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Goiânia: contratos milionários investigados tiveram aumento mais de 1.000%, diz polícia

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Algumas das licitações com as empresas já investigadas em outros anos devido a irregularidades sofreram aumento de 1.400% a partir de 2022, ano em que o ex-secretário da Secretaria de Administração e atual secretário da Seinfra, Denes Pereira, assumiu as pasta; essas informações foram divulgadas em coletiva na manhã desta quinta-feira, 21

A operação deflagrada pela Polícia Civil (PC) nesta quarta-feira, 20, que investiga o desvio de R$ 50 milhões na Prefeitura de Goiânia por meio de fraudes em licitações, começou após a corporação receber uma notícia crime a respeito das irregularidades na Amma, Comurg, Seinfra e Semad. A investigação, iniciada em maio de 2023, se intensificou depois que a polícia identificou a falta de informações relacionadas aos contratos no portal da transparência do município.

A prática criminosa, segundo o delegado Francisco Lipari, teria ocorrido na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma). Além das pastas, os fornecedores Comercial J. Teodoro Ltda (Ferragista Oliveira), Gyn Comercial e Atacadista Ltda (Comercial Gyn) e Sobrado Materiais para Construção (Comercial Garavelo) são investigados pelos desvios nos contratos que somam R$ 125 milhões.

Presidente diz que Comurg desconhece as próprias dívidas | O Popular
presidente da Comurg, Alisson Borges

Algumas das licitações com as empresas, já investigadas em outros anos devido a irregularidades, sofreram aumento de 1.400% a partir de 2022, ano em que o ex-secretário da Secretaria de Administração e atual secretário da Seinfra, Denes Pereira, assumiu as pasta. Ele, que é um dos principais alvos da investigação, apontado como articulador do salto nos valores pagos, foi afastado das funções ainda nesta quarta por determinação do Prefeito Rogério Cruz.Alisson Borges presidente da Comurg renuncia cargo, após megaoperação -  Notícias Diárias de Goiás

O presidente da Amma, Luan Alves, e o presidente da Comurg, Alisson Borges, também foram alvo da operação. Luan, por exemplo, teve R$ 50 mil em espécie apreendidos, além de armas analisadas pela polícia. O armamento, porém, continha registro. Alisson, por outro lado, teve R$ 451 mil em espécie recolhidos pelos policiais.

Computadores, celulares, aparelhos de armazenamento e documentos também foram apreendidos e devem passar por perícia. A PC chegou a pedir a prisão dos investigados, mas a ação não foi acatada pela juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores. O grupo é investigado por corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, fraude contratual, modificação de contratos e organização criminosa.

“Os valores apreendidos vão passar por perícia para conseguirmos identificar a origem destes valores. Não houve prisão em flagrante e nenhum dos investigados foram ouvidos ainda. Cada um atual dentro do âmbito das suas atribuições funcionais nestes órgãos da prefeitura. Os pregoeiros conduziam as licitações, os fiscais atuavam na execução desses contratos e os gestores das pastas atuavam assinando os contratos que, em tese, identificamos as irregularidades”, explicou Francisco Lipari.

Modus operandi 

As empresas, a fim de ganhar as licitações, ofereciam preços muito abaixo do praticado no mercado, segundo o delegado. Desta forma, elas eliminavam a concorrência e, posteriormente, cobravam acréscimos volumosos que eram aceitos pelas pastas. O investigador disse que a análise do material apreendido e dos contratos será fundamental para identificar as irregularidades apontadas.

“Nestes contratos, pelo menos tínhamos que ter, notas fiscais emitidas pelas empresas, o comprovante de recebimento e os pagamentos. A medida cautelar de afastamento de sigilo bancário e fiscal irá corroborar toda essa conclusão a respeito da fraude na execução dos contratos”.

Depois da repercussão negativa, a Prefeitura de Goiânia suspendeu contratos com empresas alvo da operação, interrompendo quaisquer fornecimentos/prestação de serviços e pagamentos. A determinação do Rogério Cruz foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira.

“Considerando a deflagração de operação investigativa, visando uma apuração mais aprofundada e detalhada dos fatos postos e, ainda, para a preservação do patrimônio público, determino a suspensão dos contratos firmados”, determinou o prefeito no despacho.

Irregularidades

A polícia apontou dois núcleos, empresarial e de agentes públicos, na suposta organização criminosa. Havia um revezamento entre as empresas na oferta de lances na disputa dos lotes licitados, utilizando mecanismo conhecido como “mergulho de preço” para vencerem as concorrência com ofertas de “lances inexequíveis que nem sequer cobririam o valor de custo do objeto licitado”.

As investigações também indicam que, em uma das licitações, de fornecimento de emulsão asfáltica, as empresas vencedoras não possuíam autorização na Agência Nacional de Petróleo (ANP) para comercialização do produto. Em alguns casos, há também suspeita de entrega parcial dos produtos, aquém do definido nos contratos.

Segundo a PC, a Comercial Gyn, que vende material elétrico, tinha quatro contratos com a Prefeitura que totalizavam R$ 9,4 milhões. Depois da entrada de Denes, houve acréscimo de oito, saltando para mais R$ 72,1 milhões (662% de diferença). Já a J. Teodoro, de ferragens, possuía cinco contratos e três aditivos com valores de R$ 5,1 milhões e passou a ter mais treze, além de um aditivo, que somam dez vezes mais (53,5 milhões). No caso da Sobrado, o aumento foi de R$ 1,08 milhão para R$ 16,3 milhões, chegando a 1.405%.

Em nota, a Prefeitura de Goiânia afirmou que colabora com as investigações e contribuiu com o acesso dos policiais aos locais de busca. Disse ainda que está reunindo informações sobre o objeto das investigações para “prestar todos os esclarecimentos com transparência”.

