Categoria: Política

  • Governos do PT interromperam modernização prevista pelo Plano Real, diz Persio Arida

    Governos do PT interromperam modernização prevista pelo Plano Real, diz Persio Arida

    Apesar de ter sido concebido para combater a hiperinflação, o Plano Real tinha uma visão mais ambiciosa, a de tonar o Brasil um país moderno e eficiente, afirma o economista Persio Arida, um dos formuladores do programa de estabilização que completa 30 anos. Mas essa proposta, avalia ele, foi interrompida nas gestões do PT.

    “O Real, diferentemente de muitos planos de estabilização, tinha uma visão de futuro compartilhada por todos nós. Eu diria que as bases de um Brasil mais moderno foram todas consolidadas naquele momento”, afirma.

    “Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país nos mandatos do governo Lula.”

    Na avaliação de Arida, agora é preciso um esforço para recuperar parte daquela agenda e promover uma revisão do sistema de gastos e a melhoria da máquina pública.

    “O debate não é se o Estado deve ser grande ou pequeno. O Estado tem que ser necessário e eficiente. Não temos isso”, diz o economista à reportagem.

    PERGUNTA – Olhando agora, 30 anos depois, por que o Plano Real deu certo depois de tantos planos frustrados?

    PERSIO ARIDA – O Plano Real teve uma arquitetura de transição da alta para baixa inflação que foi original, não só para a história brasileira como internacionalmente. Foi “made in Brasil” mesmo.

    Mas, tão importante quanto o desenho, faz diferença quem implementa, e nisso houve uma característica única. Fernando Henrique Cardoso, como ministro da Fazenda, era, de um lado, intelectual e, do outro, articulador político, algo raro. Normalmente, um ministro da Fazenda é intelectual ou político.

    Como intelectual, foi capaz de entender o programa e reunir uma equipe em que confiava, e escolheu a equipe da PUC do Rio —o que foi um ato de ousadia política. Ele trouxe os liberais para implementar o plano. Dada a sua trajetória como exilado, por exemplo, muitos podiam imaginar que levaria economistas mais à esquerda.

    Esse grupo também foi um aspecto singular. Normalmente, equipes de governo são pessoas de várias extrações, que não se conhecem bem e precisam desenvolver o conhecimento de como trabalhar em conjunto já no governo. O grupo do Real era formado por pessoas que já trabalhavam em conjunto na universidade, muito coeso e com laços de confiança. Não tinha jogo político ou um querendo derrubar o outro, essas coisas da vida pública e da vida privada também, diga-se de passagem.

    Por outro lado, como ministro da Fazenda, Fernando Henrique operou politicamente. Fez uma aliança do PSDB com o PFL, que era, muito mal comparando, uma espécie de centrão da época, e foi fortemente criticado pelos puristas do PSDB. Mas ele falou: “Precisa ter maioria para aprovar o plano, e maioria se faz com aliança”. Aliás, ele manteve essa aliança durante os seus dois mandatos.

    Teve outra característica única. Ele foi eleito por causa do Plano Real, e não teria sido sem ele, então deu continuidade e consolidou o plano. Ele sabia que a sua popularidade e sua possibilidade de reeleição dependiam intrinsecamente do sucesso do programa. Ou seja, o presidente da República estava comprometido, algo que não houve em outros momentos da história brasileira.

    Fernando Henrique se empenhou num processo que ele mesmo descreve em seu livro a Arte da Política como pedagogia democrática: explicar o plano. Todos nós fizemos isso, mas ele, claro, mais do que todos. Enfim, houve um conjunto muito particular de circunstâncias.

    Agora, tão desafiador quanto lançar o plano foi sustentar a moeda depois. Planos de estabilização são frequentemente bem-sucedidos no começo. O desafio é manter a estabilidade de preço ao longo do tempo.

    P – O sr. pode enumerar desafios?

    PA – Foram muitos. Primeiro, teve o risco de uma enorme crise bancária. Os bancos eram sócios da inflação. Sem ela, o ganho de float desapareceu. Houve, na prática, um processo gradual de purgação do sistema. Mais de 100 instituições, públicas e privadas, foram liquidadas ou forçadas a serem vendidas para terceiros.

    Outro desafio foi o câmbio. Depois de muito debate, o câmbio ficou praticamente fixo. Quando o Brasil não teve mais reservas, veio a flutuação cambial. Há países em que, quando você faz a flutuação cambial, a inflação sai do controle. Superamos esse desafio.

    Destaco também o desafio foi organizar o Estado e fazer uma sociedade brasileira mais eficiente. O Real, diferentemente de muitos planos de estabilização, tinha uma visão de futuro, compartilhada por todos nós. Eu diria que as bases de um Brasil mais moderno foram todas consolidadas naquele momento.

