Depois de um período de trabalho conjunto para reorganizar a base de apoio do governo na Câmara dos Deputados, o governo Lula e o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltaram a se desentender.
A equipe presidencial acusa Motta de ter sido desleal ao indicar um adversário de Lula para relatar o projeto da Lei Antifacção, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Motta rebate dizendo que a medida não pode ser partidária, mas de todos.
Assessores presidenciais acusam o presidente da Câmara dos Deputados de fazer um jogo duplo, ficando ao lado do governo em alguns momentos e, em outros, atuando com a oposição.
Lula ligou no sábado para Motta para manifestar sua insatisfação.
Além disso, a equipe do presidente petista tem investido em críticas ao presidente da Câmara, argumentando que ele foi desleal com o governo ao colocar uma proposta essencial, no campo da segurança pública — considerada um ponto frágil da esquerda —, nas mãos de um secretário licenciado do potencial principal adversário de Lula na campanha presidencial, o governador de São Paulo.
Análise técnica
Motta, por sua vez, rebate as críticas de Lula e equipe prometendo uma análise técnica do projeto da Lei Antifacção, mas já batizando a proposta com outro nome, de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado.
Em mensagem publicada no domingo (9), Motta disse que “não importa de onde a ideia vem, se ela é boa para o país, a gente leva adiante”.
Finalizando com uma frase na busca de conciliar os dois lados, o que é praticamente impossível: O PL do Marco traz o melhor do PL apresentado pelo governo federal e o melhor de iniciativas debatidas dentro do Congresso. E tudo isso sem perder a nossa soberania.
Fonte G1