Polícia flagra armas e dinheiro na casa de Luan Alves, presidente da Amma

Luan Alves
Luan Alves é presidente da Amma. Foto: divulgação

Desdobramentos

Computadores, celulares, aparelhos de armazenamento, documentos e dinheiro foram apreendidos e devem passar por perícia. Inicialmente, a polícia chegou a recolher duas armas que supostamente estavam sem registro na casa de Luan. Depois, o presidente da Agência de Meio Ambiente conseguiu reunir toda a documentação comprovando a legalidade das dez armas encontradas em sua residência.

Jornal Opção

Lula é ‘um gerente muito ruim’ de sua coalizão de poder, diz cientista político Carlos Pereira

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O segundo ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa marcado por reveses para o presidente. Apesar do desempenho acima do esperado da economia, o petista vê sua popularidade cair nas pesquisas de opinião e sofre derrotas no Congresso, como a eleição de nomes da oposição para a presidência de comissões estratégicas na Câmara dos Deputados.

Seria um sinal de fracasso do presidencialismo de coalizão, modelo político em que a governabilidade é garantida através da distribuição de cargos e verbas aos diferentes partidos?

Carlos Pereira, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que não.

“O presidencialismo de coalizão está mais firme do que nunca. O problema é que o presidente Lula é um mau gerente de coalizão. Ele montou uma coalizão grande demais – tem 16 partidos, é uma coalizão gigante, muito difícil de coordenar”, diz Pereira, em entrevista à BBC News Brasil.

Para o analista, a queda de popularidade de Lula se deve principalmente à inflação resiliente, que é impactada pela política fiscal frouxa adotada pelo governo. A boa notícia é que ainda dá tempo de mudar, diz Pereira.

“Ainda é cedo. Início do segundo ano de mandato, o governo ainda tem tempo para recuperar. Mas ele não dá sinais críveis de que irá implementar uma política responsável do ponto de vista fiscal e orçamentário. Pelo contrário, o governo tem sinalizado que a saída para aumentar sua popularidade é aumentar gasto”, critica.

Em meio ao avanço das investigações sobre suposta tentativa de golpe conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o cientista político tem sido uma das poucas vozes a defender reiteradamente que não houve chance real de ruptura ou mesmo fragilização da democracia no governo Bolsonaro.

“Minha interpretação é de que os generais se recusaram [a embarcar no golpe] porque os custos políticos, institucionais e reputacionais, para qualquer um que pudesse enveredar em uma tentativa de ataque à democracia, são impagáveis”, afirma.

“No momento em que esses generais peitam Bolsonaro, eles não o fazem apenas motivados pelas suas preferências individuais ou pelo seu heroísmo individual, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange.”

Pereira discute este e outros temas no livro Por que a democracia brasileira não morreu?, escrito em coautoria com Marcus André Melo, e que deverá ser lançado pela Companhia das Letras em maio.

Para o cientista político, o cenário que se coloca para as eleições municipais com Lula com a popularidade em queda e Bolsonaro pressionado pela Justiça é de oportunidade.

“Bolsonaro, com os custos políticos de uma eventual condenação judicial, possivelmente vai perder capital político. E Lula vai perder esse antagonismo, que também o beneficia”, afirma.

“Com um dos polos se tornando carta fora do baralho e o outro fragilizado, é uma oportunidade para os partidos e os candidatos tentarem outras agendas e não essa agenda nacional polarizada.”

Confira os principais trechos da entrevista.

BBC News Brasil – O senhor tem defendido que não houve chance real de ruptura no governo Bolsonaro, devido à resiliência das instituições brasileiras. À luz dos depoimentos dos comandantes das Forças Armadas que revelaram que o ex-presidente chegou a conduzir reuniões para discutir documentos com teor golpista, o senhor ainda avalia que a democracia do país não correu risco?

Carlos Pereira – Sim. Acredito que os depoimentos confirmam exatamente o que eu venho defendendo.

BBC News Brasil – Por quê?

Pereira – Porque existem duas avaliações nisso. Quanto a esse general e esse tenente-brigadeiro [os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior] que foram os que deram depoimentos e que, de certa forma, se opuseram à ideia golpista de Bolsonaro, uma interpretação é percebê-los como heróis.

O próprio presidente Lula disse isso na reunião ministerial [realizada na segunda-feira, 18/3]. Ele faz uma análise individual, como se o Brasil tivesse escapado do risco porque esses generais se recusaram a embarcar no golpe.

Já a minha interpretação é de que esses generais se recusaram porque os custos políticos, institucionais e reputacionais para qualquer um que pudesse enveredar em uma tentativa de ataque à democracia são impagáveis.

'Generais se recusam a embarcar no golpe e peitam Bolsonaro, não motivados por preferências individuais ou heroísmo, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange', diz cientista política da FGV
‘Generais se recusam a embarcar no golpe e peitam Bolsonaro, não motivados por preferências individuais ou heroísmo, mas porque estão inseridos em um contexto institucional que os constrange’, diz cientista política da FGV © Reuters

A sociedade brasileira é uma sociedade muito sofisticada, que tem múltiplos interesses, mas que tem a democracia como um valor de agregação importante e revela essa agregação em vários momentos.

BBC News Brasil – Quais momentos, por exemplo?

Pereira – Por exemplo, quando o governo Bolsonaro se recusou a compartilhar os dados de contaminação e mortes na pandemia, ocorreu um movimento espontâneo de competidores no mercado de mídia – Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1, Extra e UOL – todos eles montarem um consórcio de imprensa em que eles se responsabilizaram por pesquisar dados sobre contaminação e morte das pessoas na pandemia.

Isso mostra uma capacidade absurda, mesmo de competidores, de abrir mão da sua competição diante de um bem coletivo maior.

