Categoria: Política

  • MPE rejeita investigação a Bolsonaro sobre benefícios sociais

    MPE rejeita investigação a Bolsonaro sobre benefícios sociais

    O Ministério Público Eleitoral (MPE) rejeitou a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a vice em 2022, Braga Netto, pelo suposto uso eleitoral da concessão de benefícios sociais. A autarquia argumenta que não existem provas de que Bolsonaro tenha interferido pessoalmente na implementação da maioria das ações, uma vez que algumas dependiam do Congresso.

    No entanto, o documento, assinado pelo vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, considerou que houve uma concentração de anúncios de antecipação ou incremento de benefícios pelo governo em setembro e outubro de 2022, às vésperas das eleições.

    Parecer

    O processo deve ir a julgamento no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda não tem data para acontecer.

    “É dizer, não há espaço de dúvida de que houve uma atuação concertada do governo federal para que esses benefícios de natureza variada – incremento de valores de programas sociais, aumento potencial de vagas em concursos públicos, anúncio de crédito facilitado, programas de renegociação de dívidas – fossem divulgados no período crítico da campanha, o que torna possível cogitar de uma indisfarçável intenção eleitoral”, alega Barbosa em seu parecer.

    PT, PV e PCdoB, partidos que apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegam a campanha de Bolsonaro de conceder uma série de benefícios do governo para garantir mais um mandato na presidência. Entre os benefícios concedidos perto das eleições está a renegociação de dívidas habitacionais.

    Correio do Brasil

  • CCJ do Senado adia votação de PEC do Marco Temporal após ação de governo e Gilmar Mendes

    CCJ do Senado adia votação de PEC do Marco Temporal após ação de governo e Gilmar Mendes

    Após pressão do governo e tentativa de diálogo por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu nesta quarta-feira, 10, adiar a discussão da proposta de emenda à Constituição (PEC) do Marco Temporal para outubro. A tese diz que um território indígena só poderia ser demarcado se houvesse uma comprovação de que a comunidade estava no local em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

    Semanas antes, Gilmar decidiu reunir representantes da União, Estados, municípios e entidades indígenas para buscar um consenso sobre a pauta. Para convencer a oposição, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o tema está sem resolução há décadas e não seria uma simples discussão que visa acirrar a relação com o STF que resolveria o impasse.

    “Estamos há 35 anos buscar uma resolução para esse conflito”, disse Wagner. “Se houve instabilidade entre o Congresso e lá, acho que é bom não dar um tapa na cara.”

    O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), acatou a ideia e comprometeu a votar a proposição até outubro deste ano. Ele disse que falta “diálogo concreto e efetivo” entre os Poderes e grupos antagônicos para resolver o problema do País.

    A PEC nasceu como mais uma linha de enfrentamento ao STF, já que o Congresso e a Corte divergem no entendimento sobre o tema.

    Em setembro de 2023, o STF rejeitou a tese do marco temporal para demarcação das terras indígenas. Seis dias depois, porém, o Congresso aprovou um projeto de lei para instituir o 5 de outubro de 1988 como o limite para a demarcação de terras indígenas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a vetar o texto, mas o Congresso derrubou o veto.

    A PEC entrou na pauta da comissão nesta quarta-feira para atender à demanda de senadores apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Visando garantir o apoio dos numerosos senadores bolsonaristas para voltar à presidência do Senado, Alcolumbre acatou o pedido.

    A eleição para definir a presidência da Câmara e do Senado ocorrerá em fevereiro do próximo ano. Ainda que o PL não tenha candidaturas sólidas para garantir o comando das Casas, o grupo tem um número influente de parlamentares.

    Na última eleição para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) venceu com uma margem não tão ampla contra o candidato da oposição, Rogério Marinho (PL-RN). Foram 49 votos a 32. Para garantir o apoio, esses congressistas esperam que os novos presidentes nas duas Casas coloquem pautas conservadoras em votação.

