Categoria: Política

  • Em áudios exclusivos, Mauro Cid ataca Alexandre de Moraes e a PF

    Em áudios exclusivos, Mauro Cid ataca Alexandre de Moraes e a PF

    Enquanto suas informações ajudam a desnudar a tentativa de golpe militar e comprometem Bolsonaro, o tenente-coronel detona o ministro e a instituição

    Mauro Cid , o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro , já prestou seis depoimentos à Polícia Federal depois de assinar um acordo de colaboração premiada. Em troca de benefícios, comprometeu-se a dizer a verdade. As revelações feitas pelo tenente-coronel, que compartilhou da intimidade do ex-presidente durante os quatro anos de governo, foram fundamentais para a elucidação da trama golpista urdida pelo seu antigo chefe, um grupo de assessores e militares de alta patente. Graças às informações prestadas por Cid, sabe-se hoje que a democracia esteve ameaçada após as eleições de 2022. Sabem-se os detalhes dos planos mirabolantes que foram traçados para não permitir que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto. Sabe-se que entre as sandices articuladas estava a detenção de adversários políticos e juízes. As informações de Mauro Cid deixaram Bolsonaro numa situação jurídica extremamente delicada, a ponto de seus próprios apoiadores não descartarem a possibilidade de uma prisão iminente. Deve-se ao tenente-coronel, portanto, muito do que se descobriu e muito do que ainda pode emergir da tentativa de golpe

    Nos bastidores, no entanto, quando os policiais saem e ele volta para seu círculo mais íntimo, existe um outro Mauro Cid. Depois de relatar que o ex-presidente discutiu planos golpistas com os comandantes militares no Palácio da Alvorada e que um deles chegou a colocar as tropas à disposição para executar a missão, Mauro Cid tem dito a pessoas próximas que suas declarações foram distorcidas, certas informações tiradas de contexto e outras convenientemente omitidas pela Polícia Federal.

    VEJA teve acesso à gravação de uma dessas conversas (ouça abaixo). Nela, o ex-ajudante de ordens dispara petardos contra os agentes e contra a investigação. Cid diz, por exemplo, que a polícia o pressionou a relatar fatos que simplesmente não aconteceram e detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. O tenente-coronel afirmou que policiais o induziram a corroborar declarações de testemunhas e apontou um delegado que o teria constrangido a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios do acordo. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, contou. “Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter assim, que eu estava mentindo”, completou.

    ÁUDIOS: “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”

    ALVO - Moraes: responsável pelo inquérito, ministro recebeu pesadas críticas de Mauro Cid
    ALVO – Moraes: responsável pelo inquérito, ministro recebeu pesadas críticas de Mauro Cid (Ruy Baron/.)

    A gravação foi realizada na semana passada, depois que Mauro Cid prestou depoimento à PF, na segunda-feira 11. Na condição de colaborador e obrigado a falar a verdade, ele foi ouvido por nove horas seguidas. Depois, em uma conversa com um amigo, desabafou por quase uma hora. “Eles estão com a narrativa pronta.

    Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: ‘Ó, mas a sua colaboração. Ó, a sua colaboração está muito boa’. Ele (o delegado) até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá’. Ele falou assim: ‘Só essa brincadeira são trinta anos para você’.” Cid disse que os delegados encarregados do caso só registravam as informações que se encaixavam naquilo que ele chama de “narrativa”. “Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar, e eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”, ressaltou.

    ÁUDIOS: “Eles estão com a narrativa pronta”

    Na conversa, o ex-ajudante de ordens também faz críticas pesadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que apuram a tentativa de golpe, a a venda de joias do acervo presidencial e a falsificação de registros de vacina, casos que têm Jair Bolsonaro como investigado.

    O objetivo de tudo, segundo ele, seria pegar o ex-presidente. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, afirmou o tenente-coronel.

    Para mostrar ao interlocutor que haveria uma filtragem das informações que são oficializadas pela PF, Cid fala de um suposto encontro entre o ministro e Jair Bolsonaro, que não ficou registrado nos seus depoimentos. “Eu falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que
    eu fale?’.”

    ÁUDIOS: “(Moraes) prende e solta quando ele quiser”

    ATAQUE - Operação da PF: na conversa gravada, o tenente-coronel diz que os investigadores conduzem seu depoimento
    ATAQUE - Operação da PF: na conversa gravada, o tenente-coronel diz que os investigadores conduzem seu depoimento (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

    Na tentativa de se defender junto ao interlocutor, o ex-ajudante de ordens ainda faz uma série de considerações sobre a condução dos processos. “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente,
    denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo.” Ouvindo a conversa, a impressão que se tem é que há dois Cids diferentes na mesma pessoa — o colaborador, cujas informações têm sido fundamentais para desnudar a tentativa de golpe, e o injustiçado, cujas palavras estão sendo modificadas por policiais enviesados. Um
    deles, evidentemente, não diz a verdade.

     

    ÁUDIO: “O Moraes já tem a sentença dele pronta”

    Em setembro do ano passado, depois de passar 129 dias preso, o ex-ajudante de ordens assinou um acordo decolaboração premiada com a Justiça. Ele se comprometeu a contar o que sabia e, em troca, no final dos processos, casoseja condenado, vai cumprir uma pena de, no máximo, dois anos de prisão. Em seus depoimentos, Cid descreveupormenores de reuniões no Palácio da Alvorada, em que Bolsonaro pressionou militares de alta patente a aderir a umgolpe de Estado, listou personagens — entre assessores, políticos e integrantes das Forças Armadas — que atuarampara anular as eleições presidenciais e explicou como figuras hostis ao capitão eram desqualificadas e transformadasem alvos a serem abatidos. A partir de tudo o que relatou, autoridades que orbitavam Bolsonaro, incluindo o próprioex-presidente, sofreram buscas ou prisões no âmbito dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes.As informações prestadas por Cid são, sem dúvida, a coluna vertebral da investigação sobre o golpe — e mostraram-severdadeiras.

