Categoria: Política

  • Novo depoimento de Cid aumenta pressão sobre general Paulo Sérgio Nogueira, avaliam militares

    Novo depoimento de Cid aumenta pressão sobre general Paulo Sérgio Nogueira, avaliam militares

    Participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado foi alvo dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica

    O novo depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, tem potencial para aumentar a pressão sobre o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

    A avaliação de militares é que o avançar das investigações fecha o cerco sobre a atuação do general na suposta trama de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro.

    A participação do ex-ministro da Defesa nas reuniões em que se discutiu uma minuta para um golpe de Estado com objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder foi alvo dos depoimentos do ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e do ex-comandante da Força Área Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior.

    Na tarde desta segunda-feira (11), Cid deverá ser confrontado com informações dadas pelos ex-comandantes do Exército e da FAB, que prestaram depoimentos na condição de testemunhas.

    A expectativa de militares é que Cid, ao ser ouvido novamente pela PF, vai apontar a responsabilidade institucional e funcional de cada pessoa.

    Aliado de Bolsonaro, tem avaliado que o general Paulo Sergio até agora vinha sendo poupado pelo Comando do Exército, enquanto que o general Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e o general Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) estavam sendo expostos.

    O ex-ministro da Defesa prestou depoimento no dia 22 de fevereiro à Polícia Federal, mas optou por ficar em silêncio. Procurada para comentar o novo depoimento de Cid, a defesa de Paulo Sérgio ainda não retornou.

  • Aldo Rebelo diz que Bolsonaro não tentou dar golpe e critica investigações

    Aldo Rebelo diz que Bolsonaro não tentou dar golpe e critica investigações

    Secretário de Relações Internacionais de Nunes, ex-ministro é contato para ser vice do emedebista

    Ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-quadro do PCdoB por mais de 30 anos, o atual secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, Aldo Rebelo, disse à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta hoje o mesmo processo que inviabilizou a candidatura do petista em 2018.

    “Os métodos que estão sendo usados contra o Bolsonaro hoje são os mesmos que foram usados para inviabilizar a candidatura do Lula (em 2018), e com os mesmos protagonistas: Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e mídia”, disse Rebelo.

    O ex-ministro disse ter uma relação “muito boa” com o ex-presidente e contou que mantém contato regular com Bolsonaro por mensagem e WhatsApp.

    “Bolsonaro não tentou dar golpe nenhum. Um golpe exige uma articulação e um protagonismo que não houve. Golpe não se dá em uma reunião pública gravada”, disse Aldo Rebelo.

    Questionado sobre a possibilidade de ser vice de Ricardo Nunes, Aldo desconversou: “Estou sabendo pela imprensa”.

    CNN

  • Resposta de senadora republicana a Biden gera críticas e memes nos EUA

    Resposta de senadora republicana a Biden gera críticas e memes nos EUA

    A senadora republicana Katie Britt defendeu neste domingo (10) sua resposta ao discurso do estado da União de Joe Biden, após sua participação receber críticas de opositores e aliados, e piadas na internet.

    Britt, de 42 anos, era uma senadora pouco conhecida do estado do sul do Alabama quando os republicanos a encarregaram da tradicional resposta do partido ao discurso anual do presidente perante o Congresso.

    No entanto, a escolha de cenário de Britt para a transmissão – a cozinha de sua casa familiar -, bem como sua atuação às vezes exagerada, e a tentativa de vincular Biden a um incidente de tráfico sexual muito anterior à sua posse, geraram reações de vários setores.

    Sua aparição até foi parodiada pela famosa atriz Scarlett Johansson no popular programa Saturday Night Live, uma imitação mordaz que obteve milhões de visualizações nas redes sociais e alimentou mais a controvérsia ao chamá-la de “uma mãe assustadora”.

    Comentando da sua cozinha, a verdadeira Britt criticou duramente as políticas de imigração de Biden como “uma vergonha”, e contou a brutal história de uma mulher mexicana que, aos 12 anos, foi vítima de tráfico sexual e estupro.

    Segundo sua denúncia, o abuso ocorreu durante o governo de Biden.