    No começo deste mês de julho, o ministro do STF Gilmar Mendes marcou uma reunião entre representantes da União, Estados, municípios e entidades indígenas para buscar um consenso sobre o marco temporal. O encontro está previsto para o início de agosto.

    Em abril, Gilmar suspendeu todos os processos judiciais que questionam a lei. Apontando a necessidade de “pacificar conflito judicial”, o ministro optou por um processo de conciliação e mediação sobre o tema. A decisão foi elogiada pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), uma das principais apoiadoras do marco temporal. “É um reconhecimento da legalidade da lei aprovada no Congresso no ano passado”, disse o presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR).

    O autor da proposta, senador Dr. Hiran (PP-RR) afirma que a PEC visa resolver “conflitos e incertezas que prejudicam tanto as comunidades indígenas quanto outros setores da sociedade”.

    Organizações da sociedade civil ligadas ao meio ambiente criticam a proposta. Nota técnica do Instituto Socioambiental afirma que a PEC suprime direitos fundamentais “erigidos à cláusula pétrea”, argumenta que as terras indígenas já existiam antes da promulgação da Constituição e que deixará ao desamparo milhares de indígenas e suas comunidades.

    O relator da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC) opina pela aprovação da matéria e diz que o STF criou uma “balbúrdia interpretativa”. “Ao exercer essa prerrogativa de emendar a Constituição, o Congresso Nacional age como verdadeiro poder constituinte”, argumenta Amin.

    Congresso e STF divergem em temas controversos

    Congresso e STF têm diferentes entendimentos sobre temas controversos, o que colocam os dois em constante embate. No último episódio, em junho, a Corte entendeu que o porte de maconha para consumo próprio em até 40 gramas não é crime. Antes, o próprio presidente do Senado elaborou um projeto de lei que criminaliza usuário e traficante. A Casa aprovou a proposta em abril e o texto foi para a Câmara.

    Em imediata resposta ao novo entendimento do STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu a abertura de comissão especial sobre a PEC no mesmo dia do fim da votação no STF, de modo a garantir a tramitação da proposta. O relator da proposição aprovada na CCJ da Câmara, Ricardo Salles (PP-SP), afirma que a comissão terá inicio em agosto, após o recesso parlamentar.

    ESTADÃO

  • Conselho de Ética abre processos contra Flávio Bolsonaro, Randolfe, Kajuru e outros 2 senadores

    Conselho de Ética abre processos contra Flávio Bolsonaro, Randolfe, Kajuru e outros 2 senadores

    O Conselho de Ética do Senado decidiu, nesta terça-feira (9), admitir pedidos de abertura de procedimento disciplinar contra cinco senadores. Das petições analisadas, duas foram convertidas em representações e cinco em denúncias. Os processos atingem os seguintes parlamentares: Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Jorge Kajuru (PSB-GO), Marcos do Val (Podemos-ES), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Styvenson Valentim (Podemos-RN).

    A CNN procurou os cinco senadores sobre a medida do Conselho de Ética e aguarda resposta. Flávio Bolsonaro Uma das petições transformada em representação foi a dos partidos Rede Sustentabilidade, PT e PSOL contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Segundo os partidos, o parlamentar teria “ligação forte e longeva com as milícias no Rio de Janeiro”, o que, na avaliação das legendas, é “incompatível com o exercício do mandato parlamentar”.

    O documento menciona ainda crimes como lavagem de dinheiro e ilícitos como a contratação de funcionários fantasmas e a prática de “rachadinha”. Randolfe Rodrigues Já Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) vai responder a denúncia movida por Flávio Bolsonaro. O denunciante acusa Randolfe de ter abordado, em 2023, de forma autoritária e agressiva o youtuber Wilker Leão, no prédio principal do Senado. O senador Randolfe vai responder ainda a outra denúncia, apresentada por uma instituição de nome Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB). Segundo a OACB, o parlamentar quebrou o decoro por ter publicado em redes sociais ataques ao então presidente da República, Jair Bolsonaro, em 2022. Em um dos comentários citados por eles, o senador teria falado que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, assassinados na região amazônica, foram mortos por várias mãos, inclusive a de Bolsonaro.

