Em 2024, um grupo de pesquisadores chineses publicou um relato de caso de um homem de 59 anos, com um quadro de diabetes mellitus tipo 2 há mais de 25 anos, em uso de insulina, que recebeu um tratamento com células tronco. Pelo estudo, com 11 semanas ele deixou de usar insulina e, até a última publicação, esse paciente estava com níveis glicêmicos estabilizados sem uso de medicações por um período maior que 2 anos.
Vale ressaltar que o Brasil foi o país pioneiro no uso de células tronco e diabetes. Em 2007, Couri e colaboradores mostraram os efeitos da terapia celular, em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 recém-diagnosticado e maiores de 18 anos de idade. Nesse estudo, alguns pacientes experimentaram algum tempo sem a necessidade do uso e insulina.
Mas, quando refletimos sobre esse assunto, temos que pensar sobre diferentes aspectos. Dependendo do tipo de células tronco utilizada, o paciente tem que desligar seu sistema imunológico e fica na dependência de drogas imunossupressoras e os riscos relacionados, como infecções. Também temos que pensar que o diabetes tipo 1 e tipo 2 têm fisiopatologia totalmente distintas.
Quando pensamos em um quadro de diabetes mellitus tipo 2, quando diagnosticado, o paciente possui apenas metade da função pancreática de produção de insulina. Associado a isso, diversas outras alterações internas (como a resistência insulínica, aumento de produção de glicose pelo fígado, menor produção de hormônios intestinais que aumentam a secreção de insulina) e externos (como a obesidade, alimentação irregular, sedentarismo, sono de péssima qualidade). Por esse motivo, se questiona a eficácia a longo prazo e o momento ideal para esse tipo de tratamento.
Assim como no grupo brasileiro, o paciente chinês já não tinha produção de insulina pelo pâncreas. Além disso, um diabetes de longa duração associado a insuficiência renal crônica com necessidade de transplante renal. O que sabemos até o momento é que esse experimento foi feito em um único paciente com necessidade de mais dados de evolução do mesmo e que, o mesmo procedimento feito com um número maior de pacientes nos mostre os benefícios e a segurança da terapia celular em pacientes com diabetes.
Fonte Diabetes.org
