Segundo a Polícia Federal, a compra do material precisa de autorização prévia do Exército Brasileiro, o que os suspeitos não tinham. Investigados foram presos.
A Polícia Federal investiga o destino das munições apreendidas em uma operação que prendeu goianos, que possuem o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), suspeitos de comprá-las nos Estados Unidos e transportar em contêineres ao Brasil. A investigação apura se as armas e as munições seriam usadas para abastecer o crime organizado em Goiás.
“Essa quantidade de munição é um volume que não condiz com a prática do esporte por eles praticado. Vamos fazer uma análise […] de qual o destino dessa quantidade de munições, pode ser que ela teria um destino diferente com o qual o adquirente fez a compra”, explicou o delegado Rodrigo Teixeira.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não localizou a defesa deles até a última atualização desta reportagem.
A investigação começou em 2021, após a apreensão de mais de 12 mil munições no Porto de Santos, em São Paulo. Neste ano, a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra os goianos em Goiânia e Trindade, na Região Metropolitana da capital, e um mandado de busca e um de prisão na cidade de São Francisco (Califórnia), nos EUA.
“A partir de agora vamos fazer uma análise do que foi apreendido, imputar a responsabilidade a cada um dos envolvidos a medida da sua responsabilidade, da sua culpabilidade, e procurar quem mais está envolvido com o tráfico”, completou o delegado.
A operação prendeu duas pessoas e apreendeu armas e dinheiro:
15 armas apreendidas
R$ 12 mil reais
61,7 mil dólares
Investigação
A investigação começou em 2021, durante uma fiscalização da Receita Federal no Porto de Santos, em São Paulo. No local, foram encontradas 12 mil munições dentro de um contêiner que havia saído dos EUA com destino a Goiânia.
Segundo a PF, as munições eram adquiridas em nome de pessoas que residiam na capital de Goiás. A partir dessa apreensão, a PF e a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), identificaram que dezenas de outros contêineres, que também saiam dos Estados Unidos, eram destinados a moradores de Goiás. Eles adotaram o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes.
De acordo com a PF, a compra desse tipo de material necessita de uma autorização prévia do Exército Brasileiro. Mesmo a mercadoria sendo adquirida legalmente no exterior, as munições foram enviadas de forma clandestina ao Brasil. O conteúdo era autodeclarado como “mudança de pessoa física”, sem a prévia autorização e sem comunicação do transporte às autoridades norte-americanas e brasileiras.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos de forma simultânea no Brasil e nos EUA. Os investigados são registrados como atiradores desportivos. Segundo a PF, devido as investigações, eles tiveram seus registros suspensos e a determinação de apreensão de suas armas de fogo e munições. Eles podem responder por organização criminosa e tráfico internacional de munições.
Operação contra suspeitos de comprar munições nos EUA e transportar em contêineres ao Brasil apreendeu armas e mais de 61 mil dólares — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Ao todo, oito mandados foram cumpridos em Santa Catarina e no Paraná; procurada, defesa diz “estar comprometida em demonstrar inocência” de empresário acusado
O cliente que foi expulso de uma padaria em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, por usar notebook, foi preso temporariamente nesta terça-feira (27), em Curitiba, após operação da Polícia Federal que mirava suspeitas de fraude em criptomoedas.
Na ação, apelidada de Operação Fast, que cumpriu dois mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão, nas cidades de Balneário Camboriú, Itajaí, Londrina e Curitiba, a PF teve o objetivo de combater uma quadrilha suspeita de atuar em projetos fradulentos à criação de criptomoedas e NFTs (“Non Fungible Tokens”).
O empresário Allan Barros foi preso na tarde desta terça-feira (27) em Curitiba. Por telefone, o advogado Leonardo Dechatnik, que faz a defesa de Allan afirmou à CNN que o cliente jamais foi intimidado ou avisado sobre a investigação.
“Os integrantes do grupo responderão pela prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas totais previstas podem chegar a 28 anos de reclusão”, diz a nota da PF sobre a operação.
Ainda por telefone, o advogado que defende Allan declarou que seu cliente “quer provar sua inocência” e que para ele, a operação “foi uma surpresa”.
Segundo o Leonardo, o mandado de prisão foi cumprido na casa de Allan.
Vídeo – relembre o caso da padaria
Operação fast
A Polícia Federal estimou que as vítimas podem chegar a 20 mil no Brasil e no exterior que perderam, ao todo, aproximadamente R$ 100 milhões.
A ação mirou o grupo sediado desde 2022 em Balneário Camboriú. A PF detalhou que os golpes partiam da mesma premissa: oferta de uma criptomoeda desenvolvida por eles mesmos e que prometia lucros acima do mercado a partir de parcerias com empresas.
Para dar credibilidade ao negócio e atrair novos clientes, o lançamento da nova moeda foi promovido em uma feira de criptoativos em Dubai.
A partir do não cumprimento dos altos lucros, as vítimas denunciaram o caso à Polícia Federal, que através do canal oficial para recebimento e tratamento de informações sobre pirâmides financeiras, começou a investigar o caso.
Leia a nota na íntegra
A defesa de Alan Deivid de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA., representada pelo Dr. Leonardo Bueno Dechatnik, vem a público esclarecer informações a respeito da Operação Fast, na qual nosso cliente é investigado.
Desde o início das investigações, temos mantido uma postura colaborativa com as autoridades, buscando esclarecer os fatos da forma mais transparente e eficaz possível. É importante salientar que o processo corre em segredo de justiça, o que nos impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. No entanto, é do interesse de nosso cliente que a verdade seja plenamente esclarecida.
Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas. Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial.
Nosso cliente e sua empresa nunca foram objeto de processos por parte de investidores. Ademais, no relatório policial, identifica-se o caso de um indivíduo que se passou por vítima, mas que cometeu furtos de ativos virtuais da empresa e admitiu ter hackeado a plataforma. Sua confissão foi devidamente documentada em ata notarial, que foi anexada ao Boletim de Ocorrência e à notícia-crime, apresentada à delegacia de crimes cibernéticos de Curitiba.
Quanto à alegação de que os recursos subtraídos alcançam a cifra de R$ 100.000.000,00, é questionável a metodologia usada para chegar a tal conclusão, baseada em evidências frágeis como capturas de tela de conversas em aplicativos de mensagens e comentários não verificados.
Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade.
A defesa está atuando de maneira criteriosa no acompanhamento da operação, e medidas judiciais estão sendo adotadas para corrigir o que consideramos ser uma arbitrariedade.
Estamos comprometidos em demonstrar a inocência de nosso cliente e esclarecer os fatos, sempre respeitando o processo legal e colaborando com as autoridades para a justa resolução deste caso.
O governo de São Paulo tem grande expectativa da possibilidade de duas empresas enviarem uma proposta competitiva no leilão do trem intercidades hoje, apurou a CNN.
Uma delas seria a chinesa CRRC, a China Railway Rolling Stock Corporation. Eles entregaram em janeiro o trem mais rápido da América Latina, com capacidade de bater 160 km/h, ferrovia que conecta Santiago e Curicó, no Chile.
O vice-governador Felicio Ramuth esteve na China em viagem oficial pelo governo do estado para buscar investimentos.
Também é esperada a proposta de uma empresa brasileira, a Comporte, ligada à GOL, que já opera o VLT da Baixada Santista.
O leilão começa às 15 horas e deve ser rápido. Estão programados quinze minutos para propostas e deve terminar com a batida de martelo de Tarcísio de Freitas.
Prefeituras que investiram 70% dos recursos do programa no ano passado podem utilizar recursos este ano
O governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou, nesta segunda-feira, 26, o repasse de R$ 14,9 milhões do Cofinanciamento Estadual para 113 municípios do estado. As prefeituras que investiram 70% dos recursos no Cofinanciamento de 2023 foram contempladas este ano.
A solenidade foi marcada por celebração, tanto por parte das primeiras-damas e deputados presentes, quanto pelos prefeitos, que comemoraram a redução no índice de pobreza em Goiás, que é o segundo no país com essa diminuição. estimulada por programas como o Goiás Social e Cad Único.
De acordo com a coordenadora do Goiás Social, a primeira-dama Gracinha Caiado, o valor já foi depositado nos Fundos Municipais de Assistência Social. Além disso, o programa que ela coordena destinou R$ 48 milhões para a consolidação da assistência social nas cidades goianas.
Gracinha destavou que a lei estadual do Cofinanciamento é de 2015, e que começou a ser efetuada há três anos.
“Já foram aplicados R$ 63 milhões diretamente nas secretarias municipais de assistência social […] Este ano buscamos, com a nova lei, facilitar para os gestores a utilização de recursos. também tivemos a preocupação de cuidar daqueles municípios menores com a nova lei. Nenhum município, mesmo aquele pequenininho, irá receber menos que R$ 72 mil”, disse.
Ronaldo Caiado afirmou que, além dos programas de assistência social, o programa atende também a área de saúde. Nos últimos meses, Goiás tem enfrentado uma alta no número de casos e mortes causados pela dengue.
“Em relação à dengue, solicitei o apoio das primeiras-damas dos municípios para que conscientizassem as pessoas, para que não houvesse aumento de criatórios destes mosquitos, e que provocam o óbito tanto de jovens quanto de idosos. É um sototipo 2, que passamos muito tempo sem tê-lo. É um risco e nós precisamos atender essas pessoas o mais rápido possível”, afirmou.
“Com esse dinheiro, o assistente social facilita o deslocamento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de endemias para fazer visitas para que eles possam perceber quando a pessoa está na fase inicial da doença”, enfatizou.
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Social, Wellington Matos de Lima, famílias que recebem os benefícios oferecidos por programas como estes, apresentaram uma melhora nas suas economias.
“Temos observado uma redução da pobreza no estado, ou seja, as famílias que hoje estão no Cad Único, estão tendo uma elevação da sua renda. Elas estão migrando das faixas da extrema pobreza para baixa renda. Isso é muito significativo e se dá principalmente porque a área social está totalmente integrada à área econômica do Estado”, ressaltou.
Ele finaliza afirmando que “as pessoas que recebem programas sociais no governo, podem participar de cursos de qualificação, de capacitação, para que possam entrar no mercado de trabalho ou serem pequenas a empreendedoras”.
Foi deflagrada na manhã de hoje (27/2), a maior operação já realizada entre a Secretaria da Economia, por meio do Fisco Estadual, e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária – DOT, com a participação de mais de 30 auditores-fiscais, totalizando em torno de 50 servidores da Secretaria da Economia, entre Fisco e equipe de apoio, e mais de 200 policiais civis.Foto divulgação: PCGO
A fraude, inicialmente, foi detectada pela Gerência de Inteligência Fiscal, ao longo de mais de quatro meses de investigações. Os trabalhos apontam para a existência de um grupo empresarial, do ramo de produtos elétricos, que comercializa quase que a totalidade de suas mercadorias com o setor público, por meio de licitações.
