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Centrão apoia Tarcísio na anistia, mas mantém cargos no governo Lula

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Partidos do Centrão têm apoiado Tarcísio de Freitas (Republicanos) em conversas para tentar avançar num projeto de anistia enxergam no governador de São Paulo como um substituto natural do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No entanto, ministros das principais siglas do grupo – Republicanos, PP e União Brasil – resistem a desembarcar do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Silvio Costa Filho (Republicanos), André Fufuca (PP) e Celso Sabino (União Brasil) articulam para se manter nas respectivas pastas – Portos e Aeroportos, Esporte e Turismo.

Costa Filho disse que estará ao lado de Lula nas eleições de 2026. Fufuca afirma continuar a despachar normalmente.

Sabino procura seguir no cargo dialogando com ambos os lados e apostando na COP30, ser realizada no Pará, sua base eleitoral.

Apesar do discurso de desembarque, os partidos não pretendem abrir mão do controle de empresas públicas nem de indicações em cargos regionais.

O Planalto busca segurar parte do Centrão junto a si pelo menos até o início do ano que vem e tenta se aproveitar das divisões internas no grupo com a direita.

Uma possível anistia a Jair Bolsonaro é agora o maior ponto de discordância no Congresso Nacional.

O PL quer um texto com um perdão geral e irrestrito para livrar Bolsonaro de uma eventual condenação pelo Supremo e deixá-lo elegível para a corrida presidencial de 2026.

Parte do Centrão, porém, não vê espaço para uma anistia tão ampla e prefere bancar uma versão mais “light”, nos termos do texto que vem sendo costurado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Mesmo assim, não há consenso sobre um caminho.

Outro fator da discussão é a vontade do Centrão de ter Tarcísio de Freitas como candidato ao Planalto em 2026.

O grupo quer herdar o espólio eleitoral de Bolsonaro, e se prepara para ocupar o espaço do ex-presidente.

Uma anistia que alivie a pena de Bolsonaro, mas que o mantenha inelegível, não está descartada.

O PL nega a possibilidade de um acordo para qualquer proposta neste formato.

Na última quinta-feira (4), o líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), se reuniu com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para dizer que não abre mão de uma versão que inclua Bolsonaro entre os anistiados.

O grupo cobra um cronograma de Motta, que ainda não se compromete com datas.

Após almoço com o presidente Lula e comandantes das Forças Armadas nesta sexta (5), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, evitou falar sobre o projeto.

Além de Bolsonaro, oficiais de altas patentes estão sendo julgados pela trama golpista no STF.

“Não conheço o projeto, acho que se for discutir de uma forma construtiva e não para poder concorrer com o poder, pra fazer avaliação de força de quem manda mais, acho que essa queda de braço não serve ao país. Estamos numa hora que a gente precisa juntar todo mundo pra construir este país, né”, declarou o ministro.

CNN

EUA realizam exercícios em Porto Rico em meio a tensão com a Venezuela

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A Marinha dos Estados Unidos (EUA) realizou exercícios militares em Porto Rico na sexta-feira (5) em meio à tensão com a Venezuela. Fuzileiros navais e marinheiros dos EUA também realizam treinamento anfíbio e operações de voo no sul de Porto Rico.

Os Estados Unidos ordenaram o envio de 10 caças F-35 para um aeródromo em Porto Rico para conduzir operações contra cartéis de drogas, informaram duas fontes, em uma medida que provavelmente agravará ainda mais as tensões na região.

Os caças avançados se somarão à já intensa presença militar americana no sul do Caribe, enquanto o presidente Donald Trump cumpre a promessa de campanha de reprimir grupos que ele acusa de traficar drogas para os EUA.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta sexta-feira (5) que aeronaves militares venezuelanas serão abatidas se colocarem os americanos em uma “posição perigosa”.

A declaração foi feita após dois aviões do país latino voarem perto de um navio da Marinha dos EUA em águas internacionais na quinta-feira (4). Trump se recusou a dizer a que distância os aviões chegaram dos navios americanos.

CNN

Quase 500 imigrantes são presos em fábrica da Hyundai nos EUA

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Centenas de imigrantes sem documentos foram detidos durante uma ampla operação de imigração em uma instalação industrial da Hyundai na Geórgia na quinta-feira (4), marcando o que parece ser uma das maiores operações do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) em um único local nos 22 anos de história da agência.

Quase 500 pessoas foram detidas quando várias agências policiais chegaram ao local da Hyundai Metaplant em Ellabell, cerca de 40 quilômetros a oeste de Savannah, informaram as autoridades, no mais recente exemplo da repressão à imigração em locais de trabalho em todo o país pela administração Trump.

Segundo as autoridades, todas as 475 pessoas detidas estavam nos EUA ilegalmente, algumas tendo ultrapassado a validade de seus vistos.

No mesmo dia, a centenas de quilômetros de distância, no norte do estado de Nova York, dezenas de trabalhadores de uma fábrica familiar que produz barras nutricionais também foram detidos durante uma operação do ICE, disseram as autoridades, provocando a ira da governadora Kathy Hochul.

As operações ocorrem enquanto líderes de Chicago se preparam para uma possível mobilização da Guarda Nacional em conjunto com uma esperada operação de fiscalização de imigração na cidade.

No local da Geórgia, agentes mascarados e armados davam ordens aos trabalhadores da construção que usavam capacetes e coletes de segurança enquanto eles se alinhavam durante a operação na instalação, mostrou um vídeo obtido pela CNN.

O ICE e as Investigações de Segurança Interna foram acompanhados pela Patrulha Estadual da Geórgia, FBI, DEA, ATF e outras agências na execução de um mandado de busca como parte de uma investigação criminal em andamento sobre “alegações de práticas trabalhistas ilegais e outros crimes federais graves”, disse o Departamento de Segurança Interna em um comunicado.

“Juntos, estamos enviando uma mensagem clara e inequívoca: aqueles que exploram nossa força de trabalho, prejudicam nossa economia e violam as leis federais serão responsabilizados”, acrescentou.

A Hyundai está cooperando com as autoridades policiais e está “comprometida em cumprir todas as regulamentações trabalhistas e de imigração”, disse o porta-voz Michael Stewart.

