O programa Brilha Goiânia já modernizou mais de 65 mil pontos de iluminação pública e trabalha, atualmente, na instalação de cerca de 28 mil novas luminárias na Região Oeste. A iniciativa da Prefeitura de Goiânia, por meio da Parceria Público-Privada (PPP) que é considerada o maior investimento já realizado na capital, deve beneficiar diretamente mais de 700 mil moradores após a conclusão desta etapa.
“Estamos dando uma nova cara à nossa capital, que está mais bonita, limpa, organizada e segura para todos. O Brilha Goiânia é exemplo de como investir em tecnologia e eficiência, trazendo benefícios reais para a população”, afirma o prefeito, ao detalhar que a Parceria Público-Privada (PPP) já passou pelas regiões Central, Noroeste, Norte, Leste e Oeste.
A próxima etapa contemplará os bairros da Região Sul. A substituição das lâmpadas convencionais por LED proporciona uma redução de até 65% no consumo de energia elétrica, o que deve gerar uma economia superior a R$ 40 milhões por ano aos cofres públicos. As novas luminárias garantem luminosidade super branca, pelo menos 30% maior (até 216 lúmens por watt) do que as lâmpadas tradicionais, além de vida útil de mais de 10 anos de operação contínua.
O programa também visa implantar centenas de pontos de iluminação de destaque na capital em parques, praças, prédios públicos, viadutos e elevados, entre outros. O contrato também prevê a instalação de central de administração da rede de iluminação que vai monitorar remotamente (via internet) todos os pontos de iluminação. “O programa vai além da iluminação, vamos modernizar a cidade e deixar ela mais tecnológica”, conclui o prefeito.
A plataforma Rumble apresentou, na madrugada desta segunda-feira (14), uma petição à Justiça dos Estados Unidos após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar o bloqueio da conta do comentarista Rodrigo Constantino na rede social. Em entrevista à CNN, o advogado da Rumble, Martin De Luca, alegou que o perfil não apresentava conteúdo irregular ou incitação à violência.
Segundo o representante, o perfil continha apenas três vídeos musicais e algumas críticas ao governo brasileiro e ao STF, sem apresentar ameaças ou ações iminentes. O último conteúdo publicado por Constantino, segundo o advogado da Rumble, é datado de dezembro de 2023.
A decisão judicial de Moraes exige a preservação do conteúdo e divulgação dos dados do usuário sob pena de multas diárias de R$ 100 mil (o equivalente a US$ 20 mil).
Advogado aponta retaliação
Martin De Luca sugere que a ordem judicial pode estar relacionada à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos importados do Brasil.
A defesa da plataforma enfatizou ainda que a determinação judicial emitida por Moraes, na noite de sexta-feira (11), não segue os protocolos estabelecidos pelo Tratado de Assistência Mútua Bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos.
Um jovem, de 20 anos, foi internado após comer um “bolinho de mandioca“, preparado e enviado pela própria tia, que pode ter sido envenenado. O caso ocorreu na sexta-feira (11), em São Bernardo do Campo, cidade do ABC Paulista.
Após passar mal com a ingestão do alimento, o homem foi levado à uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e deu entrada no local com sintomas de intoxicação. A suspeita é de que foi utilizado “chumbinho” na receita.
Segundo a Secretaria de Saúde, o jovem segue internado em leito de terapia intensiva, em estado grave, porém estável, com suporte ventilatório e vigilância neurológica. Além disso, o órgão afirmou que “o paciente evoluiu com necessidade de realização de hemodiálise e são aguardados resultados de exames que identifiquem o que ocasionou esse quadro.”
Segundo familiares do jovem, todos os membros da família comeram os “bolinhos”, mas só ele passou mal. Os pais dele também afirmam que não tem um bom relacionamento com a tia do garoto. Eles disseram que essa foi a primeira vez que a mulher enviou comida para casa dos familiares.