    Mas quando verificadores de conteúdo investigaram mais a fundo a história, rapidamente ficou claro que o tráfico sexual ocorreu no México e há 20 anos, durante a presidência do republicano George W. Bush (2001-2009).

    Em uma aparição no canal Fox News neste domingo, Britt afirmou que havia deixado claro que estava se referindo a um caso que havia acontecido anos antes.

    “É repugnante tentar silenciar […] a história de como é ser vítima de tráfico sexual”, retrucou.

    E disse que escolheu o cenário doméstico porque “os republicanos se importam com os assuntos discutidos à mesa da cozinha”.

    O magnata republicano e ex-presidente Donald Trump (2017-2021), o adversário praticamente certo de Biden nas eleições de novembro, elogiou o desempenho de Britt.

    No entanto, até mesmo líderes conservadores criticaram sua escolha de cenário.

    A comentarista de TV e ex-assessora de Trump Alyssa Farah Griffin escreveu na rede social X: “Não entendo a decisão de colocá-la em uma COZINHA para um dos discursos mais importantes que ela já fez”.

    Com sarcasmo, imitando a voz e as expressões às vezes exageradas da senadora republicana, a atriz Johansson afirmou em sua paródia: “Os convidei para esta cozinha porque os republicanos querem que eu atraia o voto das mulheres. E as mulheres adoram cozinhas”.

    Ao se referir à história do tráfico sexual, Johansson observou: “Tenham certeza de que cada detalhe é real, exceto o ano, o lugar e quem era o presidente quando aconteceu”.

    AFP

  • Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

    Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

    Com a menor abstenção em mais de uma década (34%), os portugueses foram às urnas neste domingo (10) em eleições antecipadas para escolher seu novo Parlamento. Em uma disputa apertada, a AD (Aliança Democrática), coligação dos partidos da direita tradicional, levou o maior número de cadeiras, e o Partido Socialista, que estava no poder desde 2015, admitiu a derrota.Portugal: ultradireita tem apoio de brasileiros - 09/03/2024 - Mundo - Folha

    O grande destaque, porém, foi a legenda de ultradireita Chega, que se consolidou como terceira força ao quadruplicar sua bancada e se tornou peça-chave para a definição do próximo governo.

    Com 226 das 230 cadeiras da Assembleia definidas até as 23h de Brasília, a AD tinha conquistado 79 assentos, contra 77 dos socialistas. O Chega, que tinha apenas 12 deputados na legislatura atual, pulou para 48. Dos 22 restantes, as siglas de esquerda levaram 13, a direita 8, e uma ficou com uma sigla independente.Portugal: eleição parlamentar foca imigração - 09/03/2024 - Mundo - Folha

    Os quatro assentos não apurados correspondem aos votos de eleitores que moram no exterior, como no Brasil. Em tese, o PS poderia ultrapassar a AD, mas os socialistas consideravam esse quadro improvável e, ao menos por ora, não contavam com essa hipótese.

    Em seu discurso de vitória, o líder da AD e presidente do PSD (Partido Social Democrata), Luís Montenegro, exaltou o desejo de mudança expresso pelos portugueses nas urnas. Montenegro se disse pronto a formar um governo, mas reafirmou que não pretende incluir o Chega nesse arranjo.

    “Eu assumi dois compromissos na campanha eleitoral [não incluir o Chega e só ser premiê se ganhasse as eleições] e, naturalmente, cumprirei minha palavra”, respondeu aos jornalistas.

    No sistema eleitoral luso, vota-se no partido, e não diretamente no candidato. Após a definição dos assentos parlamentares, as bancadas podem fazer acordos e coligações que sustentem outros arranjos governativos. Por isso, a composição total do Parlamento importa para a formação do Executivo.

    Tradicionalmente, o partido mais votado indica o premiê, mas isso não é obrigatório. Em 2015, o Partido Socialista chegou ao poder mesmo tendo ficado na segunda colocação, graças a uma inédita união pós-eleitoral dos partidos de esquerda, apelidada pejorativamente de geringonça devido à aparente fragilidade do entendimento.

