O Irã avisou o Catar e os Estados Unidos de que atacaria uma base americana em território catariano com horas de antecedência, nesta segunda-feira (23). As informações foram confirmadas por autoridades iranianas ao jornal The New York Times e à agência Reuters.
O Irã lançou pelo menos seis mísseis contra a base de Al Udeid, que abriga mais de 10 mil soldados no Catar. A unidade é a maior dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Segundo a mídia estatal iraniana, o país estava lançando a operação “Anunciação da Vitória” como resposta aos ataques dos EUA contra instalações nucleares no fim de semana.
O Irã afirmou ainda que o número de mísseis disparados foi equivalente ao de bombas lançadas pelos EUA contra seu território.
As Forças Armadas iranianas disseram que o ataque foi um sucesso, com alto poder destrutivo.
Por outro lado, o Catar declarou que todos os mísseis foram abatidos. Não há registros de mortos ou feridos.
Aviso prévio: Segundo o New York Times e a Reuters, autoridades iranianas entraram em contato com os EUA e o Catar para informar sobre o ataque horas antes da operação.
O aviso aos americanos foi feito por dois canais diplomáticos distintos.
Três autoridades do Irã afirmaram que o governo catariano recebeu detalhes da operação com antecedência.
Momentos antes do ataque, o Catar fechou seu espaço aéreo, enquanto a embaixada dos EUA no país pediu que cidadãos americanos permanecessem em locais seguros.
Imagens de satélite obtidas pelo New York Times mostram que a base dos EUA no Catar estava praticamente vazia nesta segunda-feira, com apenas uma aeronave em solo — no início do mês, vários aviões estavam estacionados no local.
Na semana passada, o Irã já havia sinalizado que poderia atacar bases dos EUA no Oriente Médio caso os americanos bombardeassem estruturas iranianas.
🤔 Operação ‘ensaiada’? As informações fornecidas por autoridades iranianas à imprensa internacional indicam que a ação desta segunda-feira foi “ensaiada” com os próprios alvos. Veja os motivos a seguir.
O Irã tenta se equilibrar entre duas narrativas: uma voltada ao público interno e outra à comunidade internacional.
Ao atacar uma base americana, o regime iraniano mostra para sua população que está reagindo à ofensiva militar dos EUA e que possui capacidade bélica.
Por outro lado, ao comunicar o ataque com antecedência, deixa claro que a operação teve caráter simbólico.
O Irã já adotou estratégias semelhantes no passado. Em 2020, por exemplo, também avisou o Iraque antes de lançar mísseis contra uma base americana no país.
Em resumo, o Irã lançou uma resposta militar com pouco ou nenhum poder de destruição, o que evita uma escalada no conflito e mantém aberta a possibilidade de uma solução diplomática.
Narrativas: Em meio ao conflito, EUA e Irã trocam ameaças. Tanto o presidente Donald Trump quanto o aiatolá Ali Khamenei fizeram discursos prometendo novas retaliações.
“Não fizemos mal a ninguém e não aceitaremos nenhum tipo de agressão, sob nenhuma circunstância”, escreveu o líder iraniano.
Já Trump disse que a resposta do Irã ao ataque dos EUA foi “muito fraca”. Ele também agradeceu a Teerã por ter avisado sobre a ação com antecedência.
“Talvez o Irã agora possa caminhar rumo à paz e à harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo”, escreveu.
Logo após o ataque iraniano desta segunda-feira, Khamenei publicou um post no X com a imagem de uma bandeira dos EUA em chamas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (23) que o Irã deu uma “resposta muito fraca” ao bombardeio americano contra instalações nucleares iranianas no fim de semana. Por outro lado, ele agradeceu a Teerã por ter avisado da ação com antecedência.
Em uma rede social, Trump afirmou que o Irã disparou 14 mísseis contra uma base americana no Catar. Segundo ele, 13 foram interceptados. O último caiu em uma região que não oferecia riscos, de acordo com o presidente.
“Fico feliz em informar que nenhum americano foi ferido, e quase nenhum dano foi causado”, publicou na Truth Social.
Mais cedo, a imprensa internacional informou que o Irã havia entrado em contato com autoridades dos EUA e do Catar com antecedência para comunicar o ataque.
Trump confirmou a informação e agradeceu a Teerã pelo aviso. Segundo ele, a comunicação permitiu que o bombardeio não deixasse vítimas. Ele indicou esperar que não haja novos atos de hostilidade.
“Talvez o Irã agora possa caminhar rumo à paz e à harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo”, escreveu.
Autoridades do Irã afirmaram sob condição de anonimato que o aviso com antecedência foi feito para evitar baixas de civis, segundo o jornal The New York Times. Ao mesmo tempo, o país pode conduzir uma operação que desse uma resposta militar simbólica aos EUA.
Os iranianos descreveram isso como uma estratégia semelhante à de 2020, quando o Irã avisou o Iraque antes de lançar mísseis balísticos contra uma base americana no país, após o assassinato de seu principal general.
O ataque
O Irã lançou mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação aos bombardeios dos EUA contra instalações nucleares iranianas. A base abriga mais de 10 mil soldados e é a maior do país no Oriente Médio.
