Categoria: Segurança e Justiça

  • SP começa a emitir nova carteira de identidade que substitui o RG

    SP começa a emitir nova carteira de identidade que substitui o RG

    O estado de São Paulo começou nesta segunda-feira (29) a emitir a nova carteira de identidade, que substitui o RG (Registro Geral) e adota um número de identificação único, padronizado para todo o território nacional.

    O novo documento é chamado de CIN (Carteira de Identidade Nacional). Por enquanto, a emissão no estado ocorre em um projeto piloto em nove pontos da Grande São Paulo —sendo seis postos do Poupatempo e três unidades do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daun).

    A ideia do governo paulista é ampliar gradativamente o serviço nos próximos meses.

    Desde 11 de janeiro, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal são obrigados a expedir o novo documento, mas o antigo RG segue válido até 2032. Por isso, o governo diz que não é necessário correr para renovar o documento.

    Para solicitar a CIN em São Paulo, é necessário fazer um agendamento gratuito no aplicativo do Poupatempo.

    Os postos ficam na Lapa, Itaquera, Santo Amaro e Sé, na capital paulista, Caieiras e Guarulhos, na região metropolitana. As outras três unidades com o serviço são o Descomplica de São Miguel, na capital, um posto em Barueri e o Atende Fácil, em São Caetano do Sul.

    O CIN utiliza o CPF como número único e, assim, visa acabar com a duplicidade na identificação do cidadão e reduzir as chances de fraude, já que com o antigo RG era possível obter um número diferente em cada estado.

    O novo modelo possui um QR Code que permite verificar sua autenticidade e também se o documento foi furtado ou extraviado. Além disso, a carteira de identidade tem uma versão digital que fica disponível no aplicativo Gov.br.

    Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, mais de 3 milhões de CINs já foram emitidas no país.

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    COMO TIRAR A CARTEIRA DE IDENTIDADE NACIONAL (CIN)

    COMO AGENDAR O ATENDIMENTO EM SP?

    Na primeira fase da emissão do documento, agendamento para a CIN será feito exclusivamente no aplicativo do Poupatempo.

    O QUE É PRECISO LEVAR?

    – Documento com CPF

    – Certidão de Nascimento ou de Casamento (original e cópia simples)

    HÁ OUTROS REQUISITOS?

    – Ter uma conta Gov.br no nível Prata ou Ouro

    – Ser maior de 16 anos

    – Estar em situação regular na Receita Federal (dados devem estar idênticos em relação aos da certidão de nascimento/casamento)

    – Não ter outra solicitação da CIN em andamento

    QUAL O CUSTO DO DOCUMENTO?

    A primeira via da CIN é gratuita.

    QUAIS POSTOS QUE EMITEM O DOCUMENTO EM SP?

    Capital:

    – Poupatempo Itaquera (av. do Contorno, 60 – Cidade A E Carvalho)

    – Poupatempo Lapa (rua do Curtume, s/nº)

    – Poupatempo Santo Amaro (rua Amador Bueno, 229 – 2º andar)

    – Poupatempo Sé (rua do Carmo, s/nº)

    – Descomplica São Miguel (rua Dona Ana Flora Pinheiro De Sousa, 76 – Vila Jacuí)

    Outras cidades:

    – Poupatempo Guarulhos (no Internacional Shopping)

    – Poupatempo Caieiras (rua Ambrosina do Carmo Buonaguide, 394 – centro)

    – IIRGD Barueri (av. Henriqueta Mendes Guerra, 550 – Centro)

    – Atende Fácil de São Caetano do Sul (rua Major Carlos Del Prete, 651 – centro)

    ATÉ QUANDO PODEREI USAR O RG?

    Os cidadãos têm até 28 de fevereiro de 2032 para fazer a troca do RG pelo CIN.

    Folha de S.Paulo

  • Posse de Lewandowski e reabertura do Judiciário expõem “aliança” Executivo-STF

    Posse de Lewandowski e reabertura do Judiciário expõem “aliança” Executivo-STF

    Lula tem apostado numa aliança nos bastidores com o Supremo para garantir governabilidade e reverter reveses no Congresso

    A abertura dos trabalhos do Judiciário em 2024 e a posse de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça explicitaram nesta quinta-feira, 1º, por meio de gestos simbólicos e declarações, a aliança entre Executivo e Supremo Tribunal Federal (STF) no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. Ao fim do evento no STF, marcado por discursos em defesa da harmonia entre os Poderes, o petista e o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, expressaram a parceria dando início à retirada das grades que limitavam o acesso ao prédio principal do tribunal.