    Por isso a importância do Chega, legenda populista com discurso antissistema e contra a imigração. Apesar do discurso de Montenegro, o resultado nas urnas leva a crer que uma composição sem essa terceira força seria improvável.

    Primeiro líder partidário a se manifestar, André Ventura, presidente do Chega, afirmou que o desempenho de sua sigla indica o fim do bipartidarismo entre PSD e PS em Portugal.

    O deputado expressou que o resultado “permite ao Chega negociar um governo” e deixou claro que irá pressionar Montenegro a incluir a sigla no futuro gabinete. “Os portugueses manifestaram-se claramente e disseram que querem um governo de dois partidos: da AD e do Chega”, disse Ventura, para quem seria irresponsável não aproveitar a maioria atribuída nas urnas às duas siglas.

    Fundado em 2019, o partido elegeu seu primeiro deputado no mesmo ano: o próprio André Ventura, um advogado e comentador esportivo que ganhou projeção nacional por falas controversas, como a associação da comunidade cigana ao recebimento irregular de benefícios e a afirmação de que havia “excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas”.

    Um dos assentos já garantidos pelo Chega nesta próxima legislatura é de um brasileiro, o professor de artes marciais Marcus Santos, pelo distrito do Porto.

    O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reconheceu a derrota, embora tenha classificado o resultado do pleito como tangencial. “O Partido Socialista será oposição”, anunciou. “Renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa”, declarou.

    Embora tenha afirmado que não irá inviabilizar um governo da AD votando a favor de uma moção de censura, Santos deixou claro que não pretende contribuir para a sustentação de um Executivo do bloco de direita. “Não somos nós que vamos suportar um governo da AD.”

    Especulações sobre a possibilidade de formação de um bloco central, com apoio socialista à AD, ganharam força ao longo da apuração, com o que seria uma forma de já excluir o Chega das conversas para um novo governo.

    Apesar de o líder do PS ter admitido o insucesso nas urnas, o primeiro-ministro demissionário, António Costa, preferiu um discurso de espera pelos votos do exterior. “A única certeza que podemos ter é que, tendo em conta o volume de votos que chegarão nos próximos dias dos círculos da emigração, provavelmente não será hoje que teremos o resultado das eleições.”

    Ainda nesta semana, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convidar um dos líderes partidários, provavelmente Luís Montenegro, para iniciar as negociações de governo

    Previsto para acontecer apenas em 2026, o pleito foi convocado de forma antecipada após a renúncia de Costa, em novembro, quando uma investigação de corrupção em negócios do setor de transição energética atingiu o núcleo de seu governo.

    A inesperada crise política pegou os próprios partidos de surpresa, uma vez que a confortável maioria absoluta dos socialistas, com 120 dos 230 assentos parlamentares, poderia levar à conclusão da legislatura sem sobressaltos.

    Folha de São Paulo

  • Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou drone, como aponta PF

    Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou drone, como aponta PF

    O ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investigado pela PF (Polícia Federal) pela suposta espionagem contra o então governador do Ceará e hoje ministro da Educação, Camilo Santana (PT), não pilotou o drone nem estava no estado na data do ocorrido.

    Inquérito da Polícia Federal que apura a suposta existência de uma “Abin paralela” no governo Jair Bolsonaro (PL) afirma que Paulo Magno de Melo Rodrigues Alves foi flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência oficial do governo do Ceará, em 2021.

    Diferentemente do que aponta a PF, autoridades que acompanharam o desdobramento do episódio afirmaram à Folha que quem pilotava o drone era um oficial de inteligência que havia sido deslocado de Brasília e uma servidora da Abin lotada na superintendência local.

    Inicialmente, a dupla foi abordada pela guarda palaciana por se tratar de uma área de segurança onde a presença de drones não é permitida. Em um segundo momento, no entanto, os policiais verificaram a placa do carro e eles se identificaram como agentes da Abin.

    Os dois oficiais de inteligência afirmaram que não sabiam que estavam perto do Palácio da Abolição, e que o voo era apenas para que a servidora de Fortaleza fosse instruída a usar o equipamento.

    Em petição protocolada em 25 de janeiro, os advogados do ex-diretor da Abin afirmam que a informação da PF de que ele foi flagrado nas proximidades da residência oficial do governo do Ceará em 2021 não é verdadeira.