As Forças Armadas do Irã batizaram a operação de “Anunciação da Vitória” e afirmaram estar conduzindo uma ação militar com alto poder de destruição. Por outro lado, as autoridades do Catar afirmaram que o bombardeio não deixou vítimas.
Explosões foram ouvidas em Doha, e outros países da região fecharam o espaço aéreo. Bases dos EUA no Iraque, Bahrein, Kuwait e Síria estão em alerta.
Teerã prometeu novas retaliações, mas sinalizou disposição para negociar.
Infográfico mostra ataque do Irã à base dos EUA no Catar — Foto: Arte/g1
Leia os posts de Trump na íntegra
“O Irã respondeu oficialmente à nossa aniquilação das instalações nucleares deles com uma resposta muito fraca, como esperávamos, e que contra-atacamos de forma muito eficaz. Foram disparados 14 mísseis — 13 foram abatidos, e 1 foi “liberado”, pois estava seguindo em uma direção não ameaçadora. Fico feliz em informar que nenhum americano foi ferido, e quase nenhum dano foi causado. Mais importante ainda, eles colocaram tudo isso para fora do “sistema”, e esperançosamente não haverá mais ÓDIO. Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém se ferisse. Talvez o Irã agora possa caminhar rumo à paz e à harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo. Obrigado pela atenção a este assunto!”
“Gostaria de agradecer ao Altamente Respeitado Emir do Catar por tudo o que tem feito em busca da paz na região. Sobre o ataque de hoje à base americana no Catar, tenho o prazer de informar que, além de nenhum americano ter sido morto ou ferido, também não houve, muito importante, nenhum catariano morto ou ferido.”
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) rebateu publicamente o posicionamento do Ministério Público de Goiás (MPGO) sobre o novo modelo de contratação de obras adotado pelo Estado, que dispensa licitação com base na Lei Federal nº 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC). O MP tem se manifestado contra a iniciativa, que visa parcerias com entidades do terceiro setor para ampliar a eficiência na execução de projetos de infraestrutura.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) contestou a recomendação feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da promotora Leila Maria de Oliveira, para que o Estado não formalize parceria com o Instituto para o Fortalecimento do Agronegócio de Goiás (IFAG).
Segundo o procurador-geral do Estado, Rafael Arruda, a recomendação não tem caráter vinculante e as alegações do MP não se sustentam juridicamente. “Recebemos a recomendação, estudamos, e dissemos ao governador e às autoridades que as alegações do Ministério Público não se sustentam. Há juridicidade no modelo construído. Recomendação não é ordem. Quem orienta a administração é a PGE”, afirmou Arruda.
Caiado afirmou manter um histórico de respeito à atuação do Ministério Público, mas criticou diretamente a promotora Leila Maria de Oliveira, a quem acusa de extrapolar suas prerrogativas institucionais e agir com motivações políticas.
“Em quase 40 anos de vida pública, tenho um histórico de respeito e defesa do Ministério Público. Combati duramente a PEC 37/2011, que visava restringir os poderes de investigação do MP. Na época, fui condecorado pela Associação Nacional de Membros do Ministério Público”, afirmou o governador.
Segundo Caiado, a atuação da promotora diverge da postura institucional do MPGO. “É necessário distinguir a atuação da instituição de iniciativas individuais que destoam de sua missão. O Governo de Goiás não está contra o Ministério Público, mas questionamos abertamente a conduta isolada da promotora Leila Maria de Oliveira, que tem se colocado contra o estado com um comportamento que revela motivação política”, disse.
O governador reagiu às críticas do MP sobre as contratações realizadas por meio do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), que utilizam o MROSC como base legal. Ele considerou “inadmissível” que o uso dessa lei seja associado a improbidade administrativa.
“É inadmissível que o Estado seja ameaçado com acusações por utilizar um instrumento legal reconhecido nacionalmente, que permite parcerias ágeis e eficientes com organizações da sociedade civil”, pontuou.
Caiado ainda afirmou que a promotora estaria tentando intimidar o governo. “Ao invés de discutir o mérito da legislação, ela busca intimidar a gestão pública, fazendo pré-julgamento e presumindo antecipadamente como crime um contrato sobre o qual mal tem conhecimento”, declarou. “A promotora se recusou mais de uma vez a atender nosso procurador-geral do Estado para debater o tema.”
Na avaliação do governador, a resistência ao novo modelo ignora a necessidade de superar os entraves da antiga Lei 8.666, historicamente criticada por sua morosidade e por ser vulnerável a corrupção. “Com transparência e honestidade, o que estamos propondo é avançar, inovar e atuar dentro da legalidade para garantir resultados concretos à população”, ressaltou.
Ao final, Caiado reiterou seu compromisso com a legalidade e com a população goiana. “Tenho quase 40 anos de vida pública, sem uma mácula em minha trajetória, sem nunca ter me envolvido em corrupção ou bandalheira. E seguirei firme, com responsabilidade e compromisso com o interesse público”, concluiu.
Nota Oficial — Governador Ronaldo Caiado
A respeito do posicionamento do procurador-geral de Justiça, Cyro Terra, sobre a atuação da promotora Leila Maria de Oliveira, venho esclarecer o seguinte:
Em quase 40 anos de vida pública, sempre mantive uma postura de respeito e defesa do Ministério Público. Combati com firmeza a PEC 37/2011, que pretendia restringir os poderes de investigação do MP — iniciativa que, se aprovada, teria contribuído para o avanço da corrupção e da impunidade no Brasil. Minha atuação nesse tema foi reconhecida pela Associação Nacional de Membros do Ministério Público, que me concedeu uma condecoração naquele ano.
Também me posicionei contra projetos que ameaçavam a atuação do Ministério Público, como o PL 644/2015, e apoiei publicamente as 10 Medidas de Combate à Corrupção propostas pelo MPF em 2016.
Em Goiás, sempre mantive uma relação de respeito, independência e harmonia com o Ministério Público Estadual. Participei de todos os eventos promovidos pela instituição, respeitei sua autonomia e, diferentemente de gestões anteriores, jamais utilizei os mecanismos do Executivo para pressionar ou chantagear o MP por meio do duodécimo ou de qualquer outro instrumento inadequado.
No entanto, é preciso diferenciar a atuação institucional do Ministério Público de atitudes individuais que destoam da missão constitucional da instituição. Nesse sentido, questiono a conduta isolada da promotora Leila Maria de Oliveira, que tem reiteradamente adotado posturas que, em nosso entendimento, extrapolam suas prerrogativas e revelam motivações de cunho político.
O Governo de Goiás não é, em hipótese alguma, contrário ao Ministério Público. O que está em debate é a forma como a promotora Leila tem se posicionado contra iniciativas legítimas do Estado, como o uso da Lei Federal nº 13.019/2014 — conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil — para viabilizar, de forma legal, eficiente e transparente, obras de infraestrutura com o Fundeinfra.
A promotora tem feito pré-julgamentos infundados, acusando de forma antecipada suposta improbidade administrativa em contratos sobre os quais não há sequer conhecimento aprofundado. Ela se recusou, inclusive, a dialogar com o procurador-geral do Estado, que por mais de uma vez tentou estabelecer conversas institucionais sobre o tema.
O que se observa é uma tentativa de intimidação da gestão pública e um esforço para paralisar ações e obras que beneficiam diretamente a população. Trata-se de um ataque à modernização da administração, que busca justamente superar as limitações e os problemas históricos da ultrapassada Lei 8.666 — legislação associada a diversos escândalos de corrupção no Brasil, inclusive em gestões passadas aqui em Goiás.
Nosso governo atua com total transparência e dentro da legalidade. Estamos comprometidos com a entrega de resultados concretos à população. O diálogo sempre estará aberto. O que não podemos aceitar são atitudes que visam à intimidação e que destoam das funções institucionais de um membro do Ministério Público.
Minha trajetória de quase quatro décadas na vida pública é limpa, sem máculas, sem envolvimento em corrupção ou desvios. Seguirei firme, com responsabilidade e compromisso com o interesse público, promovendo o desenvolvimento de Goiás e entregando benefícios reais à população.
MP defende atuação institucional
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) divulgou nota em resposta às declarações do procurador-geral do Estado, Rafael Arruda, que questionou a atuação da instituição. No comunicado, o procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, reafirma a legitimidade e a autonomia do MP, previsto pela Constituição para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
A nota destaca que recomendações expedidas por promotores e procuradores têm caráter preventivo, não coercitivo, e são fundamentadas em critérios técnicos e jurídicos. Segundo o MP-GO, eventuais divergências entre instituições são naturais no Estado Democrático de Direito, mas devem ocorrer com respeito e dentro dos canais adequados, sem comprometer o diálogo institucional.
Por fim, o MP-GO reforça seu compromisso com a legalidade, o interesse público e a defesa dos direitos da sociedade goiana, assegurando que continuará atuando com independência e firmeza.
Retrucando
Sexta nota a respeito das críticas de Ronaldo Caiado à promotora Leila Maria. Agora a Associação Nacional de Membros do MP sai em defesa da promotora e da instituição. A nota ontem do governador sobre o caso repercutiu nacionalmente.
O 1º Juizado Especial Cível de Itumbiara (GO) declarou a inexigibilidade de descontos realizados de forma indevida em benefício previdenciário em favor da Associação “Círculo Nacional de Assistência dos Aposentados e Pensionistas (Cinaap)”, condenando a entidade à restituição em dobro dos valores descontados e ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 3 mil.
A decisão foi proferida no âmbito de ação ajuizada pelo advogado Diego Rezende Machado, que demonstrou a inexistência de vínculo jurídico entre a parte autora e o Cinaap, bem como a ausência de autorização expressa para os débitos mensais realizados sob a rubrica “Contrib. Cinaap”.
Segundo os autos, entre maio de 2023 e abril de 2025, foram debitados mensalmente R$ 45,00 diretamente do benefício previdenciário da parte autora, totalizando R$ 1.080,00. O juiz Márcio Antônio Neves determinou a devolução em dobro do montante, com correção monetária pelo IPCA desde o desembolso e juros de mora pela taxa Selic.
A entidade alegou que a adesão teria ocorrido por meio de ligação telefônica gravada. No entanto, a gravação anexada aos autos não evidenciou consentimento claro. O juízo observou que a atendente falava de forma acelerada e não apresentava informações precisas sobre os valores cobrados nem sobre os serviços oferecidos, o que inviabiliza a caracterização de autorização válida.
O magistrado também afastou o argumento de ausência de interesse processual, ressaltando que os pedidos de restituição de valores e de indenização por danos morais não foram apreciados na esfera administrativa, motivo pelo qual a análise judicial se impunha.
A sentença reconheceu a responsabilidade objetiva da associação, nos termos do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, por falha na prestação do serviço. “A conduta da parte promovida causou prejuízos que ultrapassam o mero dissabor, uma vez que o benefício previdenciário possui natureza alimentar”, destacou o juiz.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) está com matrículas abertas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 16 escolas municipais de diferentes regiões de Goiânia e que podem ser realizadas a qualquer momento do ano letivo. Para se matricular na EJA, o estudante deve possuir pelo menos 15 anos de idade completos. Na rede municipal, a modalidade atende desde a alfabetização de jovens e adultos, até a finalização dos anos iniciais do ensino fundamental. Ao todo, são três anos para a conclusão dos estudos.
Mesmo que o candidato não possua documentação escolar, poderá realizar a matrícula, desde que apresente o documento pessoal e comprovante de endereço. Nesse caso, a escola fará uma avaliação e o nivelamento em uma turma de acordo com os seus conhecimentos. As unidades escolares da Rede Municipal de Educação que possuem a EJA contam com professores qualificados, jantar todas as noites, material escolar e uniforme gratuitos.
Permanência na EJA
Com o objetivo de diminuir a evasão escolar, a SME realiza uma busca ativa escolar, que consiste em estratégias da administração educacional, por meio do estreitamento de laços com a comunidade escolar, visitas, rodas de conversa, mapeamento do público-alvo e demais atividades que envolvem servidores da educação, professores e estudantes.
A secretária municipal da educação, Giselle Faria, reforça que a Gerência de Educação de Jovens e Adultos (Gereja) tem desenvolvido várias ações, para garantir a entrada e permanência dos estudantes na EJA. “Os professores estão preparados para receber os jovens e adultos que desejam ingressar na EJA. A educação é muito importante para exercermos, plenamente, a cidadania. Convidamos a dar o primeiro passo, que é procurar uma instituição e se matricularem”, frisa a secretária.
Confira as escolas que estão com vagas abertas para a EJA:
E.M. GERALDA DE AQUINO – Rua Antônio Lisboa, 2-68 – Cidade Jardim
E.M. JARDIM NOVA ESPERANÇA – Rua Jardim, Quadra 50, Lt. 15 – Jardim Nova Esperança
EM MARIA DA TERRA – Rua BF 1A – Bairro Floresta
E.M. BRICE FRANCISCO CORDEIRO – Rua R-34, 191 – Vila Itatiaia
E.M. PROF. LEONÍSIA NAVES DE ALMEIDA – Avenida Mangalo, 1 Qd 1 Lt 1 – Setor Morada Do Sol
E.M. MARCOS ANTÔNIO DIAS BATISTA – Rua 15 de Novembro, s/n – Setor Estrela Dalva
E.M. BOM JESUS – Praça Washington Luiz, 339 Qd 171 Lt 9a13 – Jardim Novo Mundo
PROFESSORA D´ALKA LELES – Rua OM-21 Qd. APM-7- Residencial Orlando de Morais
E.M. MADRE FRANCISCA – Avenida Central Rua L-8 10, Qd X – Vila Pedroso
E.M. PROF. MARÍLIA CARNEIRO AZEVEDO DIAS – Rua GB 34, 150 Qd 58 – Jardim Guanabara 2
E.M. DOM TOMÁS BALDUÍNO – Rua da Liberdade, 171-229 – Res. Jardins do Cerrado 1
E.M. LAURINDO SOBREIRA DO AMARAL – Rua Valdir Azevedo – Conjunto Vera Cruz
E.M. RESIDENCIAL ITAIPU – Rua RI 24, SN QD. 44 LT – Residencial Itaipu
E.M. JESUÍNA DE ABREU – Rua Igarité, 15 – Parque Amazônia
E.M. JOSÉ ALVES VILA NOVA – R. 1031, unidade 103 – Parque Atheneu
E.M. PROF. MOACIR MONCLAR BRANDÃO – Rua Travessa da Prata, Qd 144 Lt 26 – Parque Oeste Industrial
Jornal Opção
O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindcoletivo) deflagrou uma greve para esta próxima sexta-feira, 27, seguindo negociações frustradas entre a classe e a Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC) e a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC). A decisão foi proferida durante uma assembleia do sindicato neste último domingo, 22
Para o Jornal Opção, o Subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte, Miguel Ângelo, afirma que acompanha as negociações e lamenta a possibilidade de uma paralisação. “Estamos acompanhando as negociações mas ainda não recebemos a comunicação oficial do sindicato quanto a deflagração da greve. Lamentamos a possibilidade de haver paralisação mas acreditamos que as partes possam buscar um acordo antes do dia 27.”
Em comunicado, a associação pede um reajuste de 20% do salário dos trabalhadores mais uma correção de 25% do vale-alimentação, enquanto isso, a associação informa que foi oferecido à classe um reajuste de apenas 5,7%. “Não podemos aceitar que a gente receba um reajuste menor que o salário mínimo”, afirmou um representante da associação durante a deflagração da greve.
Além disso, a empresa teria se ausentado de comparecer em uma reunião entre as partes mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, o que teria agravado a situação. Vale lembrar que dia 27 começa oficialmente o período de peregrinação da Romaria do Pai Eterno de Trindade, época que aumenta o fluxo de turistas religiosos em torno da Região Metropolitana de Goiânia.
A equipe de reportagem procurou ouvir as empresas quanto à possibilidade da paralisação, mas informam que não irão se posicionar quanto a greve.
Jornal Opção
Nos dias 24 e 25 de junho, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) participará da edição do Goiás Social em Goianésia. A ação oferecerá assistência jurídica integral e gratuita à população local. Os atendimentos acontecerão das 8 às 17 horas, no dia 24, e das 8 às 12 horas, no dia 25, na Lagoa Princesa do Vale, no Setor São Cristóvão.
A participação da DPE-GO ocorre por meio do Defensoria Itinerante, projeto dedicado a garantir o acesso à justiça em todo o estado de Goiás, principalmente em municípios onde ainda não há uma unidade fixa da Instituição. Os atendimentos também integram o projeto Educação em Direitos Humanos, promovido pela Defensoria Pública e pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Serão oferecidos serviços para:
Atendimento e orientação jurídica em geral;
Divórcio sem acordo, sem filhos menores e sem bens;
Acordo de divórcio ou fim de união estável;
Reconhecimento de união estável com conversão em casamento;
Acordo para regularização de guarda;
Acordo para regularização de pensão alimentícia;
Reconhecimento de paternidade/maternidade (biológica e socioafetiva);
Investigação de paternidade/maternidade (com ou sem DNA);
Correção de informações em certidões (nascimento, casamento ou óbito);
Alteração de prenome e gênero de pessoas transgênero;
Pedido de medida protetiva ou ampliação de medida protetiva;
Inclusão no Programa Goiás por Elas;
Pedido de 2ª via de certidão de nascimento, casamento ou óbito;
Pedido de gratuidade de taxa para emissão de RG.
Para o atendimento, é necessário que a pessoa interessada tenha em mãos:
Identidade e CPF ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
Comprovante de endereço atualizado (últimos dois meses);
Certidões de nascimento e/ou casamento;
Comprovante de renda (último contracheque/carteira de trabalho).
Na falta de comprovante de renda, também podem provar a necessidade econômica:
Comprovante de recebimento dos valores recebidos por serviços prestados como autônomo;
Extrato de benefício INSS;
Extrato de conta bancária dos últimos três meses;
Três últimas contas de energia ou de água;
Cartão benefício do governo (Bolsa Família/Renda Cidadã);
Extrato FGTS e PIS;
Extrato de negativação em órgão de proteção ao crédito (SPC/Serasa);
Consulta à restituição do Imposto de Renda (caso declare Imposto de Renda, apresentar a declaração completa dos dois últimos exercícios).
Serviço:
Goiás Social Goianésia
Data: 24 e 25 de junho.
Horário: 8 às 17 horas (24/06) e 8 às 12 horas (25/06).
Local: Lagoa Princesa do Vale, situada na Rua 39 Leste com a Rua 36 Leste, no Setor São Cristóvão (ao lado da Creche Dona Verônica), em Goianésia (GO).
Os times brasileiros vêm fazendo bonito no Mundial de Clubes da Fifa. Com o a vitória do Fluminense por 4 a 2 diante do Urawa Reds, neste sábado (21), as equipes do Brasil encerram a segunda rodada da competição como líderes de seus grupos.
No Grupo A, o Palmeirasempatou em sua estreia contra o Porto e derrotou o Al Ahly na segunda rodada, chegando aos quatro pontos. O mesmo aconteceu com o Fluminense, que ficou na igualdade com o Borussia na primeira rodada e superou os sul-coreanos.
Por sua vez, Flamengoe Botafogosão os dois brasileiros que venceram seus dois compromissos, estando 100% no Mundial. O Glorioso bateu o Seattle Sounders-EUA na estreia e conquistou uma grande vitória sobre o PSG, nessa quinta-feira (19).
Já o Rubro-Negro derrotou o Espérance em seu primeiro compromisso. Na sequência, conseguiu uma grande virada diante do Chelsea, nessa sexta (18).
Grupos dos brasileiros no Mundial
Grupo A
Palmeiras – 4 pontos
Inter Miami – 4 pontos
Porto – 1 ponto
Al Ahly – 1 ponto
Grupo B
Botafogo – 6 pontos
PSG – 3 pontos
Atlético de Madrid – 3 pontos
Seattle Sounders – 0 pontos
Grupo D
Flamengo – 6 pontos
Chelsea – 3 pontos
Espérance – 3 pontos
Los Angeles FC – 0 pontos
Grupo F
Fluminense – 4 pontos
Borussia Dortmund – 4 pontos
Mamelodi Sundows – 3 pontos
Ulsan – 0 pontos
Cenário
Com seis pontos, Flamengo e Botafogo estão muito próximos de garantir a classificação para as oitavas de final. Para ambos, basta um empate na última rodada para que avancem na competição. O Glorioso enfrenta o Atlético de Madrid, na segunda-feira (23). O Rubro-Negro encara o Los Angeles FC, na terça (24).
Já Palmeiras e Fluminense ainda não confirmaram a vaga nas oitavas de final. Portanto, dependem apenas de suas forças para seguir no torneio.
O Verdão enfrenta o Inter Miami na segunda-feira, enquanto o Tricolor joga contra o Mamelodi Sundows, na quarta-feira (25). Uma vitória simples classifica os dois times.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos (EUA), Pete Hegseth, e o chefe das Forças do Estado-Maior, Dan Caine, realizaram uma coletiva de imprensa no Pentágono neste domingo (22), explicando a operação “Martelo da Meia-Noite” de ataque ao Irã, realizada durante a madrugada.
Caine declarou que um total de 14 granadas de artilharia pesada foram lançadas sobre alvos iranianos por volta das 2h10, horário local no Irã, com os mísseis sendo os últimos a atingir as instalações nucleares.
Segundo o chefe, a operação “Martelo da Meia-Noite”, envolveu mais de 125 aeronaves e uma operação de dissimulação que incluiu o desdobramento de bombardeiros sobre o Pacífico como “isca”.
A ação sem precedentes envolveu sete bombardeiros B2 furtivos (aeronave militar projetada para atacar alvos terrestres).
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e o chefe das Forças do Estado-Maior, Dan Caine, realizaram uma coletiva de imprensa no Pentágono neste domingo (22), explicando a operação “Martelo da Meia-Noite” de ataque ao Irã, realizada durante a madrugada.
Caine declarou que um total de 14 granadas de artilharia pesada foram lançadas sobre alvos iranianos por volta das 2h10, horário local no Irã, com os mísseis sendo os últimos a atingir as instalações nucleares.
Segundo o chefe, a operação “Martelo da Meia-Noite”, envolveu mais de 125 aeronaves e uma operação de dissimulação que incluiu o desdobramento de bombardeiros sobre o Pacífico como “isca”.
A ação sem precedentes envolveu sete bombardeiros B2 furtivos (aeronave militar projetada para atacar alvos terrestres).
Os bombardeiros lançaram mais de uma dúzia de bombas Massive Ordnance Penetrator de 13.660 kg sobre duas instalações nucleares iranianas, Fordow e Natanz, informou Caine.
Mísseis Tomahawk foram lançados contra Isfahan.
No total, mais de 125 aeronaves estiveram envolvidas, incluindo B2s, aviões-tanque de reabastecimento, aviões de reconhecimento e caças.
Os bombardeiros atingiram Fordow, Natanz e Isfahan a partir das 03h10 (horário local) e estavam fora do espaço aéreo iraniano às 03h30 (horário local), explicou Caine.
Partindo de uma base no Missouri, a missão foi a mais longa com B-2, relatou.
Dezenas de mísseis Tomahawk também foram lançados contra alvos no Irã como parte da operação.
4 de 5 O Secretário de Estado Marco Rubio e o Secretário de Defesa Pete Hegseth, na frente, na Sala de Situação, no sábado, 21 de junho de 2025. • Reuters
“Da meia-noite de sexta-feira até a manhã de sábado (21), um grande pacote de ataque B-2 composto por bombardeiros foi lançado do território continental dos Estados Unidos”, continuou.
“Como parte de um plano para manter a surpresa tática, parte do pacote seguiu para o oeste e para o Pacífico como isca — um esforço de dissimulação conhecido apenas por um número extremamente pequeno de planejadores e líderes importantes aqui em Washington e em Tampa.”
“O pacote de ataque principal, composto por sete bombardeiros B-2 Spirit, cada um com dois tripulantes, seguiu silenciosamente para o leste com comunicações mínimas”, disse Caine.
CNN
Irã afirma que “EUA cruzaram linha vermelha” e cobra investigação após ataques sofridos
Há mais de 30 anos, o Irã é acusado por Israel de buscar desenvolver armas nucleares e que isso representaria um “perigo existencial” para o Estado judeu. Essa suposta ameaça justificou a nova guerra de Israel com consequências imprevisíveis.
Mas, afinal, qual a história do programa nuclear do Irã e por que as potências ocidentais questionam o projeto iraniano enquanto não cobram o mesmo de Israel, único país do Oriente Médio que não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP)?
Para analistas em geopolítica consultados pela Agência Brasil, a guerra busca enfraquecer militar e economicamente o Irã para impor a hegemonia de Israel em todo Oriente Médio. Os especialistas ainda sugerem que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pode estar sendo manipulada ao anunciar que o Irã não estava cumprindo com suas obrigações com o TNP.