    Lula tem apostado numa aliança nos bastidores com o Supremo para garantir governabilidade e reverter reveses no Congresso, principalmente em temas econômicos. A proximidade, garantida pela boa relação do petista com a maioria dos ministros da Corte, ajuda a mobilizar a oposição no Legislativo, que tem mantido permanente conflito com o STF.

    Pela manhã, oito integrantes da Corte participaram da posse de Lewandowski, que vai ocupar o lugar de Flávio Dino – indicado por Lula para uma vaga no Supremo. Somente os ministros Edson Fachin e André Mendonça, este último escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não estiveram presentes. Como mostrou a Coluna do Estadão, a presença de Kassio Nunes Marques, outro indicado por Bolsonaro, foi vista com bons olhos pelo governo Lula, mas causou ruído na oposição.

    No seu discurso, Lewandowski se comprometeu a colocar a segurança pública como uma de suas maiores preocupações. O novo ministro afirmou que a área, ao lado da saúde, é um problema histórico no Brasil e cresceu “muito em complexidade”, ao citar a expansão do crime organizado.

    “O combate à criminalidade e à violência, para ter êxito, precisa ir além de uma permanente e enérgica repressão policial. Demanda a execução de políticas públicas que permitam superar esse verdadeiro apartheid social que continua segregando boa parte da população brasileira”, disse. Para lidar com o combate ao crime organizado, afirmou, é preciso “aprofundar as alianças com Estados e municípios”.

    Lula afirmou em discurso que a presença da maioria dos ministros do Supremo foi uma “demonstração de afeto” a Lewandowski e a Dino. Além do presidente e de seu ex-ministro da Justiça, o vice Geraldo Alckmin e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, estiveram na abertura do ano judiciário, realizada no plenário reconstruído após o 8 de Janeiro.

    Imunes
    O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também participou da solenidade. Ao abrir os trabalhos do Judiciário, Barroso afirmou não ver crise institucional com o Legislativo. “Felizmente, eu não preciso gastar muito tempo nem energia falando de democracia, porque as instituições funcionam na mais plena normalidade, com convivência harmoniosa e pacífica de todos, nem preciso falar de separação de Poderes, porque, embora independentes e harmônicos, nós convivemos de maneira extremamente civilizada e respeitosa”, disse.

    O ministro ainda se dirigiu, em tom de brincadeira, ao presidente do Senado: “Somos imunes a intrigas”.

    O tribunal volta do recesso pressionado pelo Congresso. A relação, tensionada desde o ano passado, após decisões em série que desagradaram a deputados e senadores, voltou a estremecer após as operações da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que levaram a buscas em gabinetes de deputados bolsonaristas na Câmara.

    Pacheco também discursou e, em um recado velado, afirmou que nenhuma instituição tem o “monopólio” da defesa da democracia no Brasil. “A segurança democrática depende de trabalho harmonioso, coordenado e cooperativo entre os Poderes. Jamais se pode cogitar a interrupção do diálogo.”

    Novo ministro nomeia 6 mulheres no 2º escalão, que possui 18 cargos
    Novo titular do Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski afirmou ontem que os integrantes de sua equipe na pasta deverão ter em mente que são todos “servidores do povo brasileiro” e que a missão do órgão está descrita na Constituição. Lewandowski manteve seis secretários nomeados por Flávio Dino no segundo escalão do ministério, além de assessores especiais e diretores de entidades que também permaneceram nos cargos.

    O novo ministro promoveu a advogada Sheila Carvalho do cargo de assessora especial para o posto de secretária de Acesso à Justiça, e remanejou Marivaldo Pereira dessa área para o cargo de adjunto da Secretaria Executiva, que ficará sob o comando de Manoel Carlos de Almeida. Outros nomes, como Mário Sarrubbo na Secretaria Nacional de Segurança Pública, já haviam sido anunciados por Lewandowski.

    A despeito da campanha mobilizada pela primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, para que a representação feminina aumentasse no Ministério da Justiça, Lewandowski nomeou apenas seis mulheres. O segundo escalão da pasta é composto por 18 cargos, entre secretários, assessores especiais, chefe de gabinete e diretores-gerais das polícias Federal e Rodoviária Federal.

    Folha de Pernambuco

  • MPF arquiva investigação contra Anderson Torres sobre atos de 08/01

    MPF arquiva investigação contra Anderson Torres sobre atos de 08/01

    O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar a investigação que envolvia Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, por sua suposta participação nas depredações dos edifícios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal em 8 de Janeiro do ano passado. Apesar de ter sido detido por quatro meses e ainda estar sob monitoramento por tornozeleira eletrônica, a equipe liderada pelo procurador Carlos Henrique Martins Lima concluiu que não houve intenção dolosa nas ações de Torres.

    Carlos Henrique salientou que, embora falhas nos serviços de inteligência possam ser apontadas, não se identificou uma conduta deliberada de Torres para facilitar os atos ilícitos. “A falha na antecipação das intenções dos manifestantes ou erros na comunicação não configuram, em relação a Anderson Torres, uma ação intencional de promover o vandalismo”, explicou o procurador.

    A decisão enfatizou que, nas vésperas dos eventos, as informações disponíveis sugeriam uma “baixa adesão ao movimento” e uma “alteração súbita no perfil dos participantes”, distanciando-se da natureza pacífica observada nos meses anteriores. “Fica evidente que o secretário de segurança pública não dispunha dos recursos necessários para evitar as consequências das invasões”, concluiu Carlos Henrique após análise de diligências, depoimentos, vídeos de segurança e documentos oficiais.

    Além disso, o procurador revisou o relatório da CPI do 8 de Janeiro, reconhecendo seu caráter político, mas não encontrou evidências suficientes para responsabilizar Torres. “Apesar das conclusões da CPMI pelo indiciamento de Anderson Gustavo Torres, é preciso considerar o contexto político do relatório”, observou.

    O MPF destacou ações de Torres que visavam à segurança do Distrito Federal e à contenção dos atos de vandalismo, refutando a ideia de que ele tivesse intenção de permitir os ataques. Mensagens do celular de Torres, instruindo a Polícia Militar a impedir a entrada dos manifestantes no STF, reforçaram sua defesa.

    A decisão foi celebrada pelos advogados de Torres, Eumar Novacki, Raphael Menezes e Ricardo Peres, como uma “vitória na Justiça”, evidenciando a independência e a competência técnica do MPF. Contudo, Torres ainda enfrenta investigações criminais no STF, sob supervisão do ministro Alexandre de Moraes.

    Hora Brasília

  • Toffoli, novamente, suspende multa de R$ 3,8 bilhões da Odebrecht

    Toffoli, novamente, suspende multa de R$ 3,8 bilhões da Odebrecht

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, anulou a cobrança de uma multa de R$ 3,8 bilhões imposta à Odebrecht, atualmente Novonor, por envolvimento em corrupção durante os governos do PT. A decisão segue o precedente de dezembro, quando Toffoli já havia suspendido uma multa similar de R$ 10,3 bilhões contra a J&F, dos irmãos Batista.

    Em 2016, a Odebrecht havia concordado, em um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, a pagar a quantia para evitar processos, após 77 ex-executivos admitirem corrupção em diversos contratos de obras públicas. Toffoli, contudo, questionou a “voluntariedade” da empresa ao firmar o acordo, pausando os pagamentos a pedido da Novonor.

    A decisão suscitou críticas, especialmente do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que lamentou: “O Brasil é oficialmente o paraíso da corrupção”. Toffoli, conhecido nos documentos da Odebrecht como “amigo do amigo do meu pai”, tem sido alvo de críticas desde que assumiu processos da Lava Jato, anulando provas e decisões que beneficiavam investigados e condenados pela operação.

    A suspensão das multas à Odebrecht e J&F foi fundamentada na necessidade de análise sobre a validade dos acordos, diante das informações reveladas pela Operação Spoofing, conhecida como Vaza Jato. Toffoli argumentou que as evidências sugerem um possível conluio entre o juízo e a acusação na Lava Jato, justificando a revisão das penalidades.

