/DW

“Para nós, esta lei, é um atraso naquilo que é o estado Democrático e de Direito que queremos para Angola. Entendemos que Angola ainda não é um Estado Democrático e de Direito, estando o regime a promulgar e a levar para o Parlamento leis que ferem gravemente os direitos dos cidadãos. Portanto, nós como movimento, vamos continuar a lutar para que essas leis sejam revogadas”.

A UNITA, maior partido na oposição, absteve-se na votação da Lei dos Crimes de Vandalismo dos Bens e Serviços Públicos.

Falando à DW à margem da conferência de imprensa sobre os direitos humanos em Angola, o líder do grupo parlamentar do partido, Liberty Chiaka, fez saber que a UNITA vai, nos próximos dias, apresentar ao Tribunal Constitucional um processo que visa considerar inconstitucional alguns artigos.

Liberty Chiaka, líder do grupo parlamentar da UNITA
Liberty Chiaka, líder do grupo parlamentar da UNITAFoto: Daniel Vasconcelos/DW

“Agora que a lei foi promulgada, vamos remeter ao Tribunal Constitucional o processo de fiscalização excessiva abstrata, para que algumas normas sejam consideradas inconstitucionais”, explicou.

“Angolanos não se podem calar”

Chiaka afirma que a lei não vai inibir a realização de manifestações, acrescentando que, “enquanto existirem violações dos direitos humanos, atentados à dignidade da pessoa humana, os angolanos não se podem calar”.

“Vamos continuar a apelar que as pessoas se manifestem, que exijam água, exijam alimentação, exijam habitações e exijam condições para viverem com dignidade”, diz o líder do grupo parlamentar da UNITA, alertando os organizadores dos protestos para que fiquem atentos aos “infiltrados” que criam distúrbios nas marchas pacíficas.

Por sua vez, o ativista Dito Dali, constituído arguido por crimes de rebelião, atentado contra o Presidente da República, ultraje ao Estado e aos seus símbolos, afirma que, na sua opinião, a moldura penal desta lei devia ser aplicada aos crimes de corrupção.

E exemplifica: “temos o caso do senhor Carlos São Vicente, que ficou provado que roubou mais de 900 milhões euros. Ele está na cadeia e foi condenado a uma pena de sete a nove anos, uma pessoa que prejudicou o país inteiro. Como é que um cidadão que danifica um cabo elétrico, por exemplo, é penalizado a 25 anos de prisão? Estamos mediante dois pesos e duas medidas”, sublinha.

DW

“Acabaram as dúvidas sobre falta de democracia na Venezuela”

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Ordem para prender candidato de oposição a Maduro já não deixa dúvidas sobre farsa eleitoral no país, diz deputado argentino que representa aliança global de partidos de esquerda. O recente pedido de prisão do candidato da oposição à presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia, sepultou as dúvidas remanescentes sobre a legitimidade democrática das eleições realizadas em 28 de julho, afirmou à DW um dos coordenadores da Aliança Progressista, plataforma que reúne 145 partidos e organizações de esquerda e centro-esquerda de todo mundo.

O pedido de prisão de González, feito pelo Ministério Público a um tribunal especializado em crimes de terrorismo, mostra que Maduro “insistiu no caminho de desconsiderar o voto popular, (…) fraudando resultados eleitorais e envolvendo distintos poderes da República nessa farsa”, afirma Esteban Paulón, deputado federal da Argentina pelo Partido Socialista e coordenador da Aliança Progressista nas Américas.

A Aliança Progressista foi criada em 2013 por iniciativa de diversos partidos, com impulso especial do Partido Social Democrata alemão (SPD), que consideravam que a Internacional Socialista – tradicional aliança de partidos de esquerda e trabalhista – dava guarida a legendas não comprometidas com a democracia e tinha uma estrutura resistente a mudanças. O secretariado da Aliança Progressista é sediado em Berlim.

Entre os partidos que integram a aliança, estão três legendas venezuelanas que se opõe a Maduro, o PT e PSB do Brasil, a maioria dos partidos social-democratas europeus e o Partido Democrata dos Estados Unidos.

Esteban Paulón, deputado federal da Argentina pelo Partido Socialista e coordenador da Aliança Progressista nas Américas© Prensa Congreso de la Nación Argentina

DW: Como avalia a ordem de prisão contra Edmundo González?

Esteban Paulón: Pouco mais de um mês após as eleições na Venezuela, as dúvidas sobre confiabilidade do sistema eleitoral, transparência dos resultados, correto escrutínio e respeito ao voto popular se transformaram na certeza de que nada disso esteve presente.

O governo de Nicolás Maduro insistiu no caminho de desconsiderar o voto popular, fraudando resultados eleitorais e envolvendo distintos poderes da República nessa farsa – o que é da maior gravidade, porque implicou inclusive o Tribunal Superior de Justiça nessa manobra.

