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ONU: 140 mulheres são vítimas de feminicídio por dia no mundo

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Em 2023, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em todo o mundo, sendo que 60% desses homicídios foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. O índice de feminicídio equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias ou uma a cada dez minutos.Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

De acordo com o relatório Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família, o continente africano registrou as maiores taxas de feminicídios relacionados a parceiros íntimos e familiares, seguido pelas Américas e pela Oceania.

Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres assassinadas em ambiente doméstico (64% e 58%, respectivamente) foram vítimas de parceiros íntimos, enquanto, em outras regiões, os principais agressores foram membros da família.

“Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser afetadas por essa forma extrema de violência baseada no gênero e nenhuma região está excluída”, destacou o relatório.

“Além do assassinato de mulheres e meninas por parceiros íntimos ou outros membros da família, existem outras formas de feminicídio”, alertou a publicação, ao citar que essas demais formas representaram mais 5% de todos os homicídios cometidos contra mulheres em 2023.

“Apesar dos esforços feitos por diversos países para prevenir os feminicídios, eles continuam a registar níveis alarmantemente elevados. São, frequentemente, o culminar de episódios repetidos de violência baseada no gênero, o que significa que são evitáveis por meio de intervenções oportunas e eficazes”, concluiu o documento.

Agência Brasil

Países da AL e Caribe discutem boas práticas em governança digital

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Os mecanismos de segurança no ambiente digital precisam ser tão rápidos e criativos quanto os cybercriminosos, de forma a minimizar riscos para a prestação de serviços via digital pelos governos. Práticas ilícitas que ultrapassam fronteiras tornam cada vez mais necessárias parcerias entre países, bem como regulamentos mais claros e eficientes.Diante desse cenário de desafios, autoridades de 25 países da América Latina, Caribe e de organismos internacionais estão reunidos em Brasília, participando da 8ª Reunião Ministerial da Rede Interamericana de Governo Digital (Rede Gealc).

A expectativa é a de avançar, no sentido de estabelecer acordos e definir boas práticas em governo digital a serem seguidas por todos os países da região. Entre os documentos a serem apresentados, está a proposta de um marco de referência interamericano de governança de dados e inteligência artificial, documento elaborado pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

De acordo com o assessor principal do Conselho Estratégico da OEA Luis Porto, os temas a serem debatidos, visando a modelagem dos futuros governos digitais, algo que abrange questões que vão desde a implementação de assinaturas digitais até a segurança digital, passando pela integração de sistemas entre os países da região, precisam levar em conta diferenças culturais, interesses, relações sociais e de poder.

“Temos um trabalho árduo pela frente porque, em cada país, há práticas específicas. A integração é algo complexo porque teremos de alinhar interesses que muitas vezes estão em contraposição”, disse Porto durante a abertura do encontro.

Desafios

Luis Porto destacou a necessidade de o grupo avançar em alguns dos principais temas a serem debatidos: a cybersegurança e o marco de dados e de inteligência artificial.

“Estamos correndo o tempo todo porque as pessoas contra as quais trabalhamos estão correndo para nos ultrapassar. Infelizmente o setor privado sempre vai mais rápido do que o setor público. Por uma simples razão, no direito privado pode-se fazer qualquer coisa que não seja proibida. Já no direito público, só se pode fazer o que está permitido, ainda que com algumas salvaguardas”, argumentou o representante da OEA.

Segundo ele, o fato de o setor público ser mais lento que o privado, é “muito perigoso”, motivo pelo qual é importante estabelecer marcos normativos que possibilitem, ao setor público, avançar rápido nessas áreas.

Marco de referência

“Por isso, a OEA trabalha muito intensamente no desenvolvimento de um marco de referência interamericano de governança de dados e inteligência artificial”, documento que, segundo ele, será apresentado ainda nesta terça-feira, tendo como ponto focal “a ideia que vem da teoria dos jogos, em que os sinais permitem aos agentes coordenar, sem a necessidade de falar entre si”.

“Esse marco digital visa uma governança de dados que facilite a integração regional, através da padronização da governança de dados e da confiança, através da implementação de políticas com mais direitos para mais pessoas”, acrescentou.

Cidadania digital

O chefe de Divisão, Inovação para Serviços Cidadãos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Paula Acosta Márquez, defende que as políticas de cybersegurança são uma política necessária para a expansão segura das tecnologias digitais, e que iniciativas visando a cidadania digital representam conquista histórica, além de favorecer a compreensão de que, no âmbito digital dos países da região, é possível colaborar e realizar esforços coletivos que vão além das fronteiras nacionais.