    Vieram as privatizações, a quebra dos monopólios estatais e de telecomunicações, o FGC, fundo para garantir empréstimos, as mudanças no Conselho Monetário Nacional e nas relações entre Tesouro e Banco Central. Foram criados o mercado de títulos de longo prazo, que existe até hoje, a Lei de Responsabilidade Fiscal para enquadrar os estados, as agências reguladoras, o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. A lista é enorme.

    P – Passados 30 anos, o Brasil é o que vocês projetaram?

    PA – Muita coisa mudou para melhor. Alguns aspectos, porém, são muito frustrantes. A abertura, para forçar os mercados à disciplina da competição internacional, era um elemento chave do nosso projeto. Não aconteceu até hoje.

    Outro exemplo. Foi feita uma desvinculação orçamentária com Fundo Social de Emergência, que era parte de uma desvinculação geral —desvinculando reajuste de Previdência de salário mínimo, desvinculando despesas de receita etc. Obviamente, estamos com esse discussão agora, 30 anos depois. Reajustes reais de salário mínimo quebraram a Previdência, porque há indexação. Não deveríamos ter indexado saúde e educação à arrecadação. Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria o ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país nos mandatos do governo Lula.

    P – Quais ajustes são inevitáveis daqui para frente?

    PA – Fizemos duas rodadas de aumento de gastos. Uma com a PEC do Kamikaze, do Bolsonaro [que turbinou benefícios sociais a três meses das eleições de 2022], e outra com a PEC da Transição, no mesmo ano, mas articulada pelo governo eleito do presidente Lula, que já tinha sido eleito. A junção das duas criou um aumento de gastos públicos que é impossível resolver via taxação. A sociedade se recusa a pagar o montante que é necessário.

    É preciso algum esforço para fazer uma revisão do sistema de gastos. O mundo inteiro faz. Qualquer programa periodicamente tem avaliações —e avaliações independentes— que podem recomendar a continuidade, mudanças ou a interrupção dos programas. Não pode é criar um programa e expandi-lo inercialmente, perpetuando.

    Você tem que fazer gestão por metas, ter objetivos claros, pré anunciados, para que a sociedade cobre se o funcionamento da máquina pública está ou não adequado aos seus anseios. Precisa elevar a digitalização. Hoje, você avalia até compra de comida pelo iFood, mas não tem avaliação para serviço público —e uma inovação no serviço público tem impacto extraordinário. Olha o Poupatempo, para dar um exemplo pequeno aqui de São Paulo.

    Precisa mesmo de uma reforma administrativa estrutural, mas sei que o tema é tabu. A melhora da máquina pública é um processo que leva uma década ou duas, mas vai na direção de ter um Estado eficiente. O debate não é se o Estado deve ser grande ou pequeno. O Estado tem que ser necessário e eficiente. Não temos isso.

    P – Pelo que o sr. está descrevendo, o arcabouço fiscal atual, sustentado em aumento de receita, não vai ficar de pé. Correto?

    PA – Se você olhar de frente, da forma como está posto, o problema é insolúvel. Não há como arrecadar da sociedade o necessário para gerar um superávit fiscal que estabilize a dívida pública. O que tem que fazer? Revisão de gastos e melhora da máquina pública

    P – O sr. estava no que podemos chamar de frente ampla de economistas que apoiou a eleição do atual governo, e havia uma expectativa de que poderiam contribuir na gestão, o que não aconteceu. Qual a sua avaliação sobre a condução da economia?

    PA – Olha, não me interessa comentar sobre política. Não é a minha praia. Mas a eleição entre Bolsonaro e Lula, a meu ver, era, antes de mais nada, uma escolha entre alguém que claramente ameaçava o fundamento democrático do país e outro que não. Voto no Lula, para mim, sempre foi um voto pela democracia, um voto anti-Bolsonaro.

    E vou te dizer: não tenho arrependimento. Para mim, ajustes na economia podem acontecer mais cedo ou mais tarde, mas, se você perder a democracia, tem um problema muito mais grave. Claro, esperava mais do ponto de vista econômico.

    Coisas boas aconteceram. A reforma tributária foi encaminhada. Apesar de todas as excepcionalidades, exceções e lobbies, a meu ver, foi um passo muito importante. Manter indexações, porém, foi claramente um erro. Com a indexação do salário mínimo à Previdência, muitos dos ganhos com a reforma já se perderam. Vamos ter que fazer uma outra reforma da Previdência por falta de coragem política para simplesmente dizer: “Olha, ganho real, ganho de produtividade, é para quem trabalha, não para quem não trabalha”. Me preocupa também a falta de uma agenda climática.

