Categoria: Política

  • Lula lidera comitiva no RS e fala em “orçamento de guerra”

    Lula lidera comitiva no RS e fala em “orçamento de guerra”

    Lula leva representantes do Legislativo e do Judiciário para verem de perto um trecho da devastação. Diante da extensão do desastre, todos prometem empenho e rapidez na busca de soluções para a reconstrução

    Os Poderes da República deixaram de lado eventuais diferenças para se unirem contra o maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul. A comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu, ontem, em Porto Alegre, com representantes do governo gaúcho, deixou claro que a resposta do governo central contra a crise será robusta.

    Uma das saídas, a ser construída pelos Três Poderes, seria a criação de uma espécie de “orçamento de guerra”, nos mesmos moldes daquele que foi elaborado durante a pandemia de covid-19. Para tanto, a partir de hoje se realizam uma série de encontros e reuniões com o objetivo de viabilizar projetos e iniciativas que possam ser aplicadas rapidamente e amenizem a dificuldade econômica e de infraestrutura do Rio Grande do Sul.

    Lula levou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin — além de mais 15 ministros do governo — para verem de perto a situação. Depois de sobrevoar a região alagada do entorno de Porto Alegre, Lula e a comitiva se reuniram com o governador Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito da capital, Sebastião Melo (MDB), para tratar das ações necessárias para o resgate das populações que seguem isoladas.

    “Não haverá impedimento da burocracia para que a gente recupere a grandiosidade desse estado. Às vezes a gente dá dinheiro e as obras não acontecem. Por isso, é preciso termos uma combinação perfeita entre o governo federal, o Poder Legislativo, o Tribunal de Contas e o Ministério Público porque cada centavo que for colocado para combater isso (as cheias), não pode ser desviado. Tem que ser colocado naquilo a que se destina”, advertiu Lula.

    Para destravar o “orçamento de guerra”, Lira anunciou que reunirá, hoje pela manhã, o Colégio de Líderes para tratar da preparação da autorização de recursos extraordinários para atendimento aos gaúchos.

    “Nossa responsabilidade será de perseverança, de discussão e de rumo para que a gente elabore uma medida totalmente extraordinária. Esta semana será de muita negociação e de muito trabalho no Congresso. A resposta será dura, firme e efetiva, como na pandemia”, garantiu Lira.

    Pacheco, por sua vez, destacou que a crise não é só do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil. Segundo ele, será preciso retirar do caminho as burocracias, travas e limitações para que nada falte ao Rio Grande do Sul. “Há uma exigência de medidas rápidas e urgentes, no sentido de união e de reconstrução. Fizemos isso na pandemia com a proposta de emenda à Constituição que apelidamos de ‘PEC de Guerra’. Essas respostas se exigem neste”, pontuou.

    Fachin — que representou o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que está em viagem ao exterior — salientou que a PEC garantirá ao Judiciário mais rapidez às respostas legais para garantir as ações emergenciais.

    “O Parlamento fará um regime emergencial, como o feito durante a pandemia, já que a emergência, aqui, exige um igual tratamento rápido, o que garantirá uma flexibilização das atividades de fiscalização. Quando houver alguma dúvida, o Poder Judiciário poderá, por meio dessa autorização legislativa, fazer com que esses recursos sejam aplicados”, apontou o ministro.

    Flexibilização

    Na mesma linha, Bruno Dantas salientou que o TCU deve flexibilizar as exigências de fiscalização durante a emergência climática. Ele lembrou que esteve na coordenação do grupo de trabalho que elaborou a PEC do Orçamento de Guerra, na pandemia.

    “Somos uma instituição que sempre teve todo o zelo em fiscalizar, mas, também, sempre teve toda a sensibilidade quando foi necessário flexibilizar. Tudo que chegar ao nosso tribunal será tratado com o máximo de prioridade. Reconheço que, em momentos normais, é necessário que a burocracia seja aplicada; mas em momentos excepcionais, é necessário que tenhamos sensibilidade”, salientou Dantas.

    O governador Eduardo Leite voltou a enfatizar que o Rio Grande do Sul precisará de um Plano Marshall para enfrentar a reconstrução. Ele lembrou que a atual dívida com a União, e o formato de pagamento das parcelas ao Tesouro Nacional, inviabilizam qualquer resposta do governo gaúcho.

    “Vivemos um cenário de guerra no estado, então vamos precisar de um tratamento pós-guerra. O Rio Grande do Sul vai precisar de um Plano Marshall, de medidas absolutamente extraordinárias. O grave problema que a gente tem, de dívidas contraídas ao longo do tempo, já nos dificulta a ação nos tempos de normalidade. Nessa excepcionalidade, não vamos ter fôlego para responder, se não encontrarmos determinadas soluções”, alertou o governador.

    Na quinta-feira passada, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, antecipara a necessidade da adoção de um orçamento extraordinário — de modelo semelhