terça-feira, dezembro 3, 2024
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HomeBrasilConcentração de renda aumenta em Goiás pelo terceiro ano consecutivo

Concentração de renda aumenta em Goiás pelo terceiro ano consecutivo

O índice de Gini é uma medida de concentração de distribuição de renda e seu valor varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima). O índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido em todos os trabalhos foi de 0,454 no estado de Goiás em 2023, acima do estimado em 2022 (0,434). Assim, Goiás alcança o terceiro ano consecutivo de alta no índice, após três quedas também consecutivas (2018 a 2020). O valor registrado em 2023 é o segundo maior da série, perdendo apenas para o ano de 2012 (0,457). Apesar disso, o índice goiano ficou abaixo da média nacional (0,494), sendo o oitavo menor do país, caindo quatro posições na comparação com o ranking de 2022, momento em que possuía o quarto menor índice do Brasil.

Já o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita, que havia caído em 2022, voltou a crescer em 2023 (0,473). Nesse indicador, Goiás também se mantém abaixo da média Brasil (0,518); contudo, alcançando o sexto menor valor do país.

Em Goiás, rendimento médio mensal real cresce 13,8%, é o maior da série histórica e supera o nacional pela primeira vez
O rendimento médio mensal real goiano de todas as fontes foi de R$ 2.960, em 2023, o que representou um aumento de 13,8% em relação ao valor em 2022 (R$ 2.601 a preços médios do último ano, ou seja, valor corrigido pela inflação em 2023), segundo aumento real após quatro quedas seguidas, ocorridas de 2018 a 2021. Esse rendimento, em 2023, é o maior da série histórica iniciada em 2012, antes o recorde registrado era o rendimento de 2014 (R$ 2.728), e, pela primeira vez, superou o rendimento médio nacional.
Em nível nacional, o rendimento médio mensal real foi de R$ 2.846, 7,5% superior ao ano de 2022 (R$ 2.648). Contudo, a média Brasil não conseguiu superar o recorde registrado no ano de 2014 (R$ 2.850).

Diferença entre rendimentos médios mensais goianos cai na comparação por sexo, porém aumenta por cor e por nível de instrução
O rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência) apresentou, em Goiás, o valor de R$ 2.970 em 2023. Na comparação por sexo, o rendimento das mulheres foi de R$ 2.387, o que representava 70,3% dos rendimentos dos homens (R$ 3.395). Por cor ou raça, o rendimento médio mensal das pessoas de cor preta foi de R$ 2.299, correspondendo a 58,5% do rendimento médio das pessoas de cor branca (R$ 3.929). Na análise por nível de instrução, a diferença era ainda mais expressiva. As pessoas sem instrução tinham rendimento médio mensal de R$ 1.555, o que correspondeu a 27,8% do rendimento das pessoas com ensino superior completo. Em 2022, as proporções eram de 68,1%, 65,6% e 28,8% respectivamente.

Rendimentos médios mensais de aposentadoria e aluguel são recordes em 2023
Em Goiás, o aumento no rendimento de todas as fontes pode ser observado tanto no rendimento médio mensal real habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.970, subindo 12,7% em relação ao ano de 2022), quanto no rendimento médio mensal efetivamente recebido em todos os trabalhos (R$ 3.119, subindo 12,9% em relação a 2022) e mais ainda em outras fontes (R$ 2.011, subindo 16,0% em relação a 2022). Este, além de ter alcançado o valor recorde da série histórica, registrou alta, em 2023, em todos os seus subtipos. Destaque para aposentadoria e pensão (passando de R$ 2.142 para R$ 2.583, aumento de 20,6%), que superou o maior valor da série histórica (R$ 2.338), alcançado em 2019; outros rendimentos (que saiu de R$ 782 para R$ 919, aumento de 17,5%); aluguel e arrendamento (saindo de R$ 2.151, para 2.430, aumento de 13,0%), que também superou o recorde atingido em 2022. A menor alta ocorreu em pensão
alimentícia, doação e mesada de não morador (passando de R$ 692 para 743, alta de 7,4%).

Em 2023, 1% da população residente em Goiás com os maiores rendimentos detinha mais massa de rendimentos domiciliar per capita do que os 30% mais pobres
A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita goiana totalizou R$ 14,6 bilhões em 2023, 21,4% maior do que o estimado para 2022, cujo valor foi de R$ 12,0 bilhões, atingindo no último ano o maior valor da série histórica da PNAD Contínua. Na análise da distribuição da massa de rendimento mensal real domiciliar per capita no estado, observou-se que 1% da população com os maiores rendimentos deteve 10,5% da massa de rendimentos do estado contra 9% dos 30% com os menores rendimentos. Em valores, 1% da população no estado obteve R$ 1,5 bilhão, enquanto 30% auferiram R$ 1,3 bilhão em 2023.

Já a parcela do décimo populacional com os menores rendimentos detinha 1,8% da massa, vis-à-vis 38,2% dos 10% da população com os maiores rendimentos, em 2023. Cabe destacar que este último grupo possuía uma parcela da massa de rendimento superior à dos 70% da população com os menores rendimentos (35,6%). Entre 2022 e 2023, o grupo dos 10% com maiores rendimentos apresentou um ganho de participação de 1,6 ponto percentual (p.p.) na massa de rendimento domiciliar per capita, e o décimo de menor rendimento registrou uma oscilação positiva de 0,2 p.p.
Com menos de 13% dos domicílios recebendo Bolsa Família, Goiás é o sétimo estado com a menor proporção do país
Em 2023, o percentual de domicílios em Goiás com algum beneficiário do Programa Bolsa Família era 12,9%, 1,8 ponto percentual superior ao de 2022 (11,1%) e apenas 0,1 ponto percentual abaixo do recorde da série histórica (2012 – 13,0%). Apesar do avanço em relação a 2022, o percentual mais recente de Goiás era o sétimo menor do país, ficando atrás apenas dos estados da região Sul, São Paulo, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

Além do percentual de domicílios em que residia algum beneficiário do Programa Bolsa Família, a pesquisa levantou também que em 4,2% do total de domicílios de Goiás residiam algum beneficiário do BPC-LOAS, o maior percentual da série, iniciada em 2012; e que em 1,7% residia algum beneficiário de outros programas sociais.
Sobre a PNADC Rendimentos de todas as fontes
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, investiga, regularmente, informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes não oriundas do trabalho das pessoas residentes no Brasil.
Dada a importância, o peso e a variabilidade dos rendimentos do trabalho, na PNAD Contínua sua captação é feita de duas formas. A primeira se refere ao rendimento bruto recebido no mês de referência pelo trabalho, classificado como rendimento efetivo do trabalho. A segunda forma se refere ao rendimento bruto normalmente recebido pelo trabalho, classificado como rendimento habitual do trabalho. Ambos são investigados em todas as entrevistas para moradores de 14 anos ou mais de idade, ocupados na semana de referência. O rendimento de outras fontes, por outro lado, é pesquisado na primeira e na quinta visita, para todos os moradores do domicílio, e o valor considerado é o recebido no mês de referência da pesquisa.
Neste informativo são utilizadas as informações dos rendimentos habitualmente recebidos de todos os trabalhos e dos recebidos de outras fontes no mês de referência, deflacionados a preços médios de 2023. Adicionalmente, para o cálculo dos indicadores, são considerados os dados acumulados de primeiras visitas, exceto o período 2020-2022, que utilizou o acumulado de quintas visitas, devido à pandemia de COVID-19 e a resultante queda da taxa de resposta das primeiras visitas nesse período.
Fonte : SES/GO – Seção de Disseminação de Informações

 

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