    Jorge Kajuru

    Também foi convertida em denúncia contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) a petição de autoria do ex-senador Luiz do Carmo (GO). O documento denunciava publicações feitas pelo senador goiano, em suas redes sociais, com insinuações sobre uso indevido de recursos de emendas parlamentares. Marcos do Val Duas petições contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) também foram admitidas e convertidas em denúncia e representação. Elas estão ligadas às consequências dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.

    Tanto a petição feita pelos senadores Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros (MDB-AL) quanto a petição da Rede Sustentabilidade apontam depoimentos contraditórios do denunciado sobre um suposto plano golpista, que teria sido discutido com o então ex-presidente Jair Bolsonaro. Styvenson Valentim Outra petição admitida como denúncia é de autoria da deputada Natália Bonavides (PT-RN) contra o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN). Ele é acusado de comentar, nas redes sociais, um caso de violência contra a mulher e “dizer ou sugerir que uma mulher merece ser agredida”, segundo a denunciante. O caso relatado aconteceu em 2021, no município de Santo Antônio (RN), quando um policial militar, ao atender uma ocorrência de violência doméstica, agrediu física e verbalmente a própria vítima.

    Próximos passos

    Os senadores acusados serão notificados pela presidência do Conselho de Ética e terão direito à defesa. Aquele que estiver representado terá dez dias úteis para apresentar defesa prévia à secretaria do conselho. Em seguida, o relator da representação divulgará relatório preliminar, no prazo de cinco dias úteis. Já no caso das denúncias, o relator vai verificar a procedência das informações e ouvir o denunciado no prazo de cinco dias úteis contado da sua intimação. Cada procedimento terá um relator diferente, que já foi designado, após sorteio entre os integrantes do colegiado.

    CNN

  • Balança comercial goiana atinge superávit de R$ 3,6 bilhões

    Balança comercial goiana atinge superávit de R$ 3,6 bilhões

    No período de janeiro a junho de 2024, Goiás acumulou superávit de US$ 3,6 bilhões no saldo da balança comercial. O resultado é reflexo de US$ 6,3 bilhões em exportações e US$ 2,6 em importações, conforme dados de relatório da Superintendência de Comércio Exterior e Atração de Investimentos Internacionais, divulgados pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC).

    No levantamento referente apenas a junho de 2024, o saldo comercial goiano foi de US$ 724 milhões, apresentando valores de exportação de US$ 1,1 bilhão e de importação de US$ 428 milhões. No ranking nacional, o estado está posicionado em 8° lugar no quesito de exportações e na 11ª posição em relação às importações.

    “Os números refletem o compromisso do Governo de Goiás com a expansão econômica e a integração global, sendo o sucesso mais recente a instalação de uma base para comércio exterior na China, trazendo prosperidade e oportunidades não apenas para o setor empreendedor do estado, mas para toda a população goiana”, enfatiza o titular da SIC, Joel de Sant’Anna Braga Filho.

    Tanto no acumulado dos seis primeiros meses do ano quanto em junho, a China foi o principal destino das exportações goianas, representando 52,46% e 51,63% das parcerias no comércio exterior, respectivamente.

    Referente aos produtos vendidos, destaca-se em junho o complexo soja (60,37%), carnes (14,16%) e ferroligas (6,06%); com Rio Verde sendo o maior município exportador de Goiás. Do outro lado, Anápolis é quem mais importa. No caso das importações, a China também é evidenciada como a maior parceira comercial de Goiás.

