Categoria: Destaque

  • Lula relembra apoio de Marisa em exame para diagnosticar câncer

    Lula relembra apoio de Marisa em exame para diagnosticar câncer

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relembrou, nesta sexta-feira (30), seu diagnóstico de câncer na laringe, em outubro de 2011. Ele relatou ainda que Marisa Letícia, sua falecida ex-esposa, o incentivou a fazer o exame PET scan, que verifica a existência de tumores.

    “Eu fui no Sírio (Hospital Sírio-Libanês) dar uma olhada na minha garganta e eu jamais imaginei ter câncer. Dia 26 de outubro, um dia antes do meu aniversário, eu estava com muita febre, a garganta irritada e eu fui no médico e ele me falou que estava inflamado. [Ele] me deu um remédio”, afirmou, durante o lançamento do programa Agora Tem Especialistas, que visa ampliar o acesso da população a médicos especialistas, exames e cirurgias.

    “Eu ia saindo e a Marisa falou assim pra mim: ‘Lula, por que você não faz um PET scan?’”, relatou o presidente. Emocionado, Lula falou que começou a realizar o tratamento dois dias depois da descoberta do tumor.

    “Fico imaginando porque todas as pessoas não têm direito a isso”, afirmou o chefe do Executivo. A remissão do câncer de Lula foi anunciada pelos médicos no início de 2012.

    O programa Agora Tem Especialistas prevê o credenciamento de clínicas, hospitais filantrópicos e privados para atendimento de pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com foco em seis áreas:

    • oncologia;
    • ginecologia;
    • cardiologia;
    • ortopedia;
    • oftalmologia;
    • e otorrinolaringologia.

    A contratação da rede privada vai ser realizada pelos estados e municípios, ou também pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) e o Grupo Hospitalar Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde.

    A medida provisória apresentada por Lula determina que hospitais privados e instituições filantrópicas credenciadas ofereçam consultas, exames e cirurgias a pacientes do SUS como forma de quitar dívidas com o governo federal.

    Além disso, os planos de saúde também poderão compensar valores devidos ao SUS por meio da prestação de serviços aos usuários do sistema público de saúde.

    CNN

  • Crítica de Galípolo a IOF incomoda e governistas sobem tom contra juro alto

    Crítica de Galípolo a IOF incomoda e governistas sobem tom contra juro alto

    A posição do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre o pacote do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incomodou parte da base de parlamentares governistas, que já sobe o tom contra decisões da autoridade monetária nos bastidores, segundo apuração da CNN.

    Após o anúncio do pacote, Galípolo se disse contrário ao uso de um imposto regulatório, caso do IOF, para fins arrecadatórios. “Minha antipatia e resistência ao uso da alíquota do IOF como expediente para perseguir a meta fiscal decorre justamente desse receio [interpretação sobre possível controle cambial]”, afirmou.

    A ala de governistas que não recebeu bem a posição de Galípolo já avalia aumentar a pressão sobre o BC em relação ao patamar atual da Selic — em 14,75% ao ano, o maior em quase duas décadas.

    Parlamentares ouvidos pela CNN argumentaram que este patamar de juro dificulta ainda mais a tarefa do governo de organizar e equilibrar suas contas. A Selic é um dos principais indexadores da dívida pública, e o próprio BC estima que cada 1 ponto percentual de aumento da taxa aumenta seu estoque em mais de R$ 50 bilhões.

    O governo apresentou na última semana o pacote do IOF mirando aumentar a arrecadação deste ano em R$ 61 bilhões no próximo biênio: R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Após repercussões negativas no mercado financeiro, porém, a gestão federal recuou em trecho que eleva o imposto para aplicações no exterior.

    O presidente do BC elogiou o recuo: “Todo mundo precisa louvar e reconhecer que o ministro, [Fernando Haddad, da Fazenda], que em poucas horas suprimiu a medida, antes mesmo do mercado abrir, após ouvir a sociedade. Cabe a todos nós reconhecer a agilidade com que a Fazenda atuou ontem no final do dia”, disse.
    CNN
  • Washington Quaquá é eleito presidente da Associação de Cidades e Municípios BRICS+ em assembleia histórica

    Washington Quaquá é eleito presidente da Associação de Cidades e Municípios BRICS+ em assembleia histórica

    A Associação Brasileira de Municípios (ABM) alcançou um marco em sua atuação internacional durante a 1ª Assembleia Geral da Associação de Cidades e Municípios BRICS+, realizada em Maricá (RJ) entre 26 e 28 de maio. O momento decisivo foi a eleição do presidente da ABM, Washington Quaquá, prefeito da cidade-sede, para liderar a entidade global, sucedendo o prefeito russo Ilsur Metshin, que agora assume o cargo de presidente honorário.

    Washington Quaquá: álbuns, músicas, shows | Deezer

    Em seu discurso, Quaquá destacou o papel estratégico dos municípios na nova geopolítica: “Esta eleição consolida o trabalho da ABM na inserção das nossas cidades nos principais debates globais”. A posição reforça o papel da entidade como ponte entre o municipalismo brasileiro e o cenário internacional, abrindo caminho para novas cooperações.