O grupo empresarial utiliza-se de “laranjas” para ocultação dos reais proprietários e do patrimônio, ao passo que sonega impostos em suas operações de vendas de produtos elétricos.
Na operação foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 07 mandados de prisão temporária e efetuado bloqueio judicial de bens e valores até o montante de R$ 115 milhões. Entretanto, o valor sonegado pode chegar a mais de R$ 250 milhões.
Após uma sequência de polêmicas envolvendo a legalidade do texto, emenda encaminhada pelo Paço permitiu a aprovação da matéria na CCJ
O tão sonhado empréstimo de R$ 710 milhões solicitado pela prefeitura de Goiânia está mais próximo de se tornar realidade. O texto foi ‘destravado’ após envio de uma emenda substitutiva pelo Poder Executivo à Casa de Leis. Na última segunda, o projeto passou pelo crivo da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Casa de Leis. Com o avanço da matéria no Parlamento, a expectativa é que o texto seja submetido à primeira fase de votação e discussão em plenário nesta terça, 27.
O processo emendado foi votado pela CCJ na manhã da última terça e deve aguardar, conforme determina o regimento interno, um período de 24h para ser apreciado em plenário. O prazo deve ser findado até às 11h de hoje, quando o assunto deve ser resgatado e debatido pelos vereadores.
Durante a tramitação na CCJ, a vereadora Kátia Maria (PT) apresentou voto em separado pelo arquivamento do texto. Ela afirmou que o envio pela Prefeitura era ilegal por entender que a Administração enviou um substutivo ao substutivo, o que fere o regimento interno da Câmara. O voto em separado foi rejeitado. A vereadora Sabrina Garcêz (Republicanos) disse que não se trata disso e que não há ilegalidade. Se aprovado em primeira fase nesta terça, a matéria seguirá para a Comissão de Finanças. A tendência é que a iniciativa seja aprovada em definitivo até o fim desta semana.
Conforme mostrado pelo O HOJE, desde a retomada das discussões em plenário, na última terça-feira, 20, não se falava em outra coisa senão a expectativa de aprovação da matéria que autoriza a contratação da operação de crédito com o Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal.
O texto, desde o início de sua tramitação na Casa, enfrenta dificuldades. Houve, a princípio, uma obstrução da tramitação da matéria, por recomendação do Ministério Público de Goiás (MPGO) porque ao listar as obras beneficiadas, a prefeitura acrescentou um item que permite investimento também em outras obras em processo de licitação e de interesse social e da gestão, o que foi alvo de contestação tanto por alguns vereadores como por parte do MPGO.
A emenda substitutiva encaminhada à Casa de Leis busca justamente dar nova interpretação ao texto de forma a não deixar o gestor em exercício “solto” para uso dos recursos de maneira diversa.
O empréstimo de R$ 710 milhões foi solicitado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) para dar fôlego aos cofres municipais diante da redução nos repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que comprometeu severamente a programação financeira delineada pela administração pública municipal.
Emenda
A reportagem obteve acesso ao documento submetido à análise técnica da Procuradoria da Câmara e aprovado ontem pelos vereadores membros da CCJ. O texto diz que a emenda proposta objetiva aprimorar e detalhar alguns aspectos referentes à contratação, “proporcionando maior clareza e transparência na aplicação dos recursos”.
Em outro trecho, o documento diz que o projeto de lei “assegura que os recursos sejam usados exclusivamente nas obras” e “tem como intuito estabelecer regras claras para o remanejamento de recursos em casos de obras em andamento que tenham recebido parcelas pagas com recursos do tesouro municipal antes da contratação da operação de crédito”. Se passar pelo crivo dos técnicos, a expectativa é de que o documento seja lido em plenário nesta quarta-feira, 21.
Pela proposta, os recursos serão divididos nas áreas de educação, saúde, obras de infraestrutura, como reconstrução asfáltica, construções de pontes, reformas de praças e outras intervenções. O texto original, vale lembrar, chegou ao Legislativo municipal ainda em novembro do ano passado. A previsão inicial era alcançar um empréstimo superior a R$ 1 bilhão, porém, depois de rever os valores, a prefeitura da capital reduziu a investida para R$ 710 milhões.
Há cerca de duas semanas, um homem de 79 anos deu entrada no pronto-socorro de um hospital particular de Matão, cidade no interior de São Paulo, com falta de ar e dores no corpo.
Primeiro, especulou-se que ele poderia ter contraído dengue – já que o Brasil vive uma explosão de casos desde o fim do ano passado.
Mas, como o protocolo de atendimento exige que, diante desses sintomas, os pacientes também façam o teste para covid-19, ele passou pelo exame já na triagem.
Horas depois, enquanto se encaminhava para a internação, saiu o diagnóstico: ele estava, de fato, infectado pelo novo coronavírus.
O homem ficou quatro dias na UTI e faleceu – foi o primeiro óbito registrado na cidade por covid-19 em meses.
Segundo a Secretaria de Saúde local, o paciente havia tomado duas doses de vacina, mas seu quadro clínico foi agravado, entre outras coisas, pela obesidade.
A notícia caiu como uma bomba em Matão: além de outros pacientes internados na mesma situação, o município viu o número de casos de covid-19 triplicar em pouco tempo.
Em apenas 15 dias de fevereiro, 539 contaminações foram confirmadas pelas autoridades locais, sendo que, em janeiro inteiro, haviam sido 180.
“A gente até consultou o CVE [Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo] para saber se existe alguma medida que podemos tomar para conter essa onda de contágio”, diz o secretário de saúde do município, Orivaldo Reguin, à BBC News Brasil.
