Categoria: Segurança e Justiça

  • ‘Eram meu rosto e minha voz, mas era golpe’: como criminosos ‘clonam pessoas’ com inteligência artificial

    ‘Eram meu rosto e minha voz, mas era golpe’: como criminosos ‘clonam pessoas’ com inteligência artificial

    Poucas horas depois de ver a filha sair de casa para trabalhar, a advogada aposentada Karla Pinto recebeu uma chamada de vídeo em seu celular.

    Do outro lado do vídeo, sua filha, a advogada criminalista Hanna Gomes, pedindo uma transferência via pix de R$ 600.

    Três fatores fizeram a aposentada desconfiar da situação: na chamada de vídeo sua filha estava com uma blusa diferente da que havia saído de casa; a conta para a qual o dinheiro deveria ser transferido seria de uma amiga da filha e não a dela própria e, principalmente, a filha não havia chamado a mãe pelo apelido carinhoso que as duas comumente usam entre elas.

    Ao notar essas situações desconexas, a aposentada decidiu checar se realmente era Hanna que aparecia no vídeo e perguntou qual era o nome do cachorro da família e do vizinho que mora em frente à casa delas. Depois disso, a chamada foi desligada.

    “Eram o meu rosto, meu cabelo e a minha voz. O único detalhe é que a voz estava um pouco em descompasso com o vídeo, mas sabemos que isso pode acontecer devido à conexão com a internet. É assustador ver a evolução desse tipo de golpe”, diz Hanna à BBC News Brasil.

    Hanna sorrindo para foto em retrato
    Hanna Gomes relata que sua família foi vítima de golpe usando deep fake

    A advogada explica que acredita que criminosos tenham usado inteligência artificial (IA) para criar um “clone” dela e tentar aplicar golpes com sua imagem.

    Esses conteúdos são produzidos em softwares que usam IA para recriar a voz de pessoas, trocar o rosto em vídeos e sincronizar movimentos labiais e expressões.

    “Tenho diversos conteúdos de aulas online e vídeos nas redes sociais que facilmente podem ter sido usado pelos criminosos para criar essa deep fake. E mesmo a gente tomando alguns cuidados como salvar os contatos dos familiares pelo nome, e não como pai e mãe, não foram suficientes para driblar a ação de criminosos”, conta a advogada.

    A família registrou o caso na Delegacia de Crimes Virtuais da Polícia Civil do Distrito Federal (DF), que investiga o ocorrido. Segundo a Polícia Civil do DF não estatísticas fechadas sobre esse tipo de crime usando IA.

    Estelionatos por meio eletrônico cresceram no Brasil

    Golpes como o que os criminosos tentaram aplicar na mãe de Hanna e que exigem transferências bancárias por aplicativos de celular ou no ambiente virtual entram na categoria do estelionato eletrônico.

    Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 mostram que no ano passado foram registrados 200.322 casos de estelionato por meio eletrônico, número 65% maior do que o registrado em 2021, quando esse número foi de 120.470.

    Os Estados com mais casos desse tipo de golpe são Santa Catarina (64.230), Minas Gerais (35.749), Distrito Federal (15.580) e Espirito Santo (15.277).

    Segundo o levantamento, os Estados de Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo não disponibilizaram dados sobre esse tipo de crime até a conclusão da pesquisa.

    Uso de IA para aplicar golpes

    Idoso segurando cartão e celular
    CRÉDITO,GETTY IMAGES – Uma das recomendações para se proteger de golpes é fazer perguntas específicas

    Com o avanço da tecnologia e da IA, é cada vez mais comum surgirem softwares que conseguem reproduzir a imagem de uma pessoa com voz dela, criando frases completas e imitando até mesmo os trejeitos de fala e sotaque.

    Para fazer essa criação basta ter acesso a poucos segundos de imagem ou da voz da pessoa — como, por exemplo, um vídeo postado nas redes sociais ou até mesmo um áudio enviado em aplicativos de mensagem.

    “Uma pessoa curiosa, que busca tutoriais sobre essas ferramentas, consegue fazer isso em poucos minutos. Não precisa ser um especialista em tecnologia. Hoje temos filtros que a pessoa consegue falar e a voz dela é alterada em tempo real”, explica Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação. Esses são os chamados vídeos deep fake.

