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Pacheco se irrita com dramatização e falta de debate técnico em audiência sobre aborto no Senado

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PDS-MG), rechaçou o uso da dramatização na audiência pública sobre assistolia fetal como método de aborto legal, nesta segunda-feira (17), quando deveria ser feito um debate amplo e técnico.

Segundo a CNN apurou, Pacheco se irritou também com o fato de audiência, convocada pelo senador Eduardo Girão (NOVO-CE), ter ignorado especialistas contrário ao projeto de lei 1904/24, que teve a urgência aprovada na Câmara de Deputados na quarta-feira (12).

O chamado PL do Aborto, entre outros, equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio simples.

Pacheco, nos bastidores, disse que o debate sobre o tema deve levar em conta todas as correntes, critérios técnicos, científicos, a legislação vigente e, sobretudo, o parecer das senadoras.

Na quinta-feira (13), o presidente do Senado disse que uma possível discussão sobre aborto “jamais iria diretamente ao plenário” da Casa. Para o presidente, o debate deve ser realizado “com cautela”, passando pelas comissões permanentes do Senado.

“Uma matéria dessa natureza jamais iria direto ao plenário do Senado Federal. Ela deve ser submetida às comissões próprias, e é muito importante ouvir as mulheres do Senado, que são legítimas representantes das mulheres”, afirmou Pacheco, um dia a urgência ser aprovada na Câmara.

Encenação

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) convidou uma contadora de histórias para interpretar um texto contrário à assistolia fetal como método de aborto legal, nesta segunda-feira (17), durante a audiência no Senado Federal que debate o procedimento.

Nyedja Gennari, que nas redes sociais se identifica como contadora de histórias, escritora, professora e arte educadora, narrou em cerca de cinco minutos um texto fictício sobre um suposto feto no dia em que foi submetido ao procedimento de assistolia fetal.

“Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado à reflexão para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”, disse, ao final da performance.

CNN

Lula está mal impressionado com aumento dos subsídios, diz Tebet

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 A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira após reunião no Palácio do Planalto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou mal impressionado com o aumento dos subsídios nos gastos públicos.

Segundo Tebet, Lula deu aos ministros da área econômica tempo para se debruçarem sobre os números e apresentarem soluções.

Em fala à imprensa ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tebet disse que o aumento do gasto da previdência está relacionado ao aumento da renúncia tributária.

Reuters

Lula discute Orçamento com ministros após pressão para cortar gastos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta segunda-feira (17), da reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária), colegiado de ministros responsável pelas decisões de política fiscal e orçamentárias do governo.

Esta não é a primeira vez que ele participa desse tipo de reunião, mas sua presença é rara. Além disso, ocorre após a sinalização dada pelo presidente no final de semana de que está aberto a fazer cortes de gastos.

A reunião estava marcada para começar às 10h30. Estão presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento).

Durante viagem à Itália, da qual Lula retornou no sábado (15) à noite, ele antecipou que iria se reunir com a equipe econômica nesta semana para discutir os gastos do Orçamento em 2025.

O movimento é acompanhado com atenção pelo mercado financeiro, porque o presidente tem sido uma fonte de resistência a fazer o ajuste fiscal pelo lado das despesas.

A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores com o compromisso do governo Lula de garantir o equilíbrio das contas públicas.

O risco de mudança das regras do arcabouço fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 7 de junho, com representantes de instituições financeiras.

Após a reunião, rumores sobre uma possível mudança no arcabouço fiscal passaram a circular, o que levou à disparada do dólar diante do temor sobre a situação fiscal do Brasil e enfraquecimento de Haddad.

A rejeição pelo Congresso da MP (medida provisória) restringindo o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores e municípios elevou a preocupação. A leitura é de que há um esgotamento da agenda de Haddad de ajuste fiscal pelo lado de aumento de arrecadação

A medida foi preparada pela equipe de Haddad e Lula, após reunião com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, que deu sinal verde para a retirada do texto. O gesto foi visto como mais uma derrota para Haddad.

Os sinais de enfraquecimento de Haddad geraram mais instabilidade no mercado, o que levou o presidente Lula a defender o seu ministro da Fazenda e a falar em discutir gastos, o que não tinha feito até agora.

Em reação à pressão, Haddad disse que levaria ao presidente um cardápio de medidas de corte de despesas. Para acalmar o mercado, afirmou que faria uma revisão ampla, geral e irrestrita.

A avaliação de integrantes do Planalto é de que Haddad está ampliando seu desgaste também dentro do governo. Eles citam como exemplo a medida provisória, cujo teor surpreendeu integrantes do primeiro escalão, como o ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

Além disso, o anúncio de que sua equipe estuda limitar o crescimento real dos pisos de Saúde e Educação a 2,5% gerou resistência no Planalto, nos ministérios e até mesmo na cúpula do PT.

Auxiliares palacianos dizem que o ministro da Fazenda tem adotado postura de fazer balões de ensaio antes de discutir as propostas dentro do governo. Isso, diz um deles, seria uma forma de pressionar o próprio Planalto a aderi-las.

Folha de São Paulo

PL do Aborto: Câmara avalia “meio-termo” para projeto

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Uma solução para o PL do Aborto será um dos temas discutidos na reunião do colégio de líderes da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (18).

A proposta, como foi apresentada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), não tem apoio junto aos líderes partidários, que defendem uma alteração do conteúdo. A oposição bolsonarista, porém, resiste a mudanças no texto.

Um dos caminhos é aumentar a pena para condenados por estupro. E avaliar uma maneira de criar regras mais rígidas ao procedimento de assistolia fetal.

Um ponto que tem quase consenso de que deve ser retirado, por exemplo, é equiparar o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem defendido uma solução de meio-termo. E deixado claro que, sem consenso com a esquerda, a proposta não será pautada.

A assistolia fetal é um procedimento médico que consiste na injeção de substâncias no feto, que levam o coração a parar de bater, antes da interrupção da gravidez.

Ela é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a realização abortos em que a idade gestacional passa de 20 semanas.

Uma das ideias defendidas por líderes partidários é a realização de audiências com médicos e especialistas. O objetivo seria amadurecer o debate em busca de uma solução.

Lira tem sinalizado que espera uma solução dos líderes partidários antes de indicar uma relatora para a proposta.

A favorita hoje é a líder da frente parlamentar feminina, Benedita da Silva (PT-RJ).

A âncora da CNN Tainá Falcão informou que o PL não irá pressionar Lira e aceita discutir o tema. No entanto, a sigla de direita resiste a modificar a proposta.

CNN

PF inclui nome de presidente do Solidariedade na difusão vermelha da Interpol

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A Polícia Federal incluiu o nome do presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Jr., na difusão vermelha da Interpol, a lista que reúne foragidos da Justiça em várias nações.

O político é considerado foragido da Justiça brasileira após não ter sido localizado pelos agentes federais em operação deflagrada nesta quarta-feira (12).

Eurípedes é alvo de mandado de prisão em investigação sobre o desvio de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral do PROS, legenda incorporada pelo Solidariedade, nas eleições de 2022.

A ação, batizada de Fundo do Poço, prendeu seis pessoas e apreendeu cerca de R$ 26 mil em espécie e um helicóptero comprado pelo partido com verba pública.

Foram expedidos sete mandados de prisão, 45 de busca e apreensão e outros de bloqueio e indisponibilidade de bens pela Justiça Eleitoral no Distrito Federal.

Folha de São Paulo

Evento de Gilmar em Lisboa tem 3 ministros do STF confirmados, 3 sem definição e 5 recusas

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Ao menos três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) participarão no fim de junho do 12º Fórum Jurídico de Lisboa, evento que costuma reunir integrantes dos três Poderes em Portugal e que levou a corte a antecipar uma sessão.

Todos os integrantes do Supremo foram convidados, mas cinco deles afirmaram que não participarão em razão de outros compromissos. Outros três ainda não confirmaram se vão participar.

Um dos organizadores do fórum é o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), que tem o ministro Gilmar Mendes como sócio e o seu filho como dirigente.

Além de Gilmar, confirmaram a participação no evento o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Cristiano Zanin. Há previsão de participarem também os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, mas não houve confirmação oficial da presença deles.

Os ministros que afirmaram que não irão são Edson Fachin, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

No evento do ano passado, estiveram presentes Gilmar, Barroso, Zanin e Mendonça. Dino também esteve presente, mas ainda como ministro da Justiça do governo Lula (PT).

O Fórum Jurídico de Lisboa está programado para acontecer nos dias 26, 27 e 28 de junho. Logo depois, em julho, o Judiciário entra em recesso.

Devido ao evento, na última semana de junho, a sessão da quinta-feira (dia 27) do Supremo foi antecipada para a terça (25).

Também organizam o fórum a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e a FGV (Fundação Getulio Vargas).

No ano passado, a reunião de uma série de políticos, advogados, empresários e candidatos a cargos no Executivo e no Judiciário em Lisboa fez o evento ficar conhecido como Gilmarpalooza, em referência ao festival Lollapalooza.

Até esta quinta-feira (13), ainda não havia sido divulgada a lista oficial de participantes no site oficial do evento.

Neste ano, o fórum acontecerá em meio a discussões a respeito de viagens internacionais de magistrados de cortes superiores.

Em abril, um evento fechado em Londres, patrocinado por empresas com ações nos tribunais, reuniu ministros do Supremo, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do governo Lula.

Segundo a página, o fórum neste ano terá como tema os “Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais”.

Segundo o texto, serão reunidos “acadêmicos, gestores, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil organizada, do Brasil e da Europa” na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para “para dialogar sobre como a globalização tem impactado as relações entre Estados, instituições, empresas e povos”.

“O Fórum ocorre anualmente com o intuito de debater questões que desafiam o Estado contemporâneo”, diz o site.

“Em sua décima segunda edição, será abordado um panorama sobre como a globalização tem sido fomentada ou desestimulada em alguns campos, os motivos para isso e os impactos no Brasil e na Europa.”

No ano passado, a participação de autoridades de diversos órgãos e de seus auxiliares no fórum custou no mínimo R$ 1 milhão em passagens aéreas com dinheiro público, segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo.

A reportagem também localizou gastos de no mínimo R$ 490 mil em diárias.

Além de ministros do Judiciário e do governo federal, estiveram presentes em 2023 os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os governadores do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Nem todos os viajantes bancados com dinheiro público palestraram no fórum. Parte deles foi apenas acompanhar outros políticos e autoridades, assistir às mesas e confraternizar nos eventos paralelos de brasileiros em Portugal.

Na ocasião, autoridades aproveitaram para fazer agendas políticas e viajar a países próximos para outros compromissos.

Em 2021, a Folha de S.Paulo também mostrou que haviam sido gastos ao menos R$ 500 mil no evento com passagens e diárias de autoridades.

Governo alterou dados da Previdência para reduzir projeção de despesa em R$ 12 bi

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 O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou dados da Previdência Social para reduzir a projeção de despesas com benefícios em cerca de R$ 12 bilhões, segundo documentos obtidos pela reportagem.

A estimativa menor, incorporada ao relatório de avaliação do Orçamento do 2º bimestre, ajudou o Executivo a desfazer o bloqueio de R$ 2,9 bilhões realizado em março e honrar o acordo para liberar mais R$ 3,6 bilhões em emendas parlamentares.

Sem a contenção nos números da Previdência, o cenário mais provável seria a imposição de uma trava ainda maior sobre despesas discricionárias, como custeio e investimentos, segundo dois técnicos do governo ouvidos sob reserva.

A mudança de última hora está registrada em notas técnicas do INSS, disponibilizadas pelo órgão após pedido feito com base na LAI (Lei de Acesso à Informação).

Em 15 de maio, a coordenação de Orçamento e Finanças do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estimou que a despesa com benefícios alcançará R$ 912,3 bilhões neste ano. A conta considera o ritmo de execução dos gastos até abril de 2024 e um crescimento vegetativo de 0,64% ao mês, dada a redução das filas de espera.

Quatro dias depois, a Dirben (Diretoria de Benefícios) e a assessoria da Presidência do INSS emitiram outra nota técnica sugerindo o uso de uma taxa de crescimento vegetativo de 0,17%, equivalente a um quarto da anterior.

A recomendação resultou em uma nova estimativa de despesa com benefícios, emitida em 20 de maio, dois dias antes da divulgação do relatório. O valor ficou em R$ 902,7 bilhões, dos quais ainda foram descontados outros R$ 9,05 bilhões em economias esperadas com medidas de produtividade e revisão de benefícios.

A mudança de parâmetro também impactou a projeção de gastos com a compensação previdenciária, um acerto de contas feito com estados e municípios quando um antigo segurado do INSS se aposenta pelos regimes próprios desses entes.

Antes estimada em R$ 10,2 bilhões, a despesa com a compensação previdenciária caiu a R$ 7,96 bilhões.

Os efeitos, somados, evitaram um aumento de R$ 11,84 bilhões nos cálculos de despesas com a Previdência Social.

Procurado, o INSS disse que a definição dos parâmetros “observa um fluxo processual de informações entre áreas, que consideram aspectos diferentes”. Enquanto a área orçamentária considera o histórico executado, a Dirben incorpora impactos de ações de gestão na análise dos dados de concessão e suas respectivas tendências.

Na nota técnica de 19 de maio, a Diretoria de Benefícios argumentou que os dados de concessão do primeiro quadrimestre foram impulsionados pelo programa de enfrentamento à fila.

“Destacamos que tais meses apresentam desafios operacionais: janeiro é um mês que a produtividade é reduzida de forma significativa em decorrência de férias das equipes; fevereiro possui o menor número de dias úteis do ano, com feriados prolongados; março assim como abril representam recuperação da capacidade produtiva, ultrapassando médias pois estamos em um cenário de vigência do PEFPS (Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social)”, diz o documento.

Propor um crescimento vegetativo de 0,64% ao mês com base nesse período seria inapropriado, segundo a nota, porque o programa de enfrentamento à fila vale até 13 de agosto 2024 (com possibilidade de prorrogação até novembro de 2024) e haveria uma tendência de acomodação no segundo semestre.

“Desta forma, o crescimento vegetativo é afetado pelo número de benefícios concedidos, que é sazonal, sendo plausível a utilização do mesmo valor que usamos na Projeção Orçamentária das Despesas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS): 2,09% de crescimento ao ano”, afirma o documento.

A taxa seria compatível com um crescimento vegetativo de 0,17% ao mês —parâmetro incorporado às estimativas oficiais.

A mudança afetou tanto as projeções orçamentárias, que sinalizam o valor do crédito a ser autorizado pelo Congresso para pagar a despesa, quanto as financeiras, que representam o que vai efetivamente sair do caixa do governo neste ano e sensibilizam as regras fiscais perseguidas pelo governo.

Há uma diferença estrutural entre esses dois números porque uma parcela pequena dos benefícios de dezembro são pagos apenas no mês de janeiro. Mas o impacto da mudança no parâmetro é semelhante.

A estimativa inicial do governo era de uma despesa financeira de até R$ 909,6 bilhões, considerando a possibilidade de a taxa de crescimento vegetativo alcançar 3,65% no acumulado do ano —quase o dobro da que foi contabilizada pelo INSS.

Mesmo com a economia de R$ 9,05 bilhões com as revisões, o gasto da Previdência ainda ficaria em R$ 900,1 bilhões. No entanto, o valor efetivamente incorporado foi de R$ 889,5 bilhões.

No Comprev, a estimativa financeira inicial era de R$ 9,5 bilhões, mas só R$ 7,7 bilhões foram contabilizados no relatório.

Um técnico crítico à mudança dos parâmetros afirma que os números da Previdência precisarão ser “consertados” ao longo do ano.

Só nos primeiros quatro meses, foram concedidos 2 milhões de novos benefícios, um crescimento de 40,9% em relação a igual período de 2023. Ainda que a desaceleração no segundo semestre se concretize, a expansão deve se manter significativa. Além disso, nem todos os benefícios concedidos são temporários como o auxílio-doença.

Outro técnico do governo afirma que a adoção de um parâmetro menor não representa manobra para subestimar despesas e argumenta que algumas projeções são excessivamente conservadoras.

Para essa ala, incorporar uma “gordura para não correr riscos” nem sempre é justificável. Há também otimismo desse grupo com os resultados das revisões de benefícios em curso, o que pode abrir caminho para um ajuste gradual, se necessário.

A economista Vilma Pinto, da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado, avalia que há, sim, algum grau de subestimação nos números da Previdência.

O órgão prevê um gasto total de R$ 929,5 bilhões neste ano, valor que contempla não só os benefícios e a compensação previdenciária, mas também as sentenças judiciais da área. Neste recorte mais amplo, a estimativa do governo está em R$ 917,8 bilhões. A diferença beira os R$ 12 bilhões.

Segundo Pinto, a projeção da IFI leva em consideração a evolução recente dos benefícios emitidos (com crescimento em torno de 3,3%), o valor do salário mínimo e a inflação.

“Levamos em conta alguma possível economia que leve a uma desaceleração dessa taxa de crescimento, mas em nenhum cenário seria possível chegar a um crescimento vegetativo de 0,17%, pelas nossas contas. Diante disso, eu acho que pode haver, sim, algum grau de subestimação nos números da Previdência”, afirma a economista.

Ela chama a atenção para o fato de que o governo já precisou reconhecer parte da pressão, uma vez que a projeção total de R$ 917,8 bilhões é maior que os R$ 908,7 bilhões previstos originalmente no Orçamento aprovado pelo Congresso.

Folha de São Paulo

Trump ganha recepção calorosa de congressistas republicanos ao retornar a Washington

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu uma calorosa recepção dos congressistas republicanos nesta quinta-feira (13) ao retornar a Washington após sua histórica condenação penal em Nova York por ocultar pagamentos para comprar o silêncio de uma ex-atriz pornô.

O candidato republicano, que está empatado nas pesquisas com o presidente democrata Joe Biden para as eleições de novembro, agradeceu aos congressistas que antecipadamente cantaram “parabéns pra você” em um clube privado perto do Capitólio. O magnata completará 78 anos nesta sexta-feira.

Este foi o primeiro encontro de Trump com congressistas no Capitólio desde que deixou a Casa Branca em 2021 e sua primeira viagem a Washington desde que foi considerado culpado por 34 crimes graves de falsificação de documentos contábeis no mês passado em Nova York.

De acordo com meios de comunicação americanos que citaram pessoas presentes ao encontro, Trump chamou a atenção dos republicanos que votaram para destituí-lo em um processo político após o ataque de 2021 ao Capitólio. Ele também atacou o Departamento de Justiça, chamando seus integrantes de “bastardos sujos e maus”.

“Ótima reunião com congressistas republicanos. Muitos assuntos foram discutidos, tudo positivo, ótimos números nas pesquisas!”, publicou Trump em sua rede, Truth Social.

O republicano, que planeja falar com senadores e líderes empresariais ainda nesta quinta-feira, atribuiu a si mesmo o mérito de encerrar em 2022 à proteção federal ao acesso ao aborto pela Suprema Corte e criticou a política externa de Biden.

Desde sua condenação, os republicanos têm se unido em torno de Trump, que enfrenta mais de 50 acusações criminais, e muitos congressistas têm criticado o sistema judicial que, segundo eles, é tendencioso contra os conservadores.

O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, acusou os democratas de estarem por trás dos dois casos criminais federais e dos dois estaduais contra Trump.

“Ele arrecadou 53 milhões de dólares [R$ 286 milhões] nas primeiras 24 horas após o veredicto nesse julgamento terrível e falso em Manhattan. E acho que isso mostra que as pessoas entendem o que está acontecendo aqui”, disse Johnson a repórteres após a reunião.

Os membros do partido na Câmara dos Deputados enfrentam uma batalha árdua para defender sua maioria na Câmara baixa nas eleições de novembro e também estão confiantes em tirar a estreita maioria dos democratas no Senado.

Vários senadores de centro afirmaram que não iriam comparecer à reunião, mas o líder da minoria, Mitch McConnell, que não falava com Trump desde que o repreendeu no plenário do Senado pela insurreição de 2021, disse que estaria presente.

– “É uma fraude” –

Trump foi processado pelo Congresso por supostamente incitar o ataque cometido por milhares de seus apoiadores que invadiram o Capitólio com a intenção de impedir a transferência pacífica do poder para Biden, que derrotou seu antecessor por mais de sete milhões de votos.

O republicano enfrenta processos judiciais federais e estaduais por seu suposto papel em uma conspiração para anular sua derrota, que resultou na insurreição.

“As pessoas estão vendo isso… É uma ameaça ao nosso sistema judicial e querem retaliar”, disse Johnson. “De muitas maneiras, o presidente Trump se tornou um símbolo desse impulso contra a corrupção, o Estado profundo, o uso do sistema judicial como uma arma, e isso é muito encorajador”, acrescentou.

Até agora, os republicanos, com uma maioria muito apertada na Câmara dos Deputados, fracassaram em seus esforços para destituir Biden: uma investigação por corrupção não encontrou evidências de irregularidades contra o democrata e o Congresso não conseguiu deter os processos criminais contra Trump.

O ex-presidente também pretende apresentar, em uma reunião do grupo Washington Business Roundtable, seus argumentos a favor de um maior envolvimento dos empresários, caso vença as eleições.

Por sua vez, a equipe de campanha de Biden aproveitou para emitir um comunicado contra Trump, no qual compara as perdas maciças de empregos do republicano durante a pandemia com a recuperação econômica sob o mandato do democrata.

“Donald Trump não poderia administrar nem mesmo uma barraca de limonada, muito menos nosso país. Ele é uma fraude, um sem-vergonha e um empresário e presidente fracassado que deixou os Estados Unidos na ruína econômica”, disse um porta-voz.

IstoÉ

Filipe Martins apresenta recibos de iFood, bilhete aéreo e comprovante bancário para reverter prisão

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Crítico da operação Lava Jato, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem recorrido a um instrumento jurídico que se popularizou durante o auge da operação e foi alvo de contestações pelos integrantes da Suprema Corte: as extensas prisões preventivas. Um dos casos que se arrasta no tribunal, sem a formalização de denúncia, é a prisão de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da Presidência da República. Preso há quatro meses, Martins é acusado de integrar um “núcleo jurídico” que fundamentaria um golpe de Estado.

Em delação, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, disse que Martins foi o responsável por entregar a Bolsonaro uma “minuta do golpe”, que previa a prisão de autoridades e a convocação de nova eleição presidencial. O caso colocou o ex-assessor entre os alvos da PF. Ele nega que tenha tido envolvimento com o documento.

Ao pedir a prisão preventiva de Martins, em fevereiro, a PF argumentou que o nome de Martins estava na lista de passageiros que viajaram a Orlando a bordo do avião presidencial em 30 dezembro de 2022. Desde então, a defesa do ex-assessor busca reverter a prisão sob a alegação de que a “ilusória viagem imaginada pela Polícia Federal” não ocorreu.

Para isso, a defesa de Martins, representada pelos advogados Ricardo Scheiffer e Sebastião Coelho, tem apresentado uma série de provas no decorrer do processo que, segundo eles, seriam suficientes para provar que o ex-assessor de Bolsonaro não deixou o País como apontado pela PF. Entre os documentos apresentados estão uma lista de passageiros do voo citado, obtida via Lei de Acesso à Informação com Gabinete de Segurança Institucional em 2023, recibos de iFood, comprovantes de movimentações bancárias e um comprovante de viagem doméstica que Martins teria feito no dia seguinte ao dia que os investigadores alegam que ele teria viajado aos Estados Unidos.

As passagens aéreas da Latam de Brasília para Curitiba do dia 31 de dezembro foram anexadas ao processo para argumentar que Martins permaneceu no Brasil. O ex-assessor teria ido para Ponta Grossa (PR), onde ficou na casa do sogro, lugar em que foi preso.

Moraes pediu para a companhia aérea Latam e a concessionária que administra o aeroporto de Brasília que informem se ele viajou aos Estados Unidos e que apresentem imagens da segurança.

Comprovantes da passagem e do despacho da bagagem de Filipe Martins entregues por sua defesa à PF Foto: Reprodução / Estadão© Fornecido por Estadão

Conforme mostrou o Estadão, investigadores localizaram, no banco de dados do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Department of Homeland Security, em inglês), um registro da entrada do assessor em território americano, no dia 30 de dezembro de 2022, com passaporte comum.

Processo contra juízes da ‘Lava Jato’ chega ao STF, para ser detalhado

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta quarta-feira, o relatório do corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, ao indicar suspeita de crimes de peculato, corrupção e prevaricação por parte de magistrados e procuradores envolvidos na ‘Operação Lava Jato.

O documento chega, agora, à Procuradoria-Geral da República (PGR); à Polícia Federal (PF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do resultado de uma inspeção conduzida pelo CNJ na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e no Tribunal Regional Federal da IV Região (TRF-IV), responsáveis pelos processos da ‘Lava Jato’ na primeira e na segunda instâncias, respectivamente.

Segundo o Conselho, a investigação identificou condutas que indicam “um agir destituído do zelo que se exige dos magistrados na condução de ações judiciais, mais especificamente, as que tiveram como escopo a destinação de valores oriundos de colaborações e acordos de leniência para a Petrobras”.

Dinheiro

O CNJ decidiu abrir processos disciplinares contra quatro magistrados da ‘Operação Lava Jato’. São eles: Gabriela Hardt, ex-substituta de Sergio Moro na 13ª Vara; Danilo Pereira Júnior, atual titular da 13ª Vara; Thompson Flores, desembargador do Tribunal Regional Federal da IV Região; e Loraci Flores de Lima, desembargador do TRF-IV.

Por maioria, o CNJ acompanhou o voto de Salomão. No caso de Hardt, ele afirmou que haver “um conjunto de atos comissivos e omissivos singulares que são efetiva e essencialmente anômalos, sendo que tais ações da reclamada, de uma maneira ou outra, culminaram na efetiva destinação do dinheiro para fins privados“.

Correio do Brasil