Categoria: Mundo

  • FIIs: Galpões lideram baixas na última semana; todos os setores recuam

    FIIs: Galpões lideram baixas na última semana; todos os setores recuam

    Todos os segmentos do mercado de Fundos Imobiliários (FIIs) tiveram performances negativas na semana passada, com queda de 0,96% no Índice de Fundos Imobiliários (IFIX). A pior variação foi do setor de galpões, com recuo de 2,11%, de acordo com levantamento setorial ITRIX, da Trix, um aplicativo de investimentos em FIIs da TRX Investimentos.

    Além de galpões, os outros setores também recuaram, principalmente tijolo, com baixa de 1,32%, shopping, com queda de 1,12%, e escritórios, com desvalorização de 1,10%. Ainda que cinco dos seis índices tenham recuado no mês, todos apresentam alta em doze meses.

    Leonardo Garcia, analista do Trix, lembra que a última semana foi marcada por queda nos principais índices de renda variável. “Enquanto isso, no setor imobiliário, o BTLG anunciou a assinatura de uma carta de intenção para adquirir um portfólio de 11 galpões, avaliado em R$ 1,75 bilhão”, recorda.

    Veja os dados do ITRIX:FIIs: Galpões lideram baixas na última semana; todos os setores recuam

    Fonte: ITRIX

  • Valor milionário: Palmeiras encaminha a venda de jogador multicampeão na equipe

    Valor milionário: Palmeiras encaminha a venda de jogador multicampeão na equipe

    Com o provável acordo, Verdão deve receber uma boa quantia em seus cofres. O Palmeiras segue fazendo bonito no futebol brasileiro. Campeão paulista mais uma vez, o Verdão de Abel Ferreira quer, também, defender o título do Brasileirão.

    Na última rodada, em casa, a equipe empatou com o Flamengo de Tite. Apesar de algumas poucas boas oportunidades, o placar não mudou em nenhum instante. 0 a 0.

    Agora, a chave é a Libertadores. O próximo adversário do Palmeiras na competição será o perigoso Independiente del Valle, do Equador. A partida será na casa do rival.

    Enquanto isso, a Diretoria segue trabalhando no mercado da bola. Nos próximos dias, o Verdão pode fechar um acordo que trará um bom retorno financeiro aos cofres do clube.

    Palmeiras encaminha acordo milionário

    Isso porque, conforme repercutido pelo jornalista Jorge Nicola, o Palmeiras tem um acordo encaminhado com o Colorado Rapids pela venda em definitivo do atacante Rafael Navarro.

    O portal Nosso Palestra repercute que a opção de compra está fixada em 5 milhões de dólares – pouco mais de R$ 25 milhões. Entretanto, o time norte-americano busca reduzir o valor.

  • Musk rejeita ordem para retirada de vídeo de ataque em Sydney

    Musk rejeita ordem para retirada de vídeo de ataque em Sydney

    A Corte Federal australiana deu na segunda-feira o prazo de 24 horas à plataforma para retirar os vídeos em que um bispo assírio é esfaqueado durante um ataque no subúrbio de Sydney.

    O empresário Elon Musk prometeu nesta terça-feira que apresentará um recurso contra a ordem de um tribunal australiano para que a rede social X remova os vídeos de um recente esfaqueamento em uma igreja de Sydney.

    A Corte Federal australiana deu na segunda-feira o prazo de 24 horas à plataforma para retirar os vídeos em que um bispo assírio é esfaqueado durante um ataque no subúrbio de Sydney.

    A Comissão Australiana de eSegurança pediu a ordem judicial depois que o X ignorou os pedidos de remoção dos vídeos.

    Musk criticou a comissão nesta terça-feira ao afirmar que o conteúdo já havia sido removido para os usuários da plataforma na Austrália.

    – Já censuramos o conteúdo em questão para a Austrália, aguardando recurso legal, e está armazenado apenas em servidores nos Estados Unidos – postou Musk no X.

    Ele considera que a Austrália tenta aplicar uma censura mundial.

    – Nossa preocupação é que se “qualquer” país tiver permissão para censurar conteúdo para “todos” os países, que é o que o ‘Comissário de Segurança‘ australiano está exigindo, então o que impedirá qualquer país de controlar toda a Internet – acrescentou o empresário de maneira irônica.

    Uma eventual prorrogação

    A questão retornará ao tribunal esta semana e um juiz decidirá sobre uma eventual prorrogação da ordem temporária.