    Já no caso das chamadas de vídeo fake, realizadas em tempo real como no caso da Hanna, a criação é um pouco mais complexa. Para isso é necessário um computador um pouco mais potente e programas mais avançados.

    “É como se você pudesse criar um personagem de videogame que pode falar e agir como uma pessoa real, usando a voz e a imagem de alguém. Essa tecnologia pode ser usada para fazer chamadas de vídeo, onde parece que você está conversando com alguém, mas, na verdade, é uma versão criada por IA dessa pessoa. No entanto, isso exige tecnologia mais avançada e pode não estar tão facilmente disponível para todos”, explica Rogério Guimarães, diretor-executivo da Covenant Technology.

    Distinguir se um conteúdo é verdadeiro ou criado pela tecnologia é um desafio. Mas segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, algumas características desses vídeos e imagens pode ajudar a verificar se ela é real ou não.

    “A falta de naturalidade na movimentação da pessoa pode levantar suspeitas, assim como a inconsistência da iluminação e a falta de sincronização. É importante, em caso de dúvidas, buscar comprovar a identidade da pessoa. Perguntar coisas que somente esta pessoa seria capaz de responder e até mesmo pedir para filmar algo da casa”, ensina Rafael Sampaio, gerente nacional da NovaRed, conglomerado ibero-americano de cibersegurança.

    Veja 7 dicas para se proteger de golpes que usam IA

    Fique atento: tenha consciência que esse tipo de golpe existe e desconfie de qualquer tipo de conteúdo em vídeo, áudio ou imagem;

    Use o telefone ou fale pessoalmente: na dúvida se é realmente a pessoa que está interagindo por uma chamada de vídeo ou em um vídeo use o telefone e ligue direto para aquele contato ou tente falar com ele pessoalmente;

    Atenção aos detalhes: analise detalhes de movimentações dos olhos e da boca, eles podem indicar algumas inconsistências e falta de naturalidade;

    Qualidade da conexão: se a imagem ou o som parecem perfeitos demais, ou, ao contrário, artificialmente distorcidos, pode ser um sinal;

    Perguntas específicas: faça perguntas a respeito de situações que só você e a pessoa vivenciaram ou criem uma frase, ou palavra-chave para confirmar a autenticidade de quem está do outro lado da chamada;

    Mude de assunto: se você suspeitar que algo está errado durante uma ligação ou chamada de vídeo, tente mudar de assunto, perguntando como está no trabalho. Muitos golpistas acabam desligando nessas situações;

    Atenção redobrada em pedidos de dinheiro: ⁠casos que envolvam pedidos de dinheiro, seja por PIX ou outras transferências eletrônicas, redobre a atenção. Nesses casos existe uma chance muito grande de ser um golpe.

    BBC

  • Cliente expulso de padaria em SP por usar notebook é preso em operação da PF contra fraude de criptomoedas

    Cliente expulso de padaria em SP por usar notebook é preso em operação da PF contra fraude de criptomoedas

    Ao todo, oito mandados foram cumpridos em Santa Catarina e no Paraná; procurada, defesa diz “estar comprometida em demonstrar inocência” de empresário acusado

    O cliente que foi expulso de uma padaria em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, por usar notebook, foi preso temporariamente nesta terça-feira (27), em Curitiba, após operação da Polícia Federal que mirava suspeitas de fraude em criptomoedas.

    Na ação, apelidada de Operação Fast, que cumpriu dois mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão, nas cidades de Balneário Camboriú, Itajaí, Londrina e Curitiba, a PF teve o objetivo de combater uma quadrilha suspeita de atuar em projetos fradulentos à criação de criptomoedas e NFTs (“Non Fungible Tokens”).

    O empresário Allan Barros foi preso na tarde desta terça-feira (27) em Curitiba. Por telefone, o advogado Leonardo Dechatnik, que faz a defesa de Allan afirmou à CNN que o cliente jamais foi intimidado ou avisado sobre a investigação.

    “Os integrantes do grupo responderão pela prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas totais previstas podem chegar a 28 anos de reclusão”, diz a nota da PF sobre a operação.

    Ainda por telefone, o advogado que defende Allan declarou que seu cliente “quer provar sua inocência” e que para ele, a operação “foi uma surpresa”.

    Segundo o Leonardo, o mandado de prisão foi cumprido na casa de Allan.