Ao contrário de Israel, o Irã sempre submeteu seu programa nuclear às inspeções internacionais. Em 2012, com articulação da diplomacia do Brasil, o Irã aceitou a proposta do governo dos Estados Unidos (EUA) para controlar o enriquecimento de urânio. Porém, o então presidente Barack Obama recuou da própria proposta, mantendo as sanções contra o governo de Teerã.
Após o fracasso dessas negociações, o professor de história da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Alberto Moniz Bandeira, em seu livro A Segunda Guerra Fria, avaliou, ainda em 2013, que o conflito em torno do programa nuclear do Irã “como ameaça existencial [a Israel], nunca passou de engodo para encobrir as contradições de poder e de predomínio na região”.
Cientista político Ali Ramos, autor de estudos sobre Ásia e o mundo islâmico – Foto: Ali Ramos/Arquivo Pessoal
Ao concordar com Bandeira, o cientista político Ali Ramos, autor de estudos sobre Ásia e o mundo islâmico, afirmou à Agência Brasil que Israel e as potências ocidentais buscam, com a atual guerra, impor a hegemonia política, militar e econômica de Tel Aviv em todo o Oriente Médio.
“Israel não aceita que nenhum dos seus vizinhos tenha indústria ou poderio econômico para se tornar uma potência hegemônica na região. Para ter hegemonia, Israel não depende só que o país não tenha armamento nuclear, depende também que o país esteja sempre empobrecido” avalia Ramos.
Já o professor de relações internacionais Robson Valdez, do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), destacou que a atual guerra está dentro do contexto do conflito na Faixa de Gaza e que a AIEA pode estar sendo manipulada para justificar a agressão ao Irã.
“Essa mudança na abordagem da AIEA tem que ser avaliada também dentro desse contexto de provável instrumentalização da agência para legitimar a entrada dos EUA no conflito geral do Oriente Médio. A meu ver, [o primeiro-ministro de Israel, Benjamin] Netanyahu busca obter, de forma definitiva, a superioridade militar em toda região”, disse Valdez.
Professor de história da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Alberto Moniz Bandeira – Foto: UFBA/Divulgação
A origem
O consagrado historiador brasileiro Moniz Bandeira escreveu que o programa nuclear do Irã começou na década de 1960, com apoio da Alemanha e dos EUA, durante o governo de 25 anos do xá Reza Pahlavi.
Apoiado pelo Ocidente, o regime ditatorial de Pahlavi assumiu o poder após a CIA e outras agências de potências ocidentais promoverem o golpe de Estado de 1953, derrubando o governo nacionalista de Mohammed Mossadegh, que havia nacionalizado os ricos poços de petróleo iranianos, o que contrariou o interesse das petroleiras ocidentais.
Em 1979, o xá foi derrubado pela Revolução Iraniana que “acabou com a subordinação do Irã às potências ocidentais”, segundo Moniz Bandeira. Porém, o aiatolá Khomeini, como líder supremo do país, disse que as bombas atômicas eram contrárias ao espírito do Islã e emitiu um fatwâ (espécie de resolução da autoridade religiosa do Islã) proibindo seu desenvolvimento.
Só em 1989, após a morte de Khomeini, é que o novo aiatolá Ali Khamenei retomou o programa nuclear do país, sempre negando que o Irã pretendesse construir armas nucleares. Desde então, o país busca um acordo com a AIEA. Em 2005, novo fatwâ proibiu a produção, o armazenamento e o uso de armas nucleares.
Aiatolá Ali Khamenei – Foto: Reuters/Office of the Iranian Supreme Leader/Proibida reprodução
O analista geopolítico Ali Ramos avalia que o programa nuclear do Irã sempre foi uma necessidade energética. “O Irã tem um problema histórico, desde a época do xá, para criação de energia, para desenvolver sua indústria. O Irã tem algumas usinas nucleares por isso”, disse.
O historiador Moniz Bandeira, por sua vez, destacou que o programa nuclear do Irã é equivalente ao projeto de nacionalização da indústria de petróleo realizada por Mossadegh antes do golpe de 1953. “É uma afirmação do orgulho Pérsia contra a tutelagem do Ocidente”, escreveu o especialista.
Brasil e Turquia
Em 2012, as diplomacias brasileira e turca articularam, a pedido dos Estados Unidos, acordo com o governo iraniano. O governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad aceitou a proposta da AIEA e do governo Obama de transferir 1,2 mil quilos de urânio pouco enriquecido (LED, sigla em inglês) para a Turquia, recebendo combustível para suas usinas nucleares da Rússia.
As negociações foram conduzidas pelo então ministro das Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Celso Amorim, atual assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Presidente Lula é recebido pelo então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em visita oficial ao país em 2010 – Foto: Ricardo Stuckert/PR
“A declaração de Teerã atendeu, precisamente, todos os quesitos do presidente Obama. Ao ver que as gestões diplomáticas do Brasil e da Turquia alcançaram êxito, o presidente Obama traiu. Recuou”, explicou Moniz Bandeira.