    Em seguida acontecerá uma terceira audiência na qual a Comissão de eSegurança buscará uma ordem permanente para remover os vídeos e sanções civis contra a rede social X, disse um porta-voz à agência inglesa de notícias AFP.

    O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, criticou Musk, que descreveu como um “bilionário arrogante que pensa que está acima da lei”.

    – A ideia de que alguém recorra ao tribunal para defender o direito de divulgar conteúdo violento em uma plataforma mostra o quão deslocado está o senhor Musk – disse Albanese ao canal público ABC.

    Por Redação, com CartaCapital – de Sydney/São Francisco

  • Zzyzx, a misteriosa cidade-fantasma criada por um lunático cristão

    Zzyzx, a misteriosa cidade-fantasma criada por um lunático cristão

    Escondida no coração do árido deserto de Mojave, a leste de Los Angeles, encontra-se Zzyzx, uma cidade-fantasma com uma história tão peculiar quanto seu nome. Fundada por um vendedor ambulante e autoproclamado curandeiro, Zzyzx foi outrora um spa próspero que prometia “saúde interna, externa e eterna”. Hoje, as ruínas do local servem como um lembrete fascinante do passado excêntrico da região.

    A história de Zzyzx está intrinsecamente ligada à figura de Curtis Howe Springer, um vendedor ambulante com uma mente extremamente fértil para a fraude. Nascido em 1896 no Alabama, Springer colecionou mentiras, inventando diplomas, títulos, profissões e até entidades de ensino.

    Na década de 1930, o vendedor mitômano encontrou seu caminho para o rádio, onde pregava uma mistura de religião, política e, é claro, suas próprias curas milagrosas. Desmascarado pela Associação Médica Americana e exposto como um fraudador (mais tarde foi chamado de “Rei dos Charlatões”), ele continuou sua saga de enganos até encontrar um local aparentemente perfeito para seu próximo empreendimento: o deserto de Mojave.

    Nasce uma cidade

    Em meados da década de 1940, Springer cruza o caminho de Soda Springs, uma fonte natural no deserto de Mojave. Enxergando uma oportunidade lucrativa, ele entrou com uma ação para que pudesse fazer mineração no local. Obviamente que isso foi só uma desculpa.

    O que Curtis fez na realidade foi dar início à construção de Zzyzx, um spa que prometia a redenção física e espiritual através de métodos pouco ortodoxos. Além disso, ele vendia a ideia de que a fonte natural de Soda Springs era uma fonte termal e que tinha poderes curativos. Como ele fez isso? Instalando máquinas que faziam a água esquentar.

    O local, embora simples, oferecia aos visitantes a chance de se desintoxicar, tomar sol e se curar com as “curas milagrosas” de Springer, que incluíam diversos itens sem qualquer comprovação científica, geralmente compostos de sais minerais e ervas naturais. E tinha de tudo: de remédio para o estômago a produtos para crescer cabelo.

    E certamente você deve estar se perguntando o porquê de Springer ter escolhido dar à cidade um nome tão estranho. A razão é simples e uma boa jogada de marketing: “Zzyzx” era uma tentativa de colocar o spa com destaque na lista alfabética, pois ele dizia que o lugar era “a última palavra em saúde”. Além disso, a pronúncia da cidade em inglês é parecida com a pronúncia do nome Isaac, filho de Abraão na história bíblica.

    O fim de Zzyzx

  • Alexandre de Moraes dá 5 dias para X se manifestar sobre descumprimento de decisões judiciais

    Alexandre de Moraes dá 5 dias para X se manifestar sobre descumprimento de decisões judiciais

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para a rede social X (antigo Twitter) se manifestar sobre um relatório da Polícia Federal (PF) que apontou o descumprimento de decisões judiciais por parte da plataforma. O prazo vence nesta sexta-feira, 26.

    Na semana passada, a PF disse ao Supremo que o X permitiu a transmissão de lives por seis perfis que foram bloqueados por decisão da Justiça. Entre eles estão os canais dos blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio e do senador Marcos do Val (Podemos). A autorização foi dada desde o dia 8 de abril, segundo o relatório.

    Para a PF, a suposta milícia digital investigada no STF passou a atuar fora do território brasileiro para burlar ordens judiciais e difundir desinformação para obter a aderência de parte da comunidade internacional.