Isso é gravíssimo. A comunidade internacional já expressou claramente que não crê nos resultados das eleições e não vai convalidar o governo de Maduro, que reforçou a perseguição contra a oposição. A recente ordem de prisão contra o presidente eleito Edmundo González é um fato novo muito grave na escalada antidemocrática na Venezuela, e a comunidade internacional não pode ficar indiferente a isso.

É uma violação do respeito à vontade popular que gerou um precedente muito grave para a região e colocou o país em uma armadilha. Será muito difícil sair dela e recuperar a paz sem que, primeiro, se restaure a confiança e a a garantias constitucionais e os resultado eleitoral seja respeitado pelo próprio governo.

A Aliança Progressista divulgou nota pública em 1º de agosto expressando preocupação com a eleição venezuelana e pedindo a publicação dos resultados, mas até agora os boletins de urna não foram divulgados. Como vocês avaliam isso?

Muitos de nós acreditamos que, ainda que os boletins fossem divulgados hoje, isso não seria crível. O que estamos ouvindo de nossos parceiros na Venezuela é que há uma situação muito complicada e uma tensão crescente. Haverá mais mobilizações populares, e muitas pessoas já foram detidas. Vários países já reconheceram o triunfo de Edmundo González, e seguiremos em escalada de violência. Não vejo Maduro reconhecendo sua derrota e o governo insistirá em reivindicar vitória, mas ele não tem credibilidade nacional nem internacional.

Como foi a articulação na Aliança Progressista para se posicionar sobre a Venezuela?

A nossa prioridade foi chegar a uma nota que contemplasse nossos membros venezuelanos, que são três partidos opositores a Maduro: o Movimento Socialismo, a Avanzada Progressista e o Cambiemos. Para nós, o marco geral é o respeito à vontade popular e o questionamento da falta de transparência e da violência com a qual o processo eleitoral foi conduzido. O governo tem a obrigação de garantir uma transição democrática pacífica. A nota representa toda a Aliança Progressista, mas o PT não participou da reunião na qual definimos o seu conteúdo.

Protestos desde a eleição de Maduro deixaram ao menos 27 mortos e quase 200 feridos. Outras cerca de 2,4 mil pessoas foram presas© Samir Aponte/REUTERS

O PT explicou por que não participou dessa reunião?

Eles têm duas linhas de trabalho no âmbito internacional, uma delas é mais próxima da Mônica Valente e do Foro de São Paulo, e outra é mais próxima da Aliança Progressista. O PT participa de algumas atividades da Aliança Progressista, mas não do cotidiano dela.

O principal momento da participação do PT na Aliança Progressista foi quando o Lula foi preso, pois a aliança liderou uma campanha internacional de apoio à libertação de Lula. Eles participaram mais ativamente nesse momento, e após a sua libertação não seguiram tão ativos.

O PT reconheceu a vitória de Maduro, mesmo sendo membro da Aliança Progressista.

Isso foi no partido. O Lula, como presidente do Brasil, foi muito mais cauteloso. O partido tem um vínculo mais próximo com o chavismo, eles são membros do Foro de São Paulo. O mesmo aconteceu em relação à Nicarágua quando o Ortega foi reeleito. Tivemos uma reunião [com o PT] para perguntar o que eles iriam fazer sobre o Ortega, pois era uma preocupação da nossa rede e de muitos países democráticos. Eles disseram que compartilhavam da preocupação, mas que estavam agindo nos bastidores para não expor Ortega porque seria pior – porém o regime foi ficando cada vez mais duro e o PT segue o reconhecendo. São posições muito tradicionais na esquerda, [na linha] “como é um dos nossos, não podemos questionar”. Talvez com a Venezuela aconteça o mesmo.

Como surgiu a Aliança Progressista?

O impulso veio do SPD e de outros partidos, que em 2013 concluíram que a Internacional Socialista tinha uma estrutura muito complicada para representar a esquerda democrática e progressista no nível internacional.

Nos final dos anos 80, a Internacional Socialista passou a ser coordenada por Luis Ayala [secretário-geral da Internacional Socialista de 1989 a 2022], um militante chileno que foi refugiado político na época de [do ditador Augusto] Pinochet. Ele montou uma estrutura muito burocrática e fechada, que se sustentava principalmente com os votos de partidos da África. Nesse período, ele incorporou muitos partidos que comandavam ditaduras, não eram democráticos.

Houve um questionamento muito forte, que não conseguimos resolver pela via democrática, então muitos de nós decidimos fundar a Aliança Progressista, que hoje tem 145 integrantes. Temos o apoio inclusive do Partido Socialista Europeu [que reúne partidos sociais-democratas e trabalhistas de países europeus].