Dezenas de detidos em operação em Nova York

Em Nova York, na manhã de quinta-feira (4), agentes federais chegaram à fábrica Nutrition Bar Confectioners em Cato e questionaram “praticamente toda a força de trabalho”, de acordo com o Rural & Migrant Ministry, cujos funcionários testemunharam a operação.

O grupo postou um vídeo em sua página no Facebook mostrando agentes da lei conduzindo pessoas para uma van identificada como “Patrulha de Fronteira”. Durante a operação, os trabalhadores foram levados para a área da cozinha da fábrica e “interrogados um por um ao longo de muitas horas”, disse o grupo na postagem.

O grupo estima que “mais de 70 funcionários” foram questionados e “quase todos” foram então presos e levados para o Centro de Detenção de Oswego nas proximidades. Um porta-voz do grupo disse à CNN que ainda estão aguardando informações das autoridades sobre exatamente quantos foram detidos.

“Estou indignada com as operações do ICE desta manhã em Cato e Fulton, onde mais de 40 adultos foram apreendidos — incluindo pais de pelo menos uma dúzia de crianças que corriam o risco de voltar da escola para uma casa vazia”, disse Hochul em um comunicado.

Hochul disse que tais operações “não tornarão Nova York mais segura” e “destruirão famílias trabalhadoras que estão simplesmente tentando construir uma vida aqui.”

O ICE confirmou à afiliada da CNN, WSTM, que realizou uma “ação de fiscalização autorizada judicialmente” em Cato. Funcionários disseram à WSTM que cerca de 60 trabalhadores foram detidos. A CNN entrou em contato com a agência para obter mais detalhes.

Mark Schmidt, proprietário da Nutrition Bar Confectioners, disse ao New York Times que todos os seus trabalhadores tinham documentação legal para trabalhar nos EUA. “Fizemos tudo o que podíamos para verificar as pessoas que contratamos”, disse ele.

Schmidt descreveu a operação do ICE como “exagerada”. Seu filho Lenny Schmidt, vice-presidente da empresa, disse ao Times que a cena era “quase teatral”, descrevendo cães policiais e veículos todo-terreno envolvidos na operação.

“Isso poderia ter sido tratado de forma muito mais humana e decente”, disse ele. “Este tipo de operação, você sente como se fosse uma apreensão de drogas ou uma situação de tráfico humano.”

CNN

Teto para Pix? Saiba para quem vale novo limite anunciado pelo BC

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Banco Central anunciou novas medidas de reforço à segurança do Sistema Financeiro Nacional nesta sexta-feira (5) em relação ao PIX. As medidas valem apenas para  algumas instituições com o intuito de evitar lavagem de dinheiro pelo crime organizado.

De acordo com a autoridade, a decisão foi tomada à luz do envolvimento do crime organizado nos recentes ataques a instituições financeiras e de pagamentos. Confira o que mudou.
Limite para TED e Pix

Às instituições de pagamento não autorizadas no sistema que se conectam a ele por meio dos chamados PSTI — Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação, que são empresas autorizada pelo BC a prestar serviços de processamento de dados — foi definido um limite de R$ 15 mil para transferências via TED e Pix.

Segundo a autoridade monetária, a limitação poderá ser removida caso a instituição e o respectivo PSTI atendam aos novos processos de segurança do governo.

O prazo de adoção são três meses: caso o interessado atestar a adoção destes controles antes disso, poderá ser dispensado da limitação.

A medida entra em vigor a partir desta sexta.

Falando neles, o Banco Central também aumentou os requisitos e controles para o credenciamento destes prestadores de serviço.

Segundo o comunicado, o capital mínimo destas empresas deverá ser de R$ 15 milhões. Os requerimentos de governança e gestão de risco também foram ampliados.

O descumprimento das regras levará à aplicação de medidas cautelares ou descredenciamento do SFN.

Os PSTI têm quatro meses para se adequarem à regra, que também entra em vigor imediatamente.

Além disso, nenhuma instituição de pagamento poderá operar sem prévia autorização do BC.

Anteriormente, o prazo para que estas instituições solicitassem autorização para funcionar pelo BC era dezembro de 2029 — agora, este prazo foi antecipado para maio de 2026.

Controles adicionais

Somente integrantes do segmento S1, S2, S3 e S4 (que não sejam cooperativas de crédito) poderão atuar como responsáveis pelo Pix de instituições de pagamento não autorizadas.

  • S1: bancos com porte maior ou igual a 10% do PIB ou com atividade internacional relevante. Bradesco, Banco do Brasil, BTG, Caixa, Itaú e Santander entram aqui;
  • S2: instituições e conglomerados com porte de 1% a 10% do PIB. XP, Citibank, Banrisul, Safra, BNDES, Votorantim são exemplos da categoria;
  • S3: instituições e conglomerados com porte de 0,1% a 1% do PIB; Banco Master, Nubank, Inter e C6 Bank entram aqui, por exemplo;
  • S4: instituições e conglomerados com porte inferior a 0,1% do PIB. É a segmentação com a maior lista de cooperativas de crédito, que não são válidas para a regra do BC.

Os contratos vigentes deverão ser adequados em até 180 dias.

Certificação obrigatória

Por fim, o Banco Central poderá pedir uma certificação técnica ou avaliação emitida por uma empresa qualificada independente que ateste o cumprimento das normas da autoridade monetária.

A vigência da medida também é imediata.

Polícia do Rio de Janeiro invade rede de tráfico de drogas e mata 8 integrantes de quadrilha

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A polícia do Rio de Janeiro libertou dois reféns, incluindo uma criança, durante uma operação realizada na quinta-feira contra uma quadrilha de traficantes, que resultou em um intenso tiroteio em um bairro de baixa renda, deixando oito membros da gangue mortos, informou a polícia.

A operação teve como alvo a organização criminosa conhecida como Terceiro Comando Puro, incluindo um traficante apelidado de “Coronel”, acusado de assassinar uma mulher em agosto, informou a polícia do Rio em comunicado.