    Nas últimas semanas, o bilionário Elon Musk, dono do X, tem feito uma série de crítica se ataques a Moraes, acusando o magistrado de censura e ameaçando descumprir decisões judiciais. As publicações foram impulsionadas por parlamentares de direita. Por trás das acusações, está o “Twitter Files Brasil”, uma série de e-mails divulgados pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na própria rede social no dia 3 de abril. São mensagens trocadas entre funcionários do antigo Twitter em 2020 e 2022 relatando e reclamando de decisões da Justiça que determinaram exclusão de conteúdos em investigações envolvendo a disseminação de fake news.

    O bilionário chegou a defender a renúncia do ministro do STF que, por sua vez, determinou a inclusão de Musk no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social. Moraes também ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça, “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

    Depois disso, o X informou ao STF que entregou ao Congresso dos Estados Unidos cópias de decisões sigilosas do magistrado que pediam cancelamento de perfis, entre outras medidas. O X informou que repassou os documentos por solicitação do Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados norte-americana, pedindo que todo aq2uele material permanecesse sigiloso.

    Dias depois, porém, o comitê divulgou um relatório assinado pelo deputado Jim Jordan, um aliado de Donald Trump e dos conservadores, revelando documentos do STF e acusando o STF e o TSE de promoverem censura com decisões não fundamentadas. O STF respondeu, por sua vez, que os documentos tratavam-se apenas de ofícios, e não das decisões que, segundo a Corte, traziam toda fundamentação em cada caso de exclusão de contas.

    Na última sexta-feira, durante o lançamento da Pedra Fundamental do Museu da Democracia, no Rio, Alexandre de Moraes afirmou que “irresponsáveis ligados às redes sociais” se uniram a “políticos extremistas” para atacar a democracia e a Justiça.

    Estadão

  • Hezbollah lança mais profundo ataque contra Israel desde guerra em Gaza

    Hezbollah lança mais profundo ataque contra Israel desde guerra em Gaza

    O grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã no Líbano, disse nesta terça-feira que lançou um ataque de drone contra bases militares israelenses ao norte da cidade de Acre, em seu mais profundo ataque ao território israelense desde o início da guerra de Gaza.

    Os militares israelenses afirmaram que não tinham conhecimento de que alguma de suas instalações havia sido atingida pelo Hezbollah, mas disseram mais cedo na terça-feira que interceptaram dois “alvos aéreos” na costa norte de Israel.

    O Hezbollah disse que agiu em retaliação a um ataque israelense que matou um de seus combatentes. O grupo publicou o que parecia ser uma foto de satélite, com o local do ataque simbolizado por um flash com um círculo vermelho ao redor, que ficava no meio do caminho entre Acre e Nahariyya, ao norte.

    Ataques aéreos israelenses mataram dois combatentes do Hezbollah no sul do Líbano, disseram os militares na terça-feira. Mais tarde, o Hezbollah confirmou a morte de um de seus combatentes, Hussein Azkoul, mas não forneceu mais detalhes.

    Um outro ataque israelense, na noite de segunda para terça-feira, matou um combatente da unidade de elite do Hezbollah, as Forças Radwan, disseram os militares, embora o Hezbollah não tenha confirmado sua morte.

    Desde outubro, os ataques israelenses mataram cerca de 270 combatentes do Hezbollah e cerca de 50 civis. Os disparos de foguetes e drones do Hezbollah mataram cerca de uma dúzia de soldados israelenses e metade do número de civis. O bombardeio deslocou dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados.

    Reuters

  • Brasil perde cinco posições e cai para o 9º lugar em ranking de países mais confiantes

    Brasil perde cinco posições e cai para o 9º lugar em ranking de países mais confiantes

    Segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Ipsos, a confiança do brasileiro recuou em abril, em seu segundo mês de queda consecutiva. O indicador caiu 3,5 pontos em relação a março, enquanto no mês anterior a baixa foi de 1,2 pontos. Com isso, o Brasil, que ocupava a 4ª colocação no ranking de países mais confiantes, teve uma queda de cinco posições, ocupando, agora, o 9ª lugar do ranking, com 53,3 pontos.

    A Ipsos monitora a confiança em 29 países por meio do ICC. E, de acordo com a entidade, a queda da confiança no País foi a segunda maior entre todos os países pesquisados, ficando atrás apenas da Índia.

    “O sinal é claro: o governo federal não vive um bom momento e os reflexos já são percebidos na própria aprovação de Lula, que vem caindo a cada nova medição”, afirma o CEO da Ipsos, Marcos Calliari.