Outro exemplo importante foi quando Bolsonaro chamou aquela fatídica reunião com os embaixadores contra a urna eletrônica e organizou uma parada militar em Brasília no dia da votação [na Câmara dos Deputados da proposta de emenda constitucional] do voto impresso.

A sociedade deu uma resposta fortíssima, com mobilizações puxadas pelo departamento de Direito da USP, em que mais de 1 milhão de pessoas assinaram a carta em defesa da democracia, mostrando que uma diversidade enorme de pessoas que pensam diferente, que têm ideologias diferentes, que têm preferências políticas e partidárias diferentes, se agregaram em torno da democracia.

BBC News Brasil – E quanto às instituições?

Pereira – Você tem o multipartidarismo, que torna muito difícil para um populista, seja ele de esquerda ou de direita, fazer valer sua preferência de forma autoritária. Ele vai ter que convencer muita gente, porque são muitos partidos, com vários pontos de veto em potencial.

Temos o federalismo, constituições estaduais, judiciários estaduais, governadores.

Quer dizer, é um gama tão grande de atores que um populista tem que convencer em torno de um projeto autoritário, que esse projeto não tem chance de vingar.

Então, no momento que esses generais se recusam e peitam Bolsonaro, eles não o fazem apenas motivados pelas suas preferências individuais ou pelo seu heroísmo individual, mas porque eles estão inseridos em um contexto institucional que os constrange e que restringe o leque de opções que esses caras teriam para atuar fora do campo democrático.

Então o golpe fracassou porque esse conjunto complexo de instituições da sociedade impõe custos muito altos – custos impagáveis – para quem decide trilhar um caminho dessa natureza.

BBC News Brasil – O senhor citou a questão do multipartidarismo e como é difícil para um populista fazer valer suas preferências nesse cenário. Isso leva à minha próxima pergunta: por que o presidencialismo de coalizão parece não ter sido capaz de moderar Bolsonaro, já que ele aparentemente cogitou a possibilidade de golpe até o fim do governo?

Pereira – Eu acredito que moderou sim. Veja, Bolsonaro foi eleito negando a própria política. Ele fez uma associação direta entre o presidencialismo de coalizão e a corrupção do PT no passado.

Com poucos meses de governo, em que ele não tinha maioria [no Congresso], não tinha coalizão, ele saiu de seu próprio partido [então o PSL] e governou por quase um ano e meio sem qualquer partido.

Nesse momento, Bolsonaro era muito perigoso, porque ele estava negando as instituições e surfando de forma não institucional.

Mas veio a pandemia e uma série de pedidos de impeachment começaram a chegar na mesa do presidente da Câmara – ainda um presidente da Câmara hostil a Bolsonaro, que era Rodrigo Maia [então do DEM-RJ] na época. E Bolsonaro saiu desesperado tentando construir uma coalizão.

No momento em que Bolsonaro faz uma coalizão com o Centrão, ele se domestica, ele perde esse discurso antipolítica, e ele começa a fazer política.

Entretanto, todo bom populista não pode abrir mão na sua totalidade do discurso que o faz viável eleitoralmente.

Então ele foi nesse fio da navalha até o final de seu governo, namorando com o perigo, mas com as instituições o tempo inteiro dando limites para ele.

Por exemplo, o governo Bolsonaro foi o governo que mais enfrentou derrotas sucessivas no Judiciário e derrotas sucessivas no Legislativo.

Isso significa que as instituições estavam muito atentas e muito vigilantes, a despeito de ele ficar namorando com o perigo não institucional o tempo inteiro, enquanto também jogava o jogo institucional o tempo inteiro.

Foi esse jogo duplo que Bolsonaro jogou a partir do momento em que procurou o Centrão em 2020.

BBC News Brasil – Falando então de derrotas do governo, mas agora puxando para o governo atual. O governo petista tem enfrentado sucessivas derrotas no Congresso, sendo a mais recente a vitória da oposição para o comando de comissões estratégicas, como CCJ [Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania] e Educação. Na sua visão, ainda faz sentido falar em presidencialismo de coalizão na conjuntura atual ou isso parou de funcionar?

Pereira – O presidencialismo de coalizão está mais firme do que nunca. O problema é que o presidente Lula é um mau gerente de coalizão. Ele montou uma coalizão grande demais – tem 16 partidos na sua coalizão, é uma coalizão gigante, muito difícil de coordenar.

E ele chamou 16 partidos muito heterogêneos, completamente diferentes um do outro, com preferências ideológicas e políticas muito díspares.

Há desde a extrema esquerda, como Psol, PCdoB, até partidos de direita, como União Brasil, PSD, como partidos de centro, como o MDB.

Então o presidente Lula enfrenta altíssimos custos de coordenação. Além disso, o governo Lula também não compartilha poder e recursos com os parceiros, levando em consideração o peso proporcional de cada um deles no Congresso.

Por exemplo, dos 37 ministérios do governo Lula atual, o PT tem 22 ministérios.

Então se coloque na posição do União Brasil, que tem mais ou menos o mesmo número de cadeiras do PT no Congresso, e tem três ministério. Por que que ele vai ser disciplinado na coalizão, se não está sendo recompensado?

Isso obviamente vai criar animosidades entre os parceiros, vai criar ressentimentos. E esses parceiros vão se posicionar estrategicamente a cada votação.

Quando o presidente sinaliza que precisa muito aprovar alguma coisa, esse é o momento por excelência de um parceiro que está sendo sub recompensado de tentar equilibrar o jogo.

Então o problema não é do presidencialismo de coalizão, o problema é do gerente. O problema é que o gerente é muito ruim.

‘Problema não é do presidencialismo de coalizão, o problema é do gerente, que é muito ruim’, diz Pereira, sobre Lula© Lula Marques/Agência Brasil

BBC News Brasil – Como o senhor avalia o cenário atual do governo Lula? Esse momento de perda de popularidade do presidente, que realizou até essa reunião ministerial na última segunda-feira.