    Brasil

    No mês de junho de 2024, a balança comercial brasileira teve saldo positivo de US$ 6,7 bilhões, apresentando valores de exportações de US$ 29 bilhões e de importação de US$ 22,3 bilhões. No ranking dos estados que mais exportaram, tanto no período de janeiro a maio, quanto apenas no mês de junho de 2024, Goiás permanece na oitava posição.

    Já em relação ao consumo de produtos estrangeiros, também em ambos os casos, a colocação do estado é a 11ª posição.

     

  • Lula diz esperar que Venezuela retorne “rapidamente” ao Mercosul

    Lula diz esperar que Venezuela retorne “rapidamente” ao Mercosul

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que espera receber a Venezuela de volta ao Mercosul “rapidamente”. A fala aconteceu durante discurso ao lado do presidente da Bolívia, Luis Arce, nesta terça-feira (9).

    “O bom funcionamento do Mercosul, que tem a satisfação de agora acolher a Bolívia como membro pleno, concorre para a prosperidade comum. Esperamos também poder receber logo e muito rapidamente de volta a Venezuela”, destacou.

    O presidente brasileiro também abordou as eleições presidenciais venezuelanas, marcadas para 28 de julho.

    “A normalização da vida politica venezuelana significa estabilidade para toda a América do Sul. Por isso, fazemos voto de que as eleições transcorram de forma tranquila e que o resultado seja reconhecido por todos”, ressaltou.

    Políticos do país sul-americano denunciaram prisões de integrantes da oposição, além de medidas do governo em relação às eleições. Além disso, a principal líder opositora está barrada de concorrer.

    Lula comentou ainda que a integração com a Bolívia é muito importante e destacou que convidou a Bolívia a participar da Cúpula do G20, que acontecerá em novembro, e se juntar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, que será lançada pela Presidência brasileira.

    “Não podemos tolerar golpismos”, diz Lula

    Lula também citou os ataques aos Três Poderes do Brasil durante discurso, destacando que o país passou por um dos “momentos mais sombrios da sua história” em 2022, ano do bicentenário da independência, sendo tomado por uma “onda de extremismo que desembocou no 8 de janeiro”.

    Em seguida, o petista abordou a tentativa fracassada de golpe na Bolívia em 26 de junho.

    “Às vésperas de comemorar o seu bicentenário em 2025, a Bolívia não pode voltar a cair nessa armadilha. Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismos”, comentou.

    “Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso”, concluiu.

    Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Luis Arce, presidente da Bolívia
    Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Luis Arce, presidente da Bolívia / Divulgação/PR da República

    Na sequência, Lula disse que a desunião das forças democráticas pelo mundo “só tem servido à extrema direita”, citando as eleições na França e no Reino Unido.

    Na França, a esquerda conseguiu contrariar as pesquisas eleitorais e conquistou o maior número de assentos no Parlamento, barrando, em parte, a ascensão da ultradireita ao poder.

    Bolívia no Brics

    Segundo Lula, Luis Arce manifestou interesse de que a Bolívia ingresse no Brics.

    O petista ressaltou que vê uma possível entrada do país vizinho no bloco como “muito positiva”, assim como outras nações da região.

    “A questão da ampliação do grupo continuará a ser discutida na Cúpula de Kazan, na Rússia, em outubro”, comentou.

    CNN

  • Bolsonaro diz esperar “muitas outras correções” e que joias estão na Caixa, PF ou acervo

    Bolsonaro diz esperar “muitas outras correções” e que joias estão na Caixa, PF ou acervo

    O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou no X nesta segunda-feira (8) após o Supremo Tribunal Federal (STF) retirar o sigilo sobre o inquérito que apura possíveis desvios das joias sauditas. Bolsonaro destacou o erro da Polícia Federal no relatório (que corrigiu o valor supostamente desviado de R$ 25.298.083,73 para R$ 6.826.151,661).

    “Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias “desviadas” estão na CEF [Caixa Econômica Federal], Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo”, escreveu Bolsonaro.