“A pandemia [da covid-19] deixou ainda mais clara a importância das tecnologias digitais para o funcionamento da sociedade. Nesse sentido, o Brasil é um excelente exemplo, mas outros países da região também avançaram nessa área. Nossos governos estão agora mais preparados para aproveitar isso, gerando economias para governos e cidadãos”, disse.

Transformação digital

O Brasil esteve representado na abertura do evento pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. “No governo brasileiro, entendemos que discutir a agenda digital é discutir o futuro e o desenvolvimento. É enfrentar a desigualdade sistêmica, inclusive tecnológicas entre países e pessoas. Por isso, temos utilizado recursos digitais para prestar melhores serviços públicos, mais efetivos e adequados às necessidades de nossos cidadãos”, disse a ministra.

Esther Dweck considera ser urgente associar a transformação digital à inclusão e geração de oportunidade, de forma a superar hiatos digitais. “Precisamos reconhecer que infraestruturas digitais não serão universalizadas apenas por forças do mercado”, ressaltou a ministra.

Nesse sentido, ela explicou que o governo brasileiro tem, no âmbito da governança digital, preocupação com elementos como soberania, acessibilidade, multilinguismo e proteção à herança histórica e cultural, além de ações visando resiliência em situações de desastres, defesa da transferência de tecnologia e democratização dessa governança.

“Precisamos desenvolver uma visão integral da transformação digital do Estado, mas não queremos que essa revolução tecnológica repita o problema central das revoluções que a antecederam, uma abordagem da modernização tecnológica que nem sempre considerou as pessoas e o planeta. Por isso, precisamos atuar com urgência para a democratização dos benefícios e na mitigação dos riscos da era digital”, complementou.

Agência Brasil

Áudios indicam que militares estariam divididos sobre golpe

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Fachada do Palácio do Planalto à noite. | Sérgio Lima/Poder360 - 05.08.2024

Áudios obtidos pela PF (Polícia Federal) indicam que os militares estariam divididos sobre aderir aos planos para um eventual golpe de Estado depois das eleições presidenciais vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. As conversas foram divulgadas pela TV Globo. Em uma das mensagens, o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu disse ao general Mario Fernandes que 5 “kids pretos” (grupo formado por militares das Forças Especiais) não desejavam aderir ao plano e 3 “queriam muito”. Os demais estavam na “zona de conforto”. Ele declarou: “É isso. Infelizmente. E a lição que a gente deu para a esquerda é que o Alto Comando tem de acabar”.

Na época, Reginaldo Vieira de Abreu era assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-chefe do Executivo, Fernandes e outras 35 pessoas foram indiciadas pela PF na última 5ª feira (21.nov.2024) no inquérito que apura a tentativa de um golpe de Estado em 2022. O relatório final foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) a cargo de Alexandre de Moraes, ministro relator do caso. Segundo Moraes, há “robustos e gravíssimos indícios” de que alguns integrantes do governo Bolsonaro discutiram e iniciaram o que seria um planejamento para, em 2022, matar Lula e o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e o próprio ministro do STF.

Na época, Fernandes era secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência. Ele sempre foi o mais efusivo defensor de um ato de força para impedir a posse de Lula e Alckmin. Em grupos de mensagens do governo Bolsonaro, ele reclamava da inoperância da administração federal sobre tomar alguma atitude para não haver a troca de presidentes.

Em novembro de 2022, Fernandes demonstrou insatisfação sobre o que se passava. Em uma mensagem, o general disse a Vieira de Abreu que Bolsonaro precisava “decidir e assinar” um decreto de estado de sítio.

Reginaldo é conhecido como Velame e respondeu a Mario Fernandes em 5 de novembro de 2022, com uma referência a um jargão que era comum em discursos de Bolsonaro, sobre atuar sempre “dentro das 4 linhas da Constituição” (trata-se de uma alegoria com o futebol, quando se diz o que é permitido aos jogadores fazerem dentro de campo, delimitado por 4 linhas).

Eis o que disse Velame, segundo a PF: “O senhor me desculpe a expressão, mas 4 linhas é o caralho. Quatro linhas da Constituição é o caceta. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando e eles não deram um tiro por incompetência nossa. Incompetência nossa, é isso. Estamos igual o sapo, a história do sapo na água quente. Você coloca o sapo na água quente, ele não sente a temperatura da água mudar e vai se aumentando, aumentando, aumentando quando vê ele tá morto. É isso”.

