Categoria: Brasil

  • 47% acham que o Brasil vive uma “ditadura do Judiciário”, diz AtlasIntel

    47% acham que o Brasil vive uma “ditadura do Judiciário”, diz AtlasIntel

    Outros 17% dizem que não há ditadura, mas que “muitos juízes comentem abusos e ultrapassam suas atribuições”.

    Pesquisa realizada pela AtlasIntel e divulgada nesta 6ª feira (9.fev.2024) mostra que 47,3% dos entrevistados acreditam que o Brasil “vive sob uma ditadura” do Judiciário. Outros 20,9% discordam e acham que esse poder cumpre seu papel corretamente. O levantamento também apurou que 16,7% dos brasileiros dizem que não existir uma “ditadura”, mas acham que muitos juízes “cometem abusos e ultrapassam suas atribuições”. Outros 15,2% não souberam responder. Leia a íntegra do estudo (PDF – 6 mB).

    A pergunta feita foi a seguinte: “Na sua opinião, o Brasil vive hoje sob uma ditadura do Judiciário?”. O levantamento ouviu 1.615 entrevistados, pela internet, de 8 a 9 de fevereiro de 2024. No dia 8, Bolsonaro foi alvo de operação da PF (Polícia Federal) que apura uma suposta tentativa de golpe por parte de integrantes de seu governo (2019-2022).

    As entrevistas foram realizadas de maneira digital e aleatória com respondentes de 16 anos ou mais das 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 p.p. (pontos percentuais) para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.

    Poder360

  • Defesa de Jair Bolsonaro diz que vídeo retrata reunião “rotineira”

    Defesa de Jair Bolsonaro diz que vídeo retrata reunião “rotineira”

    A reunião registrada em vídeo divulgado nesta sexta foi citada em decisão que autorizou megaoperação da PF

    A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o vídeo da reunião do ex-presidente com ministros e assessores, que foi divulgado nesta sexta-feira (9/2), retrata uma reunião ministerial rotineira.

    “O encontro trata, fundamentalmente, da cobrança para com o time de ministros dele para que atuem de maneira organizada”, defendeu.

    O documento descreve que, na ocasião, todos os presentes puderam manifestar publicamente sua opinião a respeito da conjuntura daquele momento de 22 de julho de 2022.

    O vídeo, que serviu como base para a operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8/2), Bolsonaro pressiona o entorno dele a agir antes das eleições de 2022 para se manter no poder.

    Na quinta (8/2), foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.

    Policiais federais estiveram em endereços nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

    Confira a íntegra do posicionamento, assinado pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten:

    “O vídeo divulgado oficialmente hoje pela autoridade judiciária responsável pelo inquérito mostra a realização de uma reunião ministerial rotineira em que todos os presentes puderam manifestar publicamente sua opinião a respeito da conjuntura daquele momento de 22 de julho de 2022. O encontro trata, fundamentalmente, da cobrança para com o time de ministros dele para que atuem de maneira organizada.

    Na reunião ministerial o ex-presidente Bolsonaro reitera, mais uma vez, sua postura de jamais recorrer a qualquer medida de força contra a ordem democrática.

    Bem ao seu estilo veemente, o ex-mandatário reafirma seu compromisso de agir sempre dentro das quatros linhas da Constituição. Opinião pública já conhecida pela sociedade brasileira.”

    Metrópoles

    https://x.com/DanjelBigHouse/status/1756144196413501591?s=20

    https://x.com/Elainnefaria1/status/1755942073788743718?s=20

     

  • TED da OAB-GO suspende por 60 dias advogado que deixou de repassar a cliente R$ 29,7 mil referentes a acordo trabalhista

    TED da OAB-GO suspende por 60 dias advogado que deixou de repassar a cliente R$ 29,7 mil referentes a acordo trabalhista

    A 4ª  Câmara do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) suspendeu do exercício profissional por 60 dias advogado acusado de ter repassado a cliente o valor de R$ 29,7 mil. O montante era resultado de um acordo realizado, em 22 de junho de 2021, dentro de uma ação trabalhista.