    Veja abaixo o ranking de confiança entre os países analisados pela Ipsos:

    Fonte: Ipsos.© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

    O mau momento do governo brasileiro não é o único fator que explica a queda do País no ranking. Para Calliari, da Ipsos, alguns dos motivos que levaram o brasileiro a perder confiança vão desde as declarações do presidente Lula (PT) sobre os conflitos internacionais nas guerras da Ucrânia contra a Rússia e os conflitos do Oriente Médio, envolvendo Israel e Palestina, até os reflexos da bolsa de valores de São Paulo, com cinco pregões negativos até o dia 16 de abril.

    O dólar também vem subindo e a moeda americana acumula alta de mais de 8% sobre o real desde janeiro, que atingiu o maior valor para os últimos 13 meses em abril: R$ 5,20.

    “No início do mês, os consumidores também foram diretamente impactados pelo aumento dos preços de medicamentos, que subiram em 4,5%. Estes indicadores são muito visíveis e mostram a fragilidade da economia brasileira atualmente”, complementa.

    Fonte: IstoÉ Dinheiro

  • Agora é hora de Lula e Petro pressionarem Maduro por eleições livres, diz Juan Manuel Santos

    Agora é hora de Lula e Petro pressionarem Maduro por eleições livres, diz Juan Manuel Santos

    Em entrevista à Folha de S.Paulo, em Bogotá, Juan Manuel Santos fala de sua desilusão sobre eleições livres, sobretudo  com o presidente Gustavo Petro, cuja candidatura havia apoiado, e do papel que Lula, no Brasil e Colômbia têm na transição democrática na Venezuela, comandada com braço de ferro por Maduro.

    Ex-presidente da Colômbia e prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos, 72, anda pela Feira do Livro de Bogotá como um popstar: as pessoas pedem fotos, autógrafos e ele fala ao público sobre seu novo livro, “La Batalla Contra La Pobreza” (ed. Planeta, importado), no qual conta como conseguiu reduzir a pobreza de 40,3% para 27% durante sua gestão (2010-2018) número que voltou a crescer com a pandemia de Covid-19.

    Trata-se de sua segunda obra sobre esse período. A primeira, “La Batalla Por La Paz”, conta os bastidores da negociação que encerrou o conflito com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em 2016.

    Pergunta – O que o senhor achou do “relançamento” da relação entre Brasil e Colômbia? Como avalia essa viagem de Lula a Bogotá?

    Juan Manuel Santos – Tudo o que for para melhorar as relações entre Brasil e Colômbia é bem-vindo, porque são dois países que, se trabalham juntos, podem ter muita sinergia. A Colômbia pode crescer mais se importar do Brasil sua estratégia agropecuária, e o Brasil pode ter um aliado importante para conter a crise na Amazônia.

    P. – O senhor sente que trabalhou bem com os presidentes brasileiros na época de seu governo? Com Lula, Dilma e Temer?

    J. M. S. – Sim, a Dilma me apoiou muito no processo de paz, foi muito importante. A primeira viagem que eu fiz como presidente foi ao Brasil. E eu já tinha o antecedente de ter trabalhado com o Brasil na Organização Internacional do Café, já conhecia bem o Itamaraty. Gosto muito do seu país.

    Com Temer tenho uma lembrança curiosa.

    P. – Qual?

    J. M. S. – Estivemos juntos na Assembleia-Geral da ONU em 2017, e Donald Trump pediu para falar reservadamente com os os principais países latino-americanos sobre a Venezuela. E Trump nos dizia, primeiro parecia uma piada, depois vimos que era sério: “por que não uma invasão?”.

    E eu lhe disse: “esqueça presidente, isso seria uma loucura espantosa”. Foi então que dei uma sugestão a ele e ao grupo de que era necessário dar uma saída digna a [Nicolás] Maduro. Que se suspendessem as investigações contra ele na Corte Penal Internacional e que ele não fosse perseguido por seus crimes, senão, ele nunca deixaria o poder.

    Mas Trump não gostou nada da ideia, ele queria uma solução mais linha dura. E hoje, estamos onde estamos.

    P. – O presidente Petro anunciou nesta semana uma proposta de plebiscito na Venezuela, em que se votaria por garantias para quem perdesse. O que o senhor acha dessa proposta?