    P – Como assim?

    PA – O Brasil tem tudo para liderar o processo de transição energética no mundo, mas precisa de um plano, uma visão. Tem o Europa 2030, que é um plano. Os Estados Unidos optaram por subsídios maciços à inovação. Você pode questionar qual dos dois é melhor, mas claramente eles têm planos. O Brasil não tem. É inacreditável.

    Acabamos de ter um desastre monumental no Rio Grande do Sul, e a mudança climática é uma ameaça enorme para um setor dinâmico da economia brasileira, a agricultura. Se o regime de chuvas mudar, ele será afetado. Então, o que eu estou chamando a atenção aqui é que precisamos de um bom plano de transição climática para enfrentar os desafios. Confesso que nisso o governo tem me dado uma grande frustração.

    *

    RAIO-X

    PERSIO ARIDA, 70

    Nascido em São Paulo, tem graduação em Economia pela USP (Universidade de São Paulo) e doutorado na área pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Foi professor da PUC-RJ e da USP, atuando como pesquisador no Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA), no Centro Brasileiro de Estudos da Universidade de Oxford (Reino Unido) e no Instituto Smithsonian, em Washington (EUA). É um dos pais do Plano Real. Foi presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco Central. Na iniciativa privada, foi um dos fundadores do Banco BTG, atual BTG Pactual, do qual deixou de ter participação em 2017. Em 2018, foi coordenador do programa de governo do então candidato a presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

    ESTADÃO

  • Lula diz que afastará Juscelino se ele for indiciado, mas ministro já foi indiciado há 14 dias

    Lula diz que afastará Juscelino se ele for indiciado, mas ministro já foi indiciado há 14 dias

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta quarta-feira, 26, que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá ser afastado caso o indiciamento da Polícia Federal por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva seja aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    “Há um pedido de indiciamento da Polícia Federal. Há um pedido de indiciamento que tem que ser aceito pelo Alexandre de Moraes ou pelo procurador-geral da República. Não foi aceito por nenhum ainda. Não discutiu”, afirmou.

    A Polícia Federal já finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – caso revelado pelo Estadão em janeiro de 2023 – e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O próximo passo deve ser a apresentação, ou não, de uma denúncia.

    Lula afirmou que teve recentemente um encontro com Juscelino no Maranhão e que disse a ele que teria de mudar de posição se “o procurador” indiciá-lo.

    “O que eu disse para o Juscelino: a verdade só você sabe. Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento, você continua como ministro. Tem que ser afastado (se for aceito o indiciamento)”, disse Lula em entrevista ao UOL.

    Questionado se haverá o afastamento em caso de aceitação do indiciamento, Lula respondeu: “Vai ser afastado. Ele sabe disso”.

    O presidente disse ainda que não sabe se o União Brasil permanecerá com o cargo em caso de afastamento de Juscelino. Segundo ele, isso ainda seria discutido.

    “Não gosto de antecipar discussões, porque eu aprendi que a gente deve discutir sempre o principal. O resto fica para depois”, declarou. “Quando se apresentar o fato concreto, eu vou me reunir com as pessoas do União Brasil e vou saber se eles querem continuar.”

    Estadão apurou que o relatório final da investigação cita ainda supostos crimes de falsidade ideológica, frustração de caráter competitivo de licitação e violação de sigilo em licitação, previstos no Código Penal.

    Em nota, o ministro afirmou que o indiciamento é ‘uma ação política e previsível’. “Parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”, indicou. Segundo ele, a investigação ‘repete o modus operandi da Operação Lava Jato’.

    O documento aportou no gabinete do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira, 11. Agora, o ministro deve remeter os autos para a Procuradoria-Geral da República, para que ela se manifeste sobre uma eventual denúncia no caso ou peça novas diligências.

    ESTADÃO

     

     

  • O que eventual vitória de Trump na eleição dos EUA pode significar para o mundo?

    O que eventual vitória de Trump na eleição dos EUA pode significar para o mundo?

    As pesquisas de intenção de voto ainda não garantem nada, mas mostram que há chances elevadas de o ex-presidente Donald Trump obter um segundo mandato nas eleições presidenciais de novembro.

    Quem quer que seja o vencedor da disputa eleitoral entre Trump e o atual presidente, Joe Biden, o resultado repercutirá no mundo todo e o resultado afetará a vida de milhões de pessoas para além das fronteiras da América.

    Trump – que deve ser confirmado como candidato republicano na convenção nacional do partido em julho – nem sempre dá detalhes completos sobre os seus planos.

    Mas está claro que em muitas áreas suas políticas se distanciam das do democrata Joe Biden. Abaixo estão algumas delas.