Essa mesma preocupação tem crescido em todo o país. No Rio de Janeiro, a média móvel foi de 66 casos no último dia de 2023 para 383 no fim de janeiro – alta de 480%, segundo os dados do Data Rio. Foram 14 óbitos no período.
Há dois dias, a Secretaria de Saúde do Estado publicou relatório mostrando que a taxa de testes positivos hoje é de 30%, o triplo do registrado em janeiro (10%).
Em São Paulo, o número de contaminados subiu de 892 na primeira semana do ano para 3.196 na semana entre 11 e 17 de fevereiro, um aumento de 258%.
Na maior metrópole do Brasil, 25 pessoas morreram de covid-19 neste ano, sendo 10 só na semana epidemiológica de 4 a 10 de fevereiro, segundo dados da Secretária Municipal de Saúde.
Em Salvador, na Bahia, as contaminações aumentaram 19% depois do Carnaval, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), e 95 óbitos foram contabilizados desde janeiro em todo o Estado, segundo dados do governo.
Regiões como Norte e Nordeste também viram o volume de casos graves subir a partir da segunda metade de janeiro, segundo um boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dados do Ministério da Saúde mostram ainda que a média móvel de casos de covid-19 do Brasil está em alta desde a segunda semana do ano.
Passou de 19,9 mil registros para pouco mais de 38 mil, se mantendo neste patamar desde então.
Em 2023, nessa mesma época, eram 21 mil casos – ou seja, a média é, atualmente, 80% maior do que há um ano.
Na cidade de São Paulo, uma plataforma ligada ao Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), da Universidade de São Paulo (USP), segue atualizando os números da pandemia em tempo real e apontou que o número de pacientes subiu 140% no começo de fevereiro.
Desde o início de 2024 até 17 de fevereiro, o Brasil já teve 1.325 mortes por covid-19, segundo o Conass.
Para além da subnotificação, não entram nas contas sobre a covid-19 uma série de outros registros considerados apenas como suspeitos, ou seja, ainda não foi confirmado que a causa da morte foi covid-19.
Ainda assim, o Brasil é o segundo país com mais óbitos pela doença no mundo neste ano.
O Brasil chegou a ter 21 mil mortes por covid-19 em uma única semana de abril de 2021
Fica atrás apenas dos Estados Unidos, onde mais de 10,6 mil pessoas morreram infectadas pelo coronavírus nesse período, segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), agência que mensura as tendências da pandemia no país, e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Isso ocorre quatro anos depois de ser confirmado o primeiro caso de covid-19 no Brasil, em 25 de fevereiro de 2020.
Um homem de 61 anos foi internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, dias depois de voltar de uma viagem à Itália.
De lá para cá, 19% da população brasileira contraiu a doença e, dentro desse universo, quase 710 mil pessoas morreram em decorrência dela.
No ápice da crise sanitária, em 2021, o Brasil teve 423,3 mil óbitos.
Especialistas afirmam que a covid-19 caminha muito lentamente para se tornar uma doença semelhante à gripe, com baixíssima taxa de mortalidade, remédios acessíveis e maior conhecimento dos sintomas pela população.
Enquanto isso não acontece, ela continuará a causar um número significativo de mortes, avaliam profissionais de saúde ouvidos pela reportagem.
Somente na última semana epidemiológica já consolidada em âmbito nacional, entre 11 e 17 de fevereiro, 198 brasileiros perderam a vida por complicações da covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde e do Conass.
“São números bem preocupantes”, diz Ralcyon Teixeira, diretor da Divisão Médica do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo.
Para se ter uma dimensão, esse número registrado em apenas uma única semana é maior do que as 184 pessoas que morreram devido à dengue em 2024, segundo o monitoramento de arboviroses mantido pelo Ministério da Saúde.
A chikungunya, por sua vez, teve oito óbitos. Com base na média anual de registros, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima, por sua vez, que pouco mais de 57 mil brasileiros morreram por doenças cardiovasculares somente neste ano.
No último boletim sobre doenças respiratórias da Fiocruz, apenas 5% dos óbitos registrados foram causados pelo vírus influenza A, da gripe.
O SARS-CoV-2, que causa a covid-19, foi responsável por 88%.
Em quantidade de casos, a situação atual se assemelha à do período entre abril e maio de 2020, quando a covid-19 começava a se espalhar pelo Brasil e tinha uma média móvel de 39 mil casos.
É parecida também ao dos últimos meses de 2022, ano em que a doença voltou a se espalhar com mais força por causa da chegada da variante ômicron.
As mortes, porém, estão em queda desde então: em 2023, pouco mais de 14,7 mil brasileiros perderam a vida por causa do vírus. Foi o ano menos letal desde o início da pandemia.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que “monitora e avalia permanentemente a situação epidemiológica da covid-19 no Brasil e no mundo”.
“Os dados revelam que, apesar dos números de casos e óbitos por covid-19 serem menores em 2024 em comparação com anos anteriores, a doença continua causando a perda de muitas vidas na população brasileira, além de consequências graves como a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P)”, reconheceu a pasta.
O ministério reforçou a importância de medidas não-farmacológicas (como uso de máscaras e redução da aglomeração) e da vacinação para prevenir a doença.
A pasta afirmou ainda que está investindo no planejamento alinhado com autoridades locais, na divulgação de informações e transparência, além do combate a notícias falsas e desinformação.
Quem ainda morre de covid?
Entre especialistas que seguem na linha de frente do combate à doença, um dos consensos é que, no médio prazo, o Brasil seguirá com um volume de mortes por covid-19 parecido ao de agora, embora por motivos diferentes do período mais crítico.