Em depoimento à polícia, a tia do jovem negou ter adicionado veneno nos bolinhos e afirmou que “os ingeriu com sua família e seus animais de estimação e que ninguém passou mal.”
Foram feitas diligências na casa do garoto e na residência da tia. Nos locais, a perícia coletou amostras da massa dos “bolinhos” e também de alimentos. Também foi solicitado um exame toxicológico da vítima. A Polícia aguarda os resultados das solicitações.
A Embraer vendeu 45 jatos modelo E195-E2 para a companhia aérea da Dinamarca, Scandinavian Airlines (SAS), em um contrato avaliado em R$ 21,8 bilhões. A operação foi anunciada em meio a um movimento do Brasil de buscar novos mercados diante das tarifas que vêm sendo anunciadas pelos Estados Unidos.
As primeiras entregas estão previstas para o final de 2027, com remessas adicionais ao longo de quatro anos. O modelo de aeronave da família E2 opera com 100% de SAF (combustível sustentável de aviação), sendo certificado para voar com mistura de até 50% deste mesmo tipo de combustível.
“O E195-E2 é uma aeronave inovadora em termos de eficiência, desempenho e conforto do passageiro. Estamos confiantes de que essas aeronaves vão desempenhar um papel crucial na estratégia de renovação e expansão da frota da SAS, apoiando seus planos de crescimento e aprimorando suas capacidades operacionais”, afirmou Arjan Meijer, CEO da Embraer para aviação comercial.
O contrato com a Scandinavian Airlines também prevê a possibilidade de compra de outras 10 aeronaves. Com a operação, a companhia aérea pretende renovar sua frota, aumentando a sua eficiência e reduzindo as emissões de gases poluentes, a partir de seu hub global em Copenhague, na Dinamarca.
“É a maior encomenda a um único fabricante desde 1996. Mesmo diante dos desafios para o comércio internacional, a Embraer segue abrindo mercados, gerando emprego e renda”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, nas redes sociais.
Com a tarifa norte-americana de 50% sobre os produtos brasileiros, o Ministério de Portos e Aeroportos informou que está elaborando soluções para minimizar os prejuízos à exportação de aeronaves produzidas pela Embraer. As aeronaves estão entre os 10 produtos brasileiros mais exportados para os EUA de janeiro a junho de 2025.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos imporão “tarifas muito severas” à Rússia em 50 dias se não houver um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia.
Sentado ao lado do secretário-geral da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, no Salão Oval, Trump disse a repórteres que está decepcionado com o presidente russo, Vladimir Putin.
Trump cogita sanções a países que compram petróleo russo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um prazo de 50 dias para um acordo sobre a guerra na Ucrânia, ameaçando impor tarifas contra a Rússia caso não haja interrupção nos combates.
“Vamos aplicar tarifas muito severas se não tivermos um acordo em 50 dias. Tarifas em torno de 100%, você as chamaria de tarifas secundárias. Você sabe o que isso significa”, comentou.
Um funcionário da Casa Branca esclareceu à CNN que, quando o presidente se referiu a “tarifas secundárias”, ele quis dizer tarifas de 100% sobre a Rússia e sanções secundárias sobre outros países que compram petróleo russo.
As declarações aconteceram durante uma reunião com o secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental, Mark Rutte, nesta segunda-feira (14).
A finalização do parecer por condenação de Bolsonaro ocorre poucos dias após o tarifaço de Trump, que anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros em resposta ao avanço das investigações do STF contra o ex-presidente. Mesmo diante da pressão internacional, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai entregar nos próximos dias o parecer no qual pede a responsabilização de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula e Geraldo Alckmin.
Segundo apuração da imprensa, o documento será enviado até segunda-feira (14) ao gabinete do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, data-limite para as alegações finais da PGR. A equipe de Gonet garantiu a interlocutores que o imbróglio diplomático com os Estados Unidos não muda o rumo do processo. “Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada”, afirmou uma fonte da cúpula da Procuradoria-Geral da República.