“Durante a operação, os agentes chegaram a uma propriedade onde seis criminosos mantinham um pastor e uma criança como reféns. Os agressores resistiram e foram neutralizados”, informou a polícia. “Dois outros criminosos foram neutralizados em outro local”.

Os reféns foram libertados em segurança, informou a polícia. As autoridades também prenderam duas pessoas que tentavam tomar o controle de um ônibus, que pretendiam usar como barricada para impedir o acesso dos agentes ao bairro urbano, informou a polícia.

Além das prisões, a polícia também apreendeu quatro rifles.

O intenso tiroteio entre membros de gangues e a polícia interrompeu trens e ônibus, fechou escolas e causou cenas de terror no Rio, informou a mídia local. Dezenas de crianças em uma creche próxima foram forçadas a se deitar no chão do corredor enquanto tiros ecoavam do lado de fora, informou o jornal O Globo.

O tiroteio deixou estudantes e trabalhadores “sem saber se chegarão vivos em casa”, disse a parlamentar estadual de esquerda Renata Souza no X. “Não podemos normalizar o terror e o medo como política”.

As autoridades afirmam que a gangue intimida os moradores, expulsa rivais, ataca agentes de segurança e impõe seu domínio por meio de toques de recolher.

ABIN implementa Centro de Inteligência para acompanhar o 7 de Setembro

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Brasília (DF) 07/09/2024- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios em comemoração aos 202 anos de sua independência Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

ABIN implantará Centro de Inteligência, no dia 7 de setembro, para acompanhar as celebrações pela Independência do Brasil. O objetivo será identificar ameaças e incidentes com potencial para impactar o livre exercício de direitos fundamentais ou colocar em risco a segurança de autoridades e demais participantes.

O Centro-ABIN ficará instalado na sede da Agência, em Brasília/DF. Também haverá atuação de todas as superintendências estaduais do órgão. As unidades trabalharão no acompanhamento das celebrações em suas respectivas capitais e reportarão informações para o Centro de Inteligência. A atuação da Agência ocorre em parceria com outros órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).

Em paralelo ao Centro-ABIN, equipes da Agência integrarão a Célula Integrada de Inteligência de Segurança Pública (CIISP), da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF); e atuarão em conjunto com forças de segurança e proteção na Esplanada dos Ministérios.

Agência Brasil

Lítio perdido: um micronutriente ausente pode ajudar a prevenir a doença de Alzheimer?

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Antes que a memória se desvaneça na doença de Alzheimer, outra coisa desaparece silenciosamente: o lítio.

Um grande estudo, com duração de décadas, mostra que o lítio, obtido naturalmente através da alimentação, pode ser essencial para a saúde do cérebro — com sua deficiência potencialmente preparando o terreno para a neurodegeneração.

O lítio é frequentemente associado a baterias recarregáveis, mas há muito tempo é usado em estabilizadores de humor e ocorre naturalmente em alimentos.

“Este é o primeiro estudo a analisar a deficiência de lítio e a mostrar que existe lítio natural no cérebro e que ele tem um papel protetor”, disse o pesquisador sênior Dr. Bruce Yankner, professor de genética e neurologia da Harvard Medical School, ao Epoch Times.

“Ficamos surpresos com a importância do lítio — ele afetou muitos aspectos da doença de Alzheimer”.

Em um estudo recente publicado na revista Nature, a equipe de Yankner descobriu que as concentrações de lítio no córtex pré-frontal do cérebro — essencial para a memória e a tomada de decisões — caem mais da metade em pessoas com doença de Alzheimer. Esse declínio começa anos antes, durante o comprometimento cognitivo leve, que muitas vezes sinaliza o início da demência.

Com base em quase 400 amostras de cérebros humanos e modelos animais, os pesquisadores sugerem que o lítio pode agir como um micronutriente alimentar — semelhante ao zinco ou ao ferro — ajudando o cérebro a resistir ao envelhecimento e às doenças. Sua perda parece coincidir com, e possivelmente impulsionar, muitas das primeiras alterações observadas na doença de Alzheimer.

Restaurar o lítio a níveis saudáveis, disse Yankner, pode se tornar uma forma de prevenir a doença antes que os sintomas se instalem.

De quanto lítio estamos falando?

A doença de Alzheimer, que afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, é definida pelo acúmulo de placas amilóides e emaranhados de tau — proteínas anormais que interrompem a comunicação entre as células cerebrais. No entanto, essas alterações por si só nem sempre levam à perda de memória. Algumas pessoas com lesões amilóides e tau nunca desenvolvem sintomas, enquanto outras apresentam um declínio rápido.

Para descobrir as alterações químicas que poderiam ajudar a explicar essa diferença, a equipe de Yankner mediu 27 elementos em amostras de cérebro e sangue de idosos — alguns cognitivamente saudáveis, outros com comprometimento cognitivo leve e outros diagnosticados com doença de Alzheimer.

O lítio se destacou como o único elemento que apresentou um declínio acentuado e precoce em mulheres e homens com comprometimento cognitivo.

Em adultos saudáveis, os níveis de lítio no córtex pré-frontal estavam geralmente entre 0,5 e 10 nanogramas por grama de tecido — apenas um bilionésimo de grama. Esse intervalo indica níveis normais.

Em pessoas com comprometimento cognitivo leve, os níveis eram cerca de um terço mais baixos do que em pessoas saudáveis. Aqueles com Alzheimer apresentaram uma queda mais acentuada — quase 60% menor do que em pessoas que não tinham problemas de memória.

Notavelmente, os níveis de lítio no sangue permaneceram estáveis em todos os grupos, indicando que a deficiência afeta especificamente o cérebro.

“Essas descobertas foram tão impressionantes que não acreditamos nelas a princípio”, disse Yankner. “Validamos o resultado em vários bancos de cérebros antes de ficarmos convencidos”.

Outros metais-traço apresentaram alterações inconsistentes ou apareceram apenas em casos mais avançados da doença de Alzheimer.

A pesquisa revelou por que os níveis de lítio caem: as placas amilóides — os aglomerados de proteínas pegajosas centrais na doença de Alzheimer — se ligam diretamente ao lítio e o prendem. Como o lítio carrega uma carga positiva, ele adere às placas carregadas negativamente como um ímã, afastando-o dos neurônios e outras células cerebrais que dependem dele.