    Diálogos estratégicos e culturais fortalecem laços entre municípios do BRICS+

    A programação do evento combinou debates estratégicos e atividades culturais. No dia 27, pela manhã, realizou-se uma reunião da Federación Latinoamericana de Ciudades, Municipios y Asociaciones de Gobiernos Locales (FLACMA), organização que representa mais de 16.400 municípios e associações municipalistas na América Latina e Caribe, incluindo a seção latino-americana da Organização Mundial de Prefeitos. Paralelamente, ocorreram painéis temáticos sobre Desenvolvimento Sustentável no BRICS+ (com foco em segurança alimentar e ESG), Mulheres BRICS+, Juventude e Arquitetura & Desenvolvimento Urbanístico.

    No dia 26, durante a recepção, os participantes assistiram a apresentações culturais. Já no dia 28, encerrando o evento, os representantes internacionais fizeram um tour técnico para conhecer experiências locais inovadoras em Maricá, como os jardins comestíveis em espaços públicos (hortas urbanas com produtos orgânicos e gratuitos) – exemplos concretos das boas práticas que a ABM busca difundir.

    Declaração de Maricá e novos acordos traçam futuro colaborativo para cidades do BRICS+

    O encontro resultou na Declaração Conjunta de Maricá, documento que estabelece diretrizes para os próximos anos – com ênfase em sustentabilidade, inovação tecnológica e governança local -, e na aprovação do estatuto da entidade. “Como presidente desta associação internacional, meu compromisso é fortalecer a capacidade técnica e política dos nossos municípios”, reforçou Quaquá.

    Além disso, a ABM firmou três acordos internacionais: com a Associação das Cidades do Volga (Rússia), a Federação de Municípios Livres do Peru (FEMULP) e a Associação de Municípios do Panamá (AMUPA). A consolidação dessa rede inaugura um novo capítulo na cooperação entre cidades em escala global, com a entidade atuando como peça-chave na articulação. O evento, organizado em parceria entre a prefeitura de Maricá e a ABM, destacou o potencial da diplomacia municipal para enfrentar os desafios contemporâneos.

     

  • “Mãe” de bebê reborn pede rescisão indireta de contrato de trabalho por negativa de pagamento de licença-maternidade

    “Mãe” de bebê reborn pede rescisão indireta de contrato de trabalho por negativa de pagamento de licença-maternidade

    Uma recepcionista “mãe” de um bebê reborn – boneca hiper-realista com a qual desenvolveu vínculo emocional e materno – acionou a Justiça do Trabalho de Salvador (BA) contra uma empresa de investimentos imobiliários. Na ação, ela requer a rescisão indireta do contrato de trabalho e indenização por danos morais, alegando ter sofrido constrangimentos no ambiente de trabalho após reivindicar direitos ligados à maternidade.

    O caso ainda não foi julgado, e uma audiência foi agendada para 28 de julho. No entanto, após a ação ganhar destaque nas redes sociais, o advogado que supostamente assinaria a inicial alega que juntou petição ao processo afirmando que foi vítima de fraude, e que não tem qualquer vínculo com a autora da ação.  Ele diz que a procuração apresentada no caso é falsa, e que ele nunca recebeu poderes para atuar em nome da trabalhadora.

    Inicial

    De acordo com a inicial, a ação foi proposta após a trabalhadora ter seus pedidos de licença-maternidade e salário-família negados pela empregadora sob a justificativa de que ela “não seria mãe de verdade”. A negativa, segundo a petição, foi acompanhada de comentários pejorativos diante de colegas de trabalho, como o de que a funcionária “precisava de psiquiatra, não de benefício”.

    A autora relata que trata a boneca como filha, com quem mantém uma relação de afeto, cuidado e proteção. Alega que a maternidade não se limita ao vínculo biológico, sendo a maternidade afetiva uma realidade legítima e digna de proteção jurídica, à luz dos princípios da dignidade da pessoa humana e do livre desenvolvimento da personalidade.

    Na ação, a trabalhadora argumenta que, ao negar o reconhecimento da maternidade afetiva e submetê-la a situações vexatórias, a empresa cometeu falta grave que rompeu o vínculo de confiança necessário à manutenção da relação de emprego. Por isso, requer a rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do artigo 483, alínea “d”, da CLT.

    Ela também pleiteia indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil, além do pagamento das verbas rescisórias decorrentes da rescisão indireta, como aviso prévio indenizado, férias proporcionais, 13º salário, FGTS com multa de 40% e liberação das guias para o seguro-desemprego.

    Como medida urgente, a autora solicita tutela antecipada para que a rescisão seja imediatamente reconhecida, com a liberação dos valores e documentos trabalhistas, e requer ainda a produção de prova pericial psicológica para demonstrar o vínculo afetivo com a boneca.

    Rota Jurídica

  • Após ameaça a Moraes, governo Trump anuncia que vai restringir vistos a autoridades estrangeiras

    Após ameaça a Moraes, governo Trump anuncia que vai restringir vistos a autoridades estrangeiras

    O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que vai anunciar nesta quarta-feira (28/5) restrições a vistos para autoridades estrangeiras que são “cúmplices na censura de americanos”.

