O secretário de Comércio dos Estados Unidos (EUA), Howard Lutnick, afirmou nesta terça-feira (29) que alguns produtos não cultivados no país, como o café, poderiam ter a tarifa zerada.
Em entrevista à rede norte-americana CNBC, Lutnick citou os produtos que se encaixariam nessa categoria, que ele chamou de “recursos naturais” – além do café, o secretário também falou da manga, do abacaxi e do cacau.
Ele, no entanto, não citou nenhum país exportador que seria beneficiado com tarifa zero. Lutnick também não mencionou o Brasil, que será atingido por uma tarifa de 50% a partir de sexta-feira (1º), por determinação de Donald Trump.
O Brasil é o principal fornecedor do café para os EUA e detém cerca de um terço do mercado norte-americano, que comprou 17% de todo o café brasileiro exportado entre janeiro e maio deste ano.
“São recursos naturais. Quando o presidente faz um acordo, ele inclui que, se você produz algo, e a gente não, isso pode vir por [tarifa] zero.”
“Se vamos negociar com um país que produz manga ou abacaxi, então eles podem entrar sem tarifa. Café, coco, são outros exemplos de recursos naturais”, completou.
Negociações com UE e China
A fala ocorreu no momento que o secretário comentava as negociações entre Estados Unidos e União Europeia, que fecharam um acordo sobre as tarifas no último domingo (27).
Nesse contexto, ele disse que a cortiça, um item que os EUA compram da União Europeia, também pode ter sua tarifa zerada, e acrescentou que continuará negociando outros pontos com a Comissão Europeia, com as tarifas para aço e alumínio e a regulamentação dos serviços digitais.
Lutnick também disse que as negociações com a China serão mais difíceis. “A China é algo próprio, temos nossa equipe trabalhando eles”, afirmou.
Lutnick ainda afirmou que, em relação aos outros países, Trump tomará suas decisões sobre eventuais acordos comerciais até sexta-feira (1º).
G1