    “O peticionário não é piloto de drones da Abin, sequer sabe pilotar esse aparelho e também não tem habilitação. Aliás, Paulo Magno tampouco estava no Ceará no momento em que teria ocorrido tal episódio”, diz a peça, à qual a reportagem teve acesso.

    A petição apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) é assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Franciso Agosti e Marcelo Neves.

    “Paulo Magno não pilota, nem nunca pilotou drone algum, seja no Ceará ou em qualquer outro lugar. Tal equivocada informação prestada pela PF induz o Poder Judiciário –e, depois das citadas notícias, a sociedade também– em erro, acarretando graves prejuízos à imagem e à reputação do peticionário.”

    A defesa também contesta a firmação de que Magno seria “gestor do FirstMile”, o programa espião que teria sido usado pela gestão Bolsonaro para espionar adversários políticos, dizendo que ele não utilizava o sistema e não atuou como gestor do contrato ou da ferramenta.

    A Abin é o ponto central da apuração da PF iniciada em março do ano passado sobre a suspeita de que a agência, na gestão de Bolsonaro, tenha sido usada para monitorar e perseguir rivais. Camilo Santana, filiado ao PT, era adversário da antiga gestão federal.

    A informação da Polícia Federal de que Magno pilotava o drone foi usada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na decisão que autorizou operações de busca e apreensão em janeiro. Segundo o ministro, o episódio comprovaria “a total ilicitude das condutas”.

    A Folha procurou a PF, mas o órgão disse que não se manifesta sobre investigações em andamento.

    Em depoimento prestado aos investigadores em outubro, Magno afirmou que, do final de 2020 até o início de 2022, ocupou a função de coordenador-geral de Operações de Inteligência da Abin.

    Ele não foi questionado na ocasião sobre o episódio do drone porque a PF só chegou a esse dado após busca ocorrida naquela data.

    Em 2021, a Abin abriu um PAD (processo administrativo disciplinar) contra os dois oficiais de inteligência envolvidos no caso. O processo foi arquivado no ano seguinte.

    No relatório policial apresentado a Moraes, é descrito que dispositivos móveis apreendidos com Magno continham um arquivo denominado “Defesa Prévia – PM.docx”, em que haveria um esboço de justificativa a ser apresentada caso ele fosse incluído no PAD.

    No documento, é afirmado não ter havido plano de operação destinada a monitoramento e é solicitado o arquivamento do processo disciplinar. Se o entendimento fosse por sua continuidade, porém, Magno pedia a inclusão dos demais gestores da Abin à época, entre eles o então diretor-geral Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL.

    Ex-diretor da Abin suspeito de espionagem contra Camilo Santana não pilotou  drone

    “O evento, portanto, corrobora a sistemática prática de realização de ‘operações de inteligência’ sem os devidos registros, com o fito de encobrir o desvio republicano”, escreveu o delegado da PF Daniel Carvalho Brasil Nascimento em seu relatório.

    Os relatórios da PF produzidos nessa investigação também chegaram a ser contestados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), mostram documentos sigilosos da apuração aos quais a Folha teve acesso.

    Em dezembro, a vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, enviou a Moraes parecer sobre pedido da PF de medidas cautelares, afastamento dos cargos públicos e do mandato parlamentar (em relação a Ramagem), e reclamou da qualidade do relatório policial.

    Ela escreveu que a representação policial deveria expor adequadamente “a necessidade, adequação e utilidade das medidas cautelares, vir acompanhada do resultado das diligências já realizadas e, sobretudo, ser legível e inteligível”.

    E prosseguiu, afirmando que a PF pleiteava decretação de medidas graves, como o afastamento do mandato de parlamentar, em peça composta por recortes de resultados das diligências já realizadas “sem sequer se permitir a exata compreensão desses extratos da investigação, já que não se acostou aos autos a íntegra dos elementos informativos já apurados”.

    Moraes determinou à PF que refizesse o relatório e, cerca de um mês e meio depois, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor da maioria das medidas solicitadas pela polícia, mas se posicionou contra algumas das principais, entre elas uma busca e apreensão em um gabinete da Câmara e o afastamento de Ramagem do mandato.