    Vídeo – relembre o caso da padaria

     

    Operação fast

    A Polícia Federal estimou que as vítimas podem chegar a 20 mil no Brasil e no exterior que perderam, ao todo, aproximadamente R$ 100 milhões.

    A ação mirou o grupo sediado desde 2022 em Balneário Camboriú. A PF detalhou que os golpes partiam da mesma premissa: oferta de uma criptomoeda desenvolvida por eles mesmos e que prometia lucros acima do mercado a partir de parcerias com empresas.

    Para dar credibilidade ao negócio e atrair novos clientes, o lançamento da nova moeda foi promovido em uma feira de criptoativos em Dubai.Cliente expulso de padaria de SP por usar notebook é preso em operação contra suspeita de fraude de criptomoedas : r/brasil

    A partir do não cumprimento dos altos lucros, as vítimas denunciaram o caso à Polícia Federal, que através do canal oficial para recebimento e tratamento de informações sobre pirâmides financeiras, começou a investigar o caso.

    Leia a nota na íntegra

    A defesa de Alan Deivid de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA., representada pelo Dr. Leonardo Bueno Dechatnik, vem a público esclarecer informações a respeito da Operação Fast, na qual nosso cliente é investigado.

    Desde o início das investigações, temos mantido uma postura colaborativa com as autoridades, buscando esclarecer os fatos da forma mais transparente e eficaz possível. É importante salientar que o processo corre em segredo de justiça, o que nos impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. No entanto, é do interesse de nosso cliente que a verdade seja plenamente esclarecida.

    Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas. Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial.

    Nosso cliente e sua empresa nunca foram objeto de processos por parte de investidores. Ademais, no relatório policial, identifica-se o caso de um indivíduo que se passou por vítima, mas que cometeu furtos de ativos virtuais da empresa e admitiu ter hackeado a plataforma. Sua confissão foi devidamente documentada em ata notarial, que foi anexada ao Boletim de Ocorrência e à notícia-crime, apresentada à delegacia de crimes cibernéticos de Curitiba.

    Quanto à alegação de que os recursos subtraídos alcançam a cifra de R$ 100.000.000,00, é questionável a metodologia usada para chegar a tal conclusão, baseada em evidências frágeis como capturas de tela de conversas em aplicativos de mensagens e comentários não verificados.

    Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade.

    A defesa está atuando de maneira criteriosa no acompanhamento da operação, e medidas judiciais estão sendo adotadas para corrigir o que consideramos ser uma arbitrariedade.

    Estamos comprometidos em demonstrar a inocência de nosso cliente e esclarecer os fatos, sempre respeitando o processo legal e colaborando com as autoridades para a justa resolução deste caso.

    CNN

  • No dia da reunião com Lula, Maduro vai anunciar “acordo nacional” sobre eleições

    No dia da reunião com Lula, Maduro vai anunciar “acordo nacional” sobre eleições

    Com chancela do PT e PCdoB, Foro de São Paulo apoia partido de Maduro e defende pleito

    A Autoridade Eleitoral Venezuelana vai receber nesta sexta-feira (1º) um documento do parlamento do país assinado por dezenas de partidos no qual serão sugeridas 27 datas para o pleito.

    Redigido por um grupo batizado como “Mesa de Diálogo Nacional”, o Acordo Nacional Sobre Princípios Gerais e Garantias Eleitorais será protocolado no mesmo dia da reunião entre o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo relatos feitos à CNN por auxiliares diretos do petista, Lula pretende falar com Maduro sobre a importância de se fixar uma data para as eleições presidenciais na Venezuela ainda em 2024, conforme estabelecido pelo Acordo de Barbados.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à margem da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que ocorrerá nesta sexta-feira (1º), em São Vicente e Granadinas. O acordo, celebrado em outubro do ano passado, prevê a realização de eleições transparentes e a libertação de oposicionistas presos. Em troca, os Estados Unidos suspenderam parcialmente suas sanções econômicas contra a Venezuela.

    O acordo assinado por diversos partidos venezuelanos ignora a perseguição de Maduro a oposicionistas, prega a defesa da “soberania nacional”, defende a “integridade territorial” do país com a Guiana Essequiba e rechaça o “paralelismo institucional promovido por movimentos antidemocráticos”.