    Segundo a PF, o grupo que atuou na venda ilícita das peças milionárias, recebidas como presente por Bolsonaro, teria agido para enriquecimento ilícito do ex-presidente. Ainda segundo a PF, o pai de Mauro Cid, Mauro Lourena Cid, teria repassado US$ 25 mil em espécie ao ex-presidente. Publicado por André Rigue.

    CNN

  • Pacheco defende debate “mais aprofundado e alongado” sobre autonomia financeira do BC

    Pacheco defende debate “mais aprofundado e alongado” sobre autonomia financeira do BC

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta terça-feira um debate mais aprofundado e alongado sobre a proposta que concede autonomia financeira ao Banco Central, citando questionamentos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a iniciativa.

    Em entrevista à imprensa, o senador disse ser favorável à proposta, mas sugeriu maior amadurecimento do texto com participação de especialistas e servidores da autarquia.

    “Acho recomendável que esse debate sobre um incremento da autonomia do Banco Central seja feito de forma mais aprofundada e alongada”, disse Pacheco

    O presidente Lula vinha fazendo reiteradas críticas ao BC e ao modelo de autonomia operacional, com foco em ataques contra o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e tem mandato até dezembro. Lula interrompeu as críticas na última semana em meio a uma rápida desvalorização do real, que refletia em parte as incertezas geradas pelas declarações do mandatário.

    Em artigo publicado nesta terça-feira no site Poder360, os diretores do BC Ailton Aquino, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes defenderam a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia financeira ao órgão.

    No texto, os quatro diretores afirmaram que a medida, que pode ser votada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta semana, assegura recursos para “manutenção da excelência” das entregas do BC e ampliação da agenda de inovação.

    DESONERAÇÃO

    Pacheco também afirmou na entrevista que está na pauta do Senado de quarta-feira o projeto que formaliza a manutenção neste ano da desoneração da folha de setores da economia e municípios, com reoneração gradual a partir de 2025. Segundo ele, as medidas em avaliação para compensar esse benefício elevarão receitas sem aumentar tributos.

    Pacheco reafirmou que a compensação pela perda de receitas com a desoneração da folha será composta por uma cesta de medidas, como a repatriação de ativos de brasileiros no exterior, programa de regularização de dívidas com agências reguladoras, atualização de valores de ativos com pagamento de imposto e uso de recursos esquecidos no sistema financeiro.

    Também estão no cardápio a taxação de compras de até 50 dólares em sites estrangeiros e tributação de apostas esportivas — medidas já aprovadas anteriormente.

    De acordo com o senador, as medidas compensarão o custo da desoneração em 2024, estimado por ele em 18 bilhões de reais, abaixo dos quase 26 bilhões de reais projetados inicialmente pelo governo.

    Segundo ele, as compensações para 2025 em diante deverão ser encontradas na elaboração do Orçamento pelo governo.

    Reuters

  • “Mau gosto do Milei é assunto dele”, diz Alckmin

    “Mau gosto do Milei é assunto dele”, diz Alckmin

    O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta terça-feira (9), que o “mau gosto” do presidente da Argentina, Javier Milei, “é assunto dele” em referência à ausência do líder sul-americano na reunião do Mercosul, no Paraguai, na segunda-feira (8). Em meio a atritos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um evento conservador em Santa Catarina, no domingo (7), e não participou da reunião do Mercosul na segunda.

    Apesar da escolha de Milei, Alckmin afirmou que o comércio entre Brasil e Argentina não é atingido por essa decisão do presidente. “Não afeta. São relações de Estado. O mau gosto do Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado”, afirmou.