    Como a Folha revelou na última quinta-feira (7), a afirmação da PF de que o suposto esquema de arapongagem ilegal do governo Bolsonaro tentou vincular Moraes e Gilmar Mendes à facção criminosa PCC está amparada na interpretação de dois parágrafos especulativos de um documento que teria sido produzido no gabinete de um deputado federal.

    Nesse mesmo dia, reportagem também mostrou que a PF pediu busca e apreensão no gabinete de um deputado federal, Gilberto Nascimento, mesmo afirmando não ver indícios de sua participação no episódio.

    O argumento usado foi o de que a operação seria em benefício do próprio parlamentar, para comprovar cabalmente sua inocência. Moraes negou a busca.

    Folha de São Paulo

  • Barroso condena a criminalização do aborto: “Não serve para nada”

    Barroso condena a criminalização do aborto: “Não serve para nada”

    Presidente do STF diz que prender mulher pela prática “não serve para nada” e defende um trabalho de conscientização da sociedade

    No Dia Internacional da Mulher, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou a criminalização do aborto no Brasil. O tema, um dos mais controversos no país, está paralisado na Corte. Na avaliação do magistrado, a atual lei “não serve para nada”. Ele pregou respeito à liberdade reprodutiva feminina.

    A declaração foi dada nesta sexta-feira, durante aula magna na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Barroso esclareceu que o posicionamento não é para incentivar a prática, mas, sim, garantir os direitos da mulher.

    “Precisamos lutar e conquistar o direito à liberdade sexual e reprodutiva das mulheres. É preciso explicar para a sociedade que o aborto não é uma coisa boa. O aborto deve ser evitado e, portanto, o Estado deve dar educação sexual, contraceptivos e amparar a mulher que quer ter filho”, defendeu o ministro, sob aplausos.

    Segundo ele, o trabalho tem de ser multi-integrado. “Essa é uma campanha de conscientização que precisamos difundir pelo Brasil para que a gente possa votar isso no Supremo, porque a sociedade não entende do que se trata”, frisou.

    O magistrado enfatizou que “não se trata de defender o aborto”. “Trata-se de enfrentar esse problema de uma forma mais inteligente do que criminalizar o aborto, porque prender mulher não serve para nada.”

    No início do evento, Barroso se descreveu como um “feminista de longa data” e fez uma homenagem pelo Dia Internacional da Mulher.

    “Apesar de ser do sexo masculino, sou um militante feminista de longa data. Quem acompanha minha vida no STF saberá que minha secretária-geral é uma mulher, que a minha secretária-geral no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) é uma mulher, minha chefe de gabinete é uma mulher, portanto na minha vida e no meu gabinete nós vivemos um matriarcado, e tem dias que eu me sinto oprimido”, brincou.

    Julgamento travado

    Pouco antes de se aposentar, em setembro, a ministra Rosa Weber, do STF, votou pela descriminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação. Ela é relatora da ação protocolada pelo PSol que tramita no tribunal desde 2017. O julgamento foi suspenso por pedido de destaque de Barroso. Com isso, prosseguirá em sessão presencial do plenário, sem data definida.

    No voto, Weber argumentou que, apesar da competência do Congresso Nacional para legislar sobre o tema, o Judiciário é obrigado, constitucionalmente, a enfrentar qualquer questão jurídica a ele apresentada sobre lesão ou ameaça a direitos, seja da maioria, seja das minorias.

    A ministra ressaltou que a decisão pela interrupção deve ser um direito delas. “A mulher que decide pela interrupção da gestação nas 12 primeiras semanas de gestação. Tem direito ao mesmo respeito e consideração, na arena social e jurídica, que a mulher que escolhe pela maternidade”, avaliou.

    Segundo a magistrada, “essa questão envolve uma das mais íntimas escolhas que a mulher pode fazer ao longo de sua vida, decisão fundamental para a construção da sua dignidade e autonomia pessoal”. “O Estado não pode julgar que uma mulher falhou no agir da sua liberdade e da construção do seu ethos pessoal apenas porque sua decisão não converge com a orientação presumivelmente aceita como correta pelo Estado ou pela sociedade, da perspectiva de uma moralidade”, acrescentou.