    Marcelo Odebrecht, em depoimento, reconheceu Toffoli como um contato estratégico, referindo-se a ele como “amigo do amigo do meu pai”, em alusão a Lula. A decisão de Toffoli reacende o debate sobre a imparcialidade da Justiça e o legado da Lava Jato no combate à corrupção no Brasil.
    Hora Brasília
  • Irã alerta sobre resposta decisiva a qualquer ataque

    Irã alerta sobre resposta decisiva a qualquer ataque

    O Irã responderá a qualquer ameaça dos Estados Unidos, disse o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami, nesta quarta-feira, enquanto Washington avalia sua resposta ao assassinato de militares norte-americanos por militantes alinhados a Teerã.

    “Ouvimos ameaças vindas de autoridades norte-americanas, dizemos a elas que já nos testaram e agora nos conhecemos, nenhuma ameaça ficará sem resposta”, afirmou Salami, segundo a agência de notícias semi-oficial Tasnim.

    Em janeiro de 2020, a Guarda Revolucionária atacou a base norte-americana de Ain al-Asad no Iraque após um ataque de drone dos EUA em Bagdá que matou Qassem Soleimani, o comandante da Força Quds de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

    O enviado do Irã às Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, também alertou na quarta-feira que Teerã responderia de forma decisiva a qualquer ataque ao seu território, seus interesses ou cidadãos iranianos fora de suas fronteiras.

    Os comentários das autoridades iranianas foram feitos um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter anunciado que decidiu como responder a um ataque de drones realizado por grupos iraquianos alinhados ao Irã que matou militares norte-americanos na Jordânia, sem entrar em detalhes.

    Vários guardas revolucionários iranianos foram mortos após ataques israelenses na Síria, com cinco membros morrendo em 20 de janeiro e outros dois em 25 de dezembro.

    Na segunda-feira, outro ataque israelense atingiu o que Tasnim descreveu como um “centro de assessoria militar iraniano” na Síria, matando duas pessoas, mas o enviado do Irã à Síria negou os detalhes sobre o alvo e disse que as vítimas não eram iranianas.

    Em 15 de janeiro, o Irã atacou o que diz ser um “quartel-general de espionagem” israelense na região semi-autônoma do Curdistão iraquiano.

    Reuters

  • PF intima Bolsonaro e advogado a depor sobre “importunação” a baleia

    PF intima Bolsonaro e advogado a depor sobre “importunação” a baleia

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o advogado Fabio Wajngarten, que é seu aliado, foram intimados pela Polícia Federal a depor.

    A intimação ocorreu por conta de um inquérito que tenta apurar se o ex-chefe do Executivo federal “importunou” uma baleia jubarte durante passeio de jet ski no litoral de São Paulo, em junho do ano passado.

    Segundo a PF, ambos podem comparecer a uma delegacia da corporação, em 7 de fevereiro, ou responder às perguntas por videoconferência.  Wajngarten foi intimado porque acompanhava Bolsonaro no passeio que virou alvo de diligência policial. Na ocasião, Bolsonaro andou de jet ski e teria, segundo a PF, passado perto do mamífero aquático. A investigação é pelo suposto crime de “importunação intencional”.

    O inquérito sobre a baleia tem sido usado por aliados de Bolsonaro para reforçar o discurso de que há uma operação de perseguição injustificada e implacável ao ex-presidente no aparato policial do atual governo.

    Wajngarten classificou a investigação como “vergonhosa”. O próprio Bolsonaro já ironizou a investigação quando o inquérito foi aberto. “Todo dia tem uma maldade em cima de mim, a de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim lá na Esplanada é aquela que está no ministério. É aquela que diz que eu queria dar o golpe agora no dia 8 ”, disse ele, em novembro de 2023, aproveitando para provocar o então ministro da Justiça, Flávio Dino, que era chefe formal da PF.