Pereira – Nos meus estudos, a popularidade impacta muito pouco sobre a taxa de sucesso do presidente no Congresso, bem como sobre o custo de governabilidade. A popularidade não é a variável mais importante. Entretanto, ela é fundamental para a relação do presidente com a sociedade.

Então é um momento em que o governo sinaliza vulnerabilidade. Em que, de certa forma, a política econômica do governo está em xeque, porque, em última instância, a população está reagindo à inflação de alimentos. Acho que esse é o ponto-chave.

Normalmente, a popularidade tem duas variáveis-chaves: a inflação e o desemprego. O eleitor brasileiro é avesso à inflação. E o governo Lula tem tido políticas frouxas do ponto de vista fiscal, e isso tem gerado déficits crescentes, que têm um impacto inflacionário.

Então é uma escolha também do presidente namorar com o perigo.

Ainda é muito cedo. Início do segundo ano [de mandato], o governo ainda tem tempo para recuperar. Mas ele não dá sinais críveis de que irá implementar uma política responsável do ponto de vista fiscal e orçamentário. Pelo contrário, o governo tem sinalizado que a saída para aumentar sua popularidade é aumentar gasto.

Então essa é uma lição de casa que o PT e o governo Lula não aprenderam. Porque eles já viveram isso no passado e eles continuam se comportando do mesmo jeito, acreditando que o Estado tem um papel importante na economia. E essa postura mais frouxa em relação ao controle das contas públicas tem um preço.

Cedo ou tarde, [a conta] vai chegar. A grande oportunidade do governo Lula é que tenha chegado cedo. Então dá tempo para o governo fazer ajustes no sentido de sinalizar mas crivelmente compromissos com o equilíbrio macroeconômico.

BBC News Brasil – E como essa questão da popularidade em queda pesa sobre as relações entre Executivo e Legislativo?

Pereira – Eu interpreto isso muito mais com uma restrição do que com um impeditivo. Então vai dificultar, vai criar mais um barulho, mas não vai impedir o presidente de desenvolver uma relação boa com o Legislativo, se ele fizer as escolhas certas de como se relacionar com seus parceiros.

O problema é que, como o presidente Lula não sinaliza nenhuma reforma ministerial que pudesse acomodar melhor os seus parceiros, e cortar na própria carne, no próprio PT, esses problemas vão estar presentes sempre no governo.

Vai ter momentos em que o governo vai conseguir aprovar mais, gastando mais, e vai ter momentos que vai aprovar menos.

O custo de governabilidade vai ser diretamente proporcional à necessidade que o governo terá de aprovar essa ou aquela matéria.

Quanto mais o governo sinalizar que precisa muito que o legislador vote com ele, mais o Legislativo vai se posicionar de forma estratégica, inflacionando o custo do voto dele.

BBC News Brasil – E que cenário Lula com popularidade em queda e Bolsonaro pressionado pelas investigações sobre a tentativa de golpe colocam para as eleições municipais desse ano?

Pereira – Estamos com um cenário muito polarizado. Tem algumas pessoas até defendendo a ideia de que essa polarização está calcificada.

Mas um cenário em que Bolsonaro muito provavelmente vai enfrentar punições judiciais daqui a algum tempo, e com Lula perdendo conexões eleitorais, é uma oportunidade para os partidos que não estão diretamente vinculados a esses dois polos e para que o eleitorado busque alternativas.

Então talvez seja uma oportunidade boa para diminuir essa polarização entre Lula e Bolsonaro.

Porque Bolsonaro, com os custos políticos de uma eventual condenação judicial, possivelmente vai perder capital político. E Lula vai perder esse antagonismo, que também o beneficia, porque ele também nutre essa polarização.

E quanto mais o jogo é polarizado, mais difícil é para uma alternativa aos polos se tornar competitiva.

Com um dos polos se tornando carta fora do baralho e o outro fragilizado, é uma oportunidade para os partidos e os candidatos tentarem outras agendas e não essa agenda nacional polarizada.

É uma oportunidade para os outros partidos se livrarem desse karma, se livrarem desses pesos. Porque, se por um lado Lula e Bolsonaro são um ativo, uma ferramenta, são ferramentas muito pesadas. A esquerda já teve chance de se livrar de Lula no passado e não conseguiu.

Está se aproximando uma oportunidade para a direita se livrar de Bolsonaro e buscar outros candidatos melhores, mais comprometidos com a democracia, com as instituições, então pode ser uma chance, pode ser uma oportunidade.

Ainda é muito cedo para dizer, mas talvez abra-se essa janela para que os partidos considerem outras estratégias, ao ancorar suas candidaturas a prefeito em 2024 em outros temas e outras alternativas.

BBC

Professora salva ex-marido do suicídio, mas é morta por ele dias depois

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Um homem, identificado pelas iniciais G.F.R, foi preso em flagrante na noite da última segunda-feira, 18, após esfaquear sua ex-companheira e seu ex-sogro na frente dos filhos na cidade de Toledo, no interior do Paraná. A mulher, Gabrielle de Lima Rodrigues, de 34 anos, foi uma das vítimas.

Mulher salva ex-marido de suicídio, mas acaba morta na frente dos filhos
Além da mulher, o ex-marido dela matou o ex-sogro no mesmo dia | Bnews – Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Dias antes do trágico episódio em que foi morta pelo ex-marido na frente dos filhos, a professora Gabrielle de Lima Rodrigues, de 34 anos, impediu que o suspeito cometesse suicídio, conforme afirmou o delegado de Polícia Civil de Toledo, no Paraná, Alexandre Macorin, nesta terça-feira (19).

