A Prefeitura de Goiânia, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), deu início aos debates sobre o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O projeto tem por intuito pensar as questões ligadas ao escoamento, drenagem, permeabilidade e às áreas de risco de inundação em todo o município. Na manhã desta quarta-feira, 26, aconteceu audiência pública a fim de debater os diagnósticos iniciais com as equipes responsáveis pelo PDDU.
O diagnóstico inicial destaca as bacias dos córregos Cascavel, Botafogo, Macambira e Taquaral como pontos de maior urgência no município.
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), realizou apresentação durante sua fala na audiência pública. Em seu discurso, o gestor mostrou imagens dos reparos realizados nas tubulações da cidade, no intuito de reforçar a importância da educação da população para diminuição do lixo nas estruturas de escoamento. “É um trabalho que não pode parar”, disse o gestor antes de destacar a necessidade de complemento à ação da Prefeitura. Segundo Cruz é preciso “orientação ao cidadão que mora em Goiânia para que isso [tubulações entupidas por lixo] seja evitado”.
Em consonância com o prefeito, o secretário de infraestrutura de Goiânia, Alexandre Garcês, reforça, durante entrevista coletiva na audiência pública, a importância da educação da população. O chefe da pasta diz que “a cidade de Goiânia gasta cerca de R$15 milhões por ano para limpar bocas de lobo”, sendo 70% desses resíduos lixo doméstico. Segundo as previsões do secretário, a parte do Plano que for ligada às obras deve ser concluída em até 10 anos, já as questões educacionais e de desocupações devem demorar mais. “Vai depender da contribuição de todos”, informou.
Garcês contou ainda que o projeto está concluindo atualmente a fase de diagnóstico dos pontos que demandam atenção do poder público ligados à drenagem urbana. A previsão do gestor é de que até outubro, momento em que está prevista nova audiência pública, o Plano já consiga apresentar propostas de soluções mais específicas.
No momento, o secretário prevê ações educativas para a população, alterações pontuais em algumas legislações ligadas à estrutura da cidade, pontos onde serão necessárias obras, e, em alguns pontos, talvez seja preciso pensar na desocupação de determinadas áreas. “Se continuar sem planejamento o crescimento da cidade, a gente vai ter cada vez mais lugares que não vão ter soluções em termos de obra. A gente vai ter que conviver com aquele problema ali”, resumiu.
Em entrevista coletiva, o professor Klebber Formiga, coordenador do projeto do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia na UFG, afirma que este “é o primeiro levantamento completo que a gente tem da drenagem de Goiânia em toda sua história”, pensando desde a micro até a macrodrenagem. Reforçando o exposto por Garcês, o docente reafirma a importância de medidas não ligadas às obras, necessariamente.
“Cada vez que você fizer uma obra, você só vai jogar um ponto de alagamento e jogar para frente”, explicou. O foco do Plano se torna “tentar reduzir a quantidade de água que chega” que chega no centro urbano. Educação ambiental, educação política, reformulação de leis ligadas à área de permeabilidade do solo são algumas possibilidades dadas pelo especialista. Klebber coloca as margens dos córregos Cascavel e do Botafogo como pontos de maior preocupação, além de áreas periféricas ainda não completamente documentadas, como a Vila Roriz.
Segundo o coordenador do projeto, em outubro deve chegar uma nova fase do Plano, já com propostas concretas. O projeto prevê atuação sobre a drenagem no município de Goiânia para os próximos 30 anos, com revisões periódicas a cada dez anos.
A vereadora Kátia Maria (PT), representando o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo (Patriota), elogiou a iniciativa da Prefeitura e o trabalho dos mais de 60 pesquisadores da UFG envolvidos no projeto. “Ter o plano de drenagem em processo de elaboração para nós é fundamental dentro dessa composição das mudanças climáticas”, destacou a parlamentar.
Para aqueles que desejam consultar o diagnóstico feito a fim de contribuir com o Plano nas próximas audiências públicas, clique aqui e veja os documentos referentes ao diagnóstico, que ficam disponíveis até o dia 1° de julho.
Jornal Opção