    REVELAÇÃO - Bolsonaro e os chefes militares: no depoimento à PF, ficou clara a movimentação para um golpe de Estado
    REVELAÇÃO - Bolsonaro e os chefes militares: no depoimento à PF, ficou clara a movimentação para um golpe de Estado (Isac Nóbrega/PR)

    Alvorada e que um deles chegou a colocar as tropas à disposição para executar a missão, Mauro Cid tem dito a pessoas próximas que suas declarações foram distorcidas, certas informações tiradas de contexto e outras convenientemente omitidas pela Polícia Federal. VEJA teve acesso à gravação de uma dessas conversas (ouça abaixo). Nela, o ex-ajudante de ordens dispara petardos contra os agentes e contra a investigação. Cid diz, por exemplo, que a polícia o pressionou a relatar fatos que simplesmente não aconteceram e detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. O tenente-coronel afirmou que policiais o induziram a corroborar declarações de testemunhas e apontou um delegado que o teria constrangido a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios
    do acordo. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, contou. “Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não

    Confrontados, os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Junior, confirmaram as reuniões em que foram discutidos com o então presidente esboços de decretos que, entre outras medidas, previam a instituição do estado de defesa e do estado de sítio, instrumentos típicos de regimes de exceção que autorizam que prisões sejam feitas sem ordem judicial. Os dois oficiais também confirmaram que o almirante Almir Garnier, à época comandante da Marinha, ao contrário deles, colocou as tropas à disposição de Bolsonaro — informação importantíssima que chegou ao conhecimento das autoridades por meio de Cid, que também revelou que a empreitada golpista só não foi adiante porque o Alto-Comando do Exército não apoiou. As declarações do Cid colaborador, que não pode mentir, estão documentadas e, na última segunda-feira, 18, inclusive resultaram no indiciamento de Bolsonaro e mais dezesseis pessoas no inquérito que apura a falsificação de certificados de vacina.

    Longe dos depoimentos, porém, o comportamento de Cid tem sido muito diferente. Aos amigos, ele procura desmentir até informações que estão assinadas por ele nos encontros com os investigadores. De acordo com sua fala na PF, pouco antes de deixar o governo, em dezembro de 2022, Bolsonaro teria solicitado a Cid um documento atestando que ele e sua filha haviam sido vacinados contra a Covid-19. O tenente-coronel, em sua colaboração, confirmou ter recebido a ordem do ex-presidente para produzir a falsificação — detalhe fundamental para que o ex-chefe fosse indiciado no caso. Nas conversas com os amigos, no entanto, Cid garante que nunca ouviu tal determinação. Também afirma que nunca falou em golpe de Estado ou na existência de uma minuta que sugerisse algo ilegal. Garnier, nessa versão adocicada, seria apenas um bravateiro.

    RESULTADO - 8 de Janeiro: os ataques aos prédios públicos em Brasília foram a última tentativa para subverter a democracia
    RESULTADO - 8 de Janeiro: os ataques aos prédios públicos em Brasília foram a última tentativa para subverter a democracia (Evaristo Sá/AFP) 

    Na cultura militar, o delator é considerado um traidor, um pária, alguém que não merece a farda que veste. Isso talvez explique essa postura esquizofrênica de Cid. O medo também pode ter influenciado esse jogo duplo do ex-ajudante de ordens. Desde que assumiu o papel de colaborador, ele sofre ameaças pelas redes sociais e teme ser alvo de algum
    atentado. Na conversa com o interlocutor, ele fala sobre sua situação: “Quem mais se f. fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira fui eu”. E também deixa escapar a mágoa: “Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como
    eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?”.

    ÁUDIO: “O presidente ficou milionário, né?”

    Para ter direito aos benefícios do acordo, a colaboração do ex-ajudante de ordens precisa de efetividade — o que ela já demonstrou. O prêmio será definido pelo ministro Alexandre Moraes, mas só no final do processo. Na gravação, Cid explica por que decidiu colaborar com a polícia: “Se eu não colaborar, vou pegar trinta, quarenta anos. Porque eu estou
    em vacina, eu estou em joia…”. E faz uma previsão: “Vai entrar todo mundo em tudo. Vai somar as penas lá, vai dar mais de 100 anos para todo mundo. Entendeu?”. O interlocutor parece concordar. O tenente-coronel então conclui: “A cama está toda armada. E vou dizer: os bagrinhos estão pegando dezessete anos. Teoricamente, os mais altos vão pegar quantos?”. A pergunta não é difícil de ser respondida. O Cid colaborador pode até escapar da prisão. Já o Cid que emerge da conversa com o amigo certamente terá enormes problemas pela frente.

    ÁUDIOS: “A cama está toda armada”

    Publicado em VEJA de 22 de março de 2024, edição nº 2885

     

  • Governo Lula volta a falar de móveis do Alvorada e diz que gestão Bolsonaro não tinha controle

    Governo Lula volta a falar de móveis do Alvorada e diz que gestão Bolsonaro não tinha controle

    O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), falou novamente sobre o caso dos móveis do Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos e que foram motivo de troca de farpas com a família de Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (21).

    Esta foi a terceira vez que o governo se manifesta oficialmente desde que o caso foi revelado pela Folha de S.Paulo na quarta-feira (20). Pimenta falou com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.Governo Lula volta a falar de móveis do Alvorada e diz que gestão Bolsonaro  não tinha controle - Brasil | Farol da Bahia

    Ele reforçou as notas divulgadas pela Secom na véspera, de que nem todos os móveis estavam em condição de uso, e que o desaparecimento dos 261 móveis do palácio foi constatado pelo governo Bolsonaro.

    “Durante o ano [de 2023] esses itens foram sendo procurados em diversos depósitos, não havia nenhum tipo de controle, era um absoluto descontrole da informação, de cadastros, muito trabalho da nossa equipe, ao longo do ano nós conseguimos encontrar esses itens”, disse o ministro.

    “Durante o governo Bolsonaro, não tinha nenhum tipo de controle. […] Esse número, 261 itens não encontrados, não é um número nosso, é um número que foi informado pelo Bolsonaro quando foi realizada a transição”, completou.

    Conforme o ministro, os itens foram todos encontrados em Brasília, em depósitos do patrimônio público do governo federal sem entrar em maiores detalhes.

    Em resposta à Lei de Acesso à Informação da Folha de S.Paulo, o governo não precisou exatamente não estariam os móveis encontrados.

    A reportagem, então, antes de publicar a notícia, questionou a Secom em qual local específico do Alvorada os móveis foram encontrados. A secretaria disse que eles estavam “nas diversas dependências” do palácio, sem fornecer mais detalhes.

    Após a notícia ir ao ar, a Secom divulgou uma primeira nota, afirmando que o desaparecimento dos móveis revelava descaso da gestão anterior com patrimônio. Depois de cerca de quatro horas, divulgou novo comunicado e disse ter encontrado “parte deles [dos itens] abandonados em depósitos externos ao Palácio da Alvorada e sem efetivo controle patrimonial”.

    Nesta quinta, Pimenta disse ainda que a compra dos móveis de luxo para o Alvorada, que totalizou em R$ 197 mil, não tem conexão com a ausência dos 261 itens.

