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  • Juíza rejeita preliminares de nulidade em processo envolvendo ex-juiz acusado de corrupção e lavagem de dinheiro

    Juíza rejeita preliminares de nulidade em processo envolvendo ex-juiz acusado de corrupção e lavagem de dinheiro

    A juíza Placidina Pires, 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores rejeitou as preliminares de nulidade apresentadas pela defesa do ex-magistrado Levine Raja Gabaglia Artiaga. Com isso, o ex-juiz agora se torna réu e vai responder, na Justiça, pela acusação de participação de um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, envolvendo processos judiciais fraudulentos para levantamento indevido de valores em contas de investimento.

    A defesa de Levine Artiaga argumentou que a investigação violou o princípio do promotor natural e o foro por prerrogativa de função, uma vez que o ex-magistrado ainda ocupava o cargo à época dos fatos. Contudo, a juíza Placidina Pires rejeitou essas alegações, sustentando que a atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) foi idônea e respaldada por normas legais. A magistrada enfatizou que a investigação foi conduzida dentro dos parâmetros legais, e que o GAECO possui a competência necessária para atuar em casos de grande complexidade, como o de organizações criminosas.

    A decisão também mencionou que a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Goiás foi devidamente comunicada sobre o envolvimento do ex-magistrado nas investigações, resultando na remessa do caso para o Órgão Especial, que determinou o desmembramento da ação penal.

    Com a rejeição das preliminares, o processo seguirá para as próximas etapas, onde serão analisados os méritos das acusações. Levine Artiaga, que se aposentou compulsoriamente, continua respondendo às acusações ao lado de outros réus, incluindo servidores públicos e advogados, todos supostamente envolvidos no esquema criminoso.

    Processo: 5439405-32.2021.8.09.0000

    Rota Juridica

  • TRT-GO nega pedido de empregada para obter da Netflix, Uber e iFood dados para localizar devedor insolvente

    TRT-GO nega pedido de empregada para obter da Netflix, Uber e iFood dados para localizar devedor insolvente

    A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT de Goiás) rejeitou o pedido de uma trabalhadora que buscava obter informações pessoais de devedores por meio de plataformas digitais como Netflix, Uber e iFood. A trabalhadora argumentou que essas informações seriam essenciais para localizar o devedor e, assim, garantir o recebimento de seus créditos por meio de penhora de bens ou bloqueio de cartões de crédito. No entanto, a Turma decidiu, por unanimidade, que o pedido contraria as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018 – LGPD).

    A decisão foi proferida após a trabalhadora recorrer da sentença da 4ª Vara do Trabalho de Rio Verde, que já havia negado o envio de ofícios às plataformas digitais para verificar se os devedores eram usuários dessas plataformas e, assim, obter seus endereços para facilitar a cobrança das dívidas trabalhistas.

    O desembargador Welington Luis Peixoto, relator do recurso, destacou que a medida solicitada violaria a LGPD, que assegura a privacidade e a proteção dos dados pessoais dos usuários dessas plataformas. Em seu voto, o relator mencionou decisões anteriores das outras duas Turmas do Tribunal, que também foram desfavoráveis ao pleito da trabalhadora.

    Em uma dessas decisões, foi enfatizado que a proteção dos dados dos clientes dessas plataformas, que oferecem serviços de transporte, entrega e entretenimento on-line, é fundamental para o funcionamento do serviço. A violação dessa proteção comprometeria a confiança dos clientes, que confiam na segurança de seus dados pessoais, incluindo o endereço, ao escolherem essas empresas.

    Quanto à solicitação de bloqueio ou cancelamento de cartões de crédito, o relator considerou que essa medida seria uma penalidade desproporcional, que não teria efeito patrimonial e apenas puniria a pessoa. Welington Peixoto ressaltou ainda que não havia nos autos qualquer alegação de que os devedores levavam uma vida de luxo.

