Tag: reforma tributária

  • Lira diz que é viável votar a regulamentação da reforma tributária neste semestre

    Lira diz que é viável votar a regulamentação da reforma tributária neste semestre

    Presidente da Câmara vai discutir calendário de votações com o ministro da Fazenda nesta tarde

    O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o cenário ideal é votar a regulamentação da reforma tributária ainda neste semestre. Ele informou que vai se reunir nesta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar um calendário de votações das leis complementares que vão regulamentar a reforma aprovada no ano passado. Segundo ele, o ideal é que não haja demora para essa votação. A expectativa de Lira é que esse calendário seja apresentado ainda hoje. O presidente deu a declaração em evento que debateu os desafios para a mobilidade de baixo carbono no Brasil, promovido pelo grupo Esfera Brasil.

    “Eu penso que a gente tem que resolver isso no primeiro semestre. É factível. Vamos para o detalhamento [da reforma], o pente fino, vamos separar “A” de “B”, mas precisamos de tempo, não pode ser feito de afogadilho e não podemos passar de 2024”, disse Lira.

    O governo deve encaminhar alguns projetos de lei complementar para regulamentar a reforma como a que criará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para englobar o ICMS e o ISS; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS, o PIS-Importação, a Cofins e a Cofins-Importação. Outra lei vai tratar do chamado imposto para taxar produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Outra proposta deve estabelecer regimes tributários específicos pra alguns setores, como os de combustíveis, imóveis e cooperativas, entre outros pontos.

    Fonte: Agência Câmara de Notícias

  • Promulgada reforma tributária, Caiado deve ir ao Supremo contra o texto

    Promulgada reforma tributária, Caiado deve ir ao Supremo contra o texto

    Governador não escondeu sua insatisfação com o texto desde o início e deve judicializar a PEC no Supremo

    “Eu fui o único governador que fez um périplo pelo Brasil e mostrei o quanto a reforma tributária vai promover um prejuízo”, afirmou Ronaldo Caiado (UB) em coletiva de imprensa na semana passada no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Durante  lançamento de programa do governo estadual que promete facilitar a atividade econômica em Goiás, o governador ainda acentuou o discurso e fez uma aposta. “Eu, sinceramente, vou dizer mais claro a vocês, nem acredito que essa reforma vai ser aprovada. Até o Maílson da Nóbrega (ex-ministro da Fazenda), que veio aqui me criticar, já voltou atrás e disse: ‘Olha, essa daí vai ser um desastre’”, disse aos jornalistas.

    A fala de Caiado, no entanto, ocorreu na quinta-feira (14), um dia antes de a Câmara dos Deputados dar aprovação final à reforma tributária, que unifica cinco impostos  sobre consumo e torna o Brasil um dos países que adotam o Imposto Sobre Valor Agregado, conhecido como sistema IVA. A proposta de emenda à Constituição 45/2019 (PEC) foi aprovada em primeiro turno por 371 a 121 votos. Em seguida, no segundo turno, o texto foi aprovado por 365 a 118. Alterações constitucionais precisam de pelo menos 308 votos — o que colocou a PEC em posição de vantagem. Dos 17 parlamentares goianos, 10 foram favoráveis e sete contrários.

    A promulgação da reforma, prevista para esta quarta-feira (20), já agita o ânimo de diversos setores e lideranças políticas e econômicas. Pelas redes sociais, o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que a medida que simplifica os tributos promoverá ganhos para o país. “Vamos promulgar essas regras que, tenho certeza, vão impulsionar a economia e criar condições para que nosso país retome o caminho de crescimento consistente, com geração de emprego e redução da desigualdade social. Aguardada há 40 anos, a medida promove justiça tributária para cobrar mais de quem ganha muito e menos de quem ganha pouco”, destacou.

    Ao jornal O Hoje, a advogada tributarista Eléia Alvim ressalta que é importante distinguir o texto que foi aprovado do texto que foi discutido. “Existia um texto base, que foi passando por alterações nas casas legislativas, com ajustes e emendas. O que vai à promulgação é esse texto alterado que, em si, não vem de muitos anos; foi solidificado mesmo em agosto. A discussão [sobre a reforma] é antiga, mas o texto [aprovado] é recente”, explica.

    O governador de Goiás, que demonstrou reiteradamente de forma pública a insatisfação com relação ao texto da PEC, deve buscar, agora, a judicialização da reforma tributária no Supremo Tribunal Federal (STF), algo que ele próprio vocalizou em diversas oportunidades desde que tema começou a ser tratado como prioridade para o ano de 2023 pelo Congresso Nacional. Caiado chegou a repetir a promessa ao ser questionado pelo jornal O Hoje na coletiva de imprensa na semana passada. “Como governador de estado, eu vou recorrer ao Supremo Tribunal Federal diante daquilo que é o ponto que revoga uma cláusula pétrea da Constituição Brasileira que é a autonomia do governador, do ente federado — Goiás. Eu não posso admitir que sejamos geridos amanhã por um comitê, uma agência montada em Brasília”, declarou.

    Sobre a “agência montada em Brasília”, a advogada Eléia Alvim compara a um banco a forma de gestão que o comitê deverá ter com relação aos estados. “Ao fazer a gestão da receita, o comitê funciona como um banco. Ele vai cuidar do seu dinheiro, mas não vai dizer onde você deverá aplicá-lo”, diz.