    “O presidente determinou a compra de quatro móveis, quatro, porque nem cama tinha aqui no Alvorada. O presidente conseguiu se mudar no dia 6 de fevereiro, porque não havia condição mínima para que ele pudesse vir para cá.”

    “Quando o presidente Lula foi eleito a primeira vez, o Fernando Henrique Cardoso entregou o Alvorada intacto. Foi assim na transição com a Dilma, foi assim na transição para o Temer, porque sempre foi assim. Infelizmente, o Bolsonaro entregou o Alvorada em péssimas condições”, completou.

    Apesar da fala do ministro, a ausência dos móveis foi justamente apontada em abril do ano passado como um dos motivos para a compra sem licitação de novos móveis para o Alvorada. Além disso, foram comprados seis itens, não quatro, como ele apontou na sua fala.

    Foram adquiridos de uma loja de um shopping de design e decoração em Brasília uma cama, dois sofás e duas poltronas. Em outra loja, o governo comprou um colchão king size.

    Os gastos mais altos foram com o sofá com mecanismo elétrico (reclinável para a cabeça e os pés), que custou R$ 65,1 mil e com uma cama de R$ 42,3 mil.

    Na véspera, a nota da Secom disse também que os novos móveis comprados “foram os imprescindíveis para recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico, e não são necessariamente de mesma natureza dos itens do relatório citado”.

    O levantamento do patrimônio do Palácio da Alvorada pela Comissão de Inventário Anual da Presidência da República havia apontado preliminarmente, ainda em 2022, que 261 bens citados não haviam sido localizados durante os trabalhos.

    Já início do governo Lula, em 2023, a Presidência da República afirma que uma nova conferência havia sido realizada e o número de bens desaparecidos diminuiu para 83. O relatório final da comissão foi concluído só em setembro do ano passado, quando todos os itens foram encontrados.

    FOLHA DE SÃO PAULO

  • Dino responde após Toffoli dizer que ‘experiência só não é maior que ele’

    Dino responde após Toffoli dizer que ‘experiência só não é maior que ele’

     O ministro do STF Dias Toffoli fez uma piada com o tamanho do colega Flávio Dino em sessão do plenário da Corte nesta quarta-feira (20).

    Ministros analisavam ações sobre plano governamental de preservação do meio ambiente, e Toffoli disse que ficou em dúvida, porque considera que não havia posicionamento errado.

    “Todos os lados são certos. Eu, honestamente, fiquei em dúvida, as argumentações do ministro Flávio são muito… A experiência que ele tem na vida pública é muito grande, só não é maior que ele, mas é muito grande”, disse.

    Dino brincou de volta, dizendo que havia indício de crime na fala do ministro. “Peço providências para o procurador-geral da República, acho que há indício de crime de ação penal pública”, falou, rindo.

    Flávio Dino já foi alvo várias vezes de piadas gordofóbicas. A emissora Jovem Pan pediu desculpas no ar após uma convidada dizer que a indicação do ex-governador do Maranhão pertencia à “cota de obesidade”.

    Flávio Dino já foi alvo várias vezes de piadas gordofóbicas. A emissora Jovem Pan pediu desculpas no ar após uma convidada dizer que a indicação do ex-governador do Maranhão pertencia à “cota de obesidade”.

    Toffoli faz piada com condição física de Dino: ‘Experiência dele é grande, só não maior que ele’

    Dino e gordofobia
    As piadas com o peso do ministro não datam de hoje. Em dezembro passado, o GLOBO mostrou que os ataques gordofóbicos contra ele aumentaram em 30% nas redes sociais após sua indicação ao STF.

    Enquanto ministro da Justiça do governo federal, o tema recorrentemente era pauta da oposição. Em maio de 2023, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) ironizou o então político na tribuna da Câmara.

    “Vou falar daquele senhor, daquele senhor que está com sobrepeso. Ele declarou que STF e o governo vão regular a internet na marra. Rapaz, não tem culpa não, sobrepeso? Esse país é democrático. Ele não é comunista, se tu gosta de comunista, seu sobrepeso, vaza do país” afirmou, à época, o deputado, em referência ao PL das Fake News.

    Já no final do ano, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez comentários sobre o peso de Dino. Ao ironizar um inquérito da Polícia Federal que o investiga se ele importunou uma baleia jubarte, o ex-mandatário aproveitou a ocasião para fazer um comentário contra o então ministro da Justiça:

    “Todo dia tem uma maldade em cima de mim, a de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério, é aquela que diz que eu queria dar golpe, mas some com vídeos.”

    FOLHA DE SÃO PAULO

     

  • Servidores da saúde protestam por direitos trabalhistas no Palácio Pedro Ludovico Teixeira

    Servidores da saúde protestam por direitos trabalhistas no Palácio Pedro Ludovico Teixeira

    Na tarde desta quinta-feira (21), às 15h, em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, servidores da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizarão um ato para reivindicar direitos trabalhistas negligenciados pelo Governo de Goiás. O protesto é uma iniciativa do Sindsaúde, com os trabalhadores, em conjunto com as demais entidades que compõem o Movimento Sindical da Saúde.

    Uma das cobranças importantes é o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores terceirizados da organização social Instituto Gênesis, responsável pela administração dos hospitais de Itumbiara, São Luís de Montes Belos e Jaraguá. Até o momento, esses profissionais não receberam seu acerto trabalhista, gerando prejuízos e incertezas financeiras.

    Além disso, o Sindsaúde, juntamente com as outras entidades sindicais, também reivindica a inclusão dos Auxiliares de Saúde na reestruturação do plano de carreira dos servidores da SES-GO, conforme estabelecido pela Lei 22.524/24. Esses trabalhadores exercem atuação imprescindível no Sistema Único de Saúde do Estado (SUS) e não foram incluídos no novo Plano de Cargos e Remuneração do Estado.

    Outra demanda é a necessidade da definição e regulamentação de critérios referentes à progressão de carreira da categoria devido à aprovação do novo Plano de Carreira (Lei 22.524/24). É fundamental que essa caracterização tenha a participação de representantes sindicais da categoria, visando garantir mais transparência e equidade nas promoções profissionais.

    Apesar dos obstáculos, os trabalhadores da saúde têm permanecido na linha de frente do atendimento sem recuar. A categoria tem se sacrificado bastante e está na hora do governador garantir condições de trabalho adequadas e a valorização profissional necessária. A expectativa dos servidores foi grande com a mudança de governo, mas até o momento nada mudou infelizmente”, ressalta o presidente do Sindsaúde-GO, Ricardo Manzi.

    Por fim, o ato ainda visa cobrar melhores condições de trabalho e assistência, assim como o fim da precarização das relações de trabalho que tem gerado adoecimento aos trabalhadores, principalmente nas unidades geridas por organizações sociais.