Meu partido também participou do Foro de São Paulo, que no princípio foi muito interessante para os partidos do Sul Global, mas depois assumiram posições radicais para sustentar determinados processos que não podemos acompanhar, como por exemplo na Nicarágua. Um dos partidos da Aliança Progressista é o Unamos, que reúne ex-sandinistas que estão na resistência, no exílio. A Nicarágua não é uma democracia.

Como a Aliança Progressista vê a defesa da democracia eleitoral na esquerda?

Defendemos a democracia eleitoral e vigência dos direitos humanos sempre, não só quando nossos amigos não estão no governo – costuma haver muito padrão duplo no tema de direitos humanos. Estamos convencidos de que a democracia é a via da paz e de que o diálogo político é o caminho para a construção de uma sociedade melhor, progressista e moderna. Também temos um compromisso com o meio ambiente e com direitos LGBT e à igualdade de gênero.

Autor: Bruno Lupion/DW Brasil

Trump chama democratas de ‘estúpidos’ após confisco de avião de Maduro

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O ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca Donald Trump chamou, nesta terça-feira (3), os “líderes” democratas de “estúpidos” depois que os Estados Unidos confiscaram um avião do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Na segunda, o governo do presidente americano, o democrata Joe Biden, anunciou a apreensão de um avião de Maduro que estava na República Dominicana e seu traslado para a Flórida.

“O avião de Maduro acaba de ser confiscado pelos Estados Unidos. Não tem problema, agora ele pode sair e conseguir um muito maior e melhor com todo o dinheiro que pagamos à Venezuela por petróleo que não precisamos”, declarou Trump em sua rede Truth Social.

Quando governava em 2019, ele impôs à Venezuela uma série de sanções, incluindo um embargo ao petróleo e gás, como medida de pressão para tentar provocar a queda de Maduro, reeleito na época em eleições consideradas fraudulentas.

Biden optou, ao contrário, por uma diplomacia de diálogo com Caracas, mas usou as sanções como moeda de troca.

Ele as afrouxou como recompensa por concessões de Maduro, para estabelecer as bases das eleições realizadas em 28 de julho, e voltou a impô-las quando Caracas não cumpriu suas promessas.

No entanto, concede licenças individuais para operar na Venezuela a várias petrolíferas, como a americana Chevron e a espanhola Repsol.

“Temos mais OURO LÍQUIDO do que qualquer outra nação”, protestou Trump em sua mensagem. “QUE ESTÚPIDOS SÃO NOSSOS ‘LÍDERES’! SOMOS O ESCÁRNIO DO MUNDO INTEIRO!!!”, acrescentou em maiúsculas.

As constantes críticas do republicano ao governo de Biden, especialmente em relação à política migratória, se intensificaram nos últimos meses com a aproximação das eleições de 5 de novembro.

Em uma entrevista em agosto com o bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X, Trump insinuou ironicamente que da próxima vez poderiam se encontrar na Venezuela.

“Se algo acontecer com essas eleições, algo que seria um show de horrores, nos encontraremos da próxima vez na Venezuela, porque será um lugar muito mais seguro do que nosso país”, declarou.

Em seus comícios, Trump repete várias vezes que o crime na Venezuela está em baixa porque os “criminosos” estão indo para os Estados Unidos.

O republicano acusa migrantes em situação irregular de cometer assassinatos nos EUA, baseando-se em casos isolados, apesar de os dados da polícia federal americana (FBI) mostrarem que os crimes violentos estão próximos dos níveis mais baixos em décadas.

Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato até 2031 pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, que não divulgou, porém, o detalhamento das atas.

A oposição liderada por María Corina Machado assegura que Edmundo González Urrutia, adversário de Maduro no pleito, foi quem venceu as eleições.

Registro de veículos usados será obrigatório em São Paulo

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A partir de outubro, o registro de venda de veículos usados será obrigatório em São Paulo. A medida visa formalizar as transações e aumentar a segurança para os compradores. Segundo o diretor do Detran-SP, Vinícius Novais, o Registro Nacional de Veículos (Renave) garantirá que o veículo comprado seja transferido sem surpresas desagradáveis, reduzindo a vulnerabilidade do mercado a fraudes. A resolução que criou o Renave é de 2020, mas, sem a obrigatoriedade, apenas nove estados adotaram o modelo até agora. O presidente da Associação Nacional dos Detrans, Givaldo Vieira, destacou que a informalidade histórica do setor gerou resistência inicial. No entanto, estratégias de benefícios e cobranças ajudaram na adesão ao sistema. No Espírito Santo, por exemplo, 100% das operações de veículos usados já passam pelo controle formal.

São Paulo, que possui a maior frota de veículos do Brasil, busca combater a informalidade que afeta o crédito e a competitividade das concessionárias. O mercado de veículos usados movimenta cerca de 15 milhões de veículos por ano, cinco vezes mais que o mercado de veículos novos. No Espírito Santo, não há cobrança de ICMS nas transações, enquanto em São Paulo a taxa é de 1,8%. A Federação dos Revendedores de Veículos Usados apoia o Renave, e os presidentes dos Detrans discutirão a adoção nacional do sistema em Brasília.