À medida que o amilóide se acumula, mais lítio fica preso nas placas, criando um ciclo vicioso: quanto mais placas, menos lítio fica disponível para proteger as células cerebrais. Isso cria o que Yanker chamou de “estado de privação de lítio”, privando os neurônios de um recurso essencial para a resiliência e a reparação.

O que acontece quando o lítio fica baixo

Em camundongos, a redução dos níveis de lítio no cérebro também resultou em sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer.

Em camundongos saudáveis e idosos, a equipe reduziu o lítio no cérebro em 50% por meio de uma dieta deficiente em lítio — com as mesmas calorias e nutrientes da alimentação normal, mas com os níveis de lítio reduzidos em 92%. Isso causou perda significativa de memória, aumento da inflamação cerebral e quebra das conexões sinápticas — os centros de comunicação entre os neurônios.

Em camundongos criados para serem propensos ao Alzheimer, os resultados foram ainda mais dramáticos: a deficiência de lítio acelerou o acúmulo de placas amilóides e emaranhados de tau, as duas características que definem a doença de Alzheimer.

O perfil genético mostrou ainda que as alterações desencadeadas pela perda de lítio refletiam de perto as alterações observadas no cérebro de pessoas que morreram com Alzheimer.

O mecanismo se concentra em uma enzima chamada glicogênio sintase quinase 3 beta (GSK3beta), que é controlada pelo lítio. A GSK3beta impulsiona a patologia tau e a neuroinflamação.

“Quando os níveis de lítio caem, a GSK3beta é ativada, e isso é uma má notícia para as células cerebrais”, disse Yankner. “Isso leva a mais emaranhados, mais placas e mais degeneração”.

No entanto, essa perda de lítio pode ser revertida — e, com ela, os sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer.

Quando os pesquisadores trataram camundongos idosos e propensos à doença de Alzheimer com doses baixas de orotato de lítio — uma forma de suplemento que não fica presa nas placas como o lítio prescrito —, eles observaram resultados promissores:

  • — Ao longo de um ano, os ratos apresentaram menos placas amilóides e emaranhados de tau no cérebro
  • — Memória e aprendizagem restauradas
  • — Inflamação cerebral reduzida
  • — Nenhum sinal de danos renais ou tireoidianos — preocupações comuns com tratamentos com altas doses de lítio

Essas melhorias parecem decorrer da capacidade do lítio de suprimir a enzima GSK3beta hiperativa, melhorar a função da microglia — as células de limpeza do cérebro — e normalizar a atividade genética envolvida na aprendizagem e na memória.

Melhorias em modelos animais nem sempre se traduzem em humanos. Muitos medicamentos para Alzheimer mostraram-se promissores em estudos pré-clínicos, mas não conseguem reproduzir os resultados em pessoas.

Um paradigma “inexplorado”

As descobertas estão alinhadas com estudos populacionais anteriores. Um estudo dinamarquês de 2017 com mais de 800.000 pessoas descobriu taxas mais baixas de demência em regiões com níveis naturalmente mais altos de lítio na água potável. O trabalho de Yankner pode explicar o motivo.

Essas descobertas “representam uma nova direção para explorar as causas subjacentes da doença de Alzheimer e apontam para um paradigma terapêutico inexplorado”, observou a Dra. Ashley Bush, neurologista da Universidade de Melbourne, em um comentário que acompanha o estudo.

O laboratório de Yankner agora está explorando se imagens cerebrais ou exames de sangue poderiam detectar a perda precoce de lítio, possibilitando cuidados preventivos muito antes do aparecimento dos sintomas.

“Assim como seu médico verifica o colesterol LDL [lipoproteína de baixa densidade] para avaliar o risco de doenças cardíacas ou a hemoglobina A1c para diabetes, um dia poderemos verificar os níveis de lítio — ou um marcador relacionado — para prever o risco de Alzheimer”, disse Yankner.

Bush observou que, embora as descobertas sugiram que o lítio pode ter muitas funções potenciais nos níveis naturalmente baixos do cérebro, seu uso para prevenir a doença de Alzheimer ainda não foi totalmente testado em humanos.

O orotato de lítio é vendido sem receita como suplemento em alguns países, incluindo os Estados Unidos; no entanto, os autores do estudo alertam contra a automedicação com qualquer composto de lítio. São necessários ensaios clínicos para testar a segurança e a eficácia em humanos para a prevenção e o tratamento da doença de Alzheimer.

Fontes naturais de lítio

Embora o lítio não tenha sido oficialmente reconhecido como um micronutriente, ele tinha a reputação de ser uma cura para tudo muito antes de ser estudado por seus efeitos na saúde do cérebro.

No final do século XIX e início do século XX, ele era promovido para tudo, desde o equilíbrio do humor até o metabolismo. Os sais de lítio eram comuns em águas minerais “curativas”, e o 7-Up original até continha citrato de lítio — até que a Food and Drug Administration (equivalente a Anvisa do Brasil) o proibiu em 1948.

Hoje, a maioria das pessoas obtém pequenas quantidades de lítio de fontes naturais — provavelmente o suficiente para apoiar a saúde cerebral em condições normais.

O teor de lítio varia de acordo com a região, dependendo da geologia local e da composição do solo, o que afeta a quantidade que acaba nos alimentos e na água potável. Áreas com terreno vulcânico ou rico em minerais — como partes da Islândia, oeste do Texas e oeste da Austrália — tendem a ter níveis naturalmente mais altos, embora as concentrações variem amplamente.

Embora as quantidades sejam mínimas — medidas em microgramas ou miligramas por dia —, elas podem ser suficientes para apoiar o envelhecimento saudável do cérebro. As fontes naturais incluem:

  • — Água potável, especialmente de águas subterrâneas ou nascentes ricas em minerais
  • — Vegetais como batatas, tomates e verduras folhosas
  • — Grãos integrais e legumes, incluindo feijões e lentilhas
  • — Chá e certas águas minerais

Por exemplo, algumas marcas de água engarrafada da Alemanha e da Itália têm traços de lítio, em torno de 0,1 a 0,2 miligramas por litro — o que poderia aumentar a ingestão diária em níveis de microdose.

Yankner está “cautelosamente otimista” de que, com mais pesquisas, o lítio em doses baixas poderia não apenas retardar, mas potencialmente reverter o declínio cognitivo precoce.

“Não estamos fazendo conversas sobre um medicamento”, acrescentou. “Estamos falando de uma substância natural”.

O que está prejudicando seu sistema imunológico e como consertar isso?

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Grande parte da sua saúde depende da força do seu sistema imunológico: uma sofisticada força de defesa interna que pode protegê-lo de doenças e curar lesões. No entanto, algumas pessoas têm defesas mais fortes do que outras.

Todos sucumbem à doença ocasionalmente, mas alguns raramente ficam resfriados, enquanto outros parecem pegar todos os patógenos que aparecem em seu caminho.

O que contribui para uma boa imunidade? Além do sono, da nutrição e da saúde intestinal, vários tipos de células imunológicas especializadas desempenham um papel importante.

O médico de medicina funcional Dr. Mitch Ghen compara essas células imunológicas a ramos militares que trabalham em conjunto para travar batalhas microscópicas em prol da sua saúde.

“O sistema imunológico é como as suas forças armadas, como a marinha, as forças especiais e a força aérea. Todos esses diferentes ramos protegem você de invasores estrangeiros”, disse Ghen ao Epoch Times.

Os médicos geralmente identificam os primeiros sinais de possíveis problemas na sua função imunológica solicitando o exame diagnóstico mais comum disponível: um hemograma completo, ou CBC. Esse exame examina a concentração de glóbulos vermelhos e plaquetas, mas é a contagem de glóbulos brancos do CBC que é o principal marcador da força imunológica.

A concentração normal de glóbulos brancos é geralmente entre 4.500 e 11.000 por microlitro de sangue.

Se esse número for maior, pode indicar que seu corpo está lutando contra uma infecção e reunindo forças em resposta à ameaça. Se a concentração de glóbulos brancos for menor, isso pode significar que sua função imunológica está comprometida e carece dos soldados necessários para prevenir infecções.

No entanto, Ghen diz que a contagem de glóbulos brancos por si só não revela muitos detalhes.

“A contagem de glóbulos brancos é como dizer: ‘Aqui está todo o seu exército, toda a sua força aérea, todas as suas operações secretas e toda a sua marinha, tudo em um único número’”, disse Ghen. “Mas somos muito complexos, e o sistema imunológico é um conglomerado de vários componentes”.

Nutrientes e função imunológica

Um exame de contagem de glóbulos brancos pode oferecer uma análise detalhada desses vários ramos militares, incluindo neutrófilos, que protegem você contra ameaças agudas, como lesões repentinas e infecções, e linfócitos, que protegem contra ameaças crônicas, como câncer e vírus que permanecem no corpo.

Outros exames podem ser necessários para analisar outras forças de combate, como imunoglobulinas ou anticorpos, que são proteínas que seu corpo produz para combater vírus e bactérias específicos.

Detalhes como esses podem identificar quais características da sua imunidade são adequadas ou deficientes, mas não explicam o motivo. Ghen diz que uma causa subjacente pode ser a nutrição.

Adam El-Hosseiny, diretor de operações da Access Medical Laboratories na Flórida, disse que médicos holísticos como Ghen, que desejam entender melhor a causa da função imunológica de um paciente, costumam solicitar um painel de nutrientes. Esses exames medem os níveis de nutrientes essenciais, muitos dos quais são vitais para a saúde imunológica.

Por exemplo, se um paciente apresentar baixos níveis de vitamina D, isso pode explicar por que ele adoece com tanta facilidade. Evidências mostram que a vitamina D desempenha um papel significativo na redução do risco de desenvolver certas infecções. Baixos níveis de vitamina D têm sido associados a um maior risco de hepatite, gripe, COVID-19 e AIDS.

Outros nutrientes relacionados à saúde imunológica incluem zinco, ferro, magnésio, folato e vitamina C. Esses nutrientes fornecem os recursos cruciais necessários para o desenvolvimento e o funcionamento das células imunológicas. Quando eles estão baixos, o sistema imunológico pode ser prejudicado.

Um exemplo é o magnésio, que desempenha um papel fundamental em vários aspectos da imunidade. O magnésio promove os glóbulos brancos, como as células T auxiliares e as células B, bem como as respostas dos macrófagos. Níveis suficientes de magnésio também contribuem para a síntese de imunoglobulina. A deficiência crônica de magnésio, por sua vez, pode levar à inflamação crônica — um indício de que o sistema imunológico está em perigo.

Inflamação

A imunidade está intimamente ligada à inflamação, uma condição na qual os tecidos ficam vermelhos, quentes e inchados. A inflamação é uma estratégia confiável para combater infecções, mas em excesso pode causar danos ao corpo.

Outro exame que um médico pode solicitar para avaliar a função imunológica de um paciente mede a proteína C reativa, ou PCR. Esse exame é usado para avaliar os níveis de inflamação no corpo. Assim como as imunoglobulinas, a PCR é uma proteína que o corpo usa para combater infecções, mas sua presença também indica o grau de inflamação que o paciente está apresentando. Os níveis de PCR aumentam rapidamente quando o sistema imunológico é atingido por uma lesão ou infecção e diminuem quando esses problemas começam a ser resolvidos.

Idealmente, a inflamação diminui quando as ameaças à saúde passam. No entanto, de acordo com a Dra. Lela Iduna, médica funcional, quando a inflamação é crônica, isso indica um sistema imunológico em sofrimento.

“A inflamação é a raiz de todos os problemas que você conhece, desde um resfriado comum até o câncer”, disse Iduna ao Epoch Times. “Alzheimer, demência, autismo, doenças cardíacas, hipertensão, diabetes — tudo isso é inflamação e, portanto, um problema do sistema imunológico”.

A resposta inflamatória é uma das principais formas como o sistema imunológico enfrenta coisas como lesões e doenças. Um sistema imunológico saudável e que funciona bem mantém o equilíbrio certo.