    Trump continuaria a apoiar a Ucrânia?

    Pesquisas de opinião sugerem que o apoio financeiro e militar dos EUA à Ucrânia é menor entre eleitores republicanos do que entre os eleitores democratas
    Pesquisas de opinião sugerem que o apoio financeiro e militar dos EUA à Ucrânia é menor entre eleitores republicanos do que entre os eleitores democratas © Getty Images

    Donald Trump crítica os bilhões de dólares enviados pelos EUA em ajuda militar à Ucrânia desde a invasão em grande escala da Rússia em 2022.

    Trump, que elogiou publicamente o presidente russo Vladimir Putin durante sua presidência, prometeu acabar com a guerra “dentro de 24 horas”, se eleito. Ele não disse como, mas o comentário levantou preocupações de que a Ucrânia poderia ser pressionada a ceder território à Rússia.

    Um projeto de lei que incluía US$ 60 bilhões de assistência militar a Kiev ficou paralisado no Congresso dos EUA durante meses por apoiadores republicanos de Trump. E o ex-presidente não disse muito quando ele finalmente foi aprovado em abril.

    Um dos seus aliados, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse, no entanto, após visitar o antigo presidente dos EUA na Flórida em março, que Trump “não dará um centavo” à Ucrânia se eleito.

    Questionado sobre os comentários de Orban, Trump disse à revista Time: “Eu não daria a menos que a Europa começasse a igualar”.

    Ele disse que “tentaria ajudar a Ucrânia”, mas a Europa “não estava pagando a parte que lhe cabe”.

    O corte da ajuda militar agrada os eleitores republicanos. Segundo pesquisa publicada em 8 de maio pelo Pew Research Center, 49% dos republicanos questionados disseram que Washington estava gastando muito dinheiro com a Ucrânia, em comparação com 17% dos eleitores democratas.

    Michelle Bentley, especialista em Relações Internacionais da Universidade Royal Holloway de Londres, diz que as mensagens de Trump podem já estar tendo um impacto, uma vez que Putin “pode estar se sentindo encorajado” pela possibilidade de um retorno de Trump.

    Trump retiraria os EUA da Otan?

    A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar composta por 32 países, incluindo os EUA, o Reino Unido, a Alemanha e a França, é um dos alvos preferidos de Trump.

    Como presidente, ele ameaçou frequentemente retirar os EUA, caso os outros membros não cumprissem a meta acordada de gastar 2% do produto interno bruto (PIB) em defesa.

    Segundo as regras da Otan, qualquer ataque a um país membro é considerado um ataque a todos os países do bloco.

    Mas em fevereiro deste ano Trump disse que não só não protegeria um país que “não pagasse” como ainda encorajaria Moscou a fazer “o que quisesse” com ele.

    O site da campanha de Trump afirma que o presidente pretende “reavaliar fundamentalmente” o propósito e a missão da Otan.

    As opiniões estão divididas sobre se algum dia ele retiraria os EUA da aliança.

    Ed Arnold, do think-tank de defesa Royal United Services Institute, com sede em Londres, diz que Trump “poderia ainda enfraquecer” o bloco sem, no entanto, precisar deixá-lo – diminuindo o número de tropas americanas na Europa ou impondo condições à resposta dos EUA no caso de uma invasão russa a um país membro da Otan.

    Trump promete deportações em massa

    A presidência de Trump foi marcada por políticas agressivas de imigração, e ele promete ir ainda mais longe caso retorne à Casa Branca.

    Ele tem dito que “iniciaria a maior operação de deportação doméstica da história americana”.

    O republicano também se comprometeu a acabar com a cidadania por nascimento para filhos de migrantes sem documentos e a travar guerra contra os cartéis de droga mexicanos.

    No ano passado, ele sugeriu, ainda, que expandiria as polêmicas proibições de viagens anteriormente impostas a pessoas de diversos países de maioria muçulmana.

    “Além de buscar deportar milhões de imigrantes não autorizados, muitos dos quais vivem nos EUA há décadas, Trump busca reduzir a imigração legal”, diz Doris Meissner, ex-comissária do agora extinto Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA, hoje especialista do Migration Policy Institute, com sede em Washington.

    O site da campanha de Trump destaca que, no cargo, ele suspendeu o programa de reassentamento de refugiados dos EUA. Meissner diz que é provável que ele tente fazê-lo novamente.

    Ela acredita, no entanto, que os planos do ex-presidente encontrariam barreiras legais, como no primeiro mandato, quando os tribunais intervieram em decisões, como nas proibições de viagens.