    A ausência de Milei também foi comentada por Lula após o encontro do Mercosul. Segundo o presidente, a decisão do presidente argentino de não participar da reunião é uma “bobagem imensa”. “Quem perde é quem não vem”, disse o presidente. Fortalecimento do Mercosul Alckmin participou durante a manhã do evento “Transformar Juntos”, organizado pelo Sebrae em Brasília. Em seu discurso, ele reafirmou que o comércio entre os países do Mercosul precisa se intensificar para ajudar a aumentar renda e emprego nos países do bloco. “O mundo é globalizado, mas o comércio é inter-regional. EUA, Canadá e México, 50% do comércio é só entre eles.

    Os 27 países da União Europeia, 60% do comércio é só entre eles. Na Ásia, 70% do comércio é só entre eles. Nós aqui na América Latina é 26%. Nós temos que fortalecer o comércio entre os vizinhos” explicou. ”Mercado é estressado”, diz Alckmin sobre alta do do dólar Sobre a política monetária e a alta do dólar, Alckmin defendeu o câmbio flutuante. Ele acredita que a moeda deve cair nos próximos dias. “Do mesmo jeito que subiu, o dólar reduz. Ele tem oscilações e deve ser flutuante mesmo. Acredito que vai cair mais. É que o mercado é estressado. Não tem nenhuma razão para ter ido no patamar que foi.

    A tendência é que ele [dólar] caia “, estimou. Não há razão para juros estarem tão altos, afirma vice-presidente Alckmin também falou dos juros no país. Segundo o presidente em exercício, não há razão para o Brasil ter uma das maiores taxas de juros do mundo. “Não há razão para você ter a segunda maior taxa de juros do mundo. O primeiro [país] é a Rússia, que está em guerra. A segunda maior taxa de juros do mundo, não tem razão disso. Temos confiança de que isso é transitório, a tendência dos juros é cair”, afirmou.

    CNN

  • Reajuste da gasolina mostra que falas equivocadas de Lula já têm impacto sobre a inflação

    Reajuste da gasolina mostra que falas equivocadas de Lula já têm impacto sobre a inflação

    O reajuste anunciado pela Petrobras na gasolina e no gás GLP nesta segunda-feira, 08, reflete não só a alta do petróleo no mercado internacional, mas também a valorização do dólar sobre o real. Em outras palavras, isso quer dizer que os ataques de Lula à autonomia do Banco Central e as críticas ao ajuste fiscal já tiveram impacto sobre a inflação, como muitos especialistas alertavam.

    Desde o último reajuste na gasolina, em 16 de agosto do ano passado, o petróleo do tipo brent saltou de US$ 79,54 para US$ 86,54, um aumento de 8,8%. No mesmo período, o dólar subiu mais em relação ao real, de R$ 4,99 para R$ 54,47, um aumento de 9,61%.

    Segundo a economista Andréa Angelo, da Warren Rena, a valorização do dólar sobre o real teve um peso maior no aumento dos combustíveis do que a alta do petróleo.

    “Mais da metade da defasagem é explicada pela depreciação do real”, afirmou Andréa Angelo.

    Ela calcula que o aumento dos dois combustíveis terão um impacto de 0,18 ponto percentual no IPCA deste ano. Com isso, a projeção da Warren Rena subiu de 4,10% para 4,28%, acima da meta de 3% e muito próximo do teto de tolerância de 4,5%.

    O reajuste de R$ 0,20 no litro da gasolina equivale a uma alta de 7,8% no preço do combustível, ainda longe de zerar a defasagem, de 18% segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

    As críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tiveram correlação direta com a alta do dólar, embora o cenário externo, com a perspectiva da manutenção dos juros nos EUA, também tenha contribuído.

    Em junho, levantamento feito pelo economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, já mostrava que a alta do dólar sobre o real era muito mais intensa do que em relação a uma cesta de moedas de países emergentes.

    Lula colocou em xeque a autonomia do Banco Central, ao afirmar que haveria uma “nova filosofia” com a indicação do próximo presidente, a ser feita por ele, em dezembro. Também afirmou que considera gastos com salário mínimo, saúde e educação como investimentos, diminuindo a margem de manobra da equipe econômica para seguir com a agenda de reequilíbrio fiscal. Com isso, o mercado passou a entender que o ajuste no País seria mais lento, provocando depreciação da nossa moeda e aumento do risco-país e das taxas mais longas de juros.