Nos bastidores do Supremo, cresce a expectativa de que o parecer seja duro e que a condenação de Bolsonaro inclua uma pena entre 20 e 30 anos de prisão. Para os advogados envolvidos, se réus com participação menor no 8 de janeiro já pegaram penas de até 17 anos, o ex-presidente, apontado como líder da tentativa golpista, deve enfrentar uma pena significativamente maior.
A denúncia afirma que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de subverter a ordem democrática. A apuração revela que houve reuniões no Palácio da Alvorada para discutir uma minuta golpista.
Um dos depoimentos mais impactantes, segundo a PGR, foi o do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, que confirmou as articulações e até a discussão sobre prender o ministro Moraes após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
O caso, considerado histórico pelo Supremo, será julgado pela Primeira Turma da Corte até setembro. A prisão do general Walter Braga Netto, outro réu do núcleo central do plano, acelerou os trâmites da ação penal. Moraes determinou que, mesmo durante o recesso do STF, os prazos continuem correndo, “em virtude de tratar-se de ação penal com a existência de réu preso”.
Com o tarifaço de Trump ampliando as tensões entre Brasil e Estados Unidos, e a pressão da comunidade jurídica por uma resposta firme, o julgamento da trama golpista ganha ainda mais peso político e institucional. A expectativa é que a peça assinada por Paulo Gonet reforce de forma contundente o pedido pela condenação de Bolsonaro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta quinta-feira (10) a atacar o Canadá, com uma tarifa aduaneira adicional de 35%, e criticou o país vizinho por ter retaliado com impostos. O anúncio foi feito em carta dirigida ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, semelhante às que Trump enviou desde a última segunda-feira a cerca de 20 países. Assim como nos demais casos, a tarifa se soma aos impostos aplicados a setores específicos, como os de aço, alumínio e automóveis. “Em vez de colaborar com os Estados Unidos, o Canadá tomou represálias com suas próprias tarifas. A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Canadá uma taxa de 35% sobre os produtos canadenses enviados aos Estados Unidos, à parte de todas as tarifas setoriais”, diz Trump na carta, publicada na plataforma Truth Social.
“Essas tarifas podem mudar para cima ou para baixo, a depender da nossa relação com o seu país.” Em uma mensagem na rede social X, Carney respondeu que “o governo canadense tem defendido com firmeza nossos trabalhadores e empresas” nas negociações com os Estados Unidos. “Vamos continuar fazendo isso enquanto trabalhamos até a data limite de 1º de agosto”, acrescentou. Canadá e México foram os primeiros alvos das tarifas do presidente americano desde que ele retornou ao poder, em janeiro. Trump acusou ambos os países de não combaterem adequadamente a imigração ilegal e o tráfico de fentanil, opioide responsável por uma crise de saúde grave nos Estados Unidos.
Negociação tensa
Os produtos canadenses e mexicanos foram inicialmente afetados por sobretaxas americanas de 25%, com uma tarifa mais baixa para a energia produzida no Canadá. Mas, por fim, Trump anunciou isenções para os produtos que entram nos Estados Unidos em virtude do T-MEC, que abrange uma ampla gama de bens. Desde então, Canadá e México negociam um acordo comercial com os Estados Unidos. No mês passado, Ottawa anunciou que estava abandonando seu imposto sobre os serviços digitais, que entraria em vigor em 1º de julho, após Trump suspender as conversas, por considerar a taxa “um golpe direto” nos Estados Unidos. A tensão afeta o comércio entre os dois países. A proporção de exportações canadenses para os Estados Unidos caiu para 68,3% em maio, uma das cifras mais baixas, segundo autoridades do Canadá.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu nesta sexta-feira (11) em Brasília com o encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e pediu revisão da sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump., o “Tarifaço“.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, esteve em Brasília na tarde de quinta-feira (10) para um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL. A reunião ocorreu em um restaurante no Distrito Federal e foi registrada em um vídeo que ambos publicaram nas redes sociais. O encontro acontece em um momento delicado, marcado pelas tarifas que Donald Trump impôs ao Brasil.