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar do Paraná, um vizinho acionou os agentes militares por volta das 22h30, após ouvir uma criança pedindo socorro desesperadamente, relatando que o pai estava agredindo a mãe e que iria matá-la. O vizinho tentou intervir, entrando na casa, onde deparou-se com o corpo do pai de Gabrielle, identificado pelas iniciais V.J.R, caído no chão, enquanto o suspeito atacava a mulher com uma faca. O homem relatou que segurou o agressor para impedi-lo, mas ele conseguiu fugir.

Segundo o relato da PM, o vizinho levou as crianças que estavam na casa para sua residência e acionou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram os corpos e ouviram gemidos vindos do fundo da casa. Após entrar, a equipe avistou o suspeito com uma faca cravada no peito. “Ao se comunicar com ele, o suspeito retirou a faca do peito e a jogou ao solo, sendo recolhida com segurança pela equipe policial”, conforme o registro policial.

Depois disso, o homem foi preso em flagrante depois dos crimes em nova tentativa de suicídio com a faca usada para matar a ex-companheira e o ex-sogro. Os policiais o encontraram dentro de uma porta da casa que estava trancada, com a faca no pescoço. Ele foi levado ao Hospital Bom Jesus, em Toledo, onde o atual estado de saúde é estável.

O Conselho Tutelar foi informado e o local do crime isolado. Foi constatado que Gabrielle possuía uma medida protetiva contra o suspeito G.F.R. O homem foi encaminhado para a 20ª Subdivisão Policial (SDP) de Toledo.

O falecimento de Gabrielle de Lima Rodrigues foi lamentado pela Secretaria Municipal de Educação de Toledo, onde ela trabalhava como professora na Escola Municipal Ecológica Professor Ari Arcassio Gossler. A pasta classificou o ocorrido como um caso de feminicídio.

NOTÍCIAS AO MINUTO

Prefeitura de Goiânia abre mais 200 vagas para cursos de qualificação com início imediato

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A Prefeitura de Goiânia disponibiliza, nesta semana, mais 200 vagas para cursos de qualificação profissional gratuitos para pessoas com idade acima de 16 anos. Além do certificado de conclusão, são disponibilizados lanche, vale-transporte, uniforme e material didático aos alunos. O projeto é realizado pelo Sine Municipal, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec).

Aulas começarão já nesta quarta (20/3) para cursos de Pacote Office (básico, intermediário e avançado), administração de pessoal, beleza e estética, operador de faturamento, organizador de eventos, atendente e estoquista

As inscrições podem ser realizadas no aplicativo Prefeitura 24 Horas ou na sede do Sine Municipal de Goiânia, localizada na Rua 1, 147, Setor Central, das 8h às 17h, nesta terça-feira (19/3) e quarta-feira (20/3) até o preenchimento de todas as vagas. A confirmação da inscrição será emitida no momento da matrícula.

Ao todo, serão dez turmas com 20 alunos cada para os cursos de Pacote Office (básico, intermediário e avançado), administração de pessoal, beleza e estética, operador de faturamento, organizador de eventos, atendente e estoquista, que serão realizados pela manhã, tarde e noite. As aulas serão ministradas de 20 de março a 30 de abril, totalizando uma carga horária de 120 horas para a maioria dos cursos, com exceção dos cursos de organizador de eventos, que terá 110 horas, e atendente e estoquista com 80 horas.

As aulas serão realizadas no Instituto Goiano de Pesquisas e Didática Profissional (IGPDP), localizado na Avenida T-7, número 371, no Edifício Lourenço Office, no Setor Oeste.Prefeitura de Goiânia abrirá mais de 3 mil vagas em cursos de qualificação

Secretário Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa, Geverson Abel destaca que os cursos fazem parte de um esforço da Prefeitura de Goiânia para levar qualificação profissional a um número cada vez maior de pessoas. “Estamos disponibilizando mais de três mil vagas em cursos de qualificação, agora com turmas no Mutirão de Goiânia e, em breve, novas parcerias para que sejam feitas mais inscrições e divulgados nossos projetos de empregabilidade e de incentivo ao empreendedorismo”, comenta.Prefeitura de Goiânia abre 160 vagas em seis cursos gratuitos de qualificação  profissional para jovens aprendizes - Agência Fatos e Fotos Notícias

Confira detalhes dos cursos com inscrições abertas:

Pacote Office Básico (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Manhã (8h às 12h)
20 vagas

Pacote Office Intermediário (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Tarde (14h às 18h)
20 vagas

Pacote Office Avançado (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Noite (18h às 22h)
20 vagas

Beleza e Estética (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Manhã (8h às 12h)
20 vagas

Beleza e Estética (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Tarde (14h às 18h)
20 vagas

Administração de pessoal (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Manhã (8h às 12h)
20 vagas

Operador de faturamento (120 horas)
20 de março a 30 de abril
Tarde (14h às 18h)
20 vagas

Organizador de eventos (110 horas)
20 de março a 25 de abril
Noite (18h às 22h)
20 vagas

Atendente (80 horas)
20 de março a 16 de abril
Manhã (8h às 12h)
20 vagas

Estoquista (80 horas)
20 de março a 16 de abril
Noite (18h às 22h)
20 vagas

Novos médicos começam atender na rede municipal de saúde de Goiânia

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Para garantir o ingresso de novos médicos, a Prefeitura assinou contratos de Pessoa Jurídica com sete empresas para fornecimento de serviços médicos na rede de atenção à saúde. Medida foi alternativa encontrada após vários processos seletivos sem o preenchimento das vagas oferecidas

Depois que a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), formalizou Contrato de Pessoa Jurídica com sete empresas para fornecimento de serviços médicos na rede de atenção à saúde, novos médicos já começaram a atender. A medida foi uma alternativa encontrada pela Prefeitura após vários processos seletivos sem o preenchimento das vagas oferecidas.