    Rubio não divulgou ainda o nome das autoridades atingidas pela medida, mas cita a América Latina em seu anúncio na rede social X.

    Na semana passada, Rubio chegou a dizer no Congresso americano que o governo dos EUA estudava a possibilidade de sancionar Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostas ações do ministro contra a liberdade de expressão de pessoas e empresas dos EUA.

    Nos últimos dias, o governo do Brasil já vinha trabalhando com o cenário de uma possível sanção contra Moraes.

    No anúncio desta quarta, Rubio disse que “por muito tempo, americanos foram multados, assediados e até processados por autoridades estrangeiras por exercerem seu direito à liberdade de expressão”

    “Hoje, estou anunciando uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a autoridades estrangeiras e indivíduos cúmplices na censura de americanos. A liberdade de expressão é essencial ao modo de vida americano – um direito de nascimento sobre o qual governos estrangeiros não têm autoridade”, declarou.

    O secretário disse que essas autoridades não “devem ter o privilégio de viajar” aos EUA.

    O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, chegou a comentar a declaração de Rubio em sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília.

    Vieira disse que a “questão de vistos é uma política de cada Estado”: “O Estado toma a decisão de conceder ou de não conceder.”

    O ministro destacou ainda que o “interesse nacional está em primeiro lugar” e que “o Brasil não tem parcerias incondicionais” com outros países.

    As sanções a Alexandre de Moraes vêm sendo defendidas pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    O parlamentar se mudou para os Estados Unidos em março deste ano e vem fazendo campanha contra Moraes e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto ao governo de Donald Trump e a parlamentares republicanos.

    Logo após Rubio fazer o anúncio do X, Eduardo Bolsonaro parabenizou o secretário de Estado.

    “A América está trazendo esperança para todos os lutadores pela liberdade”, escreveu.

    Resposta brasileira

    O governo brasileiro intensificou, nos últimos dias, contatos com o Departamento de Estado dos Estados Unidos numa estratégia para evitar que o governo americano aplique sanções a autoridades brasileiras.

    A informação foi divulgada pelo canal GloboNews e confirmada pela BBC News Brasil nesta terça-feira (27/05) junto a uma fonte que falou à reportagem em caráter reservado.

    Segundo esta fonte, o Ministério das Relações Exteriores vem indagando os americanos sobre a lógica por trás de uma sanção a Alexandre Moraes e advertindo que essa medida seria interpretada pelo governo brasileiro como uma ingerência internacional em assuntos domésticos — o que poderia trazer impactos negativos à relação entre os dois países.

    A investida brasileira para evitar sanções a Moraes está sendo capitaneada pelo Itamaraty.

    Uma possível medida contra o magistrado seria baseada na Lei Global Magnitsky.

    Os contatos do Itamaraty junto ao governo americano, segundo a BBC News Brasil apurou, estão sendo feitos por autoridades de alto escalão da diplomacia e não há previsão de que o seu conteúdo ou os seus interlocutores sejam divulgados.

    Nos bastidores, a estratégia é que o assunto seja tratado com a maior discrição possível para evitar uma escalada que torne a situação diplomaticamente mais complicada.

    Área externa do Itamaraty durante o dia
    Divulgação/Itamaraty- O Itamaraty está liderando negociação com os EUA, segundo fontes

    Apesar de as conversas lideradas pelo Itamaraty ainda estarem em curso, outra fonte que atua no campo diplomático ouvida pela reportagem disse que o Brasil deverá adotar cautela ao responder a uma eventual sanção a Moraes.

    Segundo ele, uma sanção ao ministro levaria o governo brasileiro a repudiar a medida, seja por meio de uma nota oficial ou em discursos de autoridades como o presidente Lula.

    A fonte descartou, no entanto, a possibilidade de que o governo brasileiro eventualmente adote o princípio da reciprocidade diplomática e imponha sanções a autoridades americanas.

    Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro tenta intensificar contatos nos bastidores diplomáticos, não há previsão de que, sob os holofotes, os presidentes Lula e Trump se encontrem.

    Há expectativa de que os dois participem da Cúpula do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) entre os dias 15 e 17 de junho, no Canadá.

    Apesar disso, fontes do governo brasileiro disseram à BBC News Brasil que, até o momento, o país não deverá formalizar nenhum pedido de reunião bilateral com Trump.

    BBC

  • O que pode acontecer com Alexandre de Moraes se for alvo de sanções dos EUA

    O que pode acontecer com Alexandre de Moraes se for alvo de sanções dos EUA

    O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou nesta quarta-feira (28/5) que restrições de visto serão anunciadas contra autoridades estrangeiras que são “cúmplices de censura a americanos”.

    “Por muito tempo, americanos foram multados, assediados e até processados por autoridades estrangeiras por exercerem seu direito à liberdade de expressão”, disse Rubio.