    Inicialmente, a ação ético-disciplinar foi proposta pelo cliente contra dois advogados do escritório. Porém, no decorrer da instrução processual no TED foi devidamente verificado que um deles não participou da irregularidade, sendo deferida sua exclusão do pólo passivo da demanda.

    No entanto, o TED manteve tramitação regular do processo contra um dos advogados, por entender ter havido o locupletamento de valores pertencentes ao cliente. Conforme apontado, o fato se caracteriza como conduta incompatível com preceito do Estatuto da Advocacia e da OAB.

    Rota Jurídica

  • Nova lei permite que consumidor entre com alimentos e bebidas em cinemas, teatros, estádios e casas de shows

    Nova lei permite que consumidor entre com alimentos e bebidas em cinemas, teatros, estádios e casas de shows

    Obrigar cinemas, teatros, estádios, casas de shows e similares a permitirem o consumo de bebidas e alimentos comprados pelo consumidor, em local diverso, é o que determina a Lei Estadual nº 22.503, originalmente Projeto de Lei nº 10099/22, de autoria do deputado Charles Bento (MDB), sancionada pelo governador Ronaldo Caiado.

    Com a entrada em vigor da nova legislação, os estabelecimentos comerciais sujeitos a esta devem manter “aviso, claro e facilmente visível, esclarecendo ao consumidor sobre seu direito quanto ao consumo de alimentos e bebidas no seu interior”.

    Ficam estabelecidas tanto advertência para que a irregularidade seja sanada quanto multa de R$ 1.000 a R$ 10.000 para cada consumidor lesado, cuja reclamação for registrada e comprovada pelo órgão de defesa do consumidor competente.

    Na aplicação das sanções, serão consideradas a gravidade da infração, os danos dela resultantes para o serviço e para os usuários, as circunstâncias agravantes, os antecedentes do infrator e a reincidência específica.

    Exceção

    Os estabelecimentos comerciais de que trata esta Lei podem proibir o consumo de bebidas e alimentos no interior do estabelecimento, desde que seu consumo coloque em risco a segurança, a saúde e o bem-estar dos demais consumidores do local.

    Fonte: Agência Assembleia de Notícias

  • Avaliação negativa de Lula supera a positiva pela primeira vez, aponta pesquisa

    Avaliação negativa de Lula supera a positiva pela primeira vez, aponta pesquisa

    Uma  pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas e divulgada nesta sexta-feira (9), apontou que a avaliação negativa do ex-presidente Lula (PT) superou a positiva pela primeira vez durante seu terceiro mandato.

    De acordo com o levantamento, 39,9% dos brasileiros classificam a administração petista como ruim (10,1%) ou péssima (29,8%), enquanto 33,8% a consideram ótima (11,9%) ou boa (21,9%). O instituto aponta que 25,3% dos entrevistados avaliam o governo como “regular”.

    Apesar da avaliação negativa de Lula superar a positiva, o instituto indica um empate na aprovação de sua administração: 48% aprovam o ex-presidente, enquanto 47,8% desaprovam. Apenas 4,1% não souberam ou não responderam, conforme a pesquisa.

    Entre os homens, Lula é desaprovado por 51,4%, enquanto entre as mulheres sua aprovação é de 50,8%. O Nordeste se destaca como a região de maior aprovação ao presidente, com 59,9%. Já no Sul, Lula enfrenta sua maior desaprovação, com 57,7% dos entrevistados desaprovando sua administração.

    Segundo o Paraná Pesquisas, Lula também possui maioria de aprovação entre os jovens de 16 a 24 anos e na faixa etária de 60 anos ou mais, porém perde nas faixas etárias entre 25 e 59 anos.

    O levantamento do Paraná Pesquisas entrevistou 2.026 eleitores brasileiros em 164 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal, entre os dias 24 e 28 de janeiro de 2024. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%.

  • PF pede ao STF inquérito contra Nikolas por chamar Lula de ‘ladrão que deveria estar na cadeia’

    PF pede ao STF inquérito contra Nikolas por chamar Lula de ‘ladrão que deveria estar na cadeia’

    A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar suposto crime de injúria do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em novembro do ano passado, o parlamentar chamou o atual chefe do Executivo de “ladrão” durante discurso na Cúpula Transatlântica, evento da ONU realizado em Nova York, nos Estados Unidos. O Estadão procurou o deputado, mas não obteve retorno.