Poder360

Bolsonaro diz que estudou medidas “dentro das 4 linhas” e nega golpe

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (25/11), que sempre jogou “dentro das quatro linhas” da Constituição e negou envolvimento em trama para dar golpe de Estado após perder a eleição de 2022 para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal, junto a 36 pessoas ligadas a ele, sob a acusação de ter tramado para impedir a posse de Lula em 2023, em uma investigação que incluiu ações de autoridades do antigo governo e a mobilização em frente a quarteis que culminou nas depredações de 8 de Janeiro de 2023.

“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que está falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar, ‘tá, tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como é que fica? Como é que fica o mundo perante a nós?”, defendeu-se o ex-presidente. “Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, completou Bolsonaro.

O ex-presidente desembarcou em Brasília nesta segunda e conversou com a imprensa e apoiadores cercado por parlamentares do PL, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Coronel Zucco (PL-RS).

A PF indiciou o ex-presidente e mais 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A corporação ainda investiga a trama de militares com cargos no governo para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro saiu de Alagoas, capital de Maceió, com destino a Brasília na tarde desta segunda. Durante a passagem pelo Nordeste, o ex-presidente se encontrou com Gilson Machado, ex-ministro do Turismo.

A PF encaminhou o inquérito para o STF, que agora deverá enviar o documento para o Procurador-Geral da República (PGR).

Nesta segunda, o advogado de defesa de Bolsonaro, Paulo Bueno, diz esperar que Paulo Gonet tenha uma postura isenta ao analisar o caso. “Esperamos que o MP [Ministério Público] tenha uma participação que não pode ter ao longo do tempo desta investigação. Inclusive, na gestão anterior, por diversas vezes, houve pedido de arquivamento de inquéritos, que foi simplesmente ignorado.”

Não há um prazo para manifestação da PGR sobre o inquérito da Polícia Federal. Há possibilidade da apresentação de uma denúncia, quando há uma acusação formal de crimes na Justiça.

Metrópoles/Uai

Condenados 21 integrantes de facção criminosa em Goiânia

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A juíza Placidina Pires, titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Bens, Direitos e Valores de Goiânia, condenou 21 pessoas integrantes de uma facção criminosa que atuava na cidade e é ligada a outra facção de muita influência em todo o País. Em decisão proferida na sexta-feira (22), o grupo, liderado por Douglas Alves Machado, conhecido como “Cara de Cavalo”, foi sentenciado por crimes como tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e posse ilegal de armas.

Segundo os autos, Douglas Machado coordenava, à distância, a disseminação de entorpecentes em vários bairros das regiões Centro e Centro-Oeste de Goiânia. Com o avanço das investigações, consta que foi possível identificar outras pessoas que se associaram a “Cara de Cavalo” para, mediante divisão de tarefas, praticar crimes de tráfico de drogas, posse de arma de fogo e lavagem de capitais, além de homicídios para eliminar delatores, devedores e concorrentes, a fim de assegurar o domínio territorial da facção. As penas impostas aos condenados variam de seis a 22 anos de reclusão, sendo a maior aplicada a “Cara de Cavalo”.

Confira as penas aplicadas:

01) Adriana Pereira Dantas: sete anos, cinco meses e 25 dias de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 18 dias-multa;

02) Alessandro Augusto Alves de Jesus: seis anos e cinco meses de reclusão, no regime semiaberto, além do pagamento de 16 dias-multa;

03) Cláudia Rodrigues da Silva: sete anos, cinco meses e 25 dias de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 18 dias-multa;

04) Douglas Alves Machado: 22 anos, cinco meses e 25 dias de reclusão fechado,
além do pagamento de 690 dias-multa;

05) Eduardo Gomes de Noronha: sete anos, um mês e 22 dias de reclusão, no regime fechado, além do
pagamento de 17 dias-multa;

06) Gilmar Silva Ferreira Júnior: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado,  além do pagamento de 19 dias-multa;

07) Guilherme Medeiros Silva: sete anos, um mês e 22 dois de reclusão, no regime fechado, além do
pagamento de 17 dias-multa;

08) Hernane Luiz Frutuoso: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 19 dias-multa;

09) Hiago Alves Teodoro: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 19 dias-multa;

10) Jefferson Henrique Alves Lopes: um anos e oito meses de reclusão, no regime aberto, além do pagamento de 166 dias-multa;

11) Kássio Bruno Soares: 12 anos e seis meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 30 dias-multa;

12) Kênia Cristina Rocha da Silva: 11 anos e cinco meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 516 dias-multa;

13) Leriane Rodrigues Chaves: nova anos e cinco meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 26 dias-multa;

14) Luciano da Conceição Santos: 14 anos, um mês e 25 dias de reclusão, no regime fechado,
além do pagamento de 601 dias-multa;

15) Maikon Luiz Cardoso Silva: sete anos, cinco meses e 25 dias de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 18 dias-multa;

16) Natália Aparecida Borges: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 19 dias-multa;

17) Selma Campos Santos: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 19 dias-multa;

18) Thiago Freitas de Melo: 13 anos, sete meses e 22 dias de reclusão, no regime fechado, além do
pagamento de 38 dias-multa;

19) Victor Huggo Dias dos Santos: cinco anos, cinco meses e 10 dias de reclusão, no regime semiaberto, além do pagamento de 15 dias-multa;

20) Walisson da Silva Brito: oito anos e quatro meses de reclusão, no regime fechado, além do pagamento de 19 dias-multa;

21) Wesley Lopes dos Santos:  14 anos, um mês e 25 dias de reclusão, no regime fechado, além do
pagamento de 601 dias-multa.

Fonte TJGO

Supremo se prepara para julgamento sobre redes sociais, mas decisão pode ficar para 2025

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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve iniciar nesta quarta-feira (27) o julgamento sobre a regulamentação das redes sociais, um dos temas mais sensíveis e complexos no cenário jurídico atual. No entanto, há uma forte expectativa de que a conclusão do caso seja adiada para 2025, em razão da possibilidade de pedidos de vista por parte dos ministros e da proximidade do recesso do Judiciário.

Com três relatores — os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Edson Fachin — e diversas sustentações orais programadas, o julgamento promete ser longo e carregado de implicações para o funcionamento das plataformas digitais no Brasil. Um eventual pedido de vista, previsto no regimento do STF, daria ao ministro responsável até 90 dias úteis para devolver o caso à pauta, o que empurraria o debate para o próximo ano.

A questão central gira em torno da interpretação do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que estabelece que as plataformas digitais só podem ser responsabilizadas civilmente pelo conteúdo publicado por terceiros caso descumpram ordens judiciais de remoção. O julgamento também deve abordar casos emblemáticos, como o bloqueio temporário do X (antigo Twitter) no Brasil, e avaliar o equilíbrio entre liberdade de expressão e a necessidade de conter discursos de ódio e desinformação.

A pauta ganha relevância diante de eventos recentes, como os atos antidemocráticos de janeiro de 2023 e o atentado contra o STF. Nos bastidores, ministros do Supremo têm afirmado que o julgamento será um divisor de águas para a democracia brasileira, buscando limitar os efeitos nocivos da disseminação de conteúdos extremistas.

Embora o STF tenha incluído o tema em sua agenda por conta da inércia do Congresso Nacional em avançar na regulação das plataformas digitais, o julgamento pode reacender tensões entre os Poderes Legislativo e Judiciário. O resultado, seja qual for, deve definir os rumos da atuação das “big techs” no país e estabelecer um novo marco regulatório para o uso das redes sociais.

Pardal Tech

Decisão do Carrefour reflete entendimento infundado sobre o agro brasileiro, diz embaixada na França

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A Embaixada do Brasil em Paris disse, em nota à imprensa, que o governo brasileiro lamenta o comunicado do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a decisão do grupo de suspender a compra de carnes do Mercosul, anunciada na última quarta-feira, 20.

“A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”, afirmou a Embaixada na nota.

Na nota, a Embaixada destacou que o Brasil respeita a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. “Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação contra produtos brasileiros”, criticou a Embaixada brasileira na França.

Na publicação, o governo brasileiro desmentiu três desinformações sobre a agropecuária nacional. Segundo o governo, é falsa a declaração de que há risco de “transbordamento de carne do Mercosul no mercado francês, que não respeita as suas exigências e normas”. A Embaixada destacou, na nota, que a União Europeia (UE) importa apenas 5% de carne bovina que consome anualmente, de 6,5 milhões de toneladas. “A Europa exporta mais carne do que importa. A cota de carne bovina oferecida ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu”, esclareceu a Embaixada.

A Embaixada ressaltou ainda que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não “compromete os elevados padrões produtivos e sanitários” adotados em ambas as regiões. “O Brasil orgulha-se de ser, há décadas, fornecedor seguro de proteína animal ao mercado europeu, bem como de sua capacidade de atender plenamente às exigências e controles sanitários de mais de 160 países, incluindo os rigorosos controles da União Europeia”, citou a embaixada.

