Presidente avaliou o primeiro ano do mandato como momento de “recuperação”, e fez críticas ao legado deixado por Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião ministerial realizada na manhã desta segunda-feira (18), fez uma avaliação do primeiro ano do atual mandato. Aos ministros, Lula afirmou que será necessário “fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado”.
“Nosso primeiro ano foi de recuperação e não foi fácil. Todo mundo sabe que recuperar uma coisa estragada é mais difícil que começar uma nova”, afirmou o presidente. “E vocês sabem que foi um trabalho hercúleo para recuperar tudo isso”.
Apesar de destacar o trabalho da equipe de ministros, Lula ressaltou que trata-se apenas do “início”, e que “isso não basta”.
“Todo mundo sabe também que ainda falta muito para a gente fazer”, continuou Lula. “Por mais que a gente tenha recuperado o Farmácia Popular, Mais Médicos, por mais que tenha construído clínica, a gente ainda tem muito para fazer em todas as áreas.”
“Isso tudo que fizemos é apenas o início, mas isso não basta. Nós vamos ter que fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado”, concluiu.
Foi a primeira reunião ministerial do governo em 2024. Segundo fontes ouvidas pela CNN, o encontro tem relação com a queda de popularidade do governo observada nos últimos levantamentos de institutos de pesquisa.
Além de cobrar entregas dos principais ministros da Esplanada, Lula também irá usar a reunião para tratar da alta no valor dos alimentos e do combate à epidemia de dengue, segundo informações fornecidas por assessores presidenciais à CNN.
Consolidação da democracia
Durante o discurso, Lula também falou sobre ter, como um dos focos de seu governo, a “consolidação do processo democrático” no Brasil, em referência à tentativa de golpe de Estado sugerida em depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas à Polícia Federal (PF), e afirmou que o país correu “sério risco” em 2022.
“A única possibilidade de a gente reconstruir esse país e de a gente fazer com que as famílias brasileiras possam viver um padrão de vida digno e decente é a gente consolidar o processo democrático e fazer as pessoas compreenderem o quanto a democracia é importante para a vida de cada um de nós”, disse o petista.
Ainda falando sobre democracia, Lula criticou a instrumentalização política da religião, e defendeu o que definiu como liberdade para exercício da fé.
“Eles [cidadãos] querem um país em que a religião não seja instrumento político de um partido político ou de um governo”, afirmou. “Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo nesse país.”
Entre as conquistas do governo, Lula destacou o aumento do salário mínimo, bem como o volume de vendas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comandado por Carlos Fávaro.
“Todo mundo sabe o que foi feito nesse país para que a gente recuperasse o poder aquisitivo do salário mínimo, é o segundo ano consecutivo em que o salário vai aumentar acima da inflação”, celebrou o presidente.
A CNN procurou o ex-presidente Bolsonaro para comentar as críticas de Lula e aguarda resposta.
CNN