“Não dava mais para ver as unidades de saúde lotadas e pessoas aguardando atendimento por horas. Tínhamos que fazer algo e esse modelo de contratação foi o mais eficaz que encontramos para mudar essa triste realidade. Sabemos que vivemos uma situação um pouco diferente com grande demanda de pacientes com suspeita de dengue e outras viroses, portanto, a busca por atendimento nas unidades de saúde vai continuar, mas agora o paciente terá a garantia de um atendimento mais rápido e, claro, sem perder a qualidade. É um momento de muita felicidade para todos nós”, ressalta o prefeito Rogério.

O secretário de Saúde, Wilson Pollara, reforça a questão da qualidade dos atendimentos. “As empresas terão que cumprir metas de atendimento de qualidade e serão avaliadas a cada trimestre. Caso haja algo errado, serão advertidas, podendo até mesmo serem descredenciadas. Portanto, não vamos só contratar e entregar o serviço para que elas executem, mas vamos cobrar pelo bom desempenho”, afirma.

Um dos compromissos assumidos pelas empresas é fazer a imediata substituição do profissional que, por algum motivo, não puder comparecer ao local de trabalho, garantindo, assim, o atendimento de quem buscar as unidades de saúde. “Não vamos ter mais aquele sufoco de ter quatro, cinco médicos escalados e somente dois comparecerem e precisarem se desdobrar para atender todas as pessoas que aguardam atendimento”, avalia Pollara.

Inicialmente, as empresas irão apenas complementar os déficits de médicos nas unidades de saúde, tanto da urgência quanto da Atenção Primária, respeitando a característica de cada uma. Para o médico que já trabalha na unidade, possui produtividade e tem interesse em manter o contrato vigente com o município, nada mudará. Mas, caso deseje, poderá migrar para a nova forma de contratação.

Para os médicos, por exemplo, vai haver melhoria salarial. Atualmente, o clínico geral contratado para atuar nas unidades de urgência como pessoa física recebe R$ 1,4 mil por plantão de 12 horas e paga 27% de imposto de renda. Pelo novo modelo de contratação, ele passa a receber R$ 1, 68 mil e pagará 15% de imposto de renda.

Goiânia recebe 1º Festival Mixer Musical com shows gratuitos

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Evento acontece a partir desta terça-feira (19/3) até sexta-feira (22/3), a partir das 19h, na Rua 52, Jardim Goiás. Programação prevê DJs e bandas que prometem divertir público com estrutura coberta, palco, banheiros e segurança garantida

Programação prevê DJs e bandas que prometem divertir público com estrutura coberta, palco, banheiros e segurança garantida

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), promove, a partir desta terça-feira (19/3) até sexta-feira (22/3), o 1º Festival Mixer Musical. A programação, com quatro dias de evento, prevê shows gratuitos com DJs e bandas de diversos gêneros musicais na Rua 52, atrás do Memorial Iris Rezende Machado (Casa de Vidro), Jardim Goiás, com estrutura coberta, palco, banheiros e segurança garantida.

“É um evento inédito no calendário cultural da nossa Goiânia. Teremos uma semana inteira de muita música. É a primeira vez que vamos fazer um evento na parte externa do local, aberto ao público de forma gratuita. Seguimos na proposta de descentralizar nossas ações e fazer eventos pelos quatro cantos de Goiânia, com acesso para todos, para todas as idades e gostos”, convida o secretário de Cultura, Zander Fábio.

Confira a programação

Valter Mustafé

19/3 – Terça-feira – a partir das 19h
Show: Banda Wormz e Adonis e Banda

20/3 – Quarta-feira – a partir das 19h
Show: Valter Mustafé, Sanoeth – a confirmar

21/3 – Quinta-feira – a partir das 19h
Show: Dj Lu Santos, Dj Ferreto e Dj João

22/3 – Sexta-feira – a partir das 19h
Show: Dj Leonardo Giordani e Banda SnakePit – Cover Metallica

Serviço

1º Festival Mixer Music
Datas: 19, 20, 21 e 22 de março
Horário: A partir das 19h
Local: Rua 52 – Casa de Vidro – Jd. Goiás – atrás do Memorial Iris Rezende Machado

Em audiência com Netanyahu, Caiado diz que fala de Lula sobre conflito em Gaza “foi infeliz”

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Governador foi recebido pelo primeiro-ministro de Israel no terceiro dia de agendas oficiais no país

Ronaldo Caiado foi recebido, nesta terça-feira (19/3), pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma audiência que abordou a guerra contra o Hamas e também a relação do país com o Brasil. O goiano esclareceu ao líder israelense que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de comparar a situação da Faixa de Gaza ao Holocausto, não representa o pensamento dos brasileiros. “Deixamos claro que foi uma fala infeliz”, esclareceu.

“Vocês são bons amigos de Israel, e estou muito contente em tê-los aqui”, disse Netanyahu a Caiado e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O encontro, que durou cerca de uma hora, foi realizado a portas fechadas na sede oficial do governo israelense, em Jerusalém. Depois da audiência, Caiado explicou, em vídeo, que o primeiro-ministro agradeceu a presença da comitiva brasileira e “deixou claro a sua amizade pelo Brasil”.

Netanyahu deu detalhes sobre o ataque sofrido por Israel, em 7 de outubro do ano passado, que resultou na morte de 1,2 mil pessoas e o sequestro de outras centenas. “A barbárie que fizeram é algo inimaginável”, pontuou Caiado. Sobre o conflito, que já dura mais de cinco meses, o governador explicou que a meta de Israel é libertar “todos os que foram sequestrados para que possa, aí sim, ter o momento de pacificação”. Pelo menos 134 pessoas seguem reféns do Hamas, entre elas, um brasileiro.

Caiado disse, ainda, que o primeiro-ministro israelense está convicto do triunfo sobre o grupo terrorista que se articulou para matar judeus. Na audiência, Netanyahu lamentou a morte de tantos civis e relatou a estratégia do Hamas de usar as pessoas sequestradas, e a sua própria população, como escudos humanos na Faixa de Gaza.

Mais compromissos

Caiado cumpre, nesta terça-feira (19), o terceiro dia de agenda em Israel. Pela manhã, se encontrou com o presidente Isaac Herzog. O anfitrião agradeceu o apoio e a “demonstração de solidariedade”. “Amamos o povo brasileiro, e sabemos que ele nos ama também. Juntos, temos de construir a base para um mundo melhor”, declarou o líder israelense ao explicar que o país está empenhado em se defender. “Não estamos atacando o povo palestino. Estamos numa guerra contra o Hamas. Somos uma nação que ama a paz.”

Caiado declarou que o ódio cultuado contra judeus é preocupante, e que Israel tem tentado “conduzir o território à paz”. Sobre o atentado sofrido em 7 de outubro, contou ao presidente que o Governo de Goiás homenageou as vítimas com a recente inauguração do parque “Am Israel Chai”, em Goiânia. “Instalamos o primeiro memorial [fora de Israel], com 1,2 mil árvores plantadas”.

Na sequência, a comitiva brasileira esteve no Yad Vashem, que é o Museu do Holocausto localizado em Jerusalém. Ali, Caiado deixou uma coroa de flores em homenagem às vítimas do nazismo. Durante a visita, o governador ainda teve um momento de reflexão no Hall da Memória, ambiente do museu onde está instalada a Chama Eterna, que nunca apaga. Ela é o símbolo de que os seis milhões de judeus mortos jamais serão esquecidos.

“É muito forte, não é fácil. Você sai de lá até ansioso com tudo que assiste. São cenas pesadíssimas. Eles deram conta de reproduzir a maneira com que os judeus foram tratados na Segunda Guerra e também fizeram uma réplica dos campos de concentração. Foram mais de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”, contou Caiado.

A missão internacional segue até quinta-feira (21/03) com visitas a indústrias aeroespaciais; a startups das áreas de mobilidade e acessibilidade; e aos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. O governador goiano também deve se encontrar com parentes dos reféns do Hamas e com uma comunidade brasileira na cidade de Ra’anana.

O HOJE

Professora de MT é condenada a 14 anos de prisão pelo 8 de janeiro

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A professora Maria do Carmo da Silva, moradora de Tangará da Serra (MT), foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão pela participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Maria do Carmo foi presa em flagrante naquele dentro do Palácio do Planalto.

Ela e centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após invadirem prédios públicos pedindo intervenção militar contra o governo, então recém-empossado, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Maria do Carmo foi condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Venceu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.

A pena foi fixada em 14 anos, sendo sendo 12 anos e seis meses de reclusão, e um ano e seis meses de detenção, além de 100 dias-multa, cada dia multa no valor de um terço do salário mínimo. A professora foi condenada também a pagar de maneira solidária com os demais condenados uma indenização de R$ 30 milhões pelos danos ao patrimônio público.

No dia 8 de janeiro de 2023, golpistas depredaram prédios públicos em Brasília, em ato antidemocrático. Foto: Reprodução

Moraes foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luiz Fux. Também acompanharam com ressalvas os ministros Cristiano Zanin e Edson Fachin.

Zanin avaliou que a pena deveria ser de 11 anos, sendo 10 anos e seis meses de reclusão, e seis meses de detenção. E Fachin votou para condenar em 11 (onze) anos, sendo 10 (dez) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 6 (seis) meses de detenção, além de 20 (vinte) dias-multa, calculados à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época do fato.

O ministro Luís Roberto Barroso deu voto divergente, rejeitando a acusação de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, por considerar que não é possível a condenação por esse crime ao mesmo tempo em que há condenação por Golpe de Estado.

Já André Mendonça e Nunes Marques votaram para absolver Maria do Carmo das acusações.

Voto de Moraes

Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes destacou que Maria do Carmo estava acampada em frente ao Quartel-General do Exército (QGEx), em Brasília, desde o início de novembro de 2022, logo depois que Lula venceu a eleição contra Bolsonaro.

“A ré, portanto reconheceu que veio do Mato Grosso diretamente para a manifestação golpista que se instalou em frente o QGEx., tendo invadido a Praça dos Três Poderes e ingressado ilicitamente no Palácio do Planalto, plenamente irmanada aos propósitos criminosos da horda”, escreveu o ministro.

“Está comprovado, pelo teor dos seus interrogatórios policial e judicial, que MARIA DO CARMO DA SILVA integrava grupo do QGEx. que buscava, em claro atentado à Democracia e ao Estado de Direito, a realização de um golpe de Estado com decretação de “INTERVENÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS” e, como participante e integrante da caravanas que estavam no acampamento do QGEx. naquele fim de semana invadiu os prédios públicos na Praça dos Três Poderes, com emprego de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando o impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, tudo para depor o governo legitimamente eleito, com uso de violência e por meio da depredação do patrimônio público e ocupação dos edifícios-sede do Três Poderes da República”, seguiu.

Para o relator, “o tempo de permanência da ré em situação de acampada e de manifestante também evidencia a prática criminosa, a indicar que estava plenamente irmanada aos propósitos criminosos da horda”.

Outra Condenação de professora que luta contra o câncer

8 de janeiro: Idosa de 71 anos foi condenada a 14 anos de prisão pelo STF |  Folha Destra
professora Gisele do Rocio Bejes

A professora Gisele do Rocio Bejes, de Palmeira, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com pena de 14 anos por envolvimento nos atos golpistas e de depredação de prédios públicos em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. A condenação se deu no último dia 8, ao ser encerrada a sessão do plenário virtual do STF. Além de Gisele, mais 14 réus na ação também foram condenados na mesma sessão.