    Apoio brasileiro
    “Há problemas, mas a Venezuela não abandonou o Acordo de Barbados. Eles estão fazendo uma negociação interna. Maduro vai argumentar com Lula que o acordo precisava de uma negociação interna, que foi feita agora”, disse à CNN Ana Prestes, secretária de Relações Internacionais do PCdoB e integrante do Foro de São Paulo.

    A dirigente disse que respeita o processo interno da Venezuela e que o caso de Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela que teve a candidatura para as eleições presidenciais no país barrada pelo Supremo Tribunal local em 26 de janeiro, é anterior ao acordo. “Esse caso já estava em curso na Justiça. O que existe na Venezuela é uma guerra de informações. Há uma disposição ao diálogo e ao debate”, disse Prestes.

    Segundo o documento obtido pela CNN, a data mais próxima para a eleição é 1° de maio e a mais distante em 8 de dezembro.

    CNN

  • Simone Mendes vende mansão de R$ 10 milhões para criminosos russos

    Simone Mendes vende mansão de R$ 10 milhões para criminosos russos

    Simone Mendes vendeu sua mansão em Fortaleza por R$ 10 milhões para criminosos russos. O grupo que comprou o imóvel foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que apreendeu US$ 223.944 dólares, R$ 55 mil reais, relógios de luxo e aparelhos celulares.Simone Mendes relembra 'profecia' sobre retirada de útero após nascimento da segunda filha

    A assessoria da cantora esclareceu a situação em um comunicado nesta quarta-feira (28). Foi informado que a venda da casa aconteceu de forma regular e que seguiu as legislações brasileiras.

    “A RSS Produções artísticas e entretenimento, escritório responsável pelo gerenciamento de carreira da artista Simone Mendes, vem a público esclarecer que a venda do imóvel da artista, em Fortaleza, ocorreu de forma regular e dentro da legislação brasileira”, diz a nota.

    Além disso, afirmam que Simone Mendes não esteve envolvida diretamente na negociação da venda do imóvel: “A operação de venda fora intermediada por uma imobiliária local, jamais tendo a artista e seu marido qualquer contato pessoal e/ou presencial com os compradores”.

    Veja como é a mansão de R$ 10 milhões que Simone Mendes vendeu a criminosos  russos

    PaiPee

  • Moraes derruba autuações da Receita contra Globo e artistas ao descartar vínculo de emprego

    Moraes derruba autuações da Receita contra Globo e artistas ao descartar vínculo de emprego

     O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), derrubou autuações da Receita Federal que miraram contratos firmados entre a TV Globo e artistas no regime PJ (pessoa jurídica).

    Na avaliação de Moraes, os débitos tributários lançados pelo Fisco após auditores concluírem pela irregularidade nessa relação contratual ferem precedentes do tribunal, que admite a possibilidade da “constituição de vínculos [com prestadores de serviço] distintos da relação de emprego”.

    “Deve prevalecer o entendimento reiterado desta corte no tocante à possibilidade de organização da divisão do trabalho não só pela terceirização, mas de outras formas desenvolvidas por agentes econômicos”, afirmou o ministro. O processo tramita sob segredo de Justiça.

    Procurada pela Folha de S.Paulo, a Globo afirmou que não se manifestaria sobre casos “sub judice”. Nos autos, a empresa argumentou que as autuações fiscais alvos da controvérsia “desafiam a autoridade de decisões” do Supremo.

    A ação sob a relatoria de Moraes aborda situações como a dos artistas Tony Ramos, Marcos Palmeira e Mateus Solano, dos diretores Denise Saraceni e Mauro Mendonça Filho, além da jornalista e apresentadora Renata Lo Prete.

    A Receita questiona a opção da Globo pela “pejotização” no lugar do vínculo sob a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Na modalidade pessoa jurídica, a empresa que tem o artista como sócio é contratada para a efetivação dos pagamentos devidos a ele, que não os recebe em seu nome.

    As autoridades fiscais entendem que os contratos PJ para a prestação de serviços na área artística (atores, diretores de programas, apresentadores etc.) são atos simulados para esconder suposto vínculo de emprego e, portanto, fica configurada a prática de sonegação de tributos.