“Um pouco de fogo é bom”, disse Iduna. “Mas precisamos ter algum controle. Quando a inflamação fica descontrolada, é aí que os sintomas começam a aparecer”.

Para obter mais detalhes sobre o equilíbrio inflamatório de um paciente, Iduna disse que pode solicitar um exame para medir a ferritina, uma proteína que armazena ferro nas células do corpo.

“Se o nível de ferritina estiver alto, isso me indica que há alguma inflamação acontecendo em segundo plano. Não é apenas que seu ferro está alto, mas há algo fisiologicamente errado que está fazendo seu corpo armazená-lo”, disse Iduna.

Esses problemas podem incluir inflamação, estresse, danos aos tecidos ou outras condições.

Como o estresse afeta a imunidade

Várias coisas podem fazer com que a inflamação fique fora de controle. Um fator comum é o estresse. Um grande conjunto de evidências científicas revela que o estresse crônico pode enfraquecer a imunidade e prejudicar a capacidade do corpo de combater infecções. O estresse crônico tem sido associado não apenas à inflamação de baixo grau, mas também ao atraso na cicatrização de feridas e ao aumento da suscetibilidade a infecções.

É por isso que Ghen também pode solicitar exames que medem os hormônios do estresse como parte de sua avaliação da função imunológica do paciente. As informações não apenas orientam sua estratégia de tratamento, mas também ajudam os pacientes a entender o que está acontecendo dentro de seus corpos, para que possam corrigir o curso, disse ele.

“Posso medir seu cortisol, seu [dehidroepiandrosterona] DHEA ou sua melatonina, o hormônio do sono, que também é facilmente afetado pelo estresse. E posso dizer ao paciente: ‘Veja, aqui estão os problemas, aqui é onde há estresse demais. Veja como o estresse está prejudicando o corpo agora’”, disse Ghen.

No entanto, uma vida sem estresse não é a chave para uma imunidade forte, disse ele. Assim como a inflamação, o estresse também tem elementos bons e ruins. Nosso corpo funciona melhor quando consegue se manter em equilíbrio.

“Sem estresse, você não acordaria de manhã e iria trabalhar. Sem estresse, seu corpo não produziria as substâncias certas para se curar ou para ajudá-lo a combater outros invasores diferentes que chegam”.

Provas contra Bolsonaro são ‘irrefutáveis’ e pena deverá ser ‘muito alta’, prevê ex-ministro José Eduardo Cardozo

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Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante apresentação dos resultados da Operação Carnaval 2016 da Polícia Rodoviária Federal, no Centro Nacional de Comando e Controle, na sede da Polícia Rodoviária Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou em entrevista exclusiva ao Terra que acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pegará uma “pena muito alta” no julgamento que começou nesta semana no STF (Supremo Tribunal Federal) e recomeçará na próxima terça-feira, 9. Bolsonaro e outros sete réus são acusados de tentativa de golpe de Estado.

Cardozo foi deputado federal por oito anos pelo PT, ministro da Justiça durante o primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e AGU (Advogado-geral da União) no segundo mandato da petista, tendo sido seu defensor no processo de impeachment. Na avaliação do advogado, as provas coletadas contra Bolsonaro são “irrefutáveis”, e o ex-presidente deverá ser condenado a cumprir pena em regime fechado.

“Há uma tentativa clara de golpe de Estado, há uma configuração probatória nítida de que se tentou derrubar o governo do presidente Lula. Isso num processo que vem ao longo do tempo. A descrição feita pela Procuradoria Geral da República a partir do relatório da Polícia Federal é perfeita, absolutamente perfeita.” – ex-ministro José Eduardo Cardozo

“A somatória dos crimes que estão configurados, ao meu ver, dará uma pena muito alta. E não é por decisão do Supremo que ele deve cumprir em regime fechado, mas pela dimensão da pena, porque é assim que funciona a legislação penal brasileira”, completou em entrevista ao Terra Agora.

O ex-ministro ainda comparou a situação de Bolsonaro com a condenação do presidente Lula (PT) em 2018 – posteriormente anulada pelo STF.

“O presidente Lula foi condenado por um juiz que selecionou as provas para colocar nos autos e, por isso, foi referendado pelas instâncias superiores até que se descobrisse a fraude”, afirmou. “Neste momento, temos uma situação muito diferente. É um julgamento feito pela Suprema Corte, a partir de uma tentativa óbvia de golpe de Estado. Não dá para apagar as provas que foram produzidas, porque elas são evidentes. E aí o Supremo Tribunal Federal vai ter que se posicionar sobre esse assunto para que cumpra com seu papel de guardião da Constituição e da democracia brasileira. Ele vai ter que aplicar a sua sanção.”

Leia abaixo trechos da entrevista.
Terra: Pela sua interpretação do que foi apresentado pela acusação e pelas defesas, o senhor acha que o ex-presidente Bolsonaro deveria ser condenado? E, se sim, deveria ir para prisão em regime fechado?

José Eduardo Martins Cardozo: Acho que as provas que foram coletadas são absolutamente irrefutáveis. Ou seja, há uma tentativa clara de golpe de Estado, há uma configuração probatória nítida de que se tentou derrubar o governo do presidente Lula. Isso num processo que vem ao longo do tempo. A descrição feita pela Procuradoria Geral da República a partir do relatório da Polícia Federal é perfeita, absolutamente perfeita. Não se trata de um discurso político que diz: “ah, não houve golpe”. Isso é um discurso político que tenta unir os defensores de Jair Bolsonaro em torno de fatos que efetivamente não procedem.

A somatória dos crimes que estão configurados, ao meu ver, dará uma pena muito alta. E não é por decisão do Supremo que ele deve cumprir em regime fechado, mas pela dimensão da pena, porque é assim que funciona a legislação penal brasileira. Então, a meu ver, a quantificação deverá ser alta. Não me arrisco a dizer quanto. Não vou chutar porque existe uma margem, mas dificilmente, a meu ver, é impossível que seja algo inferior àquele teto no qual ele não cumpra regime fechado.

