O STF foi envolvido no turbilhão eleitoral americano, e foi exatamente essa a saída encontrada pelo presidente da corte para comentar o caso, dizendo que a divulgação do relatório é um problema interno político de lá
O Supremo Tribunal Federal se tornou o centro de um espetáculo político coordenado a partir do Congresso Americano, mais especificamente por uma comissão que pode ser comparada à poderosa CCJ aqui da Câmara dos Deputados no Brasil.
Essa comissão divulgou em Washington um relatório com decisões sigilosas do STF de suspensão ou remoção de perfis em redes sociais, todas do ministro Alexandre de Moraes, que há cinco anos preside um inquérito sobre milícias digitais.
O alvo desse relatório, na verdade, é o presidente americano Joe Biden, acusado por deputados trumpistas de lá de não se importar com a censura, no caso, no Brasil.
Nesse sentido, o STF foi envolvido no turbilhão eleitoral americano, e foi exatamente essa a saída encontrada pelo presidente do STF para comentar o caso, dizendo que a divulgação do relatório é um problema interno político de lá.
O problema para o STF, porém, é a questão política doméstica, aqui do Brasil, onde a Suprema Corte está no centro de um debate sobre medidas excepcionais que vem adotando para enfrentar ataques à instituição e à democracia.
Isso inclui, sim, censura ao que foi considerado incitação, em redes sociais, a práticas antirrepublicanas.
O Supremo está na linha de frente desse choque, e seu protagonismo é o ponto principal pelo qual é atacado pelo Legislativo na luta entre os poderes.
São os ataques que vêm de fora contra o STF parte de uma coordenada ação política de grupos e correntes de direita em vários países? Claro que são.
Mas o problema não é esse. É o STF ser um alvo tão fácil.