    Nikolas participou do evento como “líder jovem” e, durante o discurso, disse que Lula é “um ladrão que deveria estar na cadeia”. A declaração ocorreu na sequência de uma citação do escritor Olavo de Carvalho, mentor do bolsonarismo, que diz que “o mundo seria melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo”. Segundo ele, o trecho “se encaixa perfeitamente” à ativista ambiental da Suécia, Greta Thunberg, e ao ator norte-americano Leonardo DiCaprio, que apoiaram Lula nas eleições, segundo Nikolas.

    O Código Penal brasileiro prevê três tipos penais de crimes contra a honra – calúnia, difamação e injúria. Quando praticados contra o presidente da República, as penas são aumentadas em um terço. A Constituição Federal brasileira confere aos parlamentares imunidade quando o assunto transmite opiniões, palavras e votos.

    O pedido de inquérito foi protocolado no STF na quarta-feira, 7. Nesta quinta, 8, foi definido que o ministro Luiz Fux será o relator da petição.

    Nesta quinta, após a divulgação do pedido da PF ao Supremo, Nikolas voltou a se referir ao presidente com o termo. No X (antigo Twitter), o deputado publicou uma vídeo com uma montagem em uma imagem do Lula aparece enquanto personagens do programa de TV Chaves falam a palavra “ladrão”. O parlamentar compartilhou ainda uma notícia sobre a possível abertura do inquérito contra ele com o texto “Brasil, 2024?.

    Mais cedo, também nesta quinta, Nikolas fez referência ao País em um comentário em uma publicação de Donald Trump Jr., empresário e filho do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

    Após a operação da PF que teve como alvos Bolsonaro e aliados dele por suspeita de tentativa de golpe de Estado, publicou no perfil do empresário: “Por favor, mostre ao mundo o que está acontecendo com o Brasil neste momento”. Ele não se pronunciou abertamente sobre a operação na rede social.

  • TJGO cassa decisão do TCE e reconhece legalidade do modelo de gestão de hospitais do Estado por Organizações da Sociedade Civil

    TJGO cassa decisão do TCE e reconhece legalidade do modelo de gestão de hospitais do Estado por Organizações da Sociedade Civil

    A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) reconheceu, por unanimidade, que a Lei Federal 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, pode ser adotada no modelo de gestão de unidades hospitalares do Estado.TJ-GO reconhece legalidade do modelo de gestão de hospitais por OSCs -  Notícias Diárias de Goiás

    A decisão do relator, desembargador Sebastião Luiz Fleury, cassa o ato do conselheiro Edson Ferrari, do Tribunal de Contas de Goiás (TCE-GO), que havia determinado, em medida cautelar, a suspensão dos chamamentos públicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) que tratam sobre a seleção de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) para gestão de quatro hospitais estaduais.

    No mandado de segurança proposto, a Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO), representando o Estado, defendeu, dentre os argumentos, que a Lei 13.019/2014 prevê, expressamente, a possibilidade de celebração de parceria com OSCs, inclusive de forma direta, para a oferta de bens e cuidados em saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Para o procurador-geral do Estado, Rafael Arruda, a decisão consolida a formação de consenso no tema que é extremamente relevante ao Estado, às administrações públicas e aos governos em geral.

    “Trata-se de uma decisão judicial que recoloca as coisas em seus devidos lugares. Ao lado da execução direta e das parcerias com entidades filantrópicas, como as Organizações Sociais (OSs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), as parcerias com as OSCs consubstanciam mais uma alternativa de gestão pública, cabendo ao Executivo, legitimado democraticamente para tanto, realizar a escolha que melhor atenda ao interesse público”, frisa.

    Rota Jurídica

  • ‘Justiça se equilibra para não tornar Bolsonaro mártir’, diz jornal argentino

    ‘Justiça se equilibra para não tornar Bolsonaro mártir’, diz jornal argentino

    A notícia sobre a operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro e alguns de seus mais próximos aliados e ex-ministros foi assunto em diversos jornais e canais de televisão pelo mundo.