    “Verificado que a relação com os sócios pessoas físicas se reveste dos elementos caracterizadores de uma relação empregatícia, é possível à autoridade fiscal exercer o seu poder/dever de desconsiderar atos dissimulados com a finalidade de exigir as contribuições devidas”, afirmam.

    Uma pessoa com renda mais alta recolhe 27,5% de Imposto de Renda se tiver carteira assinada. Como pessoa jurídica, paga entre 4% e 15%, segundo regimes de tributação usados por micro, pequenas e médias empresas.

    Os advogados da Globo argumentaram nos autos que as autuações do Fisco desconsideram que o STF decidiu pela “licitude de diferentes formas de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente de seu objeto social, como consectário da liberdade na definição de estratégias produtivas”, à luz de princípios como a da livre iniciativa e a da liberdade contratual.

    “No presente caso, tal liberdade de contratação se avulta pelo fato de as autuações do Fisco dizerem respeito a contratos firmados com pessoas jurídicas constituídas por profissionais de renome, hipersuficientes e sem qualquer vulnerabilidade”, argumentam.

    No final de 2023, os ministros da 1ª Turma do STF acompanharam voto do ministro Cristiano Zanin e já haviam derrubado autuações da Receita relacionadas a contratos da Globo com artistas formalizados na modalidade pessoa jurídica.

    Ainda no ano passado, a ministra Cármen Lúcia cassou uma decisão da Justiça do Trabalho que havia reconhecido o vínculo de emprego entre um diretor de programas e o SBT.

    O diretor acionou a Justiça pelo reconhecimento de sua condição de empregado. O contrato entre ele e a empresa foi assinado por meio de uma pessoa jurídica da qual era sócio. A pretensão foi acolhida nas primeira e segunda instâncias da Justiça do Trabalho em São Paulo.

    No STF, o SBT argumentou que o reconhecimento do vínculo violou o entendimento da corte, que validou formas alternativas de trabalho diversas da relação de emprego.

    Cármen Lúcia observou que o entendimento da Justiça do Trabalho contrariou vários precedentes do STF, incluindo o que considerou regular a contratação de pessoa jurídica formada por profissionais liberais para prestar serviços na atividade-fim da contratante.

    Folha de São Paulo

  • Governo ameaça tirar cargo e verba de deputados que assinaram impeachment de Lula

    Governo ameaça tirar cargo e verba de deputados que assinaram impeachment de Lula

    Membros do governo federal afirmaram a lideranças da Câmara dos Deputados que aqueles que assinaram pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT) por ele ter comparado as mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto irão sofrer consequências do Executivo.

    A informação foi dada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a líderes da base do governo em reunião nesta terça-feira (27).José Guimarães | Partido dos Trabalhadores

    Segundo relatos, o entendimento foi o de que deputados que assinaram o pedido e que indicaram cargos regionais perderão esses postos, bem como serão menos atendidos pelo Executivo, o que contempla emendas parlamentares.

    “Quem assinou o impeachment do presidente está dizendo claramente que não está na base. Portanto, se tinha algum tipo de espaço no governo, tem que perder. Afinal de contas, essa contradição não pode continuar. Quem assinou tem que decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”, diz o deputado Alencar Santana (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara.

    De autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o pedido foi protocolado na noite da última quinta-feira (22). De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, o pedido foi protocolado com 139 assinaturas. Há entre os signatários parlamentares que integram a base do governo Lula na Casa.

    O pedido de impeachment estava na pauta da reunião desta terça. A reportagem teve acesso ao documento que foi distribuído para as lideranças no encontro.

    Nas redes sociais, Guimarães disse que houve um consenso na reunião de que é “incompatível” um deputado ser da base, “ter relação com o governo e assinar” o pedido.

    “Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”, escreveu o deputado.

    Segundo participantes, os parlamentares também discutiram a divisão do comando das comissões permanentes da Câmara —esse deverá ser um dos temas tratados em reunião com líderes e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na tarde desta terça.

    Ainda de acordo com relatos, foi repassada às lideranças uma lista com o nome dos deputados da base que assinaram o impeachment, junto com um pedido para que os líderes comecem uma força-tarefa para retirada dos apoios.

    Há assinaturas de representantes de partidos como União Brasil, PSD, Republicanos e PP. Os dois primeiros têm três representantes na Esplanada dos Ministérios, enquanto os dois últimos têm um indicado cada.

    Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Rubens Pereira Jr. (PT-MA) diz que os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment são “radicais” e que o Executivo não tem interesse em dialogar com eles. “A nossa estratégia é isolar os radicais. Os [deputados] que assinaram esse pedido injusto são radicais. Com todo o restante da Câmara, nós queremos ter um bom diálogo”, afirma.

    Lula foi eleito tendo uma base de esquerda minoritária na Câmara e, por isso, teve de fazer alianças com partidos do centro e da direita. Apesar disso, a relação do Executivo e do Legislativo, em especial a Câmara, foi marcada por momentos de tensão ao longo de 2023.

    Apesar de a crise com as declarações de Lula ter dado munição à oposição e ter mobilizado aliados de Bolsonaro em torno do pedido de impeachment, líderes de bancadas no Congresso Nacional afirmam ser zero a chance de a ofensiva prosperar.

    A abertura do processo depende do presidente da Câmara. Lira não tem prazo para analisar esses pedidos, que podem ficar em sua gaveta por tempo indeterminado. Em caso de arquivamento da solicitação, pode haver recurso ao plenário.

    A coleta de assinaturas pelo impeachment começou após Lula ter comparado a ofensiva de Israel em Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

    Pedidos anteriores de impeachment feitos pela oposição, alguns deles formalizados em grupo pelos deputados, englobam uma série de episódios, que, na argumentação dos parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mereceriam a destituição do presidente.

    O primeiro deles foi apresentado com apenas 26 dias de mandato de Lula.

    Entre os motivos elencados nas peças, há uma suposta omissão de Lula nos ataques bolsonaristas de 8 de janeiro de 2023, a recepção ao ditador Nicolás Maduro em maio do ano passado, a revogação dos decretos de armas de Bolsonaro, a indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal e uma entrevista em que Lula fala que, nos tempos em que estava preso, queria “foder” o então juiz Sergio Moro.

    O CAMINHO DO IMPEACHMENT

    – O presidente da Câmara dos Deputados é o responsável por analisar pedidos de impeachment do presidente da República e encaminhá-los

    – O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é aliado de Lula e ex-aliado de Jair Bolsonaro. Ele pode decidir sozinho o destino dos pedidos e não tem prazo para fazê-lo

    – Nos casos encaminhados, o mérito da denúncia deve ser analisado por uma comissão especial e depois pelo plenário da Câmara. São necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados para autorizar o Senado a abrir o processo

    – Iniciado o processo pelo Senado, o presidente é afastado do cargo até a conclusão do julgamento e é substituído pelo vice. Se for condenado por pelo menos 54 dos 81 senadores, perde o mandato

    – Os presidentes eleitos após a redemocratização do país foram alvo de pedidos de impeachment. Dois foram processados e afastados: Fernando Collor (1992), que renunciou antes da decisão final do Senado, e Dilma Rousseff (2016)

  • Empresas são investigadas por sonegação tributária em Goiás

    Empresas são investigadas por sonegação tributária em Goiás

    Foi deflagrada na manhã de hoje (27/2), a maior operação já realizada entre a Secretaria da Economia, por meio do Fisco Estadual, e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária – DOT, com a participação de mais de 30 auditores-fiscais, totalizando em torno de 50 servidores da Secretaria da Economia, entre Fisco e equipe de apoio, e mais de 200 policiais civis.

    Empresas são investigadas por sonegação tributária em Goiás
    Foto divulgação: PCGO

    A fraude, inicialmente, foi detectada pela Gerência de Inteligência Fiscal, ao longo de mais de quatro meses de investigações. Os trabalhos apontam para a existência de um grupo empresarial, do ramo de produtos elétricos, que comercializa quase que a totalidade de suas mercadorias com o setor público, por meio de licitações.

    O grupo empresarial utiliza-se de “laranjas” para ocultação dos reais proprietários e do patrimônio, ao passo que sonega impostos em suas operações de vendas de produtos elétricos.

    Na operação foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 07 mandados de prisão temporária e efetuado bloqueio judicial de bens e valores até o montante de R$ 115 milhões. Entretanto, o valor sonegado pode chegar a mais de R$ 250 milhões.