    “Estrangeiros que atuam para minar os direitos dos americanos não devem desfrutar do privilégio de viajar para o nosso país. Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento passivo para aqueles que atentam contra os direitos dos americanos acabaram.”

    Até o momento, não foi anunciado quem são estas autoridades, mas, na semana passada, em audiência no Congresso americano, Rubio afirmou que o governo está analisando a possibilidade de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Global Magnitsky.

    Esta legislação permite punições a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou graves violações de direitos humanos e tem aplicação global.

    Segundo o texto da própria lei, são consideradas violações graves atos como execuções extrajudiciais, tortura, desaparecimentos forçados e prisões arbitrárias sistemáticas ou por motivação política.

    A afirmação de Rubio veio em resposta a um questionamento feito pelo deputado republicano Cory Mills, da Flórida, sobre o tema. O parlamentar tem articulado com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que está morando nos EUA.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito na segunda-feira, 26, para investigar o parlamentar, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviar um pedido relacionado à sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

    Nesta quarta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, chegou a comentar o anúncio de Rubio em sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília.

    Vieira disse que a “questão de vistos é uma política de cada Estado”.

    “O Estado toma a decisão de conceder ou de não conceder.”

    Não há confirmação até o momento de que sanções serão, de fato, impostas contra Moraes. Mas o que elas significariam, na prática?

    Eduardo Bolsonaro e Cory Mills
    Reprodução/X – Legenda da foto,Eduardo Bolsonaro tem se reunido com parlamentares republicanos em Washington, como Cory Mills

    O que pode acontecer com Alexandre de Moraes?

    Há três consequências principais para quem é colocado dentro da lista de sancionados da Lei Magnitsky:

    • proibição de viagem aos EUA;
    • congelamento de bens nos EUA;
    • proibição de qualquer pessoa ou empresa nos EUA de realizar transações econômicas com o indivíduo sancionado.

    Esse último item é o que costuma causar maiores problemas às pessoas sancionadas pelos EUA, afirma Natalia Kubesch, advogada da Redress — entidade britânica que ajuda vítimas de tortura e abusos de direitos humanos em diversas partes do mundo — em entrevista à BBC News Brasil.

    Isso significa, por exemplo, que os cartões de crédito de Moraes podem ser cancelados — mesmo se emitidos por bancos no Brasil — já que as empresas de cartões Visa, MasterCard e American Express são americanas?

    Em tese, sim. Mas não necessariamente. Decisões como essa precisariam ser analisadas caso a caso pelas instituições financeiras. Kubesch afirma que há precedentes em que isso aconteceu.

    “A American Express anunciou no ano passado que havia encerrado contas de clientes [sancionados pela Lei Magnitsky]. Eles provavelmente tinham ligações com o governo do Irã, então a operadora encerrou completamente essas contas de clientes”, diz a advogada.

    “Da mesma forma, em 2022, Visa, MasterCard e American Express bloquearam certos bancos russos de suas redes de pagamento após a imposição de sanções.”

    E as contas de mídias sociais de Alexandre de Moraes? As sanções americanas poderiam forçar empresas baseadas nos EUA — como Google, Meta e X — a cancelarem as contas do juiz brasileiro?

    Kubesch afirma que existe uma “zona jurídica cinzenta” quanto a isso.

    “Ser sancionado não o proíbe de ter uma conta em uma rede social. E empresas como Twitter e o Facebook não necessariamente violariam as sanções ao permitir que alguém tivesse uma conta”, diz a advogada.

    Isso porque vetar o acesso de uma pessoa a uma plataforma de comunicação de massa por causa de sanções seria visto por muitos como uma violação do seu direito à liberdade de expressão, diz Kubesch.

    “Mas existe uma área cinzenta porque contas em redes sociais podem ser usadas para permitir ou facilitar a potencial proibição de uma sanção, ou podem promover sua agenda específica”, diz a advogada.

    “Há precedentes em que o Facebook bloqueou em 2017 contas do chefe da República Chechena da Rússia, patrocinado pelo Kremlin, depois que ele foi sancionado”, ressalta Kubesch.

    “Há precedentes de plataformas de mídia bloquearam contas após a imposição de sanções, mas isso também pode, às vezes, ser uma abordagem proativa [das empresas de mídias sociais], em vez de ser uma violação direta, resultado da qual eles teriam que agir.”

    Alexandre de Moraes
    ANDRE BORGES/EPA-EFE/REX/Shutterstock – Legenda da foto,Sanções norte-americanas a Moraes são uma das pautas mais defendidas por apoiadores de Bolsonaro

    Sanções e política

    A advogada diz que a inclusão de pessoas na lista de sanções pela Lei Magnitsky é “semilegal” e “semipolítico”.

    “É preciso que a pessoa sancionada esteja envolvida em graves violações de direitos humanos, e esse é um teste legal que precisa ser cumprido. Agora, impor ou não uma sanção, no final das contas, fica a critério das autoridades governamentais relevantes.”

    A especialista diz que o possível enquadramento de Alexandre de Moraes nas sanções pela Lei Magnitsky seria incomum, considerando como a lei costuma ser usada.

