O prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, filiou-se, na noite desta quinta-feira (4), ao partido do governador Ronaldo Caiado, União Brasil, como parte de um acordo para que ele tenha apoio no projeto de reeleição. Os últimos dias foram classificados, por pessoas próximas, como tensas.
O nome de Vilmar havia sido rifado por parte da base governista em prol do lançamento, pelo MDB, da pré-candidatura de Leandro Vilela, primo do vice-governador e presidente da legenda Daniel Vilela.
Fontes ouvidas pela reportagem do jornal O Hoje antes do evento de filiação afirmaram que, com o acordo de filiação ao União Brasil, Vilmar mostra que não é “filho sem pai e mãe”, ou seja, tem, sim, força político-eleitoral e prestígio. Embora tenha perdido parcela significativa do apoio de Gustavo Mendanha (MDB), Vilmar conseguiu o apoio daquele que se tornou o nome mais viável da base em Goiânia: o empresário Sandro Mabel.
Um repórter acostumado a cobrir a política aparecidense comentou à reportagem que há entusiasmo, por parte de Sandro, de ter Vilmar candidato em Aparecida. Tanto que foi por meio de Sandro que o Republicanos de Marcos Pereira saiu das mãos de aliados do Professor Alcides e foi devolvido a um aliado de Vilmar Mariano, demonstrando força de negociação política na cidade.
Outro fator que demonstra que Vilmar Mariano tem chances de ser o nome da base caiadista na cidade é que o nome de Leandro Vilela “virou motivo de chacota” entre entusiastas da pré-campanha do deputado federal Professor Alcides. “Leandro nem é de Aparecida, é um nome de Jataí”, comentou uma fonte. “Professor Alcides tem muitas vantagens por ser daqui, entender a cidade, ser um deputado pela cidade e não de Jataí”, comentou outro. “Vai perder feio”, resmungou um terceiro.
Alguns observadores da política aparecidense apontaram, nas últimas semanas, um clima de tensão misturado com o de “luto” no Palácio Maguito Vilela, sede administrativa do executivo da cidade. “Acharam que o prefeito estava morto politicamente. Não está morto. Perceberam que Vilmar não poderia ser liberado para o Podemos ou para o Patriota”, comentou uma fonte.
Agora, a previsão é que o vice, de Vilmar, seja escolhido pelo MDB. O problema é que o grupo, encabeçado por Caiado, quer que Vilmar cresça nas pesquisas e mostre mais fôlego na administração.
Tudo, como comentou um interlocutor, sob a anuência e apoio de Sandro Mabel que gosta de Vilmar. Sandro, inclusive, também filiou-se ao União Brasil para disputar, na base governista, o Paço Municipal. Sandro é visto como um político com perfil do que o goianiense normalmente espera: expert em gestão, sobretudo com histórico – seja em algum executivo ou empresarial – e que seja minimamente conhecido. Sandro Mabel foi deputado estadual e federal. Como presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Acieg), conseguiu ainda mais capital político e poder de negociação. Explicado a influência em Aparecida e apreço a Vilmar Mariano. Bom ao dois.
Candidato-consenso na base em Goiânia, Sandro, longe de ser um balão de ensaio, como lembrou o colega repórter, como era Jânio Darrot, tem respeito ao Palácio das Esmeraldas. É ouvido e vai contribuir, e muito, para desenvolver o nome de Vilmar em Aparecida. O dele, como se espera, vai surgindo aos poucos no boca-a-boca dos bares, restaurantes, igrejas, praças e gabinetes de Goiânia.
O HOJE