    Em um texto analítico publicado nesta quinta-feira (8/2), o jornal argentino La Nación classificou as ordens de prisão e mandados de busca e apreensão executados pelo PF como “o golpe mais duro sobre o bolsonarismo” até hoje.

    O veículo também ouviu fontes do Supremo Tribunal Federal (STF) que entendem que qualquer ação contra o ex-presidente Bolsonaro “deve ser ‘calculada’ para evitar a construção de um ‘mártir político’”.

    A PF diz que as pessoas investigadas na operação, batizada de Tempus Veritatis e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, buscavam “a manutenção do então presidente da República (Bolsonaro) no poder” por meio do planejamento de um golpe de Estado.

    Entre os alvos da polícia estão o próprio ex-presidente, que teve seu passaporte apreendido e não pode fazer contato com outros investigados, além de diversos aliados.

    Três deles já foram presos preventivamente: Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro; o coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor especial da Presidência; e o major do Exército Rafael Martins de Oliveira. Também há um mandado de prisão contra o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto, que está no momento no exterior.

    Ainda foram alvo de mandados de busca e apreensão no círculo de aliados mais próximos de Bolsonaro: general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022; Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa; e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha.

    Valdemar da Costa Neto foi preso em flagrante durante a operação por posse ilegal de arma de fogo.

    Segundo o editoral do La Nación, assinado pelo correspondente do jornal em Brasília, Moraes “deu um passo ambicioso para atingir criminalmente o cerne do bolsonarismo” ao autorizar a operação.

    “A operação desta quinta-feira, autorizada pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, inimigo de Bolsonaro, foi batizada pela Polícia Federal de ‘Tempus Veritatis’ (hora da verdade, em latim), um reconhecimento de que a situação do ex-presidente e seus aliados é cada vez mais delicada”, diz o texto.

    “Com as prisões e o material recolhido, o ‘momento da verdade’ sobre o alegado plano golpista pode estar mais próximo de ser exposto.”

    ‘Revés para o partido’

    O La Nación também classificou os acontecimentos desta quinta-feira como um “revés para o Partido Liberal (PL)” diante das eleições municipais marcadas para outubro.

    “A operação policial também foi um revés para o Partido Liberal (PL), onde estão reunidos os líderes bolsonaristas mais próximos do ex-presidente, em um ano de eleições municipais em que o partido pretende alavancar o seu número de prefeituras para preparar o terreno para as eleições presidenciais de 2026.”

    A sede do PL foi um dos locais visitados pela PF. Segundo o portal G1, a polícia encontrou no local um documento, não assinado, que defendia e anunciava a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no país.

    Segundo o La Nación, a polícia entende que o escritório do PL em Brasília “serviu de sede para a fracassada trama golpista”.

    Texto publicado no jornal La Nación
    CRÉDITO,REPRODUÇÃO / LA NACIÓN -Texto publicado no jornal La Nación

    Demais coberturas

    Além do La Nación, veículos como o The New York Times e o The Washington Post, nos EUA, o The Guardian e o Financial Times, no Reino Unido, e o Le Monde, na França, também noticiaram a operação.

    A grande maioria optou por uma cobertura factual, destacando as investigações da Polícia Federal contra Bolsonaro e seus aliados por uma suposta tentativa de golpe.

    “Bolsonaro é apontado como alvo em investigação de golpe no Brasil e é instruído a entregar passaporte”, diz a manchete do Washington Post.

    “Polícia do Brasil acusa Bolsonaro e vários generais aposentados de golpismo”, afirma o espanhol El País.

    A emissora estatal do Catar, Al Jazeera, o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, e a emissora americana CNN também cobriram a operação.

    A BBC News, em inglês, noticiou os fatos destacando que o ex-presidente Jair Bolsonaro entregou seu passaporte às autoridades.

    “Ex-presidente do Brasil, Bolsonaro entrega passaporte após tentativa de golpe”, diz a manchete.

    BBC

  • Gonet se manifestou a favor de prisões, mas discordou de restrições a Valdemar

    Gonet se manifestou a favor de prisões, mas discordou de restrições a Valdemar

    O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concordou com a maior parte das medidas solicitadas pela Polícia Federal desta quinta-feira (8) relacionadas a uma suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota eleitoral para o presidente Lula (PT).