    “Essa pessoa [Moraes] provavelmente não seria passível de sanções sob as sanções Magnitsky no Reino Unido”, diz Kubesch, em referência à lei britânica de mesma natureza — Canadá e União Europeia também têm suas próprias leis Magnitsky.

    “No Reino Unido, você só pode ser sancionado e sujeito às sanções Magnitsky se estiver envolvido em uma violação grave do direito à vida, do direito de não ser torturado e do direito de não ser escravizado. E nenhum desses casos se aplica aqui em particular, então ele não seria elegível para as sanções Magnitsky sob a lei do Reino Unido.”

    Ela aponta que, sob o novo governo de Donald Trump, parece estar havendo mudanças nos critérios de inclusão ou exclusão da lista de sanções americanas.

    Recentemente, o governo americano retirou da lista colonos israelenses na Cisjordânia que estavam implicados em abusos de direitos humanos e uma autoridade do governo da Hungria que havia sido sancionado pelo governo do ex-presidente Joe Biden por corrupção.

    Impacto além do financeiro

    Aprovada durante o governo de Barack Obama, em 2012, a Lei Magnitsky foi criada para punir autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky, que denunciou um esquema de corrupção estatal e morreu sob custódia em Moscou.

    Inicialmente voltada para os responsáveis por sua morte, a lei teve seu alcance ampliado em 2016, após uma emenda que permitiu a inclusão de qualquer pessoa acusada de corrupção ou de violações de direitos humanos na lista de sanções.

    Desde então, a lei passou a ter aplicação global. Segundo relatório semestral da Humans Rights First, organização sediada em Nova York, 69 pessoas foram sancionadas sob esta legislação no ano passado. A média tem sido de 75 por ano desde sua criação.

    Um estudo publicado em 2023 pelo International Lawyers Project analisou o impacto das 20 primeiras sanções da legislação. A pesquisa categorizou os diferentes tipos de impactos aos sancionados. Dentre eles estão:

    1) congelamento de bens e proibição de viagens nos EUA;

    2) instituições financeiras no exterior encerrando relações comerciais com o indivíduo alvo, mesmo sem uma obrigação legal;

    3) desenvolvimentos na jurisdição de origem, como investigações criminais ou processos judiciais contra o indivíduo mencionado, perda de emprego ou influência política do indivíduo alvo da sanção.

    Para o advogado e professor de Direito da pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Jean Menezes de Aguiar, a sanção pode ser considerada “uma severa afetação financeira, já que o mundo ficou menor com a globalização”, lembrando que, caso a pessoa punida tenha patrimônio nos EUA, teria que contratar um advogado no país para se defender e tentar reverter a situação, com todos os gastos envolvidos.

    Ele avalia que Moraes não se enquadra juridicamente nas possibilidades da lei e que, mesmo que haja a penalização, isso “em nada impactaria a legitimidade dos processos judiciais que ele é relator, nem daria às defesas qualquer direito de retirar do magistrado a condução dos processos.”

    O professor ressaltou também que a lei americana não tem o poder de bloquear bens ou ativos no exterior. “Só quem pode fazer isso é o poder judiciário de cada país.”

    Os casos citados pelo International Lawyers Project também apontam para desfechos distintos para os sancionados, nos EUA e em seus países de origem.

    Segundo o documento, a esposa do senador da República Dominicana Felix Ramon Bautista Rosario, sancionado por “envolvimento em atos de corrupção”, tinha pelo menos duas empresas atuantes no país.

    Ele alegou, em um processo judicial, que administrar as empresas “tornou-se praticamente impossível em razão do congelamento de bens e da proibição de viagens impostas pelos EUA.” Vistos americanos de dois filhos dele também foram cancelados e não renovados.

    Já o vice-presidente do Sudão do Sul Benjamin Bol Mel, sancionado em 2017 por supostos atos de corrupção, não teria sofrido “consequências significativas” em decorrência da punição.

    Segundo o relatório, “ele e empresas a ele relacionadas continuam a receber tratamento preferencial de autoridades de alto escalão do Sudão em um processo não competitivo.”

    BBC

  • Os motivos que levaram Elon Musk a sair do governo Trump

    Os motivos que levaram Elon Musk a sair do governo Trump

    O bilionário Elon Musk anunciou nesta quarta-feira (28/05) que seu trabalho à frente da equipe dedicada a cortes de custos no governo de Donald Trump chegou ao fim.

    Musk ajudou a liderar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) desde sua criação, no início do ano.

    Um funcionário da Casa Branca disse ao canal de notícias Semafor que o “desligamento” de Musk como funcionário especial do governo começaria na noite desta quarta-feira.

    Musk foi designado como “funcionário especial do governo” (SGE, na sigla em inglês).

    Essa posição permite alguém trabalhar 130 dias por ano em um cargo público.

    Considerando a posse de Trump em 20 de janeiro, ele atingiria esse limite no final de maio.

    Em abril, o empresário já tinha sinalizado que sairia do governo — e Trump confirmou que sabia disso.