    Previdência
    Outra reivindicação do Sindsaúde é a suspensão da cobrança que passou a incidir sobre o salário dos servidores aposentados com a aprovação da Reforma da Previdência Estadual apresentada pelo Governo de Goiás, Ronaldo Caiado, e aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) no fim de 2019 (EC 65/2019).

    Condições de trabalho
    Além dos direitos trabalhistas, enfermeiros, técnicos, auxiliares, farmacêuticos, entre outros profissionais vinculados à Secretaria de Estado da Saúde cobram garantia do fornecimento adequado dos Equipamentos de Proteção Individual, insumos para o atendimento e a diminuição da sobrecarga de trabalho.

    Em reunião com o Sindsaúde, prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, comprometeu-se em manter condutores de ambulância na pasta da saúde

     Em reunião com o Sindsaúde, prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, compromete-se em manter condutores de ambulância na pasta da saúde

    A diretora do Sindsaúde, Flaviana Alves, o deputado estadual Mauro Rubem e diversos condutores de ambulância, estiveram em reunião com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, para tratar sobre a necessidade da permanência desses trabalhadores nos serviços de saúde do município.

    O encontro com o chefe do executivo do município aconteceu a pedido do deputado estadual, Mauro Rubem, e da diretoria do Sindsaúde, após a ação sindical que ocorreu na última sexta-feira (15), na qual os motoristas de ambulâncias manifestaram grande insatisfação com realocações de função, bem como denúncias de assédio moral praticadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia.

    O pessoal da Saúde lotado nas Unidade de Saúde da Prefeitura de Goiânia também fizeram paralização com diversas cobranças em prol do melhor desempenho de suas atividades e também sobre descasos registrados na condução do  Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas).

    Segundo a diretora do Sindsaúde, Bruna Isecke, ex-integrante do Conselho Fiscal do Instituto, a debilidade do Imas tem causado uma série de transtornos, gerando muita insatisfação nos usuários que precisam de atendimento.

    SERVIÇO:
    Servidores da saúde protestam por direitos trabalhistas no Palácio Pedro Ludovico Teixeira

    Ato dos servidores da SES-GO por direitos trabalhistas

    Dia e hora: 21 de março (quinta-feira) às 15h

    Local: Palácio Pedro Ludovico Teixeira

  • Lula é ‘um gerente muito ruim’ de sua coalizão de poder, diz cientista político Carlos Pereira

    Lula é ‘um gerente muito ruim’ de sua coalizão de poder, diz cientista político Carlos Pereira

    O segundo ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa marcado por reveses para o presidente. Apesar do desempenho acima do esperado da economia, o petista vê sua popularidade cair nas pesquisas de opinião e sofre derrotas no Congresso, como a eleição de nomes da oposição para a presidência de comissões estratégicas na Câmara dos Deputados.

    Seria um sinal de fracasso do presidencialismo de coalizão, modelo político em que a governabilidade é garantida através da distribuição de cargos e verbas aos diferentes partidos?

    Carlos Pereira, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que não.

    “O presidencialismo de coalizão está mais firme do que nunca. O problema é que o presidente Lula é um mau gerente de coalizão. Ele montou uma coalizão grande demais – tem 16 partidos, é uma coalizão gigante, muito difícil de coordenar”, diz Pereira, em entrevista à BBC News Brasil.

    Para o analista, a queda de popularidade de Lula se deve principalmente à inflação resiliente, que é impactada pela política fiscal frouxa adotada pelo governo. A boa notícia é que ainda dá tempo de mudar, diz Pereira.

    “Ainda é cedo. Início do segundo ano de mandato, o governo ainda tem tempo para recuperar. Mas ele não dá sinais críveis de que irá implementar uma política responsável do ponto de vista fiscal e orçamentário. Pelo contrário, o governo tem sinalizado que a saída para aumentar sua popularidade é aumentar gasto”, critica.

    Em meio ao avanço das investigações sobre suposta tentativa de golpe conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o cientista político tem sido uma das poucas vozes a defender reiteradamente que não houve chance real de ruptura ou mesmo fragilização da democracia no governo Bolsonaro.

    “Minha interpretação é de que os generais se recusaram [a embarcar no golpe] porque os custos políticos, institucionais e reputacionais, para qualquer um que pudesse enveredar em uma tentativa de ataque à democracia, são impagáveis”, afirma.

    “No momento em que esses generais peitam Bolsonaro, eles não o fazem apenas motivados pelas suas preferências individuais ou pelo seu heroísmo individual, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange.”

    Pereira discute este e outros temas no livro Por que a democracia brasileira não morreu?, escrito em coautoria com Marcus André Melo, e que deverá ser lançado pela Companhia das Letras em maio.

    Para o cientista político, o cenário que se coloca para as eleições municipais com Lula com a popularidade em queda e Bolsonaro pressionado pela Justiça é de oportunidade.

    “Bolsonaro, com os custos políticos de uma eventual condenação judicial, possivelmente vai perder capital político. E Lula vai perder esse antagonismo, que também o beneficia”, afirma.

    “Com um dos polos se tornando carta fora do baralho e o outro fragilizado, é uma oportunidade para os partidos e os candidatos tentarem outras agendas e não essa agenda nacional polarizada.”

    Confira os principais trechos da entrevista.

    BBC News Brasil – O senhor tem defendido que não houve chance real de ruptura no governo Bolsonaro, devido à resiliência das instituições brasileiras. À luz dos depoimentos dos comandantes das Forças Armadas que revelaram que o ex-presidente chegou a conduzir reuniões para discutir documentos com teor golpista, o senhor ainda avalia que a democracia do país não correu risco?

    Carlos Pereira – Sim. Acredito que os depoimentos confirmam exatamente o que eu venho defendendo.

    BBC News Brasil – Por quê?

    Pereira – Porque existem duas avaliações nisso. Quanto a esse general e esse tenente-brigadeiro [os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior] que foram os que deram depoimentos e que, de certa forma, se opuseram à ideia golpista de Bolsonaro, uma interpretação é percebê-los como heróis.

    O próprio presidente Lula disse isso na reunião ministerial [realizada na segunda-feira, 18/3]. Ele faz uma análise individual, como se o Brasil tivesse escapado do risco porque esses generais se recusaram a embarcar no golpe.

    Já a minha interpretação é de que esses generais se recusaram porque os custos políticos, institucionais e reputacionais para qualquer um que pudesse enveredar em uma tentativa de ataque à democracia são impagáveis.