    Além disso, seu plano de deportação “irá de encontro à realidade de que o governo federal não tem recursos para deter e remover pessoas nem perto dos números que Trump promete”, acrescenta ela.

    O presidente Biden prometeu uma política de imigração mais “humana” e suspendeu ou revogou várias políticas de fronteira da era Trump. Mas as pesquisas de opinião mostram que os eleitores tanto da esquerda quanto da direita estão preocupados com os níveis de imigração, deixando Biden com a missão de encontrar um difícil equilíbrio.

    Em junho, o atual presidente emitiu uma ordem que permite que as autoridades removam rapidamente migrantes que entrarem ilegalmente nos EUA, sem que seus pedidos de asilo sejam processados. Mas duas semanas depois, Biden anunciou, também, uma política que protegerá de deportação centenas de milhares de cônjuges de cidadãos norte-americanos sem documentos.

    Trump continuaria a apoiar Israel?

    No período em que foi presidente, Trump apoiou Israel e seu governo de direita abertamente.

    Anunciou o reconhecimento de Jerusalém pelos EUA como capital de Israel, derrubando décadas de política oficial dos EUA, e transferiu a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.

    Ambas as mudanças– que não foram desfeitas por Biden – foram vistas pelos palestinos como uma tomada de partido na disputada questão em torno do estatuto de Jerusalém.

    O governo de Trump apoiou os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada – que a grande maioria da comunidade internacional considera ilegais sob o direito internacional, o que é contestado por Israel.

    Sua administração também mediou acordos que normalizaram as relações entre Israel e quatro países da Liga Árabe – Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Sudão e Marrocos.

    No entanto, alguns consideram que ele guarda mágoa de Benjamin Netanyahu desde as eleições presidenciais dos EUA em 2020, quando o primeiro-ministro israelense telefonou para felicitar Biden, embora Trump ainda contestasse os resultados.

    Na sequência dos ataques de 7 de Outubro, Trump disse que Netanyahu “não estava preparado” para um ataque do Hamas e chamou o Hezbollah, grupo militante islâmico do Líbano, de “inteligente”, despertando ira entre os republicanos que apoiam Israel.

    Ele continua a ressaltar seu histórico de apoio a Israel, mas agora diz que o país deve “terminar o que começou” contra os militantes do Hamas em Gaza. Mas “acabar com isso rapidamente” porque está “perdendo a guerra de relações públicas”.

    À revista Time, Trump disse que em uma guerra Irã-Israel, ele “protegeria Israel”, sem dar maiores detalhes sobre como o faria. Como presidente, retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, intensificou as sanções e autorizou um ataque que matou o comandante militar iraniano mais poderoso, Qasem Soleimani.

    Trump aumentará a pressão sobre a China?

    No cargo, Trump desencadeou uma amarga guerra comercial com a China. Se reeleito, sugeriu tarifas superiores a 60% ao país.

    No ano passado, ele também falou sobre “novas restrições agressivas” a fim de “interromper todas as futuras compras chinesas” de infra-estruturas nos EUA em setores vitais como energia e telecomunicações.

    Com o aumento das tensões no Mar da China Meridional e em Taiwan, algumas pessoas próximas querem que a política de segurança dos EUA se volte mais para a China.

    Elbridge Colby, conselheiro do Departamento de Defesa durante a administração Trump, tornou-se uma voz influente na segurança entre os republicanos e é cotado para um papel na administração Trump.

    O intelectual conservador faz parte de um grupo de republicanos que quer que Washington faça de Pequim sua principal prioridade internacional.

    “Não é que devamos simplesmente virar as costas à Ucrânia, mas apoiá-la não deve ser uma prioridade num momento em que a China é uma ameaça muito maior aos interesses americanos do que a Rússia”, afirma Colby.

    Ele acrescenta que tem certeza de que Trump “está bem ciente disso”.

    Taiwan é autogovernada e considera-se distinta do continente chinês, com uma constituição própria e líderes eleitos democraticamente.

    Mas Pequim vê a ilha como uma província separatista que eventualmente acabará sob seu controle – e não descarta o uso da força para que isso aconteça.

    Historicamente, os EUA têm sido deliberadamente pouco claros sobre como reagiriam caso a China invadisse Taiwan. Biden, no entanto, foi o mais explícito de todos os líderes americanos ao dizer que os EUA defenderiam a ilha.

    Trump recusou-se a dizer o que faria. Em 2016, após vencer as eleições, ele gerou queixa da China ao aceitar um telefonema de felicitações do presidente de Taiwan, numa ruptura com a política norte-americana de décadas de ausência de relações diplomáticas.

    E o meio ambiente?

    Como presidente, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris de 2015 sobre mudanças climáticas. Biden reverteu a decisão – o site da campanha de Trump diz que ele repetiria a ação.