    Nesta quarta, Musk agradeceu a Trump pelo cargo em uma publicação em sua rede social, o X, e disse acreditar que a agência de corte de custos se tornaria um “estilo de vida em todo o governo”.

    “Com o fim do meu mandato como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao presidente @realDonaldTrump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”, escreveu Musk no X.

    Ele acrescentou que a agência “apenas se fortalecerá com o tempo”.

    Placa da Tesla na entrada de terreno
    EPA-Legenda da foto,Tesla vem enfrentando problemas financeiros, incluindo queda de lucros

    Embora não tenha sido uma surpresa, a saída de Musk ocorre após ele criticar um projeto de lei central para a agenda de Trump, o qual inclui isenções fiscais multitrilionárias e aumento nos gastos com defesa.

    Musk disse em entrevista à CBS (parceira da BBC nos Estados Unidos) que estava “decepcionado” com o fato de o projeto aumentar o déficit federal, acrescentando que acreditava que isso “prejudicaria o trabalho” que estava sendo feito no DOGE.

    A saída encerra — pelo menos por enquanto — uma entrada tumultuada na política, que o transformou em um dos conselheiros mais próximos de Trump e viu os lucros e vendas de sua empresa, a Tesla, despencarem.

    A empresa de carros elétricos alertou investidores que a crise financeira poderia continuar, recusando-se a oferecer uma previsão de crescimento e afirmando que “mudanças no sentimento político” poderiam prejudicar significativamente a demanda pelos veículos.

    Musk disse a investidores em abril que o tempo que ele vinha dedicando ao DOGE diminuiria significativamente e que ele “dedicaria muito mais do seu tempo à Tesla”.

    Após a declaração, o preço das ações da Tesla, que estava caindo, subiu.

    Também em abril, ao ser questionado pela BBC, Trump confirmou que o governo estava se preparando para a saída de Musk.

    “Temos que, em algum momento, deixá-lo ir”, respondeu o republicano, acrescentando acreditar que a Tesla seria “resolvida”.

    Ele também reclamou que Musk estava sendo “tratado de forma muito injusta” por “parte do público”.

    “Ele é um grande patriota, e [isso] nunca deveria ter acontecido com ele”, acrescentou Trump.

    Em um fórum econômico em Doha na terça-feira (27), Musk respondeu afirmativamente quando questionado se estava comprometido a liderar a Tesla pelos próximos cinco anos.

    Trabalho de Musk à frente do departamento

    O esforço de Musk para cortar gastos governamentais focou na demissão em massa de funcionários federais e tentativas de fechar agências federais inteiras.

    Estima-se que 260.000 funcionários federais tenham tido seus empregos cortados ou tenham aceitado acordos de rescisão.

    Em vários casos, juízes federais se opuseram às demissões em massa e ordenaram a reintegração de funcionários.

    A abordagem apressada para cortar a força de trabalho federal ocasionalmente levou à demissão equivocada de alguns funcionários, incluindo alguns do programa nuclear dos EUA.

    Americanos irritados com a abordagem de Musk expressaram suas frustrações convocando boicotes à Tesla, realizando protestos em frente às suas concessionárias e vandalizando veículos e estações de recarga.

    A reação negativa à Tesla tornou-se tão violenta e generalizada que a procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, alertou que seu gabinete trataria atos de vandalismo como “terrorismo doméstico”.

    BBC

  • Ciro Gomes pode ser candidato a presidente apoiado pelo bolsonarismo? Caiado tem mais afinidade com Bolsonaro

    Ciro Gomes pode ser candidato a presidente apoiado pelo bolsonarismo? Caiado tem mais afinidade com Bolsonaro

    Esquerda e direita não discutem se o ex-ministro Ciro Gomes, atualmente no PDT, é ou não preparado para assumir cargo público, qualquer que seja ele. A grande dúvida se resume a seu comportamento no caso de enfrentar a mais comezinha das discussões. Seu grande defeito, para um grupo, e a maior virtude, para o outro, é que o ex-governador do Ceará se tornou um crítico de qualidade do governo de Lula da Silva (PT).

    O PT e partidos aliados não toleram Ciro Gomes, a ponto de seu irmão Cid Gomes romper com ele e trocar o PDT pelo PSB. A impopularidade de Lula da Silva está ressuscitando o crítico, a ponto de o próprio Cid voltar a paparicar o primogênito da família. Atraiu também a direita, cujo maior partido não federado, o PL, está sem nome que não tenha o sobrenome Bolsonaro.

    Se Jair Bolsonaro decidir que é confiável, Ciro Gomes pode ter chance de ser o candidato de seu grupo e tentar pela quarta vez a Presidência da República. Primeiro teria de se filiar ao PL, depois combinar com os russos sem desagradar aos ucranianos.

    Pode ser sua última oportunidade, pois seus índices nas urnas despencaram nas últimas eleições, após crescer pouco, mas crescer, em três disputas seguidas: teve 10,97% em 1998, 11,97% em 2002, 12,47% em 2018 e quase sumiu em 2022 com 3,04%.

    Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado: articulações políticas podem resultar na candidatura do goiano a presidente com o apoio do bolsonarismo | Foto: Divulgação

    A paulada foi tão forte que anunciou o fim do desejo de ocupar o Executivo nacional, no qual exerceu o importantíssimo papel de ministro da Fazenda na implantação do Plano Real, em substituição a Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que saíra para ser candidato à sucessão de Itamar Franco e seria eleito e reeleito.

    No bolsonarismo, Ciro teria o cenário inédito de praças cheias do Rio Grande do Sul ao Amazonas, do Acre a São Paulo. Até agora, tem contado com o chamado voto de opinião, de quem exige do candidato um pouco mais que slogans elaborados por marqueteiros ou rezas de pastores fanáticos em busca de fiéis. Demonstra conhecimento de gestão pública, notadamente na área de economia.

    Teria barreiras gigantescas, mas não intransponíveis. Jair Bolsonaro entubaria o PL com o Ecmo Gomes, sem importar a largura da garganta dos liberais. A missão quase impossível para Ciro é convencer governadores, parlamentares, prefeitos e a militâncias.

    Nascido no interior de São Paulo, surgiu para a política na região de Sobral, no Ceará, e mora no Rio de Janeiro. Já foi casado com mulheres famosas, duas delas Patrícia, a atriz Patrícia Pillar e a senadora Patrícia Saboya.

    É criativo, tem boa verve e ótima oratória, apesar de a qualquer minuto poder escapar uma gafe. Foi elogiado quando esteve gestor, como prefeito de Fortaleza e governador do Ceará e ministro também da Integração Nacional no primeiro mandato de Lula.

    Essa digressão só teria sentido se Ciro Gomes fosse confiável aos olhos de Jair Bolsonaro, que desconfia até da sombra de gilete.

    A análise de conjuntura menos especulativa é deixar Ciro Gomes em sua aposentadoria carioca, a família Bolsonaro com seus tormentos reciclados a cada semana, Tarcísio de Freitas com fácil reeleição em São Paulo, Romeu Zema e Ratinho Jr. com votações recordes para o Senado por Minas Gerais e Paraná.

    Enquanto isso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, entrou de vez na disputa após o lançamento em Salvador (BA) no início do mês e não saiu mais das manchetes.

    Na semana passada, por exemplo, a revista de notícias que sobrou no Brasil, a “Veja”, tem na capa o tema da pré-campanha de Caiado e na entrevista das “Páginas Amarelas” o presidente de seu partido, Antônio Rueda, mais liso que bagre ensaboado para confirmar que o dirigente goiano será mesmo o candidato do partido a enfrentar Lula e ao mesmo tempo não perder os ministérios.

    Ah, Ciro Gomes já disse que Ronaldo Caiado é “bom administrador” e “tem espírito público”.

    Jornal Opção

  • Entenda como Hidrolândia atraiu 17 gigantes como Shopee, Magalu, Drogasil e se tornou um dos maiores polos logísticos do Brasil

    Entenda como Hidrolândia atraiu 17 gigantes como Shopee, Magalu, Drogasil e se tornou um dos maiores polos logísticos do Brasil

    O prefeito de Hidrolândia, José Délio (UB), esteve na redação do Jornal Opção na tarde desta terça-feira, 27, e falou sobre a nova vocação econômica da cidade. Não mais “cidade dormitório” nem apenas terra da jabuticaba, mas polo logístico. Grandes empresas do varejo online tem escolhido o município como centro de distribuição (CD) logística.

    Têm centros de distribuição em Hidrolândia: Shopee (por meio da CDs Centro-Oeste, que entrega para toda a região e parte do Norte do país), Magazine Luiza, Drogaria Pacheco, Pague Menos, Raia Drogasil, Martins Atacado, Drogaria, Casas Bahia, Ponto Frio, Casa do Pica-Pau e outras. Ao todo são 17 empresas A razão é a localização geográfica, ao sul do maior conurbado urbano do centro do país, e a proximidade com a BR-153.

    É possível ir do centro de Hidrolândia ao centro de Goiânia sem encontrar um semáforo, em cerca de 30 minutos. Há 26 quilômetros entre os centros administrativos das cidades. Curiosamente, Hidrolândia, um município territorialmente extenso, tem povoados a 41 quilômetros do próprio centro administrativo.

    Prefeito de Hidrolândia, Zé Délio Jr | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

    Por conta da facilidade de escoamento, as empresas se instalaram em Hidrolândia e criaram demanda por mão de obra. Atualmente, 4 mil postos de trabalho estão abertos. Há um polo industrial municipal que concentra empresas e um novo polo será inaugurado em breve, criando outras 1,5 mil vagas.

    José Délio explica a movimentação das empresas: “Hoje, para onde foram as lojas físicas? Cadê o Shopping Center? Hoje você não vai mais nas galerias do centro comprar, você não vai na loja física, isso vai acabar. Hoje tudo é digital, é plataforma. O shopping center está no seu bolso, é na internet que você compra. Mas para isso funcionar, a mercadoria tem de estar guardada em algum lugar próximo do comprador, com posição estratégica para entregar com rapidez e celeridade.”

