O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta terça-feira (9), que o “mau gosto” do presidente da Argentina, Javier Milei, “é assunto dele” em referência à ausência do líder sul-americano na reunião do Mercosul, no Paraguai, na segunda-feira (8). Em meio a atritos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um evento conservador em Santa Catarina, no domingo (7), e não participou da reunião do Mercosul na segunda.
Apesar da escolha de Milei, Alckmin afirmou que o comércio entre Brasil e Argentina não é atingido por essa decisão do presidente. “Não afeta. São relações de Estado. O mau gosto do Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado”, afirmou.
A ausência de Milei também foi comentada por Lula após o encontro do Mercosul. Segundo o presidente, a decisão do presidente argentino de não participar da reunião é uma “bobagem imensa”. “Quem perde é quem não vem”, disse o presidente. Fortalecimento do Mercosul Alckmin participou durante a manhã do evento “Transformar Juntos”, organizado pelo Sebrae em Brasília. Em seu discurso, ele reafirmou que o comércio entre os países do Mercosul precisa se intensificar para ajudar a aumentar renda e emprego nos países do bloco. “O mundo é globalizado, mas o comércio é inter-regional. EUA, Canadá e México, 50% do comércio é só entre eles.
Os 27 países da União Europeia, 60% do comércio é só entre eles. Na Ásia, 70% do comércio é só entre eles. Nós aqui na América Latina é 26%. Nós temos que fortalecer o comércio entre os vizinhos” explicou. ”Mercado é estressado”, diz Alckmin sobre alta do do dólar Sobre a política monetária e a alta do dólar, Alckmin defendeu o câmbio flutuante. Ele acredita que a moeda deve cair nos próximos dias. “Do mesmo jeito que subiu, o dólar reduz. Ele tem oscilações e deve ser flutuante mesmo. Acredito que vai cair mais. É que o mercado é estressado. Não tem nenhuma razão para ter ido no patamar que foi.
A tendência é que ele [dólar] caia “, estimou. Não há razão para juros estarem tão altos, afirma vice-presidente Alckmin também falou dos juros no país. Segundo o presidente em exercício, não há razão para o Brasil ter uma das maiores taxas de juros do mundo. “Não há razão para você ter a segunda maior taxa de juros do mundo. O primeiro [país] é a Rússia, que está em guerra. A segunda maior taxa de juros do mundo, não tem razão disso. Temos confiança de que isso é transitório, a tendência dos juros é cair”, afirmou.
CNN