    Ele está prometendo “perfurar, baby, perfurar” em busca de petróleo, prometendo energia mais barata.

    Seu site também afirma que ele irá acabar com os “litígios frívolos” de ambientalistas, acabar com os subsídios à energia eólica, reduzir os impostos sobre os produtores de petróleo, gás e carvão e revogar as regulamentações introduzidas por Biden relacionadas a emissões geradas por veículos.

    Não houve, nos últimos 30 anos, dois candidatos presidenciais tão distantes em matéria de clima, afirma o professor David G. Victor, especialista em alterações climáticas da Universidade da Califórnia, em San Diego.

    Também ex-autor principal do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o professor Victor diz que uma vitória de Trump seria “uma catástrofe” para as atuais metas climáticas do governo dos EUA.

    “Ele afastaria nossos aliados… então há muito pânico”, diz ele.

    Simon Evans, vice-editor do influente site sobre alterações climáticas Carbon Brief, diz que seria “muito improvável” que os EUA cumprissem seus compromissos climáticos internacionais se Trump retornasse à Casa Branca.

    Ele é coautor de um estudo que conclui que os EUA também provavelmente não cumprirão as metas do presidente Biden, mas por uma margem menor.

    Biden investiu históricos US$ 300 bilhões em energia limpa e iniciativas climáticas através da sua Lei de Redução da Inflação. Mas alguns ativistas climáticos opõem-se às ações que ele tomou para aumentar a produção de petróleo e gás, incluindo o projeto petrolífero Willow, no Alasca.

    “Acho que Biden está fazendo tudo o que pode”, diz o professor Victor.

    “Ele fez promessas ousadas de reduzir as emissões que quase certamente não cumpriremos. Mas não há dúvida de que sua administração fez mais em matéria de política climática do que qualquer outra na história.”

    BBC

  • Lula diz que é necessário saber se ‘precisa efetivamente’ cortar gastos

    Lula diz que é necessário saber se ‘precisa efetivamente’ cortar gastos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em dúvidas nesta quarta-feira (26) a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. O mandatário afirmou que será preciso analisar se a questão pode ser resolvida com aumento da arrecadação.

    “O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente.

    Lula ainda acrescentou que seu governo está fazendo uma análise sobre se está havendo “gasto exagerado”, mas que isso está sendo feito “sem levar em conta nervosismos do mercado”

    Lula concede nesta manhã entrevista ao portal UOL.

    A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores com o compromisso do governo Lula de garantir o equilíbrio das contas públicas.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já repetiu que os esforços do governo com relação às contas públicas era o de evitar cortes que impactem os trabalhadores e os mais pobres —um discurso de que Lula também se utiliza.

    O risco de mudança das regras do arcabouço fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 7 de junho, com representantes de instituições financeiras.

    A rejeição pelo Congresso da MP (medida provisória) restringindo o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores e municípios elevou a preocupação. A leitura é de que há um esgotamento da agenda de Haddad de ajuste fiscal pelo lado de aumento de arrecadação.

    LULA DIZ QUE NÃO ESTÁ PREOCUPADO AINDA COM A SUCESSÃO NO BANCO CENTRAL

    O presidente também voltou a criticar a taxa básica de juros, que está atualmente em 10,5%. Afirmou que ela não é compatível com um cenário de inflação estável.

    Lula ainda afirmou que não deveria ser o presidente da República o responsável por criticar a taxa de juros e pediu que o setor produtivo faça “passeatas” para reclamar das decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).

    “É preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, eles deviam fazer passeata contra a taxa de juros porque são eles que estão tendo dificuldades, não é o governo”, afirmou o presidente.

    O presidente também foi questionado sobre a sucessão de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em particular sobre o favoritismo de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição. Respondeu que ainda não está preocupado com a questão.

    “O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, afirmou.

    FolhaPress

  • Lula se esquiva de críticas ao indicar desembargadoras a Tribunal Federal

    Lula se esquiva de críticas ao indicar desembargadoras a Tribunal Federal

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) esquivou-se, nesta terça-feira, das críticas de privilegiar o sexo masculino em suas indicações aos altos cargos da República, em especial no Judiciário, ao nomear até três desembargadoras para o Tribunal Regional Federal da III Região (TRF-III).

    Lula teria recebido três listas tríplices para a escolha dos integrantes da corte e, em duas dessas listas, as vagas são reservadas à advocacia, enquanto a terceira lista é composta por juízas que disputam uma promoção por merecimento. Entre os nove nomes das listas tríplices, oito são mulheres, segundo apurou o colunista Igor Gadelha, do site de notícias brasiliense ‘Metrópoles’.