    Jetss Entretenimento

  • Ministro Flávio Dino ganha ‘nota da comunidade’ na rede por publicar gráfico com proporção exagerada

    Ministro Flávio Dino ganha ‘nota da comunidade’ na rede por publicar gráfico com proporção exagerada

    Usuários do X (antigo Twitter) adicionaram uma “nota da comunidade” a uma postagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, mostrando a distorção em um gráfico sobre a queda do número de homicídios. Embora o número de assassinatos esteja em queda no Brasil desde 2018, o gráfico postado pelo ministro traz uma queda no período de 2022 para 2023 que é muito mais acentuada do que seria sem a distorção no eixo vertical. Após um período no ar, a nota da comunidade foi removida, mas a postagem continuou recebendo críticas de internautas. A reportagem do Estadão procurou o Ministério da Justiça para comentários, mas não houve resposta até o momento.

    “Números enviados pelos Estados ao Ministério da Justiça, no âmbito do SINESP (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), mostram que tivemos o menor número de crimes violentos letais intencionais (CVLI) dos últimos 14 anos. Meus cumprimentos aos profissionais da Segurança Pública do Brasil. E que venham novas conquistas em 2024?, escreveu Flávio Dino em sua postagem no X, no começo da noite desta segunda-feira (29).

    A imagem mostra a linha do gráfico traçando uma queda acentuada entre os anos de 2022, quando foram registrados 42.190 homicídios; e 2023, quando o número de mortes violentas chegou a 40.464. “Brasil tem menor número de assassinatos dos últimos 14 anos”, diz a chamada, acompanhada de um círculo que afirma que houve redução de 4,09% entre 2022 e 2023.

    “Embora os números apresentados sejam reais, a postagem do Ministro da Justiça utiliza-se de artifícios gráficos para fins de distorção visual das informações fornecidas, com vistas a induzir o leitor em acreditar que a queda nos números foi mais acentuada que a queda real”, diz a “nota da comunidade” acrescentada pelos internautas à postagem de Flávio Dino.

    As notas da comunidade são um recurso do X que permite aos usuários acrescentar informações de contexto a postagens de terceiros na plataforma. A aprovação das notas é feita pelos próprios usuários, sem interferência do X, segundo a plataforma. O recurso é diferente de uma checagem feita por jornalistas profissionais, pois qualquer usuário pode sugerir uma nota. Basta se inscrever para participar da iniciativa.

    A “nota da comunidade” acrescentada ao post de Dino traz também o link para uma postagem do usuário Franklin Weise (@WeiseFranklin). Engenheiro têxtil de formação, ele plotou os dados de homicídios do Sinesp no gráfico. A curva continua apontando para baixo, mas de forma mais suave que antes.

    “Como tenho familiaridade com a série histórica de homicídios, me chamou a atenção uma queda recente tão brusca, não parecia verossímil. Busquei os dados do Sinesp citados, fiz uma plotagem usando o eixo Y (vertical) não truncado (intervalo completo de 0 a 60 mil) e o sobrepus ao gráfico do Ministério da Justiça”, explica ele.

    A “truncagem” mencionada por Weise é a omissão de parte do intervalo no eixo vertical: nesse caso, o eixo começaria no número 30 mil, e não no zero. “Tentei ‘forçar’ minha plotagem a ficar igual (ao gráfico do MJ), truncando os valores do eixo Y entre 30 mil e 60 mil, e mesmo assim não bateu. Então fica evidente que o gráfico não foi plotado, mas sim desenhado livremente”, diz ele.

    “Essa redução do número de homicídios é um dado positivo, sem dúvida, mas é preciso considerar que não se trata de uma conquista do governo atual, e nem do governo Bolsonaro (2019-2022). É um fenômeno que vem desde 2018, no último ano do governo Michel Temer (MDB). Está acontecendo na maior parte dos Estados, com exceção de alguns poucos (…), como o Amazonas. Não há nenhuma ação de qualquer governo que explique isso. O governo Lula não fez nada que tenha causado essa redução de homicídio”, diz o pesquisador em segurança pública Luís Flávio Sapori, que é professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e ex-secretário de segurança do governo mineiro.