    Conforme Weber, a criminalização do aborto perpetua o quadro de discriminação com base no gênero, pois a conduta do homem diante da sua responsabilidade sobre a gravidez não é questionada pela sociedade.

    “Tanto que pouco — ou nada — se fala na responsabilidade masculina na abordagem do tema. E, mesmo nas situações de aborto legal, as mulheres sofrem discriminações e juízos de reprovação moral tanto do corpo social quanto sanitário de sua comunidade”, criticou.

    O aborto induzido é crime, com penas previstas de 1 a 3 anos de detenção para a gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico ou qualquer outra pessoa que realize o procedimento. No entanto, em três situações específicas o aborto provocado não é punível pela lei. São elas: gravidez que representa risco de vida à mulher; gestação resultado de um estupro; e se o feto for anencefálico (sem cérebro). Esse item foi julgado pelo STF em 2012 e declarado como parto antecipado com fins terapêuticos.

    Correio Braziliense

  • Lula determina cancelamento de atos em memória aos 60 anos do golpe militar

    Lula determina cancelamento de atos em memória aos 60 anos do golpe militar

    O presidente não só orientou como tem conversado pessoalmente com integrantes de seu governo e recomendando que não façam solenidades ou produzam material alusivos aos anos de chumbo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou e orientou a seus ministros e a todo seu governo que não realizem quaisquer atos, solenidades, discursos ou produzam material em memória dos 60 anos do golpe militar. Lula não quer criar novas arestas com os militares e esse é um assunto ainda caro na caserna, mesmo sendo a atual geração das Forças Armadas outra em relação a daquele período. E ainda que parte dos oficiais embarcou numa tentativa de impedir a posse do petista, numa ação comandada por Jair Bolsonaro.

    Lula está envolvido diretamente nessas tratativas para impedir manifestações no governo em alusão ao golpe de 1964. O Correio apurou que, na tarde da última quinta-feira (7/3), o presidente tratou desse assunto em conversa com o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, no Palácio do Planalto. Essa pasta tinha uma programação extensa prevista para lembrar a data, e que foi tema de reportagem do Correio em janeiro deste ano, mas que já está sendo toda revista diante do posicionamento do presidente.

    O Ministério da Justiça chegou a anunciar ano passado, na gestão do então ministro da Justiça Flávio Dino, a criação de um Museu da Memória e da Verdade, a ser inaugurado nesse 31 de março, obra que seria financiada com recursos dessa pasta, mas o projeto, até segunda ordem, não vai sair do papel. Esse anúncio foi feito no Chile, na lembrança dos 50 anos do golpe dado pelos militares que derrubou Salvador Allende. Em Santiago, as autoridades brasileiras — como Dino e Silvio Almeida — discursaram. Mas a ordem aqui é evitar o assunto 1964.

    Dentro do governo essa orientação do presidente está sendo tratada como uma “ordem expressa” de Lula”. O posicionamento do presidente está sendo entendido também dentro do Planalto como a “outra face” da história: se os militares, via declaração do ministro da Defesa, José Múcio, não irão divulgar nota com a chamada “ordem do dia” lembrando o 31 de março, do lado dos civis o proceder será igual, ainda que essa orientação do governo enfrentará críticas de familiares e de vítimas da ditadura, que já ficaram contrariados com suas declarações recentes sobre aquele período.

    Em recente entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, Lula afirmou que não quer ficar “remoendo” esse passado e que é preciso “tocar o país para a frente”. E se disse mais preocupado com a tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2023.

    “O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente”, completou.

    A decisão de Lula em evitar alarde e alusões aos 60 anos do golpe atinge várias agendas que já vinham sendo montadas em vários setores do governo. A Comissão de Anistia, por exemplo, previa uma pauta de julgamento de casos emblemáticos, num evento que seria batizado de “Semana do Nunca Mais”, algo que, ao menos com esse nome será engavetado.