    Processo: AP-0010818-66.2020.5.18.0104

  • Polícia Federal incinera mais de três toneladas de drogas em Goiás

    Polícia Federal incinera mais de três toneladas de drogas em Goiás

    A Polícia Federal (PF) incinerou 3,2 toneladas de drogas (maconha e cocaína), nesta terça-feira (27/8), em Goiás. Os entorpecentes foram apreendidos em diversas ações da PF no Estado durante este ano.

    A destruição da droga foi precedida de autorização judicial e realizada na presença de autoridades sanitárias.

    PF investiga esquema de tráfico internacional de drogas em Goiânia

    PF investiga esquema de tráfico internacional de drogas em Goiânia

    Agentes da Polícia Federal (PF) de Goiânia deflagraram, nesta quarta-feira (21/8), a Operação Ocultados, que investiga um esquema de tráfico internacional de drogas na capital. Segundo a corporação, o foco do grupo era enviar, por meio de empresas de courier, os entorpecentes para países da Europa. As substâncias eram escondidas no interior de encomendas de diversos produtos.
    Como parte da operação, os policiais federais cumpriram, no período da manhã, um mandado de busca e apreensão em um imóvel da capital. No local, segundo denúncias, a droga era armazenada antes do envio ao exterior.
    Durante o cumprimento das buscas foram apreendidos telefones celulares, um computador e uma porção de droga escondida dentro de uma caixa de som. O próximo passo é identificar outros envolvidos que fazem parte do grupo criminoso investigado.
    A Redação
  • Entidades e empresas alertam para versões falsificadas de Ozempic e Mounjaro

    Entidades e empresas alertam para versões falsificadas de Ozempic e Mounjaro

    A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) divulgou na última semana um comunicado em que alerta para o crescente número de falsificações do Ozempic, medicamento utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e, de forma off label, no controle da obesidade. Nesta terça-feira (27/8), foi a vez da Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, emitir uma carta sobre o problema. O remédio para obesidade não está sendo comercializado no Brasil e ainda não há previsão para a chegada do produto ao mercado nacional, mas há versões falsas sendo anunciadas em sites e mídias sociais.

    “Por ser um medicamento administrado por via subcutânea, a esterilidade se torna uma preocupação de segurança ainda mais crítica. Alguns dos produtos analisados continham bactérias, altos níveis de impurezas, cores diferentes (rosa, em vez de incolor) ou uma estrutura química completamente diferente do medicamento da Lilly. Em pelo menos um caso, o produto nada mais era do que álcool”, alertou a fabricante.

    Falsificações do Ozempic
    O aviso da SBD foi motivado por denúncias recebidas pela própria entidade e por médicos associados sobre a venda de produtos falsos pela internet e de versões manipuladas da semaglutida, princípio ativo do Ozempic. Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta sobre a venda de versões falsificadas do medicamento. Na época, a entidade afirmou ter apreendido lotes falsos do produto no Brasil em outubro de 2023.

    Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que recebe esse tipo de denúncia no País, as últimas ações de fiscalização relacionadas à falsificação do Ozempic ocorreram em janeiro deste ano. Os lotes identificados como falsos foram: 1 – Lote MP5A064, com prazo de validade 10/2025 e embalagem secundária que indica concentração de 1,34 mg/mL, em idioma espanhol; 2 – Lote LP6F832, com data de validade 11/2025; 3 – Lote MP5C960, que apresenta em sua embalagem secundária a concentração de 1 mg, em idioma espanhol.

    Formatos e riscos
    Diante das denúncias, tanto a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, quanto a Eli Lilly ressaltaram que não fornecem semaglutida e tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) para farmácias de manipulação ou quaisquer outras empresas. “Também é importante reforçar que não há qualquer outra versão de tirzepatida além da subcutânea. Já foram vistos anúncios de pílulas, comprimidos, chip, spray nasal e outras versões orais de “tirzepatida”. Nenhum órgão regulador avaliou a segurança ou eficácia de qualquer administração oral ou nasal da molécula”, alertou a Eli Lilly.