    Segundo Sapori, há duas explicações principais para a redução nos homicídios. “A primeira é que há, na maior parte dos Estados, uma relativa acomodação dos conflitos entre as facções criminosas, com o estabelecimento dos domínios territoriais do Comando Vermelho (CV) e do PCC, com exceção da região Norte. Isso diminui conflitos, diminui disputas, e reduz os homicídios. E o segundo fator é que, em alguns estados brasileiros importantes, boas ações de governos (estaduais) têm sido adotadas, com melhoria na atuação da Polícia Militar e nas investigações da Polícia Civil”, diz ele.

    A queda do número de homicídios nos últimos anos é apontada por outros levantamentos além do Sinesp, mencionado pelo ministro. A última edição do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), por exemplo, aponta uma queda de 18,3% entre os anos de 2011 e 2021, quando foram registradas 47.487 mortes, segundo o levantamento.

     Estadão

  • Transparência Internacional critica Lula por indicação de Zanin, Dino e Gonet

    Transparência Internacional critica Lula por indicação de Zanin, Dino e Gonet

    A Transparência Internacional divulgou nesta terça-feira (30) documento em que critica a nomeação de Cristiano Zanin e Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal), além de fazer ressalvas à nomeação de Paulo Gonet para a PGR (Procuradoria-Geral da República), uma vez que Gonet não foi escolhido respeitando a lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

    De acordo com a instituição, há no governo Lula uma negligência no “resgate da autonomia do sistema de Justiça”.

    O relatório afirma que a escolha de um advogado particular de Lula para o Supremo (em referência a nomeação de Cristiano Zanin, feita em julho de 2023) é contrária à autonomia do Judiciário e “causou espanto e decepção em sua base de apoio”.

    A nomeação de Flávio Dino também foi criticada por parte da sociedade, afirma o documento, dessa vez pelo “perfil político para um tribunal já excessivamente politizado”. O relatório cita também o desequilíbrio de gênero acentuado no Supremo com as duas indicações de Lula.

    A instituição também aponta a prática de “judiciário de coalizão”, com o novo procurador-geral, Paulo Gonet escolhido a partir de negociações políticas que envolveram os membros do STF. Gonet foi nomeado em dezembro de 2023.

    A Transparência Internacional afirma defender a escolha a partir da lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), fato que não ocorreu na escolha de Gonet.

    O texto ainda critica relações impróprias entre magistrados, políticos e empresários e a falta de transparência da participação de juízes em eventos patrocinados, além de citar ações como a do ministro Dias Toffoli, que decidiu de maneira monocrática e “com fortes evidências de conflito de interesses e outras heteredoxias processuais” em casos de corrupção.

    “No intervalo de pouco mais de dois meses, ele [Dias Toffoli] anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (rebatizada de “Novonor”) e suspendeu multa de mais de R$ 10 bilhões aplicada ao grupo J&F, proprietário da JBS”, aponta o texto.

    Segundo o texto, a ambiguidade em relação ao combate à corrupção marca o primeiro ano do governo Lula, que falha na reconstrução de mecanismos de controle. O documento ressalta, entretanto, que a gestão Bolsonaro foi a grande responsável por piorar o quadro de corrupção no Brasil.

    “Os anos de Jair Bolsonaro na Presidência da República deixaram a lição de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir”, aponta o relatório.

    A instituição afirma que o governo Bolsonaro era “dedicado intensamente à neutralização” de pilares judicial, político e social de controle da corrupção, com o objetivo de proteger familiares ou evitar um processo de impeachment por seus “incontáveis crimes de responsabilidade”.

    A publicação se dá no dia em que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi à PF para depor a respeito de uma postagem feita no ano passado nas redes sociais sobre a PF. Um dia antes, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão em apuração que investiga o recebimento ilegal de material da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para benefício próprio.

    A PF também apura se outros dois filhos de Bolsonaro –o senador Flávio e Jair Renan– foram beneficiados pela agência durante a gestão do pai.

    O relatório cita “o desmanche do pilar de controle jurídico” e a perda de independência de sistemas de controle como a PGR (Procuradoria-Geral da República), PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da República) e a própria Abin, além de outras instituições, durante o governo Bolsonaro.

    “A peça central do desmonte, e com consequências mais graves e duradouras, foi a nomeação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que não apenas desarticulou o enfrentamento à macrocorrupção, mas foi também responsável por uma retração histórica nas funções de controle constitucional dos atos do governo”, afirma a instituição.