    'Generais se recusam a embarcar no golpe e peitam Bolsonaro, não motivados por preferências individuais ou heroísmo, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange', diz cientista política da FGV
    ‘Generais se recusam a embarcar no golpe e peitam Bolsonaro, não motivados por preferências individuais ou heroísmo, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange’, diz cientista política da FGV © Reuters

    A sociedade brasileira é uma sociedade muito sofisticada, que tem múltiplos interesses, mas que tem a democracia como um valor de agregação importante e revela essa agregação em vários momentos.

    BBC News Brasil – Quais momentos, por exemplo?

    Pereira – Por exemplo, quando o governo Bolsonaro se recusou a compartilhar os dados de contaminação e mortes na pandemia, ocorreu um movimento espontâneo de competidores no mercado de mídia – Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1, Extra e UOL – todos eles montarem um consórcio de imprensa em que eles se responsabilizaram por pesquisar dados sobre contaminação e morte das pessoas na pandemia.

    Isso mostra uma capacidade absurda, mesmo de competidores, de abrir mão da sua competição diante de um bem coletivo maior.

    Outro exemplo importante foi quando Bolsonaro chamou aquela fatídica reunião com os embaixadores contra a urna eletrônica e organizou uma parada militar em Brasília no dia da votação [na Câmara dos Deputados da proposta de emenda constitucional] do voto impresso.

    A sociedade deu uma resposta fortíssima, com mobilizações puxadas pelo departamento de Direito da USP, em que mais de 1 milhão de pessoas assinaram a carta em defesa da democracia, mostrando que uma diversidade enorme de pessoas que pensam diferente, que têm ideologias diferentes, que têm preferências políticas e partidárias diferentes, se agregaram em torno da democracia.

    BBC News Brasil – E quanto às instituições?

    Pereira – Você tem o multipartidarismo, que torna muito difícil para um populista, seja ele de esquerda ou de direita, fazer valer sua preferência de forma autoritária. Ele vai ter que convencer muita gente, porque são muitos partidos, com vários pontos de veto em potencial.

    Temos o federalismo, constituições estaduais, judiciários estaduais, governadores.

    Quer dizer, é um gama tão grande de atores que um populista tem que convencer em torno de um projeto autoritário, que esse projeto não tem chance de vingar.

    Então, no momento que esses generais se recusam e peitam Bolsonaro, eles não o fazem apenas motivados pelas suas preferências individuais ou pelo seu heroísmo individual, mas porque eles estão inseridos em um contexto institucional que os constrange e que restringe o leque de opções que esses caras teriam para atuar fora do campo democrático.

    Então o golpe fracassou porque esse conjunto complexo de instituições da sociedade impõe custos muito altos – custos impagáveis – para quem decide trilhar um caminho dessa natureza.

    BBC News Brasil – O senhor citou a questão do multipartidarismo e como é difícil para um populista fazer valer suas preferências nesse cenário. Isso leva à minha próxima pergunta: por que o presidencialismo de coalizão parece não ter sido capaz de moderar Bolsonaro, já que ele aparentemente cogitou a possibilidade de golpe até o fim do governo?

    Pereira – Eu acredito que moderou sim. Veja, Bolsonaro foi eleito negando a própria política. Ele fez uma associação direta entre o presidencialismo de coalizão e a corrupção do PT no passado.

    Com poucos meses de governo, em que ele não tinha maioria [no Congresso], não tinha coalizão, ele saiu de seu próprio partido [então o PSL] e governou por quase um ano e meio sem qualquer partido.

    Nesse momento, Bolsonaro era muito perigoso, porque ele estava negando as instituições e surfando de forma não institucional.

    Mas veio a pandemia e uma série de pedidos de impeachment começaram a chegar na mesa do presidente da Câmara – ainda um presidente da Câmara hostil a Bolsonaro, que era Rodrigo Maia [então do DEM-RJ] na época. E Bolsonaro saiu desesperado tentando construir uma coalizão.

    No momento em que Bolsonaro faz uma coalizão com o Centrão, ele se domestica, ele perde esse discurso antipolítica, e ele começa a fazer política.

    Entretanto, todo bom populista não pode abrir mão na sua totalidade do discurso que o faz viável eleitoralmente.

    Então ele foi nesse fio da navalha até o final de seu governo, namorando com o perigo, mas com as instituições o tempo inteiro dando limites para ele.

    Por exemplo, o governo Bolsonaro foi o governo que mais enfrentou derrotas sucessivas no Judiciário e derrotas sucessivas no Legislativo.

    Isso significa que as instituições estavam muito atentas e muito vigilantes, a despeito de ele ficar namorando com o perigo não institucional o tempo inteiro, enquanto também jogava o jogo institucional o tempo inteiro.

    Foi esse jogo duplo que Bolsonaro jogou a partir do momento em que procurou o Centrão em 2020.

    BBC News Brasil – Falando então de derrotas do governo, mas agora puxando para o governo atual. O governo petista tem enfrentado sucessivas derrotas no Congresso, sendo a mais recente a vitória da oposição para o comando de comissões estratégicas, como CCJ [Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania] e Educação. Na sua visão, ainda faz sentido falar em presidencialismo de coalizão na conjuntura atual ou isso parou de funcionar?

    Pereira – O presidencialismo de coalizão está mais firme do que nunca. O problema é que o presidente Lula é um mau gerente de coalizão. Ele montou uma coalizão grande demais – tem 16 partidos na sua coalizão, é uma coalizão gigante, muito difícil de coordenar.

    E ele chamou 16 partidos muito heterogêneos, completamente diferentes um do outro, com preferências ideológicas e políticas muito díspares.

    Há desde a extrema esquerda, como Psol, PCdoB, até partidos de direita, como União Brasil, PSD, como partidos de centro, como o MDB.

    Então o presidente Lula enfrenta altíssimos custos de coordenação. Além disso, o governo Lula também não compartilha poder e recursos com os parceiros, levando em consideração o peso proporcional de cada um deles no Congresso.

    Por exemplo, dos 37 ministérios do governo Lula atual, o PT tem 22 ministérios.

    Então se coloque na posição do União Brasil, que tem mais ou menos o mesmo número de cadeiras do PT no Congresso, e tem três ministério. Por que que ele vai ser disciplinado na coalizão, se não está sendo recompensado?

    Isso obviamente vai criar animosidades entre os parceiros, vai criar ressentimentos. E esses parceiros vão se posicionar estrategicamente a cada votação.

    Quando o presidente sinaliza que precisa muito aprovar alguma coisa, esse é o momento por excelência de um parceiro que está sendo sub recompensado de tentar equilibrar o jogo.

    Então o problema não é do presidencialismo de coalizão, o problema é do gerente. O problema é que o gerente é muito ruim.