    O mesmo vale para o Ozempic. Segundo a Novo Nordisk, a semaglutida não foi desenvolvida, em nenhum lugar do mundo, para uso em formato injetável em frascos, cápsulas orais, pellets absorvíveis, fitas ou chip. As duas empresas também destacaram os riscos de produtos falsos. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa nos EUA) já recebeu relatos de efeitos adversos após o uso de “versões manipuladas” do Ozempic. Segundo o órgão, esses produtos podem ser formulações de sais, como semaglutida sódica e acetato de semaglutida, ativos que não demonstraram ser seguros e eficazes.

    Além disso, falsificações de Ozempic podem tornar ineficaz o tratamento de um paciente com diabetes devido à dosagem incorreta, causando o descontrole do nível de glicose no sangue. Os remédios falsos também podem conter ingredientes desconhecidos e substâncias nocivas à saúde, com risco de provocar até mesmo a morte.

    Cuidados para evitar falsificações – Use o medicamento apenas sob prescrição médica; – Compre em estabelecimentos regulamentados; – Não compre em sites desconhecidos ou mídias sociais, apenas nos portais das próprias farmácias; – Inspecione a embalagem em busca de sinais de manipulação, como lacres violados, erros de ortografia e rótulos mal impressos; Desconfie de preços muito abaixo dos aprovados pelo governo (o valor do Ozempic segue a tabela da CMED, órgão federal que regulamenta o preço dos medicamentos no país). Ao ver ofertas de medicamentos com indícios de fraude, denuncie pelo canal de Notificações em vigilância sanitária da Anvisa(Agência Estado)

  • Casal e criança morrem ao pularem de prédio em chamas em Valparaíso de Goiás

    Casal e criança morrem ao pularem de prédio em chamas em Valparaíso de Goiás

    Um casal e uma criança morreram após se jogarem do 7º andar de um prédio em chamas na cidade de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, na manhã desta terça-feira (27/8).

    As mortes foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros, que foi acionado para atender a ocorrência. Até o momento, não há informações sobre a causa do incêndio. As primeiras apurações indicam que o fogo ficou restrito a um apartamento no 7º andar do edifício. O caso será investigado pelas autoridades competentes.
    A Redação
  • Goiânia completa 70 dias sem radares de trânsito

    Goiânia completa 70 dias sem radares de trânsito

    Goiânia enfrenta uma lacuna na fiscalização de trânsito, com os radares da capital fora de operação há mais de 70 dias. A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) informou à reportagem do jornal A Redação que os serviços foram interrompidos pela empresa responsável pelos equipamentos no dia 14 de junho, dois dias antes do término oficial do contrato.

    Para cumprir o prazo contratual, as lombadas eletrônicas foram reativadas de forma temporária nos dias 8 e 9 de agosto, mas desde então, permanecem desligadas. A SMM esclareceu que a fiscalização de trânsito continua a ser realizada por agentes em campo, que atuam em diferentes regiões da cidade. Além disso, a secretaria  informou que tem promovido campanhas de fiscalização com temas específicos.
    Atualmente, a SMM aguarda a finalização do processo licitatório para a retomada dos serviços de radar. Em 14 de agosto, segundo a gestão municipal, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCMGO) julgou procedente o recurso da prefeitura e revogou a liminar que impedia o avanço da licitação. A SMM informou que fez as devidas alterações no processo e encaminhou os documentos para a Secretaria Municipal de Administração (Semad), responsável pelos processos licitatórios no município. No entanto, ainda não há previsão para a conclusão desse processo e o retorno da fiscalização por radares.
    Confira a nota na íntegra:

    No dia 14 de agosto o pleno do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCMGO) julgou procedente recurso ordinário da Prefeitura de Goiânia e revogou a liminar que impedia a continuidade ao certame. A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) realizou as alterações necessárias a fim de instruir o processo de forma a atender integralmente o que foi decidido pela Corte de Contas, e encaminhou os autos à Secretaria Municipal de Administração (Semad), responsável pela realização dos certames licitatórios no Município, para a publicação do edital.
    A fiscalização por meio dos agentes de trânsito é perene com equipes divididas pelas regiões da capital. Nos últimos meses, a Mobilidade tem realizado campanhas fiscalizatórias em toda cidade com temas específicos, fato que não exime que autuações fora do eixo temático sejam lavradas. Os cidadãos também podem acionar o Centro Operacional de Trânsito (COT) pelos telefones (62) 3524-4621 e 4625. 
    A obediência à sinalização viária e as normas de circulação são princípios básicos de cidadania do condutor habilitado. O que a Mobilidade espera e instrui é que haja maior cuidado na via pública porque a responsabilidade da condução do veículo é, e permanece sendo do motorista ainda que não tenha nenhum dispositivo eletrônico na via pública para fazer a fiscalização, já que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) requer a obediência não ao equipamento eletrônico, mas sim a sinalização viária. O equipamento age somente quando há o desrespeito à sinalização da via. É importante frisar que se parte dos condutores obedecessem às normas gerais de circulação e conduta dificilmente seria necessário um equipamento de fiscalização. Portanto, a recomendação da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) é que os usuários da via pública obedeçam a sinalização porque é este comportamento que irá diminuir a violência no trânsito da Capital.
    A Redação
  • Após críticas, Moraes reclassifica inquérito sobre vazamento de conversas como petição preliminar

    Após críticas, Moraes reclassifica inquérito sobre vazamento de conversas como petição preliminar

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o inquérito que ele havia aberto para investigar o vazamento de conversas envolvendo seus assessores seja reclassificado como uma petição, ou seja, uma investigação preliminar.

    A decisão ocorre em meio a críticas, inclusive dentro da própria corte, sobre a permanência de Moraes na relatoria do caso.

    No acompanhamento processual do STF, consta que neste último domingo (25), Moraes solicitou à secretaria judiciária a reautuação do inquérito, alterando sua classificação para petição.

    Fontes do tribunal informaram à CNN nesta última segunda-feira (26) que Moraes tomou essa decisão para deixar claro que se trata de uma investigação inicial, sem alvos específicos, com o objetivo de apurar o fato geral. Essa mudança pode permitir que Moraes permaneça na relatoria do caso.

    Após o vazamento das mensagens que questionam os métodos de investigação do ministro, Moraes recebeu apoio público do STF. No entanto, a abertura do inquérito, que incluiu a determinação de depoimentos via Polícia Federal e busca e apreensão na residência do ex-assessor Eduardo Tagliaferro, fez com que membros do Judiciário passassem a defender a saída de Moraes da relatoria.

    Jetss

  • Caiado determina rigor no combate a incêndios em Goiás

    Caiado determina rigor no combate a incêndios em Goiás

    O governador Ronaldo Caiado realizou, nesta terça-feira (27/08), uma reunião estratégica para apresentar as ações de planejamento do governo estadual no combate a incêndios em Goiás.

    Entre as medidas, o governador determinou à Casa Civil a criação de um projeto de lei prevendo punições severas para incêndios criminosos e de uma comissão para continuar atuando em conjunto com entidades, compartilhando informações para intensificar o monitoramento e a fiscalização dos focos de incêndio.

    “Nós seremos muito mais duros em relação a este assunto. Trata-se de um caso de urgência, e temos que ter medidas mais austeras para não deixar com que as pessoas estimulem a prática deste crime em Goiás”, disse Caiado, acompanhado da coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado.

    O governador destacou ainda os avanços em tecnologia e na estrutura do Corpo de Bombeiros.