Ralcyon Teixeira, que está à frente de um dos principais centros de infectologia da América Latina, observa que os óbitos estão se concentrando em grupos clinicamente mais vulneráveis da população, assim como foi nos primeiros meses da pandemia.
“É difícil que alguém contraia a covid-19 e morra puramente por causa dela hoje”, afirma Teixeira.
“O que está acontecendo é uma descompensação de doenças crônicas que os pacientes já possuíam antes de serem infectados pelo vírus. Daí, o que ele faz é intensificar essa base, e as pessoas vão a óbito.”
Entre essas complicações, estão a diabetes, que atinge 7% da população brasileira, e doenças cardiovasculares, que afetam cerca 14 milhões de pessoas pelo país, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
O infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz no Rio de Janeiro, concorda e acrescenta: “Muitas vítimas são idosas também”.
Pesquisas recentes identificaram que a pandemia conseguiu diminuir a faixa etária da mortalidade brasileira, movimentando o maior volume de óbitos para o intervalo entre 40 e 79 anos. Antes da pandemia, ele ficava na faixa após os 80 anos.
Essas são grandes preocupações sobre os impactos da circulação atual do vírus no Brasil, na visão da infectologista Margareth Dalcolmo, que acabou de ser eleita para uma cadeira na Academia Nacional de Medicina.
“Algumas comorbidades, como a hepatite C ou a hipertensão arterial, por exemplo, estão totalmente fora de controle no país. Isso significa que há mais gente vulnerável”, diz Dalcolmo, que também é pesquisadora da Fiocruz.
Até o ano passado, imunossuprimidos, pessoas sem a imunização adequada ou idosos conformavam o perfil da mortalidade por covid-19 no país, segundo ela.
Para Croda, a idade dos doentes colabora na explicação das desigualdades regionais.
O Sul é um bom exemplo: embora tenha uma boa estrutura de saúde pública, além de uma ampla rede de atendimento, a região tem uma taxa de mortalidade relativamente alta (0,58 por 100 mil habitantes).
Na região, 12,1% da população tem mais de 65 anos. É o segundo maior índice do país, de acordo com o Censo 2022, quase empatado com o Sudeste, que tem 12,2%.
“Mas não é apenas a idade, é a comorbidade que pode estar atrelada a ela”, diz Croda.
Um relatório de 2023 do Conass mostrou que o Brasil teve um excesso de 18% em mortes naturais no ano passado.
O dado é calculado comparando os óbitos registrados desta forma e uma expectativa definida a partir de uma média histórica.
Em números absolutos, foram 48 mil mortes a mais do que o esperado.
Para o conselho, isso se explica principalmente pelas vítimas de covid-19, porque as taxas de mortalidade por outras doenças, como cardiovasculares, por exemplo, caíram no mesmo período.
CRÉDITO,GETTY IMAGES
O microbiologista Átila Iamarino, que se tornou um dos principais porta-vozes da comunidade científica durante a pandemia, coloca mais uma camada nesse diagnóstico: a capacidade de circulação das variantes do SARS-CoV-2 e, especialmente, a ômicron, que hoje é a cepa dominante no território brasileiro.
“Ela é extremamente transmissível e, quando infecta alguém, causa sintomas mais graves do que a gripe comum”, diz Iamarino.
“Como existem ciclos contínuos da doença acontecendo, que se movimenta também mais do que as síndromes gripais já conhecidas, é de se esperar que ela mate mais gente ao longo desse processo.”
Iamarino ressalta como a ômicron também é uma variante mais resistente do que suas anteriores – o que ajuda a entender sua prevalência.
“Ela escapa muito bem da imunidade das pessoas, ao ponto de continuar sendo transmitida meses após ter causado um surto”, diz o microbiologista.
“Isso significa que a ômicron tem capacidade de voltar a circular rapidamente e, assim, gerar novos casos.”
Com o aumento relativo de óbitos nas últimas semanas, a taxa de mortalidade brasileira se movimentou nesse intervalo: era de 0,37 para cada 100 mil habitantes no início do ano e, agora, já é de 1 para 100 mil.
Ainda assim, é um indicador muito longe do de 2021, quando chegou a ser de 201 para cada grupo de 100 mil pessoas.
Por outro lado, a letalidade desses dois primeiros meses está igual à de todo o ano 2022 (0,5%), o que indica a manutenção do volume de pessoas que, uma vez contaminadas, estão morrendo por causa da covid-19.
Tratamentos disponíveis
Para Ralcyon Teixeira, do Emílio Ribas, outro motivo que ajuda a entender por que a covid-19 ainda vitima tanta gente é a desinformação – tanto da maioria da população quanto dos próprios profissionais de saúde.
De um lado, na análise dele, falta conhecimento público sobre os medicamentos já disponíveis em farmácias ou até oferecidos gratuitamente em dispositivos do Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a doença.
É o caso do Paxlovid, elaborado pela americana Pfizer e aprovado na metade de 2022 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para venda no país.
De outro, ele vê que muitos médicos ainda não têm lançado mão dessas alternativas quando atendem pessoas infectadas.
“Na verdade, é preciso repensar todo o acesso ao tratamento da covid no Brasil. O uso desses medicamentos ajudaria a reduzir significativamente o número de mortes”, analisa.
Trata-se também de um medicamento caro: uma caixa com 30 comprimidos sai por cerca de R$ 4,5 mil.
O governo federal comprou diversos lotes de Paxlovid desde que ele foi regulamentado e os distribuiu no SUS.
Dalcolmo, da Fiocruz, lembra que a prescrição correta do Paxlovid é para casos moderados.