    Apoio

    A única presença masculina nas listas é do advogado Marcos Moreira, apoiado pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT). A principal concorrente de Moreira é a advogada Veronica Sterman, que conta com o apoio de importantes figuras do PT, incluindo a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

    Na outra lista destinada à advocacia, a advogada Gabriela Araújo desponta como a favorita. Integrante do grupo Prerrogativas, Gabriela é amiga pessoal da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, e esposa do deputado estadual paulista Emídio Souza (PT), próximo a Lula. Além disso, Gabriela também goza da simpatia do ministro do STF André Mendonça, indicado para a Corte por Jair Bolsonaro.

    Atualmente, a única mulher no Supremo Tribunal Federal (STF) é a ministra Cármen Lúcia. Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, o presidente Lula indicou o ex-ministro da Justiça Flávio Dino.

    Correio do Brasil

  • Joaquim Barbosa diz que Lula é ‘omisso’ e ‘conservador à la carte’ e que País está ‘acéfalo’

    Joaquim Barbosa diz que Lula é ‘omisso’ e ‘conservador à la carte’ e que País está ‘acéfalo’

    O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa utilizou a rede social X (antigo Twitter) na tarde desta segunda-feira, 24, para realizar críticas ao governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Barbosa disse que Lula é “omisso”, ”conservador à la carte” e “incapaz de liderar o país” em determinadas questões. O ex-presidente do STF declarou voto em Lula nas eleições de 2022.

    “Infelizmente, em inúmeras ‘questões de sociedade’ o País é acéfalo. O Congresso, omisso, retrógrado, um horror! O presidente da República, também omisso em muitas questões, em cima do muro em outras, conservador ‘à la carte’, é incapaz de liderar o país em várias áreas em que poderíamos avançar significativamente se o natural poder de liderança e persuasão conferido ao ocupante da cadeira presidencial fosse inteligentemente usado para fazer avançar certas pautas que nos colocam na ‘vanguarda do obscurantismo’!”, escreveu.

    As falas ocorrem após discussões e derrotas do governo sobre questões importantes para a gestão de Lula, como a urgência do projeto de lei que equipara o aborto realizado após as 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo em casos de estupros, e a derrubada do veto presidencial da saidinhas dos presos.

    Barbosa esteve no STF de 2003 a 2014, sendo que nos dois últimos anos foi presidente da Corte. Ele foi indicado por Lula à ingressar ao Tribunal e apoiou o petista nas eleições de 2022.

    Após a vitória de Lula, o ex-ministro o parabenizou. Também no X, ele disse que “venceram a democracia, a civilidade, a reverência às normas consensualmente estabelecidas para reger o bom funcionamento da sociedade. Parabéns a Lula, a Alckmin e aos governadores democraticamente eleitos neste domingo. E, claro, ao povo brasileiro”.

    Na data, ele também comemorou a derrota do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), dizendo que saíram “de cena o grotesco, a barbárie e a intimidação como elementos indissociáveis do exercício cotidiano do poder”.

    Estadão

  • Governo de Goiás entrega 702 cartões do Aluguel Social nesta semana

    Governo de Goiás entrega 702 cartões do Aluguel Social nesta semana

    O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Habitação (Agehab) e a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), entrega nesta semana 702 cartões do programa Pra Ter Onde Morar – Aluguel Social em 8 municípios goianos. Entre os municípios atendidos, estão Goianápolis, Nova América, Niquelândia, Colinas do Sul, Itajá, Cavalcante, Teresina de Goiás, Vila Propício e Divinópolis.
    Os atendimentos se iniciam nesta segunda-feira (24/06), por Goianápolis e Nova América. “Os atendimentos do Aluguel Social são de suma importância nas políticas habitacionais do Estado de Goiás por chegarem a famílias que já não podem mais esperar para manterem dignidade no quesito moradia”, observa o presidente da Agehab, Alexandre Baldy.
    O secretário da Infraestrutura, Pedro Sales, por sua vez, lembra que o programa foi criando em 2021 justamente para atender mais rapidamente as necessidades de famílias que engrossam as fileiras do déficit habitacional em Goiás. “Muitas famílias em situação de extrema vulnerabilidade financeira não podem esperar, por exemplo, a finalização de obras em programas como o de casas a custo zero ou do Crédito Parceria”, enfatiza.
    Em pouco menos de 3 anos, a modalidade Pra Ter Onde Morar – Aluguel Social já alcançou mais de 53 mil famílias goianas, em períodos distintos, com capacidade de atendimento simultâneo a cerca de 40 mil famílias. O auxílio de R$ 350 para custeio de aluguel habitacional, destinado a famílias que não possuem imóveis e não têm condições de arcar com a moradia própria, perdura por 18 meses. O objetivo é dar às famílias que se enquadram no perfil socioeconômico o tempo necessário para reestruturação financeira.
    Mais atendimentos
    Além de cartões do Aluguel Social, equipes da Agehab também farão entregas da modalidade Pra Ter Onde Morar – Escritura em Goianápolis. O atendimento é resultado do processo de regularização fundiária que culmina na emissão e entrega do documento que confere a propriedade do imóvel doado à família beneficiária.
    Serviço
    Segunda-feira, 24
    Goianápolis – Entrega de 124 cartões do Aluguel Social e 69 escrituras
    Nova América – Entrega de 99 cartões do Aluguel Social
    Terça-feira, 25
    Niquelândia – Entrega de 200 cartões do Aluguel Social
    Colinas do Sul – Entrega de 18 cartões do Aluguel Social
    Itajá – Entrega de 30 cartões do Aluguel Social
    Quarta-feira, 26
    Cavalcante – Entrega de 109 cartões do Aluguel Social
    Teresina de Goiás – Entrega de 51 cartões do Aluguel Social
    Vila Propício – Entrega da sede do Conselho Tutelar
    Quinta-feira, 27
    Divinópolis de Goiás – Entrega de 71 cartões do Aluguel Social
    Agência Goiana de Habitação | Secretaria de Estado da Infraestrutura – Governo de Goiás
  • Caroline de Toni desengaveta proposta de plebiscito para reduzir maioridade penal

    Caroline de Toni desengaveta proposta de plebiscito para reduzir maioridade penal

    A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), ressuscitou um projeto que propõe a convocação de um plebiscito sobre a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos. A proposta é que a consulta popular seja organizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelas cortes eleitorais regionais.

    O relator do projeto é o deputado Dr. Jaziel (PL-CE), desde 5 de junho. Ao jornal Valor Econômico, ele afirmou que ainda vai se debruçar sobre o tema, mas que o parecer final sobre o projeto deve estar pronto nas próximas semanas – e que deve ser positivo.

    A ideia é que a CCJ vote o relatório antes do recesso parlamentar, no final de julho. A retomada da proposta, que estava engavetada há cinco anos, foi vista pela base governista como mais um aceno ao eleitorado de oposição.

    Deputados da base temem que a pauta avance devido a composição atual do Congresso, ainda que calculem que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não deva pautar o projeto por ora para não atrapalhar o debate sobre a regulamentação da reforma tributária.

    Folha de São Paulo

  • Romeu Zema diz que pode concorrer nas eleições presidenciais de 2026 como vice

    Romeu Zema diz que pode concorrer nas eleições presidenciais de 2026 como vice

    O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira, 24, que não descarta nenhuma possibilidade para 2026 e que irá participar do processo eleitoral “de toda forma”. A declaração foi dada ao jornal mineiro O Tempo.

    “Não ligo de ser vice, o que eu quero é participar”, declarou o governador, que acrescentou que a vontade dele é “fazer parte para mudar o Brasil”. Zema é um dos cotados para herdar o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível até 2030.

    Junto do dele, os principais nomes são os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo e de Ronaldo Caiado (União), de Goiás. Mais discretos, mas também de olho em 2026, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), compõem a fila.

    Segundo o jornal, Zema também não exclui a possibilidade de, formando chapa como vice com outro candidato, assumir posteriormente um ministério no governo eleito, tal qual ocorreu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

  • André Mendonça toma posse como ministro titular do TSE

    André Mendonça toma posse como ministro titular do TSE

    O ministro André Mendonça será empossado nesta terça-feira (25) como ministro titular do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) atua como integrante substituto da Corte eleitoral desde abril de 2022.

    Por ser o ministro substituto mais antigo, assumirá a cadeira que ficou vaga com a saída de Alexandre de Moraes do tribunal. Moraes se despediu do TSE em 3 de junho, quando passou o comando da Corte para a atual presidente, Cármen Lúcia. Como titular, Mendonça poderá ficar até quatro anos no tribunal. Atuará nas eleições municipais de 2024 e formará com Nunes Marques a dupla que vai comandar o TSE no pleito geral de 2026.

    Enquanto Mendonça não toma posse como integrante efetivo, coube ao ministro Dias Toffoli exercer a função nas sessões plenárias do TSE. Depois da posse, a composição efetiva do TSE terá Cármen, Nunes e Mendonça nas vagas destinadas a magistrados do STF. As duas cadeiras reservadas a ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) são ocupadas atualmente por Raul Araújo e Isabel Gallotti. O TSE ainda tem na composição titular Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, nas vagas dos advogados.