    Também são citados o “orçamento secreto”, identificado como “macro esquema de corrupção institucionalizada”, a drástica redução da transparência no governo Bolsonaro e a disseminação de fake news e discurso de ódio.

    Folha de São Paulo

  • Advogado diz que família Bolsonaro tinha ido pescar antes da operação da PF

    Advogado diz que família Bolsonaro tinha ido pescar antes da operação da PF

    De acordo com Fabio Wajngarten, a família tinha ido pescar às 5h da manhã, antes de qualquer notícia

    Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta segunda-feira (29/1) no X (antigo Twitter) que Bolsonaro e os filhos teriam saído de lancha para pescar às 5h da manhã, antes da operação da Polícia Federal que teve Carlos Bolsonaro como um dos alvos. A casa Angra dos Reis, onde a família está, também foi alvo de mandado de busca e apreensão.

    O vereador do Rio é suspeito de ter recebido informações de Alexandre Ramagem (PL), que era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. Ramagem também foi alvo da operação na quinta-feira (25).

    No X, Wajngarten afirmou ainda que, ao contrário do informado, a PF não encontrou nenhum computador na residência de Carlos Bolsonaro. Mais cedo, a Polícia Federal teria apreendido um notebook da Abin em um dos endereços ligados ao vereador.

    Nesta segunda foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo cinco deles em endereços no Rio de Janeiro. A informação sobre a apreensão do computador foi publicada pelo g1 e confirmada pelo Correio junto a fontes da operação. A suspeita é de que a estrutura da Abin tenha sido usada para a disseminação de informações falsas e ataques contra opositores do Executivo.

    Correio Braziliense

  • Revisão da vida toda volta para julgamento na quinta (1º)

    Revisão da vida toda volta para julgamento na quinta (1º)

    O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma, na quinta-feira (1º), o julgamento da chamada revisão da vida toda, que possibilita ao segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) usar todas as suas contribuições previdenciárias para o cálculo de benefício, não apenas as feitas após julho de 1994.

    Os institutos científico-jurídicos que participam do processo como “amicus curiae”, IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) e Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários), defendem que a decisão inicial seja cumprida em sua integralidade.

    Para Diego Cherulli, diretor do IBDP, eventual decisão que casse o direito aos atrasados (valores retroativos) será um precedente de enorme prejuízo aos segurados do INSS.

    A revisão foi aprovada em dezembro de 2022, em julgamento presencial. Porém, após o reconhecimento, a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS na Justiça, entrou com recurso para limitar os efeitos da decisão e o alcance do pagamento.

    Dentre os pedidos feitos estão o de que a correção passe a valer só após a publicação do acórdão do STF, em 13 de abril de 2023, que não seja possível abertura de ação rescisória para pagar valores a quem já perdeu o caso na Justiça e que seja declarada a nulidade do julgamento.

    O ministro Alexandre de Moraes aceitou em partes os chamados embargos e determinou que os processos sobre o tema fiquem parados, até que esses esclarecimentos adicionais sejam julgados.

    A ministra Rosa Weber foi contrária e modulou o pagamento dos atrasados. Para ela, quem entrou com a ação até 26 de junho de 2019 —data em que o caso começou a ser julgado no STJ (Superior Tribunal de Justiça)— tem direito aos atrasados referentes aos cinco anos anteriores ao início do processo, ou seja, a partir de 17 de dezembro de 2019.

    O ministro Cristiano Zanin, no entanto, trouxe uma reviravolta para o caso, atendendo pedido específico da AGU. Ele propôs retorno do processo ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Para ele, houve omissão no voto de Ricardo Lewandowski, a quem ele sucede, ao não observar o que diz o artigo 97 da Constituição.

    O artigo determina que, para uma lei ser julgada inconstitucional, é preciso haver maioria absoluta na corte julgadora, o que não teria ocorrido no julgamento no STJ em 2019. O posicionamento foi seguido pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e por Dias Toffoli.

    Antes do recesso do Judiciário, Moraes apresentou pedido de destaque para que o julgamento ocorra em plenário físico. Na retomada, os ministros poderão mudar seus votos. Apenas o de Rosa Weber não poderá ser alterado, pois ela já está aposentada.