    ‘Problema não é do presidencialismo de coalizão, o problema é do gerente, que é muito ruim’, diz Pereira, sobre Lula© Lula Marques/Agência Brasil

    BBC News Brasil – Como o senhor avalia o cenário atual do governo Lula? Esse momento de perda de popularidade do presidente, que realizou até essa reunião ministerial na última segunda-feira.

    Pereira – Nos meus estudos, a popularidade impacta muito pouco sobre a taxa de sucesso do presidente no Congresso, bem como sobre o custo de governabilidade. A popularidade não é a variável mais importante. Entretanto, ela é fundamental para a relação do presidente com a sociedade.

    Então é um momento em que o governo sinaliza vulnerabilidade. Em que, de certa forma, a política econômica do governo está em xeque, porque, em última instância, a população está reagindo à inflação de alimentos. Acho que esse é o ponto-chave.

    Normalmente, a popularidade tem duas variáveis-chaves: a inflação e o desemprego. O eleitor brasileiro é avesso à inflação. E o governo Lula tem tido políticas frouxas do ponto de vista fiscal, e isso tem gerado déficits crescentes, que têm um impacto inflacionário.

    Então é uma escolha também do presidente namorar com o perigo.

    Ainda é muito cedo. Início do segundo ano [de mandato], o governo ainda tem tempo para recuperar. Mas ele não dá sinais críveis de que irá implementar uma política responsável do ponto de vista fiscal e orçamentário. Pelo contrário, o governo tem sinalizado que a saída para aumentar sua popularidade é aumentar gasto.

    Então essa é uma lição de casa que o PT e o governo Lula não aprenderam. Porque eles já viveram isso no passado e eles continuam se comportando do mesmo jeito, acreditando que o Estado tem um papel importante na economia. E essa postura mais frouxa em relação ao controle das contas públicas tem um preço.

    Cedo ou tarde, [a conta] vai chegar. A grande oportunidade do governo Lula é que tenha chegado cedo. Então dá tempo para o governo fazer ajustes no sentido de sinalizar mas crivelmente compromissos com o equilíbrio macroeconômico.

    BBC News Brasil – E como essa questão da popularidade em queda pesa sobre as relações entre Executivo e Legislativo?

    Pereira – Eu interpreto isso muito mais com uma restrição do que com um impeditivo. Então vai dificultar, vai criar mais um barulho, mas não vai impedir o presidente de desenvolver uma relação boa com o Legislativo, se ele fizer as escolhas certas de como se relacionar com seus parceiros.

    O problema é que, como o presidente Lula não sinaliza nenhuma reforma ministerial que pudesse acomodar melhor os seus parceiros, e cortar na própria carne, no próprio PT, esses problemas vão estar presentes sempre no governo.

    Vai ter momentos em que o governo vai conseguir aprovar mais, gastando mais, e vai ter momentos que vai aprovar menos.

    O custo de governabilidade vai ser diretamente proporcional à necessidade que o governo terá de aprovar essa ou aquela matéria.

    Quanto mais o governo sinalizar que precisa muito que o legislador vote com ele, mais o Legislativo vai se posicionar de forma estratégica, inflacionando o custo do voto dele.

    BBC News Brasil – E que cenário Lula com popularidade em queda e Bolsonaro pressionado pelas investigações sobre a tentativa de golpe colocam para as eleições municipais desse ano?

    Pereira – Estamos com um cenário muito polarizado. Tem algumas pessoas até defendendo a ideia de que essa polarização está calcificada.

    Mas um cenário em que Bolsonaro muito provavelmente vai enfrentar punições judiciais daqui a algum tempo, e com Lula perdendo conexões eleitorais, é uma oportunidade para os partidos que não estão diretamente vinculados a esses dois polos e para que o eleitorado busque alternativas.

    Então talvez seja uma oportunidade boa para diminuir essa polarização entre Lula e Bolsonaro.

    Porque Bolsonaro, com os custos políticos de uma eventual condenação judicial, possivelmente vai perder capital político. E Lula vai perder esse antagonismo, que também o beneficia, porque ele também nutre essa polarização.

    E quanto mais o jogo é polarizado, mais difícil é para uma alternativa aos polos se tornar competitiva.

    Com um dos polos se tornando carta fora do baralho e o outro fragilizado, é uma oportunidade para os partidos e os candidatos tentarem outras agendas e não essa agenda nacional polarizada.

    É uma oportunidade para os outros partidos se livrarem desse karma, se livrarem desses pesos. Porque, se por um lado Lula e Bolsonaro são um ativo, uma ferramenta, são ferramentas muito pesadas. A esquerda já teve chance de se livrar de Lula no passado e não conseguiu.

    Está se aproximando uma oportunidade para a direita se livrar de Bolsonaro e buscar outros candidatos melhores, mais comprometidos com a democracia, com as instituições, então pode ser uma chance, pode ser uma oportunidade.

    Ainda é muito cedo para dizer, mas talvez abra-se essa janela para que os partidos considerem outras estratégias, ao ancorar suas candidaturas a prefeito em 2024 em outros temas e outras alternativas.

    BBC

  • Em audiência com Netanyahu, Caiado diz que fala de Lula sobre conflito em Gaza “foi infeliz”

    Em audiência com Netanyahu, Caiado diz que fala de Lula sobre conflito em Gaza “foi infeliz”

    Governador foi recebido pelo primeiro-ministro de Israel no terceiro dia de agendas oficiais no país

    Ronaldo Caiado foi recebido, nesta terça-feira (19/3), pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma audiência que abordou a guerra contra o Hamas e também a relação do país com o Brasil. O goiano esclareceu ao líder israelense que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de comparar a situação da Faixa de Gaza ao Holocausto, não representa o pensamento dos brasileiros. “Deixamos claro que foi uma fala infeliz”, esclareceu.

    “Vocês são bons amigos de Israel, e estou muito contente em tê-los aqui”, disse Netanyahu a Caiado e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O encontro, que durou cerca de uma hora, foi realizado a portas fechadas na sede oficial do governo israelense, em Jerusalém. Depois da audiência, Caiado explicou, em vídeo, que o primeiro-ministro agradeceu a presença da comitiva brasileira e “deixou claro a sua amizade pelo Brasil”.

    Netanyahu deu detalhes sobre o ataque sofrido por Israel, em 7 de outubro do ano passado, que resultou na morte de 1,2 mil pessoas e o sequestro de outras centenas. “A barbárie que fizeram é algo inimaginável”, pontuou Caiado. Sobre o conflito, que já dura mais de cinco meses, o governador explicou que a meta de Israel é libertar “todos os que foram sequestrados para que possa, aí sim, ter o momento de pacificação”. Pelo menos 134 pessoas seguem reféns do Hamas, entre elas, um brasileiro.