    J. M. S. – Não creio que seja eficiente. O que posso dizer é que se Lula e Petro realmente querem pressionar Maduro por eleições livres, o momento é agora. Esta semana será importante, porque o regime deve reagir a essa unificação da oposição em torno da candidatura do ex-embaixador Edmundo González Urrutia. É possível que Maduro tente inabilitá-lo. Seria muito importante que Lula e Petro lhe dissessem: “respeite esse candidato”.

    Maduro não vai jogar com uma possibilidade grande de perder. E as pesquisas já mostram ele atrás de uma oposição unificada com pelo menos por 20% dos votos.

    P. – O senhor que conhece Maduro tão bem, que tratou tanto com ele durante o processo de paz, o que pensa que ele quer?

    J. M. S. – Maduro está agarrado ao poder. Eu sempre acreditei que ele só o deixaria se lhe derem uma ponte de ouro, uma saída digna a ele e a todo o comando do regime. Senão, ele vai morrer aí, se defendendo.

    P. – Seria como oferecer um acordo de paz a Maduro?

    J. M. S. – Sim, se ele tivesse certeza de que, ao perder, não iria para a prisão, facilitaria uma transição. É aí que há muito desacordo porque Maduro tem muitos crimes pelos quais responder. Por isso a transição dependeria de uma negociação séria e responsável, como se faz, justamente, em um processo de paz.

    P. – No livro o senhor conta que, se o acordo de paz fosse implementado na íntegra, isso automaticamente ajudaria a resolver o tema da pobreza, pois em seu artigo número 1 está uma reforma agrária. Qual foi o obstáculo para colocar isso em prática?

    J. M. S. – Falta de vontade política. Isso estava pronto para ser aplicado, mas meu sucessor, Iván Duque, não se interessou, e o presidente Gustavo Petro, por sua vez, tem vontade, mas tem sido incapaz de coordenar essa implementação.

    P. – Parece que Petro é bom na teoria, no discurso bonito, mas não é pragmático, não?

    J. M. S. – Ele tem boas ideias, mas quando é hora de convertê-las em realidade, tem uma dificuldade política enorme. Lula tem muito mais experiência de como governar, e tem uma equipe boa o ajudando. Não é o caso de Petro.

    P. – Da última vez que falamos, o senhor disse que apoiava Petro nas eleições de 2022. Hoje, está arrependido?

    J. M. S. – No que diz respeito à implementação do processo de paz, sim, porque foi algo que ele prometeu fazer na campanha. E eu me iludi, porque o meu sucessor [Iván Duque, de 2018 a 2022] não fez nada, mesmo sendo uma obrigação constitucional. Não fez porque não quis. E Petro, embora querendo, não fez quase nada em relação a isso em quase dois anos, lhe falta capacidade. Nesta área, estou, sim, decepcionado.

    P. – Por que está sendo tão difícil fazer a paz com o ELN [Exército de Libertação Nacional]. No que se diferem das Farc e o que complica tanto as negociações?

    J. M. S. – Primeiro, não houve rigor e método por parte do governo para seguir com a negociação que nós tínhamos iniciado durante a minha gestão. Um processo de paz precisa ser bem planejado, estudado, é preciso saber o que o outro busca, prestar atenção em qual é linha vermelha que não se pode atravessar.

    Petro retomou esse processo, mas junto com outros ao mesmo tempo, o que não permite ter foco. Ele não formou uma boa equipe e não está levando em conta a diferença do que é guerrilha e o que são facções criminosas.

    Depois, o ELN é uma organização mais horizontal, portanto é difícil o consenso, há líderes mais independentes. No caso das Farc, a organização era vertical, o que facilitou conversar com os líderes e saber quais eram as reivindicações.

    P. – Este é o seu segundo livro sobre sua gestão. O primeiro foi “La Batalla Por La Paz”, agora, “La Batalla Contra La Pobreza”. Qual das duas batalhas foi mais difícil?

    J. M. S. – São duas batalhas muito diferentes, mas também complementares. Enquanto eu negociava a paz no meio da guerra, tinha de lutar também contra a pobreza. Muitas vezes, isso era difícil, mas ao mesmo tempo, ter avançado contra a pobreza facilitou os diálogos de paz.

    P. – No livro, o senhor fala de sua origem, numa família tradicional e abastada da Colômbia, que esteve junto ao poder por séculos [sua tia-tataravó foi uma heroína nas guerras de independência, antepassados foram políticos importantes e hoje os Santos são poderosos empresários: entre outros empreendimentos, foram donos do jornal El Tiempo]. Como foi para o senhor, pessoalmente, descobrir a pobreza e a desigualdade no país?