    Gonet, porém, não viu a necessidade de algumas medidas contra o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto: a de proibir o dirigente de se comunicar com outros investigados e a proibição de viajar para fora do Brasil.

    O PGR afirmou, em manifestação feita ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que as busca e apreensão contra Valdemar era legítima e se justificava, para que fossem coletadas e analisadas provas obtidas em seu endereço.

    Mas disse que o Ministério Público “não vê motivo suficiente para que se acolha o pedido de que se imponha, com relação ao sr. Valdemar Costa Neto, a proibição de manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados, e a proibição de se ausentar do país”.

    “O propósito de coleta de evidências úteis não parece depender dessas constrições de ordem pessoal, nem se assoma indicativo de risco para aplicação da lei penal que recomende as limitações sugeridas”, afirmou Gonet.

    O ministro Alexandre de Moraes, porém, decidiu a favor das proibições ao presidente do PL. Valdemar acabou preso em flagrante durante a operação porque tinha uma arma irregular e pepitas de ouro.

    Em relação a medidas como buscas e apreensões, Gonet foi favorável.

    Ele também defendeu prisões como a de Filipe Martins, ex-assessor-especial para assuntos internacionais da Presidência da República na gestão de Bolsonaro.

    A prisão de Martins, segundo o PGR, seria necessária para evitar que “deliberadamente, atue para destruir elementos probatórios imprescindíveis para a instrução criminal”.

    Martins teria sido o responsável por entregar a minuta do golpe a Bolsonaro, que previa a prisão dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

    “Jair Bolsonaro teria lido e solicitado que Filipe alterasse as ordens contidas na minuta”, diz a manifestação do PGR.

    “[Ele], então, retronou alguns dias depois ao Palácio da Alvorada (…) com o documento alterado, conforme as diretrizes dadas.”

    Folha de São Paulo

  • Toffoli age para manter leniência em turma anti-Lava Jato após ter herdado casos

    Toffoli age para manter leniência em turma anti-Lava Jato após ter herdado casos

    O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), deve tentar manter o julgamento de pedidos de suspensão de multas dos acordos da J&F e Novonor (a antiga Odebrecht) na Segunda Turma da corte, com maioria de ministros críticos à Operação Lava Jato e mais chance de manutenção da decisão.

    Toffoli está desde o ano passado à frente do caso, que em seu início abordava as mensagens hackeadas de integrantes da Lava Jato, e agiu naquela época para ficar com essa relatoria.

    As decisões do ministro em favor dos dois conglomerados empresariais têm dividido o Supremo.

    Na segunda-feira (5), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recorreu da decisão de Toffoli relativa à J&F na tentativa de derrubar a suspensão da multa, que tinha sido fixada em 2017 em R$ 10 bilhões. A medida do ministro tinha sido despachada em dezembro.

    Caso o pedido do procurador-geral vá mesmo para a Segunda Turma, as chances de as decisões serem mantidas são maiores.

    Nesse cenário, o ministro Kassio Nunes Marques tem sido apontado nos bastidores como um voto decisivo no possível julgamento sobre a suspensão de multas.

    A avaliação de integrantes do Supremo em conversas reservadas é a de que os magistrados Edson Fachin e André Mendonça, que têm histórico em favor da Lava Jato, provavelmente votarão para derrubar a ordem judicial de Toffoli.

    O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, é visto como um apoiador da suspensão das multas. Kassio, portanto, passou a ser visto nos bastidores como um provável voto de desempate no julgamento -o ministro também tem histórico critico à operação.

    Antes da análise do mérito do caso, os magistrados deverão julgar o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que o processo seja discutido no plenário da corte. Uma maioria em favor da retirada da ação da turma poderia forçar o julgamento no plenário, com a presença dos 11 ministros do tribunal.

    Há outro elemento que pode embaraçar ainda mais o quadro relativo às multas das duas empresas. Mendonça indicou a interlocutores que em breve deve liberar para ser julgado pelo plenário do STF uma ação que discute todos os acordos de leniência firmados antes de agosto de 2020.

    A partir do gesto de Mendonça, caberá ao presidente da corte, Luís Roberto Barroso, marcar uma data para o julgamento.

    O processo sob responsabilidade de Mendonça discute os acordos de leniência firmados antes de agosto de 2020, quando STF, PGR, órgãos do Executivo e TCU (Tribunal de Contas da União) firmaram um termo de cooperação técnica para atuação nesses casos.

    Caberá ao plenário da corte definir o alcance da decisão a ser tomada no processo sob responsabilidade de Mendonça. Uma possibilidade, para não confrontar a Segunda Turma, seria aproveitar que se trata de uma ação ampla para fazer uma discussão mais genérica e estabelecer balizas para acordos dessa natureza.

    As medidas de Toffoli revendo compromissos e decisões dos tempos da Lava Jato têm despertado críticas. No mais recente episódio, na segunda-feira, o magistrado autorizou uma investigação sobre a participação da ONG Transparência Internacional no acordo de colaboração da J&F, grupo empresarial dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e que não tinha sido firmado na operação deflagrada em Curitiba.

    A direção mundial da ONG chamou a decisão de retaliação.

    Lista **** No pedido para rever a suspensão da multa da J&F, o procurador-geral defendeu que o processo seja redistribuído pelo magistrado a um colega ou, se ele discordar dessa tese, que reveja seu posicionamento. Caso mantenha o decidido, Gonet pede que ele submeta a controvérsia ao plenário do tribunal.

    Gonet busca o plenário como alternativa à maioria anti-Lava Jato na Segunda Turma. Para isso, o PGR argumenta que o pleito da J&F deve tramitar juntamente com a ação relatada por Mendonça, que discute de forma genérica os parâmetros adotados no âmbito da operação.

    O acordo de leniência foi celebrado em 2017 entre a empresa e a Procuradoria da República do Distrito Federal.

    O chefe da Procuradoria disse em sua manifestação que o acordo é fruto da Operação Greenfield, originária de investigação sobre rombos nos maiores fundos de pensão do país.

    Ele também afirmou que reverter a decisão de Toffoli impedirá “grave risco ao sistema previdenciário complementar brasileiro, com vultoso prejuízo especificamente à Funcef e à Petros”, em referência aos dois fundos alvos de irregularidades investigadas pela Greenfield.

    Um temor nos bastidores da corte é que as decisões de Toffoli possam ir além da redução da multa e que, eventualmente, também sirvam para anular provas contra investigados no âmbito das ações.

    Isso porque Toffoli afirmou, na decisão em que suspendeu as multas, que diálogos dos procuradores entre si e com o então juiz Sergio Moro levantam “dúvidas razoáveis sobre o requisito de voluntariedade” na negociação do acordo.

    Nas decisões, o ministro cita que as “informações obtidas até o momento na Operação Spoofing”, na qual constam as conversas hackeadas entre integrantes da Lava Jato, “no sentido de que teria havido conluio entre juiz processante e órgão de acusação” justificam a paralisação dos pagamentos.

    Dessa forma, há a avaliação nos bastidores de que, se chegarem à conclusão de que houve conluio de fato, o processo estaria viciado na origem e poderia gerar a anulação de todas as provas -inclusive em que já houve admissão de culpa por parte dos envolvidos.

    Toffoli está na relatoria do procedimento, ligado à Lava Jato, desde a aposentadoria do antigo relator, Ricardo Lewandowski, hoje ministro da Justiça. O magistrado atuou para herdar os processos relativos às mensagens de integrantes da Lava Jato que deram origem às ações em que J&F e Novonor solicitaram a suspensão de multas dos acordos de leniência.

    O magistrado pediu para assumir o assento de Lewandowski na Segunda Turma do STF após a aposentadoria do colega. Caso ele tivesse permanecido na Primeira Turma do tribunal, não seria o atual relator dos processos sobre os dois grupos.

    Devido à troca de colegiado, Toffoli ficou com os processos que estavam na alçada de Lewandowski, inclusive os casos dos diálogos entre integrantes da operação.

    Foi com base nessas conversas que Toffoli afirmou que “dúvidas razoáveis sobre o requisito de voluntariedade” na negociação dos acordos de leniência justificam a suspensão do pagamento das multas pelas empresas para que elas sejam recalculadas.