  • Avaliação positiva do governo Lula cai para 33%, pior número da série

    Avaliação positiva do governo Lula cai para 33%, pior número da série

    Pesquisa divulgada pelo Ipec nesta sexta-feira (8) mostra piora nos índices de aprovação do governo Lula (PT) após um ano e dois meses de mandato.

    Conforme os resultados do levantamento, consideram a administração ótima ou boa 33%, ante 38% na pesquisar anterior, de dezembro passado. Outros 33% avaliam a gestão regular, e 32% veem como ruim ou péssima, uma oscilação positiva de dois pontos em relação aos dados anteriores.

    Não sabem ou não souberam responder 3%. A sondagem foi realizada dos dias 1° a 5 de março, ouvindo presencialmente 2.000 eleitores em 130 municípios pelo país. A margem de erro estimada é de dois pontos para mais ou para menos.

    O dado também é o pior da série de levantamentos do Ipec, iniciada em março do ano passado. À época, o governo marcou sua maior avaliação positiva, 41%. Depois, houve oscilações até dezembro, marcando estabilidade, e a atual queda.

    Já a avaliação negativa é a maior desde o início das pesquisas no mandato, quando 24% viam a gestão como ruim ou péssima.

    Segundo o instituto de pesquisas, a queda nos que consideram o governo ótimo ou bom foi puxada, dentre outros, pelos que declararam ter votado no mandatário em 2022 (de 69% para 61%), os que vivem no Nordeste (de 52% para 43%) e os que possuem renda de até um salário mínimo (de 69% para 61%).

    Outros grupos em que a avaliação positiva registrou queda foram aqueles que se autodeclaram pretos e pardos (de 43% para 35%), as mulheres (de 40% para 33%), os que moram no Sudeste (de 37% para 30%), e aqueles que têm ensino médio (de 33% para 26%).

    O Ipec também perguntou se os entrevistados aprovam ou reprovam a maneira de governar do presidente. Afirmam aprovar a forma de Lula de governar 49% dos ouvidos, enquanto 45% reprovam. No levantamento de dezembro, o placar estava em 51% a 43%.

    Aqui também se registra o pior índice da série histórica do Ipec. Em março de 2023, 57% aprovavam a forma de governar de Lula, enquanto 35% reprovavam. Não souberam ou não quiseram responder, 6%.

    Ainda, o instituto questionou o grau de confiança dos entrevistados no petista. Afirmam não confiar no chefe do Executivo 51%, enquanto 45% dizem confiar. Não souberam ou não quiseram responder à pergunta 4%. Em dezembro, 48% diziam confiar no presidente, e 50% diziam não confiar.

    Folha de Sâo Paulo

  • Goiânia recebe R$139,3 mil para ampliação e reforço no abastecimento de água e esgotamento sanitário

    Goiânia recebe R$139,3 mil para ampliação e reforço no abastecimento de água e esgotamento sanitário

    Prefeitura de Goiânia, Governo de Goiás e Saneago lançam obras que promovem integração entre os sistemas João Leite e Meia Ponte, serviços de reforço e modulação de rede na Região Noroeste, duplicação de adutora na Região Sudoeste e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto do Parque Atheneu

    A Prefeitura de Goiânia, em parceria com o Governo de Goiás e a Saneago, lançou nesta sexta-feira (8/3) obras para a ampliação e reforço dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Goiânia. Os investimentos de R$139,3 milhões alavancam o crescimento e o desenvolvimento da Capital.

    “Goiânia sai à frente com o desenvolvimento desse trabalho com a Saneago e o Governo de Goiás. Trabalhamos para que cada cidadão goianiense, ou aqueles que escolheram Goiânia para viver, tenham acesso a saneamento básico, água tratada com garantia, sem medo de que venha faltar água na cidade de Goiânia”, afirmou o prefeito Rogério.

    O prefeito também destacou que Goiânia tem, atualmente, 98% de água potável já tratada, e a menor perda no país, chegando a quase 12%. “Nós temos saneamento básico, hoje está com mais de 80%, esse é o tratamento que Goiânia recebe por meio do contrato firmado com a Saneago.