Na carta em que enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente norte-americano, aliado de Bolsonaro, citou o ex-presidente brasileiro, dizendo que a forma como o Brasil o tratou “é uma vergonha internacional”.
Nesta manhã, antes da curta viagem, Tarcísio expressou sua preocupação com os efeitos negativos que as medidas de Trump poderão ter sobre a economia do estado de São Paulo. Durante a entrega do primeiro trem da Linha 6-Laranja do metrô em São Paulo, ele fez um apelo ao governo de Lula para que busque uma negociação com os Estados Unidos, visando mitigar os impactos dessas tarifas. O governador também se posicionou em defesa de Bolsonaro, afirmando que ele é inocente e sugerindo que, caso seja condenado, deveria receber um indulto para ajudar a “pacificar” o país.
O Plenário da Câmara de Goiânia aprovou, em segunda votação, nesta quinta-feira (10), projeto de lei (PL 92/2025) que limita o horário de funcionamento de distribuidoras de bebidas. Segundo o texto, de autoria do vereador Sargento Novandir (MDB), os estabelecimentos deverão fechar as portas até as 23h59, podendo retomar atividades a partir das 5h. Após a meia-noite, o atendimento ao público poderá ser feito apenas por delivery.
De acordo com o parlamentar, a medida visa à redução nos índices de criminalidade e à melhoria da convivência urbana. Levantamento das forças de segurança apontou que 44% dos homicídios, na capital, ocorrem em frente a distribuidoras de bebidas.
Para o vereador, a limitação não prejudicará comerciantes, já que consumidores se adaptarão ao novo horário de funcionamento dos estabelecimentos.
O projeto segue para sanção ou veto do prefeito Sandro Mabel (União Brasil).
Um movimento no Brasil intitulado ‘Inclusão Total’ defende que estudantes com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, hoje nas escolas especializadas, sejam incluídos no ensino comum. A proposta coloca em risco o modelo escolar para pessoas com deficiência e o funcionamento das Apaes (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) no país.
Ao Jornal Opção, o procurador jurídico da Apae Goiânia e da Federação das Apaes do Estado de Goiás (Feapaes), Eduardo Vieira Mesquita, defende que a Apae é pioneira nos debates e ações de inclusão. “Nós estamos em uma luta imensa agora, toda a rede Apae, para a manutenção dos recursos e subsistência das nossas escolas. Que fique claro: a rede Apae é favorável à inclusão. Inclusive, com 70 anos de existência, da fundação da primeira Apae, foi quem sempre esteve nessa luta pela inclusão escolar e social. Bem-vindo a quem chegou agora”, disse.
Apesar de terem enfrentado problemas financeiros em 2024, Eduardo garante que as 62 Apaes de Goiás não enfrentam desmonte. Credenciadas no Conselho Estadual de Educação, as escolas especializadas estão autorizadas a ofertar educação básica na modalidade de educação especial, com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Eduardo Vieira Mesquita: “Eles acreditam que só é inclusão se todos estiverem na mesmo locus” | Foto: Reprodução
A lei não obriga todos os alunos a estarem nas escolas comuns, pelo contrário, garante atendimento especializado a quem precisa. Segundo o artigo 58 da LDB, “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições do aluno, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. Em 2008, foi criado um decreto do Executivo – que não tem força de lei – criando a política nacional de ‘Inclusão Total’.
Debate nacional de inclusão
Tramita uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), movida pela Federação Brasileira das Associações da Síndrome de Down, que questiona duas leis do estado do Paraná sobre o funcionamento das escolas especializadas, alegando que o governo investe mais dinheiro nelas do que em escolas comuns. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), julgará a ação.
“Eles acreditam que só é inclusão se tiver todo mundo no mesmo local. Só que nós defendemos que não é o locus que vai dizer se está incluído ou não. Nós temos que pensar no indivíduo e não na sala de aula somente. Essa é a discussão nacional e, a depender do julgamento do Supremo, obviamente isso vai repercutir no financiamento da rede APAE no Paraná e também da rede APAE no Brasil”, disse.