    DM/O HOJR
  • Filho de Donald Trump recebe carta com pó branco e ameaça de morte

    Filho de Donald Trump recebe carta com pó branco e ameaça de morte

    O filho do ex-presidente Donald Trump recebeu uma carta com um pó branco suspeito na segunda (26).

    A carta foi enviada para a casa de Donald Trump Jr. na Flórida, nos EUA. Ele abriu a carta, que também continha uma ameaça de morte e acionou os serviços de emergência.Image

    Agentes com trajes de segurança recolheram o material, que foi enviado para análise. O resultado foi inconclusivo, mas as autoridades acreditam que o pó não ofereça nenhum risco, afirmou Andrew Surabian, porta-voz de Trump Jr., à CNN.

    O caso é investigado pela polícia de Júpiter e pelo Serviço Secreto dos EUA. Trump Jr. é um dos principais substitutos do pai em campanha e eventos.

    É a segunda vez que uma carta com pó branco é enviada para o filho de Trump. Em 2018, sua esposa foi internada após abrir um envelope com a substância não identificada. A polícia descobriu depois que o pó não era perigoso.

    O uso de pó branco em ataques é relatado nos EUA desde 2001, segundo a mídia americana. As cartas com pó já foram enviadas para o gabinete de dois senadores e à imprensa e mataram cinco pessoas.

     

  • Bolsonaro chega à sede da PF para depor sobre suposta importunação a baleia

    Bolsonaro chega à sede da PF para depor sobre suposta importunação a baleia

    Bolsonaro não deve ficar em silêncio na oitiva.

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF) para depor sobre uma suposta importunação intencional a uma baleia, em São Sebastião, em 2023. Bolsonaro não deve ficar em silêncio na oitiva.

    Este é o sétimo depoimento à PF que o ex-presidente presta desde que perdeu a reeleição. Seu advogado, Fabio Wajngarten, também será ouvido pela polícia.

    A investigação começou após um vídeo em que uma moto aquática com motor ligado chega a cerca de 15 metros do animal, que seria uma baleia jubarte, ser publicado nas redes sociais. Investigadores suspeitam que Bolsonaro pilotava o veículo.

    O HOJE

  • Polícia Civil posta sobre ato de Bolsonaro e curte comentários

    Polícia Civil posta sobre ato de Bolsonaro e curte comentários

    A Polícia Civil do Estado de São Paulo fez uma publicação em seu perfil oficial no Instagram com imagens do trabalho realizado pela corporação durante o ato promovido neste domingo (25) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na postagem, a corporação curtiu elogios pelos trabalhos realizados e também comentários políticos. Entre eles, um “Fora Lula”.

    Reações em perfil oficial da corporação. Uma das publicações curtidas pelo perfil da Polícia Civil foi um comentário “Fora @lulaoficial”, mencionando o perfil oficial do presidente Lula (PT) no Instagram. Segundo consulta da reportagem, o comentário foi realizado pelo perfil de um homem ainda no domingo (25), cerca de uma hora após a publicação do vídeo.Polícia Civil de SP posta sobre ato de Bolsonaro e curte comentários,  incluindo "Fora Lula" - La Gauche

    “E eu me pergunto… como o outro ganhou as eleições”, escreveu uma mulher, referindo-se a Lula. Essa postagem também foi curtida pelo perfil oficial da Polícia Civil de São Paulo.

    Polícia Civil também curtiu comentário com a frase “Linda manifestação democrática”. Outras reações no perfil da corporação também incluem comentários de bandeiras do Brasil e de Israel, ambas comumente usadas pelos eleitores do ex-presidente. Comentários com as frases “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e “Deus, pátria, família e liberdade”, ditas frequentemente por Bolsonaro, também foram curtidas pelo perfil da Polícia Civil.

    Corporação também respondeu comentários com emojis de flor, mãos orando e coração. Algumas das respostas, pelo que visualizou a reportagem, foram em comentários agradecendo pelo trabalho de segurança dos agentes. “Parabéns. Muito obrigada por ter cuidado dos nossos patriotas. [emojis com as bandeiras do Brasil e Israel, além de mãos para o alto]”, escreveu uma. “Parabéns, Me senti super segura! Não vi nenhum roubo, depredação”, comentou outra.