Jovem Pan

A capitulação do Supremo

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, considerou que o acordo entre os Poderes Executivo e Legislativo com vista à liberação do pagamento de emendas parlamentares, mediado pela Corte em 20 de agosto, não foi a solução ideal para moralizar a disposição de recursos públicos por deputados e senadores, mas era o que havia para o momento. “Saímos melhor do que entramos. Foi perfeito? Não, mas foi melhor do que o que se tinha”, avaliou Barroso, durante um evento na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no dia 2 passado.

A constatação do presidente do STF, ninguém menos, recende a capitulação da Corte diante do enorme poder acumulado pelo Congresso nos últimos anos para se assenhorear de um quinhão cada vez maior do Orçamento da União sem prestar contas a rigorosamente ninguém – nem ao Supremo, que vem sendo desrespeitado desde o fim de 2022. Aí estão as famigeradas “emendas Pix” como o estado da arte de uma desabrida avacalhação da decisão da então ministra Rosa Weber, depois referendada por seus pares, que declarou inconstitucional o orçamento secreto, em dezembro daquele ano.

Nesse caso, cabe perguntar ao ministro Barroso: quem “saímos melhor”, afinal? A sociedade decerto não foi, muito menos a instituição que ora ele preside.

Diante de uma patente e reiterada afronta à Constituição, não deveria ter havido mediação alguma, menos ainda uma mediação patrocinada por uma Corte que não foi concebida para mediar coisa alguma, mas sim para se ocupar da defesa da Lei Maior. Correta, ainda que tardia, foi a decisão do ministro Flávio Dino de simplesmente interromper o pagamento de todas as emendas parlamentares até que seus autores, destinatários e propósitos fossem conhecidos pelos contribuintes. No entanto, prevaleceu o arranjo entre as cúpulas dos Poderes, cujos termos até hoje não são conhecidos.

No dia 30 de agosto, venceu o prazo dado pelo STF para que o Palácio do Planalto e o Congresso apresentassem novas regras para o pagamento de emendas parlamentares, supostamente mais transparentes. O governo Lula da Silva, entretanto, pediu extensão do prazo por mais dez dias. Não se pode condenar quem enxergue essa demora para a apresentação de critérios republicanos para disposição de recursos públicos, que de resto deveriam ser rotineiros, como uma elucubração de mecanismos para mudar mantendo tudo rigorosamente como sempre foi, vale dizer, ao abrigo do escrutínio público.

Não se negocia o cumprimento da Constituição. Chega a ser constrangedor para este jornal ter de registrar uma obviedade ululante. E é estarrecedor constatar que esse tipo de barganha não só tenha sido articulado em plena sede da Corte Constitucional, como ainda por cima por um STF, ao que parece, acuado diante das ameaças explícitas ou veladas do Congresso à sua independência. Convém lembrar que, à guisa de retaliação, tão logo Flávio Dino decidiu liminarmente sustar o pagamento de emendas opacas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), encaminhou para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa duas Propostas de Emenda à Constituição que minavam o poder da Corte – uma para limitar decisões monocráticas, objeto de uma alteração no Regimento Interno já aprovada pelo próprio STF, e outra para dar ao Congresso o poder de cassar decisões da Corte, um despautério.

Os ministros do STF, não sem razão, se enchem de brios quando são afrontados, seja como indivíduos, seja como autoridades da mais alta instância do Poder Judiciário do País. Entretanto, quando os Poderes Executivo e Legislativo, de forma escancarada, se unem para rasgar a Constituição – em prol de uma suposta governabilidade, no melhor cenário, ou para satisfazer interesses inconfessáveis, no pior – e dispor de recursos do Orçamento da União sem a observância de quaisquer critérios objetivos e fora do alcance dos controles republicanos, o STF, ora vejam, dá-se por conformado com um arremedo de solução que, a rigor, só o apequena como guardião maior do texto constitucional.

Estadão

Avião de Gusttavo Lima é apreendido em ação que prendeu Deolane Bezerra

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O avião particular do cantor Gusttavo Lima foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo na manhã desta quarta-feira, 4, na Operação Integration — mesma que prendeu a advogada Deolane Bezerra.

A aeronave passava por manutenção no aeroporto de Jundiaí, interior de São Paulo, quando foi recolhida pelos policiais. Segundo a Polícia Civil, um carro de luxo também foi apreendido em um condomínio de alto padrão em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

As investigações fazem parte da operação “Integration”, que foram iniciadas em abril de 2023. Além da prisão de Deolane e do avião de Gusttavo Lima, foram expedidos 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia.

*Com informações do “g1”