    Para qualificar a mão de obra, José Délio enumera os esforços: parcerias com Senai, Sebrae, Sesi, IEL e Central Mais Emprego. A sede Instituto Federal Goiano (IF Goiano) em Hidrolândia criou um programa de qualificação profissional para assistente de logística, que abre inscrições para o processo seletivo no início de junho, na próxima semana. O curso terá duração de três a quatro meses.

    O diretor do IF Goiano de Hidrolândia, Rogério Chaves, afirmou em entrevista ao Jornal Opção: “A logística está na nossa ordem do dia. É a vocação de Hidrolândia ser o polo logístico do estado, e os IFs têm a missão institucional de atender a população local. Nos organizamos para atender a demanda crescente no município.”

    O curso de formação inicial continuada é o primeiro passo, diz Rogério Caves. Com ele, o IF Goiano espea verificar demanda, quantidade de inscritos, de onde vem a procura. No futuro, a instituição oferecerá cursos de maior duração e especialização.

     

    Jornal Opção

  • Parlamentares se posicionam sobre o voto distrital, que deve tramitar no Congresso na próxima semana

    Parlamentares se posicionam sobre o voto distrital, que deve tramitar no Congresso na próxima semana

    A um ano das eleições gerais de 2026, o Congresso Nacional desenha uma reforma política que pode mudar por completo o cenário eleitoral nacional. Textos como a proposta à emenda constitucional (PEC) do fim da reeleição e a unificação das urnas é debatida no Senado e tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) planeja a sua própria reforma na alteração do voto direto para o voto distrital, conforme indicam os bastidores da Casa.

    Segundo interlocutores, Motta deve reunir líderes partidários nesta próxima semana para desenhar um esboço da matéria legislativa a fim de instituir uma comissão especial para tratar sobre o tema. A expectativa é que a alteração eleitoral caminhe junto com a reforma política do Senado para que entrem no mesmo calendário de 2034.

    Diferente do voto direto em que o eleitor escolhe um deputado e o representante é escolhido pelo número de votos, o voto distrital funciona com um sistema de peso em cada estado dividido em zonas distritais de quantidade populacional semelhante onde cada eleitor de uma área escolhe um deputado para representá-lo. Em Goiás, por exemplo, o mapa eleitoral do estado seria fatiado em 18 distritos de 390 mil habitantes cada. Com o sistema misto, o eleitor escolhe dois nomes, um para o distrito e um para o geral, que devem ser medidos com sistemas de pesos diferentes. Atualmente, países como Estados Unidos da América, Portugal, Espanha, Inglaterra e Itália possuem o voto distrital e a Alemanha possui o voto distrital misto.

    Contudo, esta não seria a primeira vez que o País adotaria o sistema nos seus mais de 200 anos de história devido a demora, omissão e monopólio das cadeiras da então Assembleia Geral Legislativa, o Congresso Nacional do Império do Brasil. Em 1855, o imperador Dom Pedro II instituiu a Lei dos Círculos pelo Decreto de nº. 842 de 19 de setembro que instituiu que cada “círculo”, ou distrito eleitoral, elegesse um deputado. O decreto foi modificado 1860 com a segunda Lei dos Círculos que aumentou para três deputados por distrito eleitoral.

    Agora, Motta se manifesta para instituir uma nova “Lei dos Círculos” no Brasil. Contudo, parlamentares e líderes partidários se dividem quando a eficácia e as possíveis mudanças no cenário nacional. Nos bastidores, a conversa é que Gilberto Kassab, o presidente do Partido Social Democrata (PSD), é um dos adoradores da ideia.

    Em conversa exclusiva com o Jornal Opção, o ex-presidente do PSD e ex-deputado federal, Vilmar Rocha, afirmou que também defende a pauta por legitimar a posição do representante político com o representado. Segundo o ex-parlamentar, o Brasil já estaria amadurecido politicamente para aprovar a mudança, além de oferecer um controle sobre as atividades dos deputados pela base que o elegeu. “Todas as democracias estáveis do mundo, o voto é distrital. … O voto distrital aumenta a legitimidade do representante e aumenta o controle do representado sobre o representante”, afirma.

    Além do ex-parlamentar, o deputado federal José Nelto (UB) também aprova mudança por oferecer os mesmos benefícios de controle e representatividade. Segundo o advogado, ao Jornal Opção a mudança também pode incluir os setores afastados das metrópoles no cenário nacional pela mudança no mapa eleitoral, contudo, acredita que deva ser adotado o sistema misto para aproximar o representante das comunidades.

    Por outro lado, o deputado federal Daniel Agrobom (PL) demonstrou mais cautela perante o projeto. Segundo o parlamentar, é uma pauta que deve enfrentar resistência ao entrar em debate e pode sofrer alterações do desenho inicial. Além disso, afirma que o método para a escolha dos distritos ainda deve ser trabalhado. “Não acredito que [o voto distrital] seja tão bom, quando distribuir os distrito para vagas com Goiás com 18 distritos, não sabemos como ficará essa representatividade, tem muita coisa que dá para acontecer ainda.”

    Jornal Opção