“É uma indicação muito precisa. Quem tem sintomas leves precisa apenas de analgésico e de isolamento por cinco dias”, afirma a médica.
“Casos graves necessitam de internação. Mas, para quem está em uma situação moderada, é um excelente medicamento.”
CRÉDITO,GETTY IMAGES-A vacinação é importante para frear novas infecções, segundo a OMS
Vacinação insuficiente
Outro consenso entre os especialistas são as brechas na vacinação.
Hoje, o Brasil tem perto de 82% da população imunizada com as duas primeiras doses das vacinas monovalentes – um universo de 167 milhões de pessoas.
Metade do país (53%) está totalmente coberta pelos reforços disponíveis.
Mas a baixíssima adesão à vacina bivalente, que foi aplicada em cerca de 16% dos brasileiros (33,3 milhões de doses) é o ponto considerado mais alarmante.
“Significa que pouquíssima gente está protegida contra as novas cepas circulantes, oriundas da ômicron, já que as vacinas monovalentes carregam apenas cepas antigas”, explica Dalcolmo.
Há ainda um fenômeno social envolvido na cobertura vacinal brasileira, diz Átila Iamarino.
Para ele, a percepção pública da gravidade da doença determina a adesão massiva à imunização.
Foi assim que, quando as primeiras doses foram disponibilizadas no SUS, em janeiro de 2021, quando a média móvel de óbitos estava em 4 mil, quase a totalidade da população correu para os postos de saúde.
“Naquele desespero todo, as pessoas sabiam que a proteção que a vacina oferecia era uma necessidade aguda”, afirma o microbiologista.
“No entanto, conforme a campanha foi tendo efeito e o número de mortos foi caindo, elas passaram a não se preocupar com reforços, e isso se seguiu sucessivamente a cada nova dose que foi sendo disponibilizada”.
Além disso, há uma crítica latente ao desenho da campanha vacinal feito pelo Ministério da Saúde em 2021 e, principalmente, à comunicação em torno dela. “Ficou tudo muito confuso”, avalia Ralcyon Teixeira.
No seu cotidiano no Emílio Ribas, ele diz ainda encontrar muita gente que não entende que a vacina não foi elaborada para evitar totalmente a contaminação, mas para diminuir os efeitos da doença.
Há muitas dúvidas também sobre a duração da imunidade fornecida em cada dose.
“A população ficou muito atrapalhada sobre quando ir se vacinar, quais são os grupos prioritários, qual é a necessidade de seguir se imunizando, etc. As pessoas foram se cansando”, reflete.
O último movimento dentro da campanha foi em janeiro, quando o Ministério da Saúde colocou três doses da vacina da Pfizer como parte do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Desde então, elas são obrigatórias dentro do ciclo vacinal de crianças entre 6 meses e menores de 5 anos.
No caso de idosos e de pessoas imunossuprimidas, os reforços devem ser tomados semestralmente.
“O problema é nossa cobertura para esse grupo está baixa. É por isso que ainda temos uma mortalidade bastante concentrada nele”, lamenta Julio Croda.
Para o infectologista, a inserção das vacinas no PNI também foi uma reação à campanha do movimento antivacina contra a imunização de crianças, que teve bastante penetração no Brasil.
Essa é, aliás, uma percepção corroborada entre todos os especialistas.
“A diferença entre o risco percebido e o que existe de fato para as crianças fez com que muita gente não vacinasse pessoas nessa faixa etária”, comenta Iamarino.
“De fato, elas têm menos chances de morrer, mas ainda assim não deveríamos assumir esse risco de forma alguma.”
Ralcyon Teixeira diz que a desinformação envolvendo crianças potencializaram bastante a baixa adesão dessa parte da população à vacina.
Ele aponta que mensagens circularam durante a pandemia relacionando a imunização a reações fatais piores do que a própria covid-19 ou a projetos supostamente políticos, como a implementação de rastreamento na população como forma de monitorá-las.
“Esse é realmente um problema grave da vacinação no Brasil hoje”, diz Dalcolmo.
Levando em conta o período desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, o Brasil permanece como o segundo país onde o vírus mais matou no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que estão perto de registrar 1,8 milhão de óbitos nesses quatro anos. Índia (533 mil mortes), Rússia (402 mil) e México (334 mil) também possuem números altos.
Pelos dados da OMS, 11,6 mil pessoas morreram de covid-19 no mundo em 2024: a maioria delas nos EUA.
A Johns Hopkins, universidade norte-americana que serviu como banco global de informações sobre a covid-19, deixou de coletar números dos países em outubro do ano passado, mas manteve seus gráficos abertos.
Neles, o Brasil ocupa o quarto lugar no índice de mortalidade, com 328 mortes ao longo da pandemia para cada 100 mil habitantes.
À frente do país estão o Chile (336 para cada 100 mil), os Estados Unidos (341) e o Peru (665).
A Polícia Civil do Estado de São Paulo fez uma publicação em seu perfil oficial no Instagram com imagens do trabalho realizado pela corporação durante o ato promovido neste domingo (25) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na postagem, a corporação curtiu elogios pelos trabalhos realizados e também comentários políticos. Entre eles, um “Fora Lula”.
Reações em perfil oficial da corporação. Uma das publicações curtidas pelo perfil da Polícia Civil foi um comentário “Fora @lulaoficial”, mencionando o perfil oficial do presidente Lula (PT) no Instagram. Segundo consulta da reportagem, o comentário foi realizado pelo perfil de um homem ainda no domingo (25), cerca de uma hora após a publicação do vídeo.