    Caiado disse, ainda, que o primeiro-ministro israelense está convicto do triunfo sobre o grupo terrorista que se articulou para matar judeus. Na audiência, Netanyahu lamentou a morte de tantos civis e relatou a estratégia do Hamas de usar as pessoas sequestradas, e a sua própria população, como escudos humanos na Faixa de Gaza.

    Mais compromissos

    Caiado cumpre, nesta terça-feira (19), o terceiro dia de agenda em Israel. Pela manhã, se encontrou com o presidente Isaac Herzog. O anfitrião agradeceu o apoio e a “demonstração de solidariedade”. “Amamos o povo brasileiro, e sabemos que ele nos ama também. Juntos, temos de construir a base para um mundo melhor”, declarou o líder israelense ao explicar que o país está empenhado em se defender. “Não estamos atacando o povo palestino. Estamos numa guerra contra o Hamas. Somos uma nação que ama a paz.”

    Caiado declarou que o ódio cultuado contra judeus é preocupante, e que Israel tem tentado “conduzir o território à paz”. Sobre o atentado sofrido em 7 de outubro, contou ao presidente que o Governo de Goiás homenageou as vítimas com a recente inauguração do parque “Am Israel Chai”, em Goiânia. “Instalamos o primeiro memorial [fora de Israel], com 1,2 mil árvores plantadas”.

    Na sequência, a comitiva brasileira esteve no Yad Vashem, que é o Museu do Holocausto localizado em Jerusalém. Ali, Caiado deixou uma coroa de flores em homenagem às vítimas do nazismo. Durante a visita, o governador ainda teve um momento de reflexão no Hall da Memória, ambiente do museu onde está instalada a Chama Eterna, que nunca apaga. Ela é o símbolo de que os seis milhões de judeus mortos jamais serão esquecidos.

    “É muito forte, não é fácil. Você sai de lá até ansioso com tudo que assiste. São cenas pesadíssimas. Eles deram conta de reproduzir a maneira com que os judeus foram tratados na Segunda Guerra e também fizeram uma réplica dos campos de concentração. Foram mais de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”, contou Caiado.

    A missão internacional segue até quinta-feira (21/03) com visitas a indústrias aeroespaciais; a startups das áreas de mobilidade e acessibilidade; e aos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. O governador goiano também deve se encontrar com parentes dos reféns do Hamas e com uma comunidade brasileira na cidade de Ra’anana.

    O HOJE

  • Caiado pede desculpas a presidente de Israel por “fala infeliz” de Lula sobre conflito no Oriente Médio

    Caiado pede desculpas a presidente de Israel por “fala infeliz” de Lula sobre conflito no Oriente Médio

    No mês passado, chefe do Executivo afirmou que cenário enfrentado pelo povo palestino em Gaza era equivalente ao vivido pelos judeus durante o Holocausto

    O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se encontraram nesta terça-feira (19) com o presidente de Israel, Isaac Herzog. O compromisso faz parte da agenda que os líderes cumprem no país do Oriente Médio, a convite do governo local e de entidades civis.

    Nas redes sociais, Caiado afirmou ter conversado com o presidente israelense sobre os impactos do conflito entre Israel e Hamas e aproveitou a ocasião para pedir desculpas pela fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou a situação na Faixa de Gaza ao Holocausto.

    No mês passado, Lula disse que o cenário enfrentado pelo povo palestino na Faixa de Gaza era equivalente ao que o ditador nazista Adolf Hitler decidiu fazer quando promoveu o extermínio em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

    “Nossa agenda do dia em Israel começou com uma visita ao presidente do país. Conversamos sobre os impactos do conflito, o rastro de destruição deixado e reforçamos a importância do diálogo e da promoção da paz”, escreveu o governador goiano.

    “Fiz questão também de levar o meu pedido de desculpas a todos os israelenses por uma fala infeliz do presidente da República comparando a guerra ao Holocausto. Saibam que serão sempre bem-vindos ao nosso estado”, acrescentou Caiado.

    Já o governador paulista declarou nas redes ter discutido possibilidades de cooperação com Israel na agricultura, inovação, tecnologia e segurança pública.

    “Agradeci pessoalmente o trabalho e suporte da comunidade judaica em São Paulo, que atendeu ao nosso chamado sempre que precisamos, a exemplo do apoio recebido na tragédia de São Sebastião”, expressou Tarcísio.

    “Externei a minha solidariedade ao povo de Israel e sinceros votos de sucesso nas negociações para trazer de volta os reféns para suas casas, além da nossa torcida para que seja pavimentado um caminho para a paz”, concluiu o chefe do Executivo paulista.

    Tarcísio encontra Netanyahu em Israel e defende liberação de reféns

    Tarcísio viajou a Israel nesta semana a convite de Netanyahu em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel após declaração de Lula

    Ronaldo Caiado, Benjamin Netanyahu e Tarcísio de Freitas - Metrópoles

    No Instagram, Tarcísio divulgou uma imagem ao lado de Herzog, mas sem mencionar o nome de Netanyahu. Foi o premiê quem convidou Tarcísio e o governador goiano Ronaldo Caiado (União) a visitar Israel durante esta semana, em meio à crise diplomática com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Externei a minha solidariedade ao povo de Israel e sinceros votos de sucesso nas negociações para trazer de volta os reféns para suas casas, além da nossa torcida para que seja pavimentado um caminho para a paz”, escreveu Tarcísio.

    CNN

  • Fala de Barroso pró-aborto causa intervenção na PUC-Rio

    Fala de Barroso pró-aborto causa intervenção na PUC-Rio

    Uma fala do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, ao defender a legalização do aborto dentro da Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) causou uma crise interna na respeitada e decana instituição.

    Ao saber do caso, o Cardeal Dom Orani Tempesta reagiu e decidiu intervir na universidade, criando um conselho de religiosos e um empresário que vai apoiar a gestão do atual reitor.

    A alegação é de que a medida visa contribuir “no discernimento das decisões a serem tomadas dentro da governança própria da Universidade”. O documento que vazou foi criticado numa nota oficial do reitor no último domingo.

    Na palestra há duas semanas, o ministro Barroso defendeu uma grande campanha nacional para a descriminalização do aborto para que o assunto polêmico seja analisado pelo STF “assim que possível”.