    Internauta fez alerta sobre publicação. Em um dos comentários, um homem apontou a necessidade de ter cuidado com a “imagem da corporação não parecer proselitismo”. “A polícia é instituição de estado. Mesmo com um post singelo acaba promovendo ‘o culto’”, escreveu o internauta. Outro também comentou: “Aí vocês querem que eu leve vocês a sério com essa prova de impessoalidade?”.

    Ato reuniu cerca de 600 mil pessoas na Paulista, diz SSP. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a manifestação “ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes e com a presença de, aproximadamente, 600 mil pessoas na avenida Paulista e 750 mil pessoas no total, quando levado em conta o público presente nas ruas adjacentes”.

    Levantamento da USP aponta que estimativa de público para o pico do ato, às 15h, foi de 185 mil pessoas. O dado faz parte do Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Às 17h, após os discursos, a contagem indicou 45 mil participantes. A equipe acompanhou a manifestação, produziu imagens aéreas às 15h e às 17h e contou o público com auxílio de software.

    POSTAGEM TINHA OBJETIVO DE DEMONSTRAR ATUAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL, DIZ SSP-SP

    SSP-SP esclarece objetivo da publicação em nota. O objetivo único e exclusivo da postagem era “mostrar a atuação operacional da Polícia Civil para garantir a segurança da população ao longo do ato, assim como foi realizado em outros eventos”, declarou a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

    Pasta cita “Operação Carnaval” como exemplo. A SSP-SP relembrou que a divulgação do trabalho em campo pela instituição também foi realizado nas redes sociais desde o pré-Carnaval. “As publicações incluíram tanto o planejamento, como os resultados, por exemplo, quando diversos celulares furtados foram apreendidos e recuperados. Em outras postagens, dicas de segurança foram dadas à população”, acrescentou.

    “As ações da Polícia Civil são voltadas à segurança pública e as atividades são executadas sem distinção.” A SSP-SP ainda acrescentou que para o ato deste domingo (25) foram mobilizadas equipes do GER (Grupo Especial de Reação) do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), helicóptero, drone e policiais do CERCO em campo para monitoramento. Uma unidade móvel da Delegacia de Atendimento ao Turista também esteve nas proximidades para prestar apoio aos presentes no ato.

    BOLSONARO DEFENDEU ANISTIA EM MANIFESTAÇÃO

    No ato, Bolsonaro negou tentativa de golpe e pediu anistia a envolvidos no 8/1. O ex-presidente optou por falar sobre feitos durante sua gestão e exaltou a adesão de apoiadores ao ato. “Nós sabemos como foi o período de 19 a 22. E estamos vendo como é difícil vencer nesse país com o que nos temos a governar nesse momento”. Depois, voltou dizer que nunca esteve envolvido em um plano de golpe de Estado e pediu anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.

    Ex-presidente disse ser “perseguido” e cita investigação das joias, que apontou tentativa de apropriação de um patrimônio da União. “É joia, importunação de baleia, dinheiro que eu teria mandado para fora do Brasil, é tanta coisa que eles mesmo trabalham contra si”, criticou.

    Pastor Silas Malafaia fez crítica a Lula. Organizador do evento, Malafaia sugeriu que o Lula sabia das invasões no 8 de janeiro e, ao citar Moraes, disse que não tem “medo de ser preso”. Ele também afirmou que “Lula fez o Brasil ser vergonha para o mundo inteiro. A fala de Lula não representa o povo brasileiro”. A declaração faz referência ao discurso do presidente no último dia 18, na Etiópia, quando Lula comparou os ataques à Faixa Gaza ao Holocausto, o que gerou críticas do governo israelense.

    Em discurso, Tarcísio de Freitas destacou “legado” de Bolsonaro. O governador de São Paulo chegou junto ao ex-presidente na Paulista por volta das 14h40. Em sua fala, afirmou que Bolsonaro “nunca pegou nada para si” e sempre deu o crédito para quem realizava ações durante sua gestão. “Presidente que sempre respeitou Israel”, acrescentou.

    Como o UOL antecipou, Michelle Bolsonaro falou na abertura do ato, às 15h, em trio na altura do Masp (Museu de Arte de São Paulo). A ex-primeira-dama se emocionou e chamou o evento de “ato pacífico de civilidade”. Ela também agradeceu a presença de Tarcísio de Freitas: “Abriu as portas da casa dele para nós”, afirmou. Depois, fez uma oração.

    Folha de São Paulo