Por fim, a representação do governo brasileiro na França afirmou que os produtores brasileiros estão sujeitos a normas de sustentabilidade e produção frequentemente mais rigorosas do que as da União Europeia (UE). “Nosso Código Florestal reserva entre 20 e 80% da área total das propriedades rurais para preservação da vegetação nativa (80% em todo o bioma amazônico), cifras sem paralelo na regulação ambiental europeia”, destacou a Embaixada do Brasil em Paris.

O comunicado da Embaixada do País na França é uma resposta à manifestação recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer, afirmando que esses produtos não respeitam requisitos e normas do mercado francês. O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionam a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

Estadão

Elon Musk quer substituir aviões de combate americanos por drones

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O bilionário Elon Musk, designado pelo presidente eleito Donald Trump para liderar uma comissão encarregada de cortar gastos do governo federal dos Estados Unidos, manifestou-se, nesta segunda-feira (25), a favor de substituir aviões de combate modernos por drones.

“Os aviões de combate tripulados estão obsoletos na era dos drones. Só servem para matar pilotos”, declarou o chefe da SpaceX e da Tesla em sua plataforma X.

Musk criticou especificamente o F-35, avião de combate fabricado pela Lockheed Martin e considerado a joia da força aérea dos Estados Unidos desde que entrou em operação, em 2015.

“Enquanto isso, alguns idiotas continuam construindo aviões de combate tripulados como o F-35”, reagiu no domingo, ao publicar um vídeo que mostra centenas de drones voando a dezenas de metros de altura.

Recentemente, foram assinados contratos para exportar aviões furtivos de quinta geração F-35 para Romênia, Polônia e Alemanha.

Críticos apontam sua complexidade e alto custo. Para Musk, o design do F-35 é problemático “porque tentaram exigir coisas demais dele”. Ele afirmou que a aeronave tornou-se uma máquina “complexa e cara” sem especialização em combate.

Segundo Mauro Gilli, pesquisador da Escola Politécnica Federal de Zurique, “o que torna o F-35 caro são os softwares e os componentes eletrônicos, e não o piloto em si”.

“Isso é relevante porque um drone reutilizável precisaria de todos os componentes eletrônicos robustos do F-35”, explicou o especialista no X.

Além disso, Gilli destacou que um programa com tecnologias tão avançadas quanto as do F-35 força os rivais dos EUA a investir em programas similares para contra-atacar, especialmente em radares avançados.

“O simples fato de o F-35 e o B-1 existirem obriga Rússia e China a tomar decisões estratégicas que, de outra forma, não precisariam tomar (ou seja, alocar recursos do orçamento)”, afirmou.

“Ainda que Musk estivesse certo (e ele não está)”, a eliminação desses aviões reduziria os desafios estratégicos enfrentados pelos rivais dos Estados Unidos, acrescentou Gilli.

AFP

Exportações chinesas devem atingir recorde este ano

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 Economistas esperam que as exportações chinesas atinjam um nível histórico este ano, com a antecipação de pedidos de clientes diante da ameaça do presidente eleito Donald Trump de aumentar tarifas quando assumir o cargo em janeiro.

O crescimento das exportações deve acelerar para 7% nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg entre 15 e 21 de novembro. Isso representa uma alta na revisão em relação ao aumento de 5% previsto em outubro, antes das eleições nos EUA, o que poderia elevar as exportações totais deste ano para US$ 3,548 trilhões — acima do recorde anterior de 2022.

“Nos próximos meses, as exportações chinesas podem se beneficiar do acúmulo de estoques de pânico por empresas estrangeiras”, disse Erica Tay, economista do Maybank Investment Banking Group. “O espectro de uma guerra comercial provavelmente levará os formuladores de políticas da China a se inclinarem mais fortemente para medidas de estímulo pró-consumo no próximo ano.”

As exportações já começaram este trimestre com o crescimento mais rápido desde julho de 2022, o que coloca a China no caminho de um superávit comercial recorde que pode alcançar quase US$ 1 trilhão este ano. Pequim continua a contar com as vendas externas para compensar a fraqueza da demanda interna, mesmo com as autoridades mudando o foco nas últimas semanas ao injetar estímulos na economia.