    “Goiás hoje tem o menor percentual de queimadas no Brasil: 2% do território. Mas o mais importante é que todas as nossas ações estão sendo desenvolvidas com tudo aquilo que avançamos em termos de tecnologia e aparato de organização das nossas estruturas. Então, a eficiência tem sido demonstrada em todo o momento”.

    “São quatro meses e meio sem uma gota d’água, sem umidade alguma, então a capacidade de um incêndio progredir é altíssima. Estamos vendo isso acarretar prejuízos significativos ao meio ambiente, indústrias, produtores, enfim, a todos os segmentos”, pontuou Caiado ao reforçar a importância das medidas preventivas.

    “São quatro meses e meio sem uma gota d’água, sem umidade alguma, então a capacidade de um incêndio progredir é altíssima”, explica Caiado (Foto: Wesley Costa)

    Monitoramento por satélites

    A tecnologia tem sido grande aliada da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) nesta luta. De acordo com a titular da pasta, Andréa Vulcanis, graças a um sistema de monitoramento com dados de 15 satélites, é possível acompanhar o surgimento de novos focos praticamente em tempo real.

    “Satélite passou, detectou fumaça, incêndio, imediatamente toca no celular, por WhatsApp, de todos os brigadistas responsáveis para fazer uma atuação. Dentro das unidades de conservação, hoje temos uma resposta de emergência de, no máximo, dez minutos, o que reduziu os incêndios em 80%”, explicou Vulcanis.

    O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), coronel Pablo Lamaro Frazão, também detalhou as estratégias de trabalho.

    “Nós temos uma sala que fica na nossa Defesa Civil que vai monitorando toda a situação, pegando os relatórios da Secretaria do Meio Ambiente, os focos de calor através dos sistemas e estamos à disposição 24 horas por dia para qualquer incêndio que seja detectado”, afirmou

    A reunião contou com a presença de secretários de Estado, além de representantes de importantes entidades do setor agropecuário e industrial, como a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), a Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB/GO), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar/GO) e o Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg).

    Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

  • Nikolas Ferreira recusa proposta de conciliação sobre investigação de injúria cometida contra Lula

    Nikolas Ferreira recusa proposta de conciliação sobre investigação de injúria cometida contra Lula

    O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) recusou a proposta de conciliação feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), junto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, sobre a denúncia de que o parlamentar cometeu o crime de injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O congressista é investigado por ter chamado o chefe do Executivo de ladrão e sugerir a prisão dele em um evento da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Segundo Nikolas, as declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar. “Diante dos argumentos fáticos e jurídicos delineados no referido parecer técnico, bem como por estarem em absoluta consonância com entendimento da defesa técnica do parlamentar, mui respeitosamente, razão outra não assiste ao congressista, senão recusar a proposta feita na última assentada e aguardar o trâmite natural da marcha processual”, disse, ao STF.

    O inquérito, portanto, deve seguir a tramitação regular: será analisado pela Primeira Turma do Supremo que pode, ou não, abrir uma ação penal contra Nikolas, caso julgue que há elementos suficientes para torná-lo réu.

    Na ocasião, Nikolas afirmou que o petista deveria estar preso, logo após dizer que “o mundo seria melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo”. O deputado também criticou a ativista ambiental da SuéciaGreta Thunberg, e o ator Leonardo DiCaprio, alegando que ambos apoiaram a candidatura de Lula.

    Assinada pelo vice-procurador-geral Hindemburgo Chateaubriand, a denúncia diz que ocorreu um crime de injúria à honra do presidente. Nesse caso, segundo a legislação brasileira, o Ministério da Justiça precisa protocolar a queixa. O inquérito foi aberto após o relator do caso, Fux, atender à solicitação da Pasta.

    “A suspeita de prática criminosa envolvendo parlamentar federal contra o chefe do Poder Executivo demanda esclarecimentos quanto à eventual tipicidade, materialidade e autoria dos fatos imputados”, escreveu Fux à época.