A pena imposta pelo STF à professora de Palmeira, totalizando 14 anos, está distribuída em 12 anos e seis meses de reclusão e um ano e seis meses de detenção, além de 100 dias-multa, cada dia-multa no valor de um terço do salário mínimo, totalizando aproximadamente R$ 47 mil.

Gisele e os outros 14 réus foram sentenciados pela prática dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Cinco deles tiveram as penas fixadas em 17 anos de prisão e os outros 10 foram sentenciados a 14 anos de prisão.

A condenação também abrange o pagamento de indenização por danos morais coletivos, no valor mínimo de R$ 30 milhões. Esse valor será quitado de forma solidária por todos os condenados, independentemente da pena.

A professora de Palmeira foi presa em flagrante, no dia da manifestação antidemocrática, junto com outros participantes, ainda no cenário das depredações aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Ela ficou em prisão preventiva por cerca de quatro meses no Presídio da Colmeia, em Brasília.

Intenção de derrubar governo

A maioria do plenário do STF acompanhou o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, no sentido de que, ao pedir intervenção militar, o grupo do qual eles faziam parte tinha intenção de derrubar o governo democraticamente eleito em 2022. Ele observou que, conforme argumentado pela Procuradoria Geral da República (PGR), trata-se de um crime de autoria coletiva (execução multitudinária) em que, a partir de uma ação conjunta, todos contribuíram para o resultado.

Defesas

As defesas alegaram, entre outros pontos, que as condutas dos réus não foram individualizadas, que os atos não teriam eficácia para concretizar o crime de golpe de Estado, que eles pretendiam participar de um ato pacífico e que o contexto não seria de crime multitudinário.

Entretanto, o relator constatou que, entre as muitas provas apresentadas pela PGR, algumas são explícitas, produzidas pelos próprios envolvidos, como mensagens, fotos e vídeos publicados nas redes sociais. Há também registros internos de câmeras do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF e provas com base em vestígios de DNA encontrados nesses locais, além de depoimentos de testemunhas. O entendimento foi seguido pela maioria do colegiado.

Com a condenação de mais esses 15 réus, as acusações apresentadas pela PGR já resultaram num total de 131 condenações de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Fontes: FMCRUZEIRO / MIDIA.JUR

Caiado pede desculpas a presidente de Israel por “fala infeliz” de Lula sobre conflito no Oriente Médio

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No mês passado, chefe do Executivo afirmou que cenário enfrentado pelo povo palestino em Gaza era equivalente ao vivido pelos judeus durante o Holocausto

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se encontraram nesta terça-feira (19) com o presidente de Israel, Isaac Herzog. O compromisso faz parte da agenda que os líderes cumprem no país do Oriente Médio, a convite do governo local e de entidades civis.

Nas redes sociais, Caiado afirmou ter conversado com o presidente israelense sobre os impactos do conflito entre Israel e Hamas e aproveitou a ocasião para pedir desculpas pela fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou a situação na Faixa de Gaza ao Holocausto.

No mês passado, Lula disse que o cenário enfrentado pelo povo palestino na Faixa de Gaza era equivalente ao que o ditador nazista Adolf Hitler decidiu fazer quando promoveu o extermínio em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Nossa agenda do dia em Israel começou com uma visita ao presidente do país. Conversamos sobre os impactos do conflito, o rastro de destruição deixado e reforçamos a importância do diálogo e da promoção da paz”, escreveu o governador goiano.

“Fiz questão também de levar o meu pedido de desculpas a todos os israelenses por uma fala infeliz do presidente da República comparando a guerra ao Holocausto. Saibam que serão sempre bem-vindos ao nosso estado”, acrescentou Caiado.

Já o governador paulista declarou nas redes ter discutido possibilidades de cooperação com Israel na agricultura, inovação, tecnologia e segurança pública.

“Agradeci pessoalmente o trabalho e suporte da comunidade judaica em São Paulo, que atendeu ao nosso chamado sempre que precisamos, a exemplo do apoio recebido na tragédia de São Sebastião”, expressou Tarcísio.

“Externei a minha solidariedade ao povo de Israel e sinceros votos de sucesso nas negociações para trazer de volta os reféns para suas casas, além da nossa torcida para que seja pavimentado um caminho para a paz”, concluiu o chefe do Executivo paulista.

Tarcísio encontra Netanyahu em Israel e defende liberação de reféns

Tarcísio viajou a Israel nesta semana a convite de Netanyahu em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel após declaração de Lula

Ronaldo Caiado, Benjamin Netanyahu e Tarcísio de Freitas - Metrópoles

No Instagram, Tarcísio divulgou uma imagem ao lado de Herzog, mas sem mencionar o nome de Netanyahu. Foi o premiê quem convidou Tarcísio e o governador goiano Ronaldo Caiado (União) a visitar Israel durante esta semana, em meio à crise diplomática com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Externei a minha solidariedade ao povo de Israel e sinceros votos de sucesso nas negociações para trazer de volta os reféns para suas casas, além da nossa torcida para que seja pavimentado um caminho para a paz”, escreveu Tarcísio.

CNN

Fala de Barroso pró-aborto causa intervenção na PUC-Rio

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Uma fala do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, ao defender a legalização do aborto dentro da Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) causou uma crise interna na respeitada e decana instituição.

Ao saber do caso, o Cardeal Dom Orani Tempesta reagiu e decidiu intervir na universidade, criando um conselho de religiosos e um empresário que vai apoiar a gestão do atual reitor.

A alegação é de que a medida visa contribuir “no discernimento das decisões a serem tomadas dentro da governança própria da Universidade”. O documento que vazou foi criticado numa nota oficial do reitor no último domingo.

Na palestra há duas semanas, o ministro Barroso defendeu uma grande campanha nacional para a descriminalização do aborto para que o assunto polêmico seja analisado pelo STF “assim que possível”.

Fala de Barroso pró-aborto causa intervenção na PUC-Rio

IstoÉ