Durante a campanha, Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre produtos chineses para até 60%, um nível que a Bloomberg Economics prevê que dizimaria o comércio entre as duas maiores economias do mundo. Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de até 25% sobre mais de US$ 300 bilhões em remessas chinesas — desencadeando retaliações de Pequim — e o presidente Joe Biden manteve grande parte dessas tarifas.

O que diz a Bloomberg Economics

“A recente mudança pró-crescimento da China tem o potencial de colocar a economia em uma trajetória mais rápida. Uma guerra comercial com os EUA em 2025 ameaça essa perspectiva. O desafio para Pequim é transformar seus planos de estímulo em tração de crescimento e proteger a economia de outra onda de tarifas de Trump”, de acordo com os economistas Chang Shu, Eric Zhu e David Qu.

A perspectiva de uma guerra comercial ampliada com o retorno de Trump à Casa Branca aumenta as expectativas de estímulos maiores no próximo ano, já que a China se prepara para uma nova era de protecionismo. Em contraste com as exportações em alta, o crescimento das importações estagnou à medida que a economia doméstica luta para se recuperar, provocando uma reação global de países que temem uma enxurrada de produtos chineses mais baratos.

O produto interno bruto da China deve crescer 4,9% no quarto trimestre, acima dos 4,8% projetados no mês passado, segundo pesquisa da Bloomberg.

Economistas consultados pela Bloomberg anteciparam que a China vai liberar recursos para os bancos concederem empréstimos ao reduzir a taxa de reservas obrigatórias (RRR) em 25 pontos-base no quarto trimestre, enquanto manteve as principais taxas de política monetária, como a recompra reversa de sete dias, inalteradas até o próximo ano. As expectativas permanecem inalteradas desde a pesquisa de outubro.

O banco central fez o último corte no RRR em setembro, pouco depois de o presidente do BC, Pan Gongsheng, anunciar uma série de medidas agressivas para colocar um piso sobre a desaceleração do crescimento da China. No mês passado, Pan reiterou que o Banco Popular da China poderia reduzir o índice em mais 25 a 50 pontos-base até o final do ano, dependendo das condições de liquidez no mercado.

“Presumimos um choque tarifário maior em comparação a 2018-2019, mas a China agora é menos dependente dos EUA, desenvolveu um plano de resposta — incluindo a desvalorização do yuan — e adicionará estímulos”, disse Arjen van Dijkhuizen, economista sênior do ABN Amro Bank.

Chinese Exports on Track For Another Bumper Year | Shipments might hit a record this year if growth continues at current pace

Bloomberg

Temer compara 8/1 com manifestações em seu governo e minimiza revelação sobre militares golpistas

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O ex-presidente Michel Temer (MDB) comparou nesta segunda-feira, 25, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 com as manifestações contra a reforma da Previdência que aconteceram em 2017, durante seu governo.

“Invadiram prédios agora em 8 de janeiro. Mas vocês se lembram que no meu governo, quando nós cuidávamos da reforma da Previdência, as centrais sindicais mandaram 1.600 ônibus lá, que incendiaram ministérios, tentaram invadir o Congresso, viraram carros, queimaram carros”, disse Temer.

O emedebista relembrou que um de seus ministros sugeriu que as Forças Armadas fossem acionadas para atuar em uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e que no dia seguinte optou por “falar do futuro” ao invés dos atos que ocorriam naquele momento.

“Seis horas (da tarde) terminou tudo. Houve noticiário à noite e no dia seguinte de manhã. Mas, quando deu meio-dia, a imprensa me entrevistou, e eu disse: se o episódio é de ontem, ontem é passado. Eu não falo do passado, vou falar do futuro”.

Temer comentou sobre os fatos durante um evento organizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em São Paulo. O ex-presidente comentava sobre o processo de “radicalização” do País e comparou o cenário político do Brasil com o do Reino Unido – local considerado por ele como referência no exercício da democracia.

“Aqui é o seguinte, se eu perder a eleição, o meu dever é destruir aqueles que ganharam. Isso prejudica a governabilidade e prejudica, portanto, o povo”, afirmou.

Ao fim do evento, o ex-vice-presidente de Dilma Rousseff (PT) foi questionado sobre o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sobre as investigações da Polícia Federal (PF) que identificaram um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer afirmou que “embora haja tentativas, o fato é que não vão adiante. Não vão adiante porque não há clima no país. E, convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer”.

O ex-palaciano também minimizou a participação de militares na intentona golpista, dizendo que era obra de “alguns militares”, e não das instituições como um todo.

“Não foi a instituição como um todo. Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras”, afirmou.

Estadão