    De acordo com Himdemburgo, a fala de Nikolas foi além do direito conferido pela imunidade parlamentar e se configurou em uma “clara intenção de macular a honra” de Lula.

    O deputado usou as redes sociais para criticar a denúncia da PGR. Segundo o deputado, a decisão mostra que o trabalho dele como político de oposição “está incomodando”. O parlamentar também afirmou que foi para a ONU como deputado federal em missão especial e, logo, deve ter a imunidade parlamentar preservada.

    “Mais um dia do cimento jogando o pedreiro na parede. Fui denunciado pela PGR por chamar o Lula de ladrão na ONU. Somente a título de esclarecimento: fui convidado como deputado federal com missão oficial autorizada pelo Presidente da Câmara dos Deputados, ou seja, fui representando a Câmara. Se a minha fala não estiver tutelada pela imunidade parlamentar, melhor revogar logo o art. 53 da Constituição. Porém, não esmorecerei, continuarei fazendo meu trabalho que, pelo visto, está incomodando”, afirmou.

    Estadão

  • Pablo Marçal: como lidar com um vigarista digital?

    Pablo Marçal: como lidar com um vigarista digital?

    Não se fala em outra coisa. Em pouco mais de três semanas, Pablo Marçal conseguiu criar caos na disputa eleitoral em São Paulo, crescer 7 pontos percentuais nas pesquisas, brigar com Bolsonaro, tirar Tabata Amaral da posição de boa moça para o ataque, afastar os líderes na disputa dos debates – e agora até os canais de TV começam a pensar se deve mesmo haver novos debates, depois do esvaziado programa da revista Veja.

    Ao mesmo tempo, fez crescer seu nome, ou melhor, seu “reconhecimento de marca”, ampliou o número de pessoas dispostas a espalhar sua mensagem e participar de seu gigantesco esquema de views. Com suas redes suspensas por decisão da Justiça, terá se tornado talvez o candidato mais popular. Desde que foi anunciada a decisão do juiz Antonio Maria Patino Zorz de suspender todas as suas contas até o fim da campanha, Marçal trocou sua foto de perfil por uma imagem dramática, em preto e branco, com uma mordaça sobre a boca, onde está escrito “sistema”. Desde então, ele é o nome mais procurado no Google, superando de lavada Lula e Bolsonaro. Em apenas um dia, a conta reserva que ele criou no Instagram para quando a principal for bloqueada já tem mais de 2,7 milhões de seguidores (a oficial tem 14 milhões).

    De fato. O “sistema” – as instituições que trabalham para salvaguardar as regras eleitorais e a democracia – não sabe o que fazer com Pablo Marçal. E isso só demonstra que não aprendemos nada nos últimos anos.

    Vejamos. Pablo Marçal é um vigarista, daqueles de longa ficha corrida. Foi condenado em 2010 por participar de uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos como a Caixa e o Banco do Brasil, ajudando a gangue a obter emails de clientes, que então recebiam emails acusando-os de inadimplência e tinham seus dados roubados, assim como o dinheiro. Em 2022, liderou uma expedição “motivacional” a uma área montanhosa de São Paulo que teve de ser resgatada pelos bombeiros. Seu sócio nos cursos, Renato Cariani, é investigado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro; uma de suas empresas teria emitido notas fraudulentas para desviar produtos químicos para o refino de cocaína e de crack. E, como deixou claro Tabata Amaral no seu último vídeo de campanha, há indícios preocupantes de proximidade do coach com o PCC. Não seria nenhuma surpresa que todo o esquema montado para essas eleições fosse uma grande máquina de lavar dinheiro.