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro é réu no STF por tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro é réu no STF por tentativa de golpe de Estado. Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O fato de o ex-presidente ser idoso e ter problemas de saúde pode atenuar a pena de alguma maneira? Ou ele pode ir para o regime fechado e depois obter esse benefício da prisão domiciliar por essas questões?

Não a pena. Mas ao longo da execução, isso terá que ser avaliado. Claro, tivemos várias pessoas que foram condenadas e que cumpriram pena em regime fechado, apesar da idade avançada. Mas o estado de saúde é algo que deve ser considerado até por uma razão humana.

Então, se eventualmente for comprovado que Jair Bolsonaro terá dificuldades de tratamento ou sofre uma situação absolutamente que não recomenda o regime fechado, eu acho que nada impedirá que, ao longo da execução, ele possa, até como é o caso do presidente Collor, ter uma prisão domiciliar como forma de execução de pena. Mas isso, em si, não interfere na fixação da pena, pode interferir na execução da pena.

Na sua visão, a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid tem consistência? Ela pode ser alvo de questionamento nos recursos posteriores ao julgamento?

É importante deixar claro que uma delação em si não qualifica elemento probatório. Ela é, na verdade, um indicador de situações que devem ensejar a corroboração por parte do universo probatório. Ou seja, se fosse só a delação do senhor Cid, por si só, mesmo que não tivesse voltado atrás, não valeria nada.

O que é preciso verificar é o confronto do que ele fala com os fatos provados no processo. E não tenho a menor dúvida de que, embora tenha havido idas e vindas, todas elas explicadas pelo Cid e pelo seu advogado, está provado o que ele falou. É indiscutível. Se encaixa como uma luva a versão do Cid em todas as nuances que foram colocadas. Pode se considerar um ponto ou outro, uma situação ou outra que precise ser objeto de reflexão. Mas o grosso do que o Cid disse se harmoniza com o conjunto probatório. Isso, portanto, torna o conjunto das provas absolutamente suficiente para uma condenação.

Outro argumento das defesas: fala-se muito sobre um eventual ‘superpoder’ do ministro Alexandre de Moraes, porque ele é o relator do caso, um dos julgadores, mas também uma das vítimas do ‘Punhal Verde Amarelo’, um suposto plano de assassinato contra o ministro Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Como o senhor vê esse argumento do ‘superpoder’ do ministro? Ele deveria ter se declarado impedido de seguir com esse processo?

Mais um ponto retoricamente insustentável no bom direito. Existe um princípio chamado juiz natural. É o juiz que naturalmente deve julgar e, a partir daí, ele que garante a idoneidade e a lisura do processo. O princípio do juiz natural exige que, se o juiz que preside o processo for ameaçado ao longo do processo, se for coagido, isso não deve qualificar como causa de suspeição. Por quê? Porque, senão, seria simples: se eu tenho um juiz que não me agrada, eu o ameaço, ele terá que se declarar suspeito e eu escolho outro. Você estaria criando condições para o réu escolher o juiz. Isso ofende o princípio do juiz natural.

O próprio Código de Processo Civil, que deve ser aplicado nesse caso, fala que fatos que acontecem a posteriori do início da função não podem servir como formas de qualificação de impedimento ou suspeição.

Quando Alexandre de Moraes assumiu a direção da investigação, de acordo com aquilo que estabelece o regimento do Supremo Tribunal Federal, houve uma discussão se era válido, se não era válido, mas o Tribunal decidiu que valia. A partir daí, começam ameaças. Ora, ele deve se afastar por causa disso? Não, em hipótese nenhuma. (…) Imagine se o juiz tivesse que sair do processo toda vez que fosse ameaçado? Não haveria juiz que permanecesse no processo para julgá-lo.

Ao meu ver, é de uma obviedade total. Então esse é o primeiro argumento.

O segundo argumento é: de fato, o tal do plano Punhal Verde Amarelo falava em assassinato de Lula, de Alckmin e de Alexandre de Moraes. Outras situações também existiram na tentativa de coagir Alexandre de Moraes. (…) O que nós estamos julgando neste caso? Violação do Estado de Direito, a existência de uma organização criminosa, a tentativa de derrubar um governo legitimamente eleito. Moraes não é vítima. Ele faz parte dos fatos. Fatos que surgiram depois que inicia o exercício da sua função.

Se estivesse julgando um caso de tentativa de homicídio, aí sim talvez se pudesse discutir se ele seria efetivamente suspeito ou não. (…) Neste [processo], os fatos aconteceram quando ele já era juiz. Ele não é a vítima, ele integra os fatos e, portanto, a menos que ele se sentisse, no seu interior, comprometido com a lisura do julgamento, não há nenhuma qualificação objetiva fática que diga: “Alexandre de Moraes não pode ser o juiz.”

Portanto, esse é um argumento, ao meu ver, absolutamente insustentável. Mas bons advogados precisam encontrar ou tentar transformar o insustentável em sustentável para poder tentar exercer a sua atividade.

Sete anos separam a condenação de Lula e o julgamento de Bolsonaro. Sabendo que os casos são diferentes – nos crimes pelos quais foram denunciados e nas instâncias pelas quais foram julgados -, como o senhor vê a diferença do Judiciário nesses dois casos?

As instituições brasileiras estão passando por um processo de fortalecimento, o que não significa que elas não vão cair.

O presidente Lula foi condenado por um juiz que selecionou as provas para colocar nos autos e, por isso, foi referendado pelas instâncias superiores até que se descobrisse a fraude, que se descobrisse o modus operandi da turma de Curitiba envolvendo o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, junto com os que os apoiavam. Isso foi revelado. A democracia reagiu quando viu aquilo, que havia maturidade para anular o que precisava ser anulado.

Neste momento, temos uma situação muito diferente. É um julgamento feito pela Suprema Corte, a partir de uma tentativa óbvia de golpe de Estado. Não dá para apagar as provas que foram produzidas, porque elas são evidentes. E aí o Supremo Tribunal Federal vai ter que se posicionar sobre esse assunto para que cumpra com seu papel de guardião da Constituição e da democracia brasileira. Ele vai ter que aplicar a sua sanção.

A próxima sessão do julgamento será na terça-feira, 9, com a análise dos ministros da Primeira Turma. Votarão, na ordem: Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente da Turma). A condenação ou a absolvição dos réus será decidida pelo voto da maioria.