  • Vaticano fecha as portas à ordenação de diaconisas

    Vaticano fecha as portas à ordenação de diaconisas

    As mulheres devem desempenhar um papel maior na Igreja Católica atuando como diaconisas, mas o diaconado continuará sendo vetado a elas e não se espera que nenhuma reforma a curto prazo mude esta situação, segundo as conclusões preliminares do Sínodo aberto pelo papa Francisco em 2021 no Vaticano e que foram publicadas nesta terça-feira (9).

    O Sínodo é uma ampla consulta iniciada pelo jesuíta argentino sobre o futuro da Igreja e sua doutrina sobre uma série de temas, desde a participação dos leigos nas atividades paroquiais à promoção das mulheres nas funções litúrgicas, passando por questões como pobreza e poligamia.

    Desde sua eleição em 2013, o bispo de Roma propôs reformar o governo da Igreja, que busca ser menos piramidal e mais próximo dos fiéis.

    Após dois anos de debates em paróquias de todo o mundo, uma primeira Assembleia Geral de bispos realizada em outubro de 2023 no Vaticano produziu um “documento de síntese” enumerando uma série de temas que os católicos consideram centrais para o futuro da Igreja. Estes pontos voltarão a ser debatidos em uma segunda sessão que ocorrerá de 2 a 27 de outubro.

    – “Machismo continua forte” –

    O papel das mulheres na Igreja, tema que esteve no centro dos debates, continua dividido.

    “As contribuições recolhidas em todas as fases mostraram a necessidade de dar um reconhecimento mais pleno aos carismas, à vocação e ao papel da mulher em todos os âmbitos da vida da Igreja”, indica um texto publicado pelo Vaticano nesta terça-feira, intitulado “Instrumento de Trabalho”, que servirá de base para a sessão de outubro.

    Os bispos “reconhecem que existem numerosas áreas da vida eclesial abertas à participação das mulheres”, mas lamentam que “estas possibilidades de participação muitas vezes não sejam utilizadas”.

    Sugeriram então que na próxima sessão do Sínodo “seja promovido o conhecimento destas possibilidades e encorajado o seu posterior desenvolvimento no âmbito paroquial, diocesano e em outros níveis eclesiais, incluindo os cargos de responsabilidade”.

    O texto menciona a contribuição de uma Conferência Episcopal Latino-americana, segundo a qual em algumas sociedades “a presença do machismo continua forte” e “é necessária uma participação mais ativa das mulheres em todas as esferas eclesiais”.

    – “Maior acesso” –

    Em suas contribuições, fiéis e religiosos de todo o mundo pedem ao Sínodo um “maior acesso” das mulheres a cargos de responsabilidade em dioceses, seminários, institutos e instituições eclesiásticas, bem como o incentivo ao uso de uma linguagem mais inclusiva.

    Contudo, a possibilidade de abrir o ofício do diaconado (ordem inferior ao sacerdócio) às mulheres, e menos ainda o de sacerdote, continua não sendo contemplada.

    “Enquanto algumas Igrejas locais pedem a admissão de mulheres ao ministério diaconal, outras reiteram sua oposição”, afirma o documento.

    O tema do diaconado feminino, que está em pauta há cerca de 10 anos, estava no programa da primeira sessão do Sínodo, mas foi adiado e não aparecerá na agenda da Assembleia Geral de outubro.

    “É bom que a reflexão teológica continue, com os tempos e as modalidades adequadas”, diz o documento.

    Embora alguns sejam favoráveis em meio a um contexto de declínio vocacional, o Vaticano continua demonstrando sua firme oposição ao fim do celibato e à ordenação de mulheres ou homens casados.

    AFP