    Dentre as obras lançadas, estão a Conexão Cristina (com investimento da ordem de (R$ 72,3 milhões), que promove a integração total entre os sistemas João Leite e Meia Ponte; serviços de reforço e modulação de rede na Região Noroeste (R$ 9,3 milhões); duplicação de adutora na Região Sudoeste (R$ 13,9 milhões); e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto do Parque Atheneu (R$ 43,8 milhões).

    O governador Ronaldo Caiado fez um agradecimento público à Goiânia e Região Metropolitana pela manutenção do contrato com a Saneago, pois graças aos contratos com as cidades maiores as cidades menores de Goiás recebem investimentos e têm acesso à tarifa social. “A Saneago só é capaz de ter a taxa social porque nós temos a garantia da Prefeitura de Goiânia, que manteve o contrato conosco, e, como tal, é o mais importante contrato para subsidiar água nos 245 municípios do estado de Goiás”, explicou.

    A Conexão Cristina possibilitará suprir, pelo Sistema Mauro Borges, a extensa região de Norte a Sudoeste de Goiânia, Noroeste de Aparecida de Goiânia, além das cidades vizinhas de Goianira e Trindade, hoje abastecidas pelo Sistema Meia Ponte. Atualmente, 64% da Capital é abastecida com água proveniente do Ribeirão João Leite, enquanto 36% tem origem no Rio Meia Ponte.

    Investimentos
    O presidente da Agência de Regulação de Goiânia (AR), Hudson Novaes, lembrou, durante o evento, que em 2019 foi assinado o contrato de concessão do município de Goiânia, que é titular dos serviços de saneamento, com a Saneago para o serviço de água e de esgoto. “Esses serviços são executados mediante um plano de gestão do prestador para atender a todas as necessidades de Goiânia em um período de, no mínimo, 30 anos. Então, tudo o que a Saneago executa já foi, de certa forma, planejado pelo município de Goiânia, que deu a concessão à empresa”, concluiu.

    O diretor-presidente da Saneago, Ricardo José Soavinski, por sua vez, destacou que os investimentos permitem a expansão do atendimento não só em Goiânia, mas na Região Metropolitana. “São obras para dar segurança hídrica e acompanhar o crescimento das cidades. A parte econômica-financeira da companhia, mesmo fazendo investimentos recordes nesses anos, tem todas as condições de fazer mais investimentos daqui pra frente”, assinalou.

  • Moraes manda soltar coronel do Exército alvo de investigação sobre trama golpista

    Moraes manda soltar coronel do Exército alvo de investigação sobre trama golpista

    O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liberdade provisória ao coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, um dos alvos da operação da Polícia Federal que investigou uma tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    Bernardo foi solto sob medidas cautelares, mas o Supremo não divulgou quais são elas. A decisão está sob sigilo.

    Quando a operação Tempus Veritatis foi deflagrada, em 8 de fevereiro, Corrêa Neto estava em missão nos Estados Unidos prevista para durar até 2025, e voltou ao Brasil para se entregar às autoridades no dia 11.

    Ele ficou preso, à época, no Batalhão da Guarda Presidencial.

    Corrêa foi alvo de prisão após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas com Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, sob suspeita de prepararem um golpe de Estado.

    Ele falava com Cid sobre o planejamento e os desdobramentos da minuta do golpe.

    Na operação, agentes prenderam ex-assessores de Bolsonaro e cumpriram mandados de busca e apreensão contra ex-ministros. O próprio ex-presidente foi obrigado a entregar seu passaporte.

    Em sua decisão que autorizou a operação, Moraes afirma que Bolsonaro teve acesso e pediu modificações na chamada “minuta do golpe”.

    Bolsonaro teria recebido do ex-assessor Filipe Martins e do advogado Amauri Feres Saad uma minuta de decreto para executar um golpe de Estado, com a decretação de prisão de várias autoridades, como do próprio Moraes e do ministro Gilmar Mendes, também do STF, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

    Segundo as informações coletadas pelas investigações, foram realizadas alterações no texto a pedido de Bolsonaro, permanecendo a determinação de prisão de Moraes e a realização de novas eleições.

    FOLHA DE SÃO PAULO