    Fala de Barroso pró-aborto causa intervenção na PUC-Rio

    IstoÉ

  • Daniel Vilela: decisão sobre candidaturas em grandes cidades serão tomadas quando Caiado retornar de Israel

    Daniel Vilela: decisão sobre candidaturas em grandes cidades serão tomadas quando Caiado retornar de Israel

    Vice-governador reforçou que decisão sobre eleições nas “grandes cidades” será tomada por Caiado

    O governador em exercício, Daniel Vilela (MDB) destacou nesta segunda-feira (18) que decisões cruciais sobre nomes que vão encabeçar chapas majoritárias nas eleições municipais de 2024 serão tomadas apenas quando o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) retornar da viagem a Israel. O assunto segue à compasso de espera diante de especulações sobre o processo eleitoral.

    Vilela se referia especialmente ao contexto das eleições em grandes colégios eleitorais, como Aparecida de Goiânia. “Temos conversado longamente com o governador sobre as eleições nas maiores cidades, inclusive, Aparecida. Nos próximos dias, quando o governador chegar, vamos tomar as decisões que precisam ser tomadas”, pontuou.

    Sobre o caso específico de Vilmar Mariano em Aparecida, Daniel destacou que o projeto deve ser construído e não há nomes “impostos” à mesa. “Ele [Vilmar Mariano] tem toda a oportunidade, nosso carinho. Temos uma relação e, naturalmente, é preciso construir. Não é uma candidatura imposta nem por ele, nem por nós. Precisamos entender quais os caminhos e tomar essa decisão”, destacou.

    Antes com candidatura praticamente certa no MDB, Vilmar Mariano passou a ser dúvida no partido após a relação entre ele e o antecessor Gustavo Mendanha (MDB) apresentar desgastes. Apesar disso, o atual prefeito tem mostrado otimismo em ser escolhido o candidato da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

    O mesmo compasso de espera será feito em Goiânia. Hoje, Daniel teve um encontro com o pré-candidato em Goiânia, Jânio Darrot (MDB). O vice-governador adiantou que ambos irão discutir a conjuntura do projeto. “Mas a decisão será do governador no momento que ele achar oportuno. Nessa reunião, não haverá nenhum fator de decisão”, pontua.

    Mais Goiás

  • Lula diz que seu Deus não é igual ao de Malafaia e culpa fake news pela rejeição de evangélicos

    Lula diz que seu Deus não é igual ao de Malafaia e culpa fake news pela rejeição de evangélicos

    O petista falava sobre as cobranças para melhorar a relação com os evangélicos quando deu a declaração

    O presidente Lula (PT) afirmou em reunião ministerial nesta segunda-feira (18) que o Deus do advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico, não é o mesmo do pastor Silas Malafaia, aliado de Jair Bolsonaro (PL), e culpou as fake news pela dificuldade de aproximação com este segmento do eleitorado.

    O petista falava sobre as cobranças para melhorar a relação com os evangélicos quando deu a declaração.

     Lula disse, segundo relatos de participantes, que é pressionado a se reunir mais com evangélicos e que está disposto a fazer isso o máximo possível. Mas essa aproximação, na visão do petista, não resolve o problema.

     O entrave nesse caso, para o presidente, é o uso político da religião por seus adversários e a disseminação de fake news. O mandatário também comentou, segundo pessoas presentes, que não adianta falar apenas com os líderes religiosos. Segundo ele, é preciso acessar a base dos fiéis.

     Ao fazer esse diagnóstico, Lula disse a Messias ter certeza que o Deus do ministro não é o mesmo do de Malafaia. A fala de Lula foi dada no contexto sobre a necessidade de separar política de religião, segundo aliados do petista.

    Malafaia é aliado de primeira hora de Bolsonaro e foi um dos responsáveis por organizar ato na avenida Paulista, no final de fevereiro, para que o ex-presidente demonstrasse apoio popular e se defendesse das acusações de ter tramado um golpe para impedir a posse do petista.

    Pesquisa Quaest do início do mês mostrou um aumento da avaliação negativa do governo. No recorte dos segmentos, a taxa de respostas negativas deu um salto entre os evangélicos, grupo que abrange cerca de um terço da população. A avaliação negativa era de 36% há três meses e agora foi a 48%.

     Em outro momento da reunião desta segunda, Lula tratou da guerra que Israel trava com o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. Ele afirmou que Israel como descrito pela Bíblia não é o mesmo do de Benjamin Netanyahu, premiê do país.

     O mandatário já havia falado de questões religiosas durante a sua fala de abertura da reunião ministerial, transmitida pelos canais oficiais do governo e por emissoras de televisão. Ele criticou o uso das crenças como um instrumento político e disse que as religiões vêm sendo utilizadas de “maneira vil” no país.

     “[As pessoas querem] um país em que a religião não seja instrumentalizada como instrumento político, de um partido político ou de um governo”, afirmou Lula.

    “Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país. Então democracia é a gente tentar que esse país volte à normalidade.”

     O uso da religião na política foi enaltecido semanas atrás pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em discurso na avenida Paulista. O discurso de Michelle é apontado por especialistas como um aceno para a supremacia cristã e uma ameaça para a laicidade do Estado.

     Após a reunião ministerial, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou não existir uma estratégia para Lula se aproximar do público evangélico. A aproximação, segundo ele, que o presidente deseja é com todos, independente de crença.

     “A religião e a crença são muito maior que os partidos políticos, do que as disputas políticas, e, portanto, devem ser colocadas e respeitadas as crenças religiosas das pessoas”, afirmou Rui. “A crença das pessoas não pode ser usada na política partidária”, completou.

    O presidente também orientou os ministros a defenderem a equiparação salarial de homens e mulheres e pediu que a pasta das Mulheres faça ações para mobilizar as brasileiras a endossarem esse tema.

     Durante a reunião desta segunda, Lula cobrou seus ministros para saírem em defesa do governo federal e não apenas de suas próprias áreas e ações, já que todos são integrantes do governo federal.

    O mandatário pediu “transversalidade” da sua equipe para rebater as críticas e divulgar as medidas do governo, além de mais viagens aos seus ministros e maior presença em redes sociais, para explicarem as ações da gestão petista.

     O encontro com ministros foi marcado para que Lula fizesse cobranças em meio a dados negativos sobre sua popularidade. Pesquisa divulgada pelo Ipec no início do mês mostrou piora nos índices de aprovação de Lula.

    Consideram a administração ótima ou boa 33%, ante 38% na pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2023. Outros 33% avaliam a gestão regular, e 32% veem como ruim ou péssima, uma oscilação positiva de dois pontos em relação aos dados anteriores.

     O presidente, no entanto, afirmou não se impressionar com as pesquisas desde 1989. Era uma referência à primeira vez que disputou a Presidência da República e acabou derrotado. Disse que seu governo está “entregando muito”, e que a sua situação política deveria estar melhor.