    A corte ainda começará o ano de 2024 com nova composição, ao incluir o ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, como um de seus integrantes, o que pode trazer reviravoltas e mais espera em processos já em andamento, porque novos ministros costumam pedir vista —tempo maior— para analisar temas complexos.

    A revisão é aguardada por aposentados e pensionistas há 20 anos. O advogado João Badari, do Ieprev, diz que a tentativa de anular o julgamento fere o regimento interno do STF, por não ter havido qualquer omissão no voto de Lewandowski. “Seu voto seguiu integralmente o do relator, que se manifestou pela impossibilidade de retorno dos autos para o STJ. É nítido que não houve omissão, e o INSS busca rediscutir e diminuir a decisão do colegiado.”

    Segundo o IBDP, reduzir o período dos atrasados sob a justificativa de que o INSS não poderia ter agido de forma diferente, pois estava seguindo a lei, ratifica os excessos de interpretação restritiva da legislação feitos pelo INSS, que restringem direitos e o tornam o maior litigante do país.

    “Essa discussão está trazendo à tona sensíveis questões acerca da administração da previdência pública brasileira e também sobre a cultura da falsa economia com protelação de direitos fundamentais. É preciso repensar o sistema”, diz Cherulli, em nota.

    QUEM TEM DIREITO À REVISÃO DA VIDA TODA

    A revisão da vida toda é uma correção limitada, que não beneficia qualquer aposentado, mas apenas aqueles que recebiam salários maiores antes de julho de 1994.

    Além disso, parte dos beneficiados que não foram à Justiça no prazo já pode ter perdido o direito.

    Para quem não entrou na Justiça, a correção só pode ser solicitada em até dez anos, contados a partir do mês seguinte ao primeiro pagamento do benefício.

    Se o pagamento da primeira aposentadoria foi feito em novembro de 2014, por exemplo, o prazo para pedir uma revisão de cálculo se encerra em dezembro de 2024.

    Outro ponto a se observar é que o benefício precisa ter sido concedido com base nas regras da lei 9.876, de novembro de 1999. Os pagamentos feitos à Previdência em outras moedas antes do real são considerados apenas na contagem do tempo total de contribuições, ou seja, os valores não entram no cálculo da média salarial, que é a base do benefício.

    O aposentado precisa se encaixar nos seguintes requisitos:

    – Entrou no mercado formal de trabalho (com carteira assinada ou contribuindo de forma individual) antes de julho de 1994

    – Realizou parte considerável das suas contribuições mais altas ao INSS até julho de 1994 e, depois, concentrou recolhimentos sobre valores mais baixos

    – Recebeu o primeiro pagamento da aposentadoria há menos de dez anos (prazo máximo para exercer o direito à revisão do benefício)

    – Aposentou-se antes do início da última reforma da Previdência, em novembro de 2019

    – Teve o benefício concedido com base nas regras da lei 9.876, de 1999

    QUAL A REGRA PARA OS ATRASADOS

    Pela regra, os aposentados têm direito aos atrasados de cinco anos anteriores à data em que fizeram o pedido de revisão ao INSS ou na Justiça. Quem já está com ação judicial tem direito a atrasados dos cinco anos anteriores mais o período de espera até receber o benefício com reajuste.

    Ou seja, quem entrou com ação há mais tempo consegue um período maior de retroativos.

    CONFIRA A LINHA DO TEMPO DA REVISÃO

    – Em dezembro de 2022, o STF considerou o modelo de cálculo de revisão constitucional

    – Em março de 2023, o INSS pediu a suspensão de processos de revisão enquanto o recurso é julgado pela Suprema Corte. O Instituto também solicitou que a tese não se aplique a benefícios previdenciários já extintos, como em caso de morte do beneficiário

    – Desde julho de 2023, os processos de revisão de aposentadoria estão suspensos por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso

    – No dia 11 de agosto, o STF iniciou o julgamento do recurso, contudo o ministro Cristiano Zanin Martins pediu vista e suspendeu o processo por até 90 dias

    – Em novembro, o plenário voltou ao julgamento da revisão, mas a decisão final será dada em 2024, após o recesso do Judiciário

    Folha de S.Paulo