    Erra quem acha que Marçal está “roubando o bolsonarismo de Bolsonaro”, ou que estamos vivendo mais um repeat da estratégia eleitoral da extrema direita. Pablo Marçal é um passo além na manipulação do debate público para ganho próprio. Ele coroa a era do faroeste digital, que tem seu maior expoente no dono do Twitter, Elon Musk. Marçal não adota a estratégia digital para projetar uma mensagem ou ideia, ele é o produto. Sua campanha é tão oca quanto o sonho de milhões de adolescentes que querem virar influenciadores quando crescerem. Fala-se dele porque se fala dele. 

    E, por ser uma pessoa tão vigarista, ele está unicamente posicionado para abraçar essa nova era do faroeste. Usando o jargão de outro grande vigarista de estimação dos brasileiros, recentemente falecido, Marçal “topa tudo por dinheiro”, e não tem vergonha de assumir.

    Sua base de apoio online é formada por milhares de jovens e adolescentes de classe baixa que estão em busca de dinheiro fácil diante de uma realidade que é cada vez mais brutal, em que o mercado de trabalho está derretendo e virar entregador de moto é a mais provável promessa.

    Funciona assim a fábrica sweatshops de Pablo Marçal. Pra quem não sabe, ele adotou a estratégia de crescimento digital de Andrew Tate, um americano que ganhou fama na “manosfera” masculinista e hoje está preso na Romênia depois de ser investigado por estupro e tráfico de mulheres.

    Funciona assim a estratégia: misturando gamificação com promessa de dinheiro fácil, Marçal alicia jovens e adolescentes para criarem contas “do zero” que funcionam apenas para promover a sua marca (o seu nome). Através de um aplicativo, recebem vídeos do “criador” que depois eles têm que cortar, postar online, sempre marcando os perfis do coach. Com 112 mil membros, o Discord de Marçal funciona como funcionavam os grupos de WhatsApp e Telegram pro bolsonarismo: ali os usuários são orientados a postar diversos vídeos no Instagram, YouTube e TikTok. Os vídeos mais assistidos recebem uma compensação financeira, e o próprio Marçal garante que os “garotos” ganham até mil reais por mês.

    “O que que é fazer corte? É assistir um pedaço de um vídeo, pegar uma mensagem, o corte pode ter 15 segundos, 30, 45; quem tiver mais visualizações eu pago em dinheiro. Então toda semana tem a medição disso. Então tem garotos que tão ganhando R$ 400, R$ 600, mil reais fazendo isso”, explicou.

    Foi com essa estratégia que, investindo cerca de R$ 7 milhões para sua massa de trabalhadores precarizados (muitos menores de idade), Marçal conseguiu o recorde de uma campanha digital no Brasil, arrecadou R$ 100 milhões vendendo cursos em nove semanas. Seus “produtos” são tão vazios como ele mesmo: Marçal vende cursos sobre como ganhar dinheiro, como ser um vencedor, como manter-se focado. É assim a roda: Marçal vende porque Marçal vende. E faz o que vende.

    Para melhor viralizar, ele próprio assumiu que mudou sua postura nas redes. “Tem 4 mil pessoas que estão em um campeonato de corte, e eu pago um dinheiro até relevante para esse pessoal por visualizações. Comecei a pagar as primeiras competições, só que só tinha vídeo bonzinho, cara. Bonitinho, não viraliza. Eu estava aparecendo em tudo, só que com pouco comentário e pouca curtida. As visualizações polêmicas são muito maiores. Tem vídeo com 40 mil comentários, 40 milhões de visualizações. Aí eu chamei meu time e falei: “Cara, é isso aqui que eu tenho que pagar”, explicou em uma entrevista. “Às vezes eu nem queria falar aquele tema, mas eu falo, vou falar só pro corte pegar”, disse em outra ocasião.

    Agora, na eleição, a fórmula se repete, com um exército de mais de 100 mil “garotos” acionados pelo Discord fazendo cortes dos vídeos de Marçal com a hashtag #prefeitomarcal e sonhando em ganhar alguns trocados. Nesse sentido, os seguidores de Marçal são menos ideológicos e fiéis que os bolsonaristas: eles querem, no fundo, apenas participar da abundância financeira que o líder projeta. Marçal capitaliza, assim, um sentimento que é muito cooptado pelas igrejas evangélicas – aliás, coalhadas de vigaristas, como sabemos – e expresso pela teologia da prosperidade.