    J. M. S. – Foi um processo. Meu primeiro impacto foi ver que as condições em que eu vivia eram muito diferentes das que vivia, por exemplo, o filho do caseiro na fazenda. Eu brincava com esse menino quando era criança, e quando fui à sua casa, foi um choque. Depois fui entendendo o que isso significava para um país, a injustiça que isso representava e como isso era um entrave para o desenvolvimento da Colômbia.

    Isso fez com que eu quisesse estudar e me dedicar à luta contra a pobreza. O mesmo ocorreu comigo em relação à paz. Afinal, percebi que se não tivéssemos paz, não poderíamos acabar com a pobreza, ambos são complementares.

    RAIO-X | JUAN MANUEL SANTOS, 72

    Nascimento

    10 de agosto de 1951, em Bogotá

    Formação

    Economia e administração, pela Universidade de Kansas, com mestrado na London School of Economics e na Universidade de Harvard

    Mandato

    Presidente da Colômbia de 2010 a 2018; antes, foi ministro de Defesa e da Fazenda

    Prêmios

    Nobel da Paz em 2016, entre outros

    Folha de São Paulo

  • Reino Unido processa Grindr por acusações de violações à proteção de dados

    Reino Unido processa Grindr por acusações de violações à proteção de dados

    O aplicativo de relacionamento Grindr está enfrentando um processo coletivo em Londres que acusa a empresa de falhar na proteção de dados dos usuários e afirma que informações privadas, incluindo status de HIV, foram compartilhadas com terceiros sem consentimento.

    O escritório de advocacia Austen disse que o processo está sendo apresentado no Tribunal Superior de Londres e que milhares de usuários do Grindr no Reino Unido podem ter sido afetados.

    A firma alega que as informações altamente confidenciais dos usuários, incluindo o status de HIV e a data do último teste de HIV, foram fornecidas a terceiros para fins comerciais.

    O Grindr disse em declaração ao jornal The Guardian que planeja “responder vigorosamente a essa alegação, que parece ser baseada em uma descaracterização de práticas de mais de quatro anos atrás”.

    A Austen Hays disse que cerca de 670 pessoas se inscreveram no processo coletivo, que trata de eventos que teriam ocorrido entre 2018 e 2020. O escritório afirma que potencialmente milhares de outros usuários poderão se juntar ao caso.

    Chaya Hanoomanjee, diretora administrativa da Austen Hays, disse que “o Grindr deve à comunidade LGBTQ+ que atende compensar aqueles cujos dados foram comprometidos e que sofreram angústia como resultado, e garantir que todos os seus usuários estejam seguros ao usar o aplicativo, onde quer que estejam, sem medo de que seus dados possam ser compartilhados com terceiros”.

    O Grindr não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pela Reuters.

    “Temos orgulho de nosso programa global de privacidade e levamos a privacidade extremamente a sério”, afirmou a empresa ao The Guardian.

  • Em encontro com Lula, magnata mexicano promete investimentos no Brasil

    Em encontro com Lula, magnata mexicano promete investimentos no Brasil

    Carlos Slim, magnata mexicano e fundador da América Móvil, principal conglomerado de telecomunicações da América Latina que controla a operadora Claro no Brasil, foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto na sexta-feira (19).

    Durante a reunião, discutiram o panorama econômico e os investimentos planejados para os próximos anos. Com uma fortuna estimada em quase US$ 100 bilhões, segundo a revista Forbes, Slim elogiou a economia brasileira após o encontro.

    Ele anunciou planos de investimento da Claro no Brasil, com aporte de R$ 40 bilhões, focando em fibra ótica, internet de alta velocidade e serviços 5G para cidadãos e empresas.

    Slim também abordou a intensa concorrência no mercado brasileiro de telecomunicações e defendeu uma revisão da neutralidade de rede, sugerindo que as grandes empresas de tecnologia paguem pelo uso maciço de dados, visando beneficiar os consumidores com mais investimentos e preços menores.

    O Palácio do Planalto divulgou que o presidente Lula mencionou o isolamento internacional anterior do Brasil e sua reinserção global em 2023, participando de fóruns e reuniões bilaterais com líderes mundiais. Lula destacou a reconstrução do Estado brasileiro, a retomada de programas sociais e o crescimento econômico previsto para 2024, além dos planos de investimento em infraestrutura que totalizam R$ 1,7 trilhão por meio do Novo PAC nos próximos anos.

    Jetss