O historiador brasileiro concluiu que, na verdade, o objetivo de Obama não era chegar a um acordo, mas sim de derrubar o regime xiita dos aiatolás “mediante novas sanções, que pudessem entravar o desenvolvimento econômico do Irã”.
O professor Robson Valdez disse que o presidente dos EUA não aceitou o acordo articulado pelo fato de o Brasil e a Turquia serem países médios, “não tendo relevância e capital político internacional para liderar um acordo dessa envergadura”.
O historiador Moniz Bandeira citou ainda o argumento do aiatolá Ali Khamenei e do presidente Ahmadinejad para não desenvolver bomba atômica. “A posse de armas nucleares somente daria ao Irã uma pequena vantagem regional de curto prazo que se transformaria em uma vulnerabilidade em longo prazo, ao desencadear no Oriente Médio uma corrida armamentista, com participação do Egito, Turquia e Arábia Saudita”, escreveu.
Ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama – Foto: Casa Branca/Divulgação
Acordo de 2015
Três anos depois, em 2015, Obama costurou um acordo com o Irã: o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, sigla em inglês), para limitar as atividades nucleares de Teerã em troca do alívio das sanções.
O plano contou com a participação de todos os cinco países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas: China, Rússia, França, Reino Unido, além da Alemanha, e teria representando um descongelamento de ativos de Teerã na casa dos US$ 100 bilhões.
O Irã havia se comprometido a alterar sua matriz de produção nuclear para inviabilizar a produção de plutônio, que pode ser usado na fabricação de bombas nucleares, assim como o urânio. Após a celebração do acordo, a AIEA afirmou, em janeiro de 2016, que o Irã estava cumprindo sua parte no acordo.
Professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Robson Valdez – Foto: Robson Valdez/Arquivo Pessoal Segundo o professor Robson Valdez, esse acordo era semelhante ao costurado pelo Brasil e foi sistematicamente boicotado por Israel.
“Foi um processo intenso de lobby israelense, principalmente, dentro dos EUA e na Europa. A ideia era influenciar a opinião pública e foi bem-sucedido. Uma das promessas de campanha do primeiro governo Trump era justamente sair do acordo, campanha que contou com financiamento do lobby israelense”, disse Valdez.
Governo Trump
Em 2018, de forma unilateral e sem consultar os parceiros europeus, os EUA se retiraram do acordo e reintroduziram sanções contra o Irã, aumentando as tensões no Oriente Médio. Os europeus ainda tentaram salvar o Plano de 2015, sem sucesso.
Ao anunciar a decisão, Trump chamou o acordo de desastroso e disse que o “pacto celebrado jamais deveria ter sido firmado”, por não prover garantias de que o Irã tenha abandonado mísseis balísticos.
O cientista político Ali Ramos avalia que Trump rompeu com o acordo não por problemas no cumprimento dos compromissos firmados pelo Irã, mas para atender aos atores mais conservadores que apoiavam seu governo, que enfrentava problemas internos.
“Foi uma tentativa de conseguir popularidade em casa, tentando mostrar força. Com a irresponsabilidade de Trump, ele criou um dos problemas mais complexos da geopolítica do século 21. Tudo isso só para conseguir apoio interno”, comentou.
AIEA
O governo do presidente Joe Biden manteve a situação como estava, sem fechar novo acordo com o Irã. No atual mandato de Trump, Teerã voltou a negociar com Washington em Omã. As negociações avançavam para sexta rodada quando Israel atacou o país, levando o Irã a suspender as negociações e a acusar os EUA de cumplicidade com Netanyahu.
O especialista Ali Ramos disse que as negociações estavam em torno do debate sobre o Irã poder enriquecer urânio até 20% para ter capacidade “de produzir isótopos para tratamento de câncer, para tratamento de leucemia, essas questões”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em fevereiro de 2025 – Foto: Reuters/Leah Millis/Proibida reprodução
Um dia antes do ataque, a AIEA aprovou dura resolução afirmando que o Irã não estava cumprindo com suas obrigações do TNP. Segundo o documento, “a Agência não está em condições de garantir que o programa nuclear do Irã é exclusivamente pacífico”. O Irã reagiu dizendo que a decisão estava “politicamente motivada” e acusou as potências ocidentais de articularem a resolução.
O analista em geopolítica Ali Ramos disse que todas as inspeções estavam sendo feitas regularmente e que houve, a partir de 2024, uma mudança na postura da agência.
“A AIEA tem no seu site que os inspetores estavam lá. Todas as inspeções estavam sendo feitas regularmente. E aí depois houve uma grande virada de chave, quando o Netanyahu começou a sinalizar que queria atacar o Irã, aí a agência mudou o discurso”, observou.
Ali Ramos acrescentou que esse tipo de manobra não é nova no cenário internacional e citou a guerra da Coreia, que foi travada com tropas da ONU “sem base legal nenhuma”.
“Basicamente, são os organismos multilaterais sendo usados como braços de Israel e dos EUA. É preciso lembrar que estamos em um momento de destruição total do direito internacional. Não vai sobrar mais direito internacional depois dessa guerra”, finalizou.