    Alegando inconstitucionalidade do texto, Caiado poderá assinar petição da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) elaborada pela Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) que, com as instruções adequadas, seguirá para ser protocolada no STF. Para especialistas ouvidos pelo O Hoje, a ação do governador apresenta legitimidade e tem pertinência, mas pode encontrar dificuldades de prosperar.

    O procurador federal e professor de direito constitucional Bruno Pontes afirma que Caiado tem legitimidade para apresentar a peça ao Supremo, especialmente pela diminuição da autonomia dos estados. “A reforma tributária de fato concentrou um pouco mais a competência da União porque criou um comitê gestor federal para coordenar a fiscalização do Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS) — que substituiu o ICMS. Além disso, não se sabe se haverá perda de arrecadação do estado ao longo do tempo”, diz.

    Pontes atenta para o fato de que não houve abolição da federação e o Senado manteve uma considerável autonomia dos estados ao garantir que a fiscalização, cobrança e representação administrativa ou judicial relacionada ao tributo serão realizadas pelas administrações tributárias e procuradorias dos entes federados.

    Com a reforma tributária, de acordo com o texto aprovado, estados e municípios poderão definir hipóteses para delegar ou compartilhar acerca das competências. Ficará a cargo do comitê gestor a coordenação das atividades administrativas. “O Senado também retirou a possibilidade de iniciativa de lei pelo comitê gestor e definiu que a representação do comitê será feita por integrantes das carreiras da administração tributária e das procuradorias de estados e municípios. Além disso, incluiu a possibilidade de o Congresso Nacional convocar o presidente do comitê e solicitar informações, como já acontece com ministros de Estado”, explica o professor.

    O Hoje

  • Haddad comemora aprovação de reforma após ‘40 anos’ e prevê alíquota do IVA ‘em torno de 27,5%’

    Haddad comemora aprovação de reforma após ‘40 anos’ e prevê alíquota do IVA ‘em torno de 27,5%’

    ministro da FazendaFernando Haddad, comemorou nesta sexta-feira, 15, a votação final em primeiro turno da reforma tributária na Câmara, mas salientou que ainda muitos desafios pela frente. O ministro diz esperar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja promulgada ainda este ano e que 2024 vai começar já sob um sistema tributário novo.

    Ele fez questão de reforçar que a alíquota-padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que a reforma tributária vai implementar será menor que a existente atualmente. Ele reafirmou que ela ficará em torno de 27,5%. A definição de uma alíquota ainda vai depender da regulamentação dos regimes com tratamento específico.

    “A alíquota nova será menor que a de hoje e penso que ninguém deveria ter dúvida quanto a isso”, disse o ministro. “Vamos avaliar o impacto, mas deve ficar em torno disso, 27,5%. Quanto mais eficiência e transparência e quanto menos litigiosidade e sonegação, tudo isso vai contribuir para a alíquota padrão ser cada vez mais adequada”, afirmou.

    Haddad fez afirmação em entrevista à imprensa no começo da noite. Ele disse que enviou mensagem de agradecimento aos relatores da reforma tributária nas duas casas legislativas, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Eduardo Braga (MDB-AM), e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deve ter ligado ou vai ligar para os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agradecê-los pelo empenho para que a proposta da reforma tributária chegasse à votação.

    “Eu penso que hoje é um dia importante para o Brasil porque são 40 anos que se fala de reforma tributária no Brasil. Já houve várias tentativas, nossos governos no passado, o governo Lula por duas vezes, sendo que uma delas apoiada por todos os governadores, e ainda assim essas iniciativas não foram aprovadas”, disse Haddad, que classificou a PEC atual como “arrojada”.

    O Brasil, segundo o ministro, amadureceu nos últimos 40 anos, e sabe que precisava enfrentar essa agenda. Na avaliação dele, é a mais importante das reformas porque organiza o sistema produtivo e coloca o País em compasso com o que tem de mais moderno no mundo.

    Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária na Câmara; texto está em discussão Foto: VINICIUS LOURES / AGÊNCIA CÂMARA
    Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária na Câmara; texto está em discussão Foto: VINICIUS LOURES / AGÊNCIA CÂMARA© Fornecido por Estadão
    “E eu penso que o texto básico aprovado na Câmara, pelo que ouvi dos senadores, será promulgado ainda este ano. Temos totais condições de já no ano que vem encaminhar para o Congresso Nacional as leis que vão regulamentar os dispositivos constitucionais, mas já com grande parte das decisões já tomadas”, disse o ministro.

    Haddad também fez questão de cumprimentar o secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, que idealizou o projeto com seus colegas ainda no setor privado.

    “Sei que nossa jornada não termina, demos passos importantes com a MP 1185 (da Subvenção do ICMS), teremos novas medidas para serem anunciadas no ano que vem”, disse o ministro.

    Ele voltou a dizer que a atual gestão recebeu o País muito desorganizado devido ao processo eleitoral de 2022 e um Orçamento que inspira ainda muitos cuidados. “Mas acredito que, pelos indicadores da economia, estamos terminando o ano com bons resultados”, avaliou.

    Estadão