“E eu me pergunto… como o outro ganhou as eleições”, escreveu uma mulher, referindo-se a Lula. Essa postagem também foi curtida pelo perfil oficial da Polícia Civil de São Paulo.
Polícia Civil também curtiu comentário com a frase “Linda manifestação democrática”. Outras reações no perfil da corporação também incluem comentários de bandeiras do Brasil e de Israel, ambas comumente usadas pelos eleitores do ex-presidente. Comentários com as frases “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e “Deus, pátria, família e liberdade”, ditas frequentemente por Bolsonaro, também foram curtidas pelo perfil da Polícia Civil.
Corporação também respondeu comentários com emojis de flor, mãos orando e coração. Algumas das respostas, pelo que visualizou a reportagem, foram em comentários agradecendo pelo trabalho de segurança dos agentes. “Parabéns. Muito obrigada por ter cuidado dos nossos patriotas. [emojis com as bandeiras do Brasil e Israel, além de mãos para o alto]”, escreveu uma. “Parabéns, Me senti super segura! Não vi nenhum roubo, depredação”, comentou outra.
Internauta fez alerta sobre publicação. Em um dos comentários, um homem apontou a necessidade de ter cuidado com a “imagem da corporação não parecer proselitismo”. “A polícia é instituição de estado. Mesmo com um post singelo acaba promovendo ‘o culto’”, escreveu o internauta. Outro também comentou: “Aí vocês querem que eu leve vocês a sério com essa prova de impessoalidade?”.
Ato reuniu cerca de 600 mil pessoas na Paulista, diz SSP. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a manifestação “ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes e com a presença de, aproximadamente, 600 mil pessoas na avenida Paulista e 750 mil pessoas no total, quando levado em conta o público presente nas ruas adjacentes”.
Levantamento da USP aponta que estimativa de público para o pico do ato, às 15h, foi de 185 mil pessoas. O dado faz parte do Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Às 17h, após os discursos, a contagem indicou 45 mil participantes. A equipe acompanhou a manifestação, produziu imagens aéreas às 15h e às 17h e contou o público com auxílio de software.
POSTAGEM TINHA OBJETIVO DE DEMONSTRAR ATUAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL, DIZ SSP-SP
SSP-SP esclarece objetivo da publicação em nota. O objetivo único e exclusivo da postagem era “mostrar a atuação operacional da Polícia Civil para garantir a segurança da população ao longo do ato, assim como foi realizado em outros eventos”, declarou a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Pasta cita “Operação Carnaval” como exemplo. A SSP-SP relembrou que a divulgação do trabalho em campo pela instituição também foi realizado nas redes sociais desde o pré-Carnaval. “As publicações incluíram tanto o planejamento, como os resultados, por exemplo, quando diversos celulares furtados foram apreendidos e recuperados. Em outras postagens, dicas de segurança foram dadas à população”, acrescentou.
“As ações da Polícia Civil são voltadas à segurança pública e as atividades são executadas sem distinção.” A SSP-SP ainda acrescentou que para o ato deste domingo (25) foram mobilizadas equipes do GER (Grupo Especial de Reação) do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), helicóptero, drone e policiais do CERCO em campo para monitoramento. Uma unidade móvel da Delegacia de Atendimento ao Turista também esteve nas proximidades para prestar apoio aos presentes no ato.
BOLSONARO DEFENDEU ANISTIA EM MANIFESTAÇÃO
No ato, Bolsonaro negou tentativa de golpe e pediu anistia a envolvidos no 8/1. O ex-presidente optou por falar sobre feitos durante sua gestão e exaltou a adesão de apoiadores ao ato. “Nós sabemos como foi o período de 19 a 22. E estamos vendo como é difícil vencer nesse país com o que nos temos a governar nesse momento”. Depois, voltou dizer que nunca esteve envolvido em um plano de golpe de Estado e pediu anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.
Ex-presidente disse ser “perseguido” e cita investigação das joias, que apontou tentativa de apropriação de um patrimônio da União. “É joia, importunação de baleia, dinheiro que eu teria mandado para fora do Brasil, é tanta coisa que eles mesmo trabalham contra si”, criticou.
Pastor Silas Malafaia fez crítica a Lula. Organizador do evento, Malafaia sugeriu que o Lula sabia das invasões no 8 de janeiro e, ao citar Moraes, disse que não tem “medo de ser preso”. Ele também afirmou que “Lula fez o Brasil ser vergonha para o mundo inteiro. A fala de Lula não representa o povo brasileiro”. A declaração faz referência ao discurso do presidente no último dia 18, na Etiópia, quando Lula comparou os ataques à Faixa Gaza ao Holocausto, o que gerou críticas do governo israelense.
Em discurso, Tarcísio de Freitas destacou “legado” de Bolsonaro. O governador de São Paulo chegou junto ao ex-presidente na Paulista por volta das 14h40. Em sua fala, afirmou que Bolsonaro “nunca pegou nada para si” e sempre deu o crédito para quem realizava ações durante sua gestão. “Presidente que sempre respeitou Israel”, acrescentou.
Como o UOL antecipou, Michelle Bolsonaro falou na abertura do ato, às 15h, em trio na altura do Masp (Museu de Arte de São Paulo). A ex-primeira-dama se emocionou e chamou o evento de “ato pacífico de civilidade”. Ela também agradeceu a presença de Tarcísio de Freitas: “Abriu as portas da casa dele para nós”, afirmou. Depois, fez uma oração.