Confira as datas e horários das próximas sessões:

9 de setembro (terça-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e das 14h às 19h;
10 de setembro (quarta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h;
12 de setembro (sexta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e das 14h às 19h.
É possível acompanhar a transmissão pelos canais oficiais do STF — TV Justiça, Rádio Justiça, aplicativo Justiça+ e o canal do Supremo no YouTube. O Terra também transmite as sessões, assim como publica detalhes do julgamento e de seus bastidores.

Fonte: Redação Terra

 

Trump diz que Putin, Kim e Xi estão conspirando contra EUA enquanto PCCh organiza desfile militar

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O presidente Donald Trump disse que o líder do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, estava conspirando com os líderes da Rússia e da Coreia do Norte enquanto eles se reuniam para um desfile militar em Pequim, marcando o aniversário da derrota da China sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.

Quando o desfile começou na quarta-feira, horário local, Trump perguntou em uma postagem no Truth Social se Xi “mencionaria o enorme apoio e o ‘sangue’ que os Estados Unidos da América deram à China para ajudá-la a garantir sua LIBERDADE de um invasor estrangeiro muito hostil”, referindo-se ao Império Japonês.

“Muitos americanos morreram na busca da China pela vitória e pela glória”, disse ele. “Espero que eles sejam devidamente honrados e lembrados por sua bravura e sacrifício!”.

Trump então desejou a Xi e “ao maravilhoso povo da China… um grande e duradouro dia de celebração”.

“Por favor, dê meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong Un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, disse Trump.

O assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, respondeu ao comentário, dizendo à televisão estatal russa: “Gostaria de dizer que ninguém está conspirando, ninguém está tramando nada, não há conspirações”.

Antes do desfile, o PCCh reforçou a segurança e restringiu a circulação dos cidadãos.

O evento marca o 80º aniversário da rendição do Japão, que os observadores da China notam que o Partido Comunista Chinês (PCCh) usa para promover uma falsa narrativa de que liderou a luta contra o Japão, em vez do governo da República da China, que na época governava a China antes de se retirar para Taiwan.

O Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan criticou o PCCh por gastar mais de US$ 5 bilhões em exercícios militares, enquanto “negligencia as questões econômicas, trabalhistas e sociais da China”.

Enquanto Taiwan e a China continental comemoram a vitória da China sobre o Japão em 3 de setembro, o PCCh desfila com suas forças armadas, enquanto Taiwan, juntando-se a outras nações aliadas dos EUA, realiza exposições e concertos, entre outros eventos, em homenagem às vidas perdidas na batalha pela liberdade.

O presidente taiwanês Lai Ching-te criticou o desfile militar do PCCh em uma postagem na rede social na quarta-feira.

“O povo de Taiwan valoriza a paz, e Taiwan não comemora a paz com o cano de uma arma”, escreveu ele. “Em vez disso, lembra as lições da história, mantém a fé na liberdade e na democracia e acredita que o equipamento em mãos é usado para defender o país, não para invadir e expandir.”

O desfile marcou a primeira vez que os líderes da Coreia do Norte, Irã, Rússia e China se reuniram no mesmo evento. Foi também a primeira vez que um líder norte-coreano participou de um desfile militar chinês desde 1959, durante a Guerra Fria.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, foram os convidados de honra de Xi. Xi tem apoiado a invasão da Ucrânia por Putin desde que eles firmaram uma parceria “sem limites” cerca de 20 dias antes da ofensiva russa em fevereiro de 2022.

Ao todo, 26 chefes de Estado estrangeiros participaram do evento, incluindo líderes da Ásia Central (Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Quirguistão e Turcomenistão); Sudeste Asiático (Mianmar, Camboja, Vietnã, Laos, Indonésia, Malásia, Paquistão, Nepal e Maldivas); Ásia Ocidental (Azerbaijão, Armênia e Irã); Europa (Bielorrússia e Sérvia); África (República do Congo e Zimbábue); e Cuba.

O líder venezuelano Nicolás Maduro estava ausente em meio ao aumento da atividade naval dos EUA no Caribe, que Trump disse ter como alvo os membros da gangue Tren de Aragua da Venezuela.

Esta participação foi inferior ao número de chefes de Estado que participaram do desfile do 70º aniversário de Xi em 2015, que incluiu alguns líderes ocidentais e ex-líderes internacionais, incluindo o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

Modi, no entanto, participou da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) em Tianjin, na China, dias antes, postando fotos em sua rede social de suas reuniões com Xi e Putin.

Modi está sob pressão em seu país depois que Trump impôs à Índia uma tarifa elevada de 50% sobre seus produtos exportados para os Estados Unidos, apenas 5% a menos do que a tarifa mais alta aplicada aos produtos chineses.

A SCO, liderada por Pequim e Moscou, tem como objetivo combater a influência ocidental percebida na Ásia Central. Após a reunião bilateral entre Xi e Putin na cúpula de 2 de setembro, a gigante energética de Moscou, Gazprom, anunciou um novo acordo para construir um importante gasoduto ligando os dois vizinhos que têm uma história complicada.

Em maio, um funcionário de nível médio do Ministério das Relações Exteriores da China desertou para a Rússia com um conjunto de documentos confidenciais que descreviam planos de contingência elaborados por Pequim no caso de uma derrota russa na Ucrânia, revelando uma falta de confiança na estabilidade do regime de Putin, de acordo com Yuan Hongbing, ex-professor de direito da Universidade de Pequim que agora vive exilado na Austrália.

Citando uma fonte de alto escalão dentro do Partido Comunista Chinês (PCCh), Yuan disse ao Epoch Times que os planos vazados envolviam o apoio do PCCh ao Partido Comunista da Rússia em uma era pós-Putin, o que se alinharia com os interesses ideológicos do PCCh, ou o apoio a uma “Federação Russa Oriental” separatista a leste dos Montes Urais, caso uma figura pró-Ocidente ganhasse poder em Moscou.

Alex Wu, Dorothy Li, Frank Fang e Olivia Li contribuíram para esta reportagem.

Epochtimes.