Pela própria lei, percebe-se que o debate é mais político e ideológico do que judicial, de fato. Para Eduardo, “não dá pra tratar a situação de forma reducionista e querer simplificar algo que é complexo simplesmente para dizer que está todo mundo incluído. A gente não vai compartilhar com inverdades e com radicalismos. Esse assunto não tem dono da verdade, mas nós temos que ter bom senso e compreender que todos têm o direito da educação e que ninguém vai ficar à margem do caminho”.
O que é inclusão?
O procurador jurídico aponta que a Federação de Síndrome de Down não pode representar todas as pessoas com deficiência nesse debate, já que muitos deles já integram escolas comuns. “Grande parte dos síndromes de Down já não estão mais nas Apaes, estão na escola comum, em outras atividades. Nós estamos falando de um público, por exemplo, autista nível 3, paralisia cerebral, deficiência intelectual e múltipla associada”, disse.
Para ele, a depender do grau da deficiência, os alunos não conseguem se beneficiar das atividades pedagógicas das escolas comuns e precisam de atividades especializadas, que atendam às suas necessidades. “Escola não é somente lugar de socialização, é lugar de aprendizagem. Ele precisa ter uma escola para aprender. O processo é de ensino e aprendizagem. Aí não é porque a escola não quer promover a inclusão, não é porque o professor não dá conta de ensinar, não é porque o menino não quer aprender, é porque não funciona”, disse.
Eduardo exemplifica a situação com o caso de pessoas surdas, que podem não se desenvolver tão plenamente em escolas comuns por conta do impasse da linguagem. Atualmente, eles têm direito por lei a estudar em escolas especializadas, somente com outros alunos surdos. “Se ela não consegue se comunicar, como é que ela vai aprender? E não adianta colocar intérprete, ela não conhece a Libras também. A criança surda tem que estudar com outras crianças surdas para que ela se aproprie da chamada cultura surda. A primeira língua dela não é o português, ela tem que aprender primeiro a língua de sinais, para depois ela aprender a língua portuguesa”.
“A gente está defendendo uma inclusão responsável, uma inclusão de todos, ninguém vai ficar para trás”, disse Eduardo Mesquita.
Goiânia falhou nos repasses
As Apaes viveram uma crise em 2024, quanto aos repasses municipais da saúde, que não foram entregues por cinco meses. Essas escolas atendem via Sistema Único de Saúde (SUS) e os municípios fazem os pagamentos, um repasse do Ministério da Saúde. Mesmo assim, o dinheiro não foi entregue durante cinco meses no segundo semestre, o que levou a Apae de Goiânia a solicitar um empréstimo na Caixa Econômica Federal.
Eduardo disse que a instituição nunca havia solicitado empréstimos nos seus 56 anos de funcionamento. O recurso foi liberado pelo banco depois que a própria prefeitura assinou um documento alegando que a Apae tinha crédito para receber, segundo ele.
“O município recebeu recurso, não repassou, que era só obrigação dele, se apropriou do recurso. As instituições entraram em dificuldade, tiveram que buscar recursos para não fecharem as portas e parar o atendimento, a custo de encargos altos na rede bancária. […] Na área da saúde, especialmente na capital, o problema é caótico. Agora, no atual governo do prefeito de Sandro Mabel, regularizou os repasses. O município tem repassado, mas ficou um passivo para trás”, disse ele.
Eduardo apontou que não há problemas com os repasses estaduais nas áreas educacional e assistencial, e que as especializadas têm recebido os mesmos recursos que escolas comuns – como os programas Reformar e Equipar. Ainda nesta semana, na última quarta-feira, 9, o Governo do Estado anunciou que o Bolsa Estudo (que garante R$ 111 todo mês para alunos a partir do nono ano) será estendido para as Apaes.