Embora o interesse pela manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha crescido ao longo do dia neste domingo, 25, em nenhum momento o assunto conseguiu entrar nas dez primeiras posições entre as principais pesquisas no Google. Hora a hora, desde a madrugada, os assuntos do esporte e, em especial, do futebol, dominaram os temas mais buscados no país. Os dados são da plataforma de monitoramento Torabit para o Estadão.
De acordo com o levantamento, às 14h, horário de início dos atos, por exemplo, os temas mais pesquisados, nesta ordem, eram: Santos, Liverpool, Pouso Alegre x Cruzeiro, Futebol Ao Vivo, Celtics, River Plate, Anderson Silva, Cruzeiro hoje, Payet e Palmeiras. Por volta das 17h, quando o ato chegou ao fim, o ranking tinha: Santos, Liverpool, Pouso Alegre x Cruzeiro, Al-Shabbab x Al-Nasr, Juventus, Duna, Borussia, Inter de Milão e Jovem Pan.
De acordo com a Torabit, foram registradas, entre meia-noite do dia 24 de fevereiro e 17h40 do dia 25, 64.444 menções nas plataformas Facebook, X(antigo Twitter) e Instagram, além de sites e blogs. Ao final do ato, 73,4% das menções citaram Bolsonaro, enquanto 26,6% trataram de Lula.
Antes do ato começar, o sentimento nas redes era mais desfavorável a Bolsonaro: 46,2% das menções eram negativas, com usuários criticando o ex-presidente e prevendo sua prisão durante o ato. Naquele momento, só 27,5% das menções eram positivas, com apoiadores expressando posições de entusiasmo com o tamanho do evento.
Ao fim do evento, porém, embora as menções negativas tenham se mantido em 46%, as postagens positivas subiram par 44%. O restante das citações ao evento foram de menções neutras, com notícias e sem juízo de valor.
Jair Bolsonaro chegando em ato na Avenida Paulista. Foto: MIGUEL SCHINCARIOLAFP
Enquanto os aliados de Bolsonaro exaltavam o evento, a militância digital pró-Lula passou a tarde publicando imagens da comemoração da vitória do petista na Paulista em 2022, com a hashtag #ChuvadeLula, que chegou ao primeiro lugar dos assuntos mais comentados da plataformas X. A hashtag #SemAnistia também foi divulgada pelos adversários de Bolsonaro. Essas, porém, não foram computadas quantitativamente no levantamento.
Publicações de parlamentares passam de 650 durante ato
Ao longo do dia do ato, 657 mensagens foram publicadas por deputados federais, sendo 53,32% do PL e 22,88% do PT. Entre os deputados que se manifestaram, 75,29% se mostraram favoráveis ao ato e 24,49% são contrários. Quanto aos senadores, 55,86% eram do PL, 25,23% eram do PT e 9,91% do PP. Nesse caso, eram 77,48% eram favoráveis ao ato e 18,92% contrários.
Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) pagaram R$ 5.000 por proteção em um esconderijo em Baraúna (RN). Na casa, os dois tinham até redes para dormir. As informações foram exibidas na noite deste domingo (25) no “Fantástico”, da TV Globo.
Esconderijo foi encontrado depois de fugitivos abandonarem o local. Rogério da Silva Mendonça, 35, e Deibson Cabral Nascimento, 33, passaram sete dias em uma casa na zona rural de Baraúna, a cerca de 25 km da Penitenciária de Mossoró, segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) repassadas à TV Globo.
Do lado de fora, Rogério e Deibson tinham uma espécie de bunker. O buraco cavado no solo serviria para que os fugitivos pudessem eventualmente se esconder dos drones que detectam calor humano usados pela PF. Além do bunker, os agentes também encontraram redes para dormir, embalagens de comida, um facão e uma lona.
Criminosos pagaram R$ 5 mil por proteção no esconderijo, diz PRF. Péricles Santos, superintendente da PRF no Rio Grande do Norte, contou que as lavouras da região podem estar mantendo os fugitivos alimentados. “O grande número de frutas fornece alimentação para eles o tempo todo”, disse.
Chuvas ‘torrenciais’ dificultaram as buscas pelos fugitivos. Com o grande volume de água, muitas das trilhas e dos rastros monitorados pela PF “foram perdidos”, acrescentou o superintendente da PRF. “[A chuva] Dificultava o trabalho dos cães farejadores e também dificultava o trabalho das equipes de campo”.
PRF instalou espécie de blitz próximo à divisa com o Ceará. Todos os carros são parados e rigorosamente revistados antes de cruzarem a barreira, mostrou o “Fantástico”. Em média, 3.800 veículos são parados pelo bloqueio policial. “Os investigadores acreditam que os criminosos fugiram para essa região”, completou a reportagem.
Moradores relatam medo
População do entorno de Mossoró teme encontrar fugitivos. O agricultor Francisco Barbosa da Silva, que mora em Baraúna há mais de dez anos, disse à TV Globo que não tinha ideia de que estava ao lado dos foragidos. Da Penitenciária de Mossoró até o local onde vive Francisco são mais ou menos 27 km. “Olha, do lado de casa. Tá vendo?”.
‘Nós ficamos assustados’, relata outro morador. “O cabra está deitado e vai encontrar um tiroteio de bala. Como é que o cabra escapa?”, questiona Ivaldo Moura. “Pode ter um confronto de bala, esse tipo de coisa, né? A gente teme isso”, afirma a moradora Maria José.
“Muitos moradores aqui da cidade estão com medo. Qualquer barulhozinho à noite, já pensa que são eles. As pessoas: ‘É os bandidos, é o pessoal que saiu, que fugiu da cadeia’.”, disse Expedito de Souza Filho, morador da região, ao “Fantástico”.