    A pirâmide de Marçal, entretanto, vale-se de algo que eu cansei de repetir aqui e que é uma tremenda sacada, o fato de que as redes sociais são sócias da desinformação e, neste caso, de vigaristas como ele. Uma de suas “cortadoras”, responsável pelo perfil Billion Marçal, explicou como outros “cooptados” poderiam passar a ganhar dinheiro não só com os concursos de cortes, mas também das próprias plataformas. “São mais de vinte estratégias para você fazer dinheiro com os vídeos do Pablo Marçal, tem como você fazer dinheiro no Youtube, no Tik Tok, que são plataformas que pagam em dólar pela quantidade de visualização, que tem os seus vídeos, e como você vai aprender a viralizar um vídeo fica mais rápido dessas plataformas começarem a te pagar”, escreveu. Terminando com um mantra quase-religioso-mindful-pós-futurista:

    “Pablo Marçal todos os dias nos ensina a prosperar”, #prosperidade, #Riqueza, #Mind, #Pablo Marçal.

    Tudo isso funciona totalmente fora das regras da propaganda eleitoral, claro, e com fortes indícios de abuso de poder econômico nos termos da lei eleitoral, conforme apontou a petição da candidata Tabata Amaral ao TRE. E, por isso mesmo, fez muito bem o juiz Antonio Maria Patino Zorz ao suspender as contas de Marçal, mesmo que isso o torne mais popular ainda: afinal, o papel da Justiça Eleitoral é fazer cumprir a lei.

    Para Marçal, sabemos, é tudo lucro. Com a decisão, sua marca só cresceu, e as menções positivas superaram, agora, as negativas. Ganhe ou perca no voto, Marçal sai ganhando, porque cresce a sua marca, e depois será ainda mais fácil fazer “remarketing” e vender seus cursos sobre como vencer na vida, como bem resumiu o marqueteiro digital Ícaro de Carvalho na sua conta no Instagram: “Ele entendeu que a cada dois anos ele tem dinheiro grátis esperando por ele a cada eleição”.

    A encruzilhada, no final, fica mais para as campanhas de Boulos e Nunes, que acabam ficando reféns do novo fenômeno político, que consegue, com sua estratégia, pautar diariamente o debate público, empobrecê-lo a seu favor. 

    Já para Jair Bolsonaro, não acredito que Marçal consiga romper de vez com o padrinho e “roubar” o bolsonarismo dele: existe, afinal, algo autenticamente brasileiro no bolsonarismo. Na campanha de Marçal não. Nem acredito tanto, inclusive, na sua professada fé cristã. Se estivéssemos em um momento histórico em que fosse popular ser comunista, garanto, ali estaria Pablo Marçal com bonezinho de Che Guevara.

    O marketing oco de Marçal pode até chegar longe em uma eleição – quiçá ganhá-la –, mas não constrói uma carreira política. E, sendo uma figura com um passado tão maculado, não será muito difícil que se encontre um elo frágil para que o assunto vire caso de polícia. Em especial, esse elo pode estar na origem do dinheiro que Marçal já investiu nesta eleição para pagar seu exército de trabalho infantil. O maior problema, na verdade, é que o risco Pablo Marçal já aconteceu: ficou claro que, no nosso sistema político, um aproveitador com conhecimento de marketing digital e nenhum escrúpulo consegue alugar uma sigla política e se tornar um fenômeno de votos do dia para a noite. E que há políticos, partidos e pessoas a fim de se aliarem a ele e ganhar unzinho em cima. Temo que veremos, assim, uma pablomarçalização do nosso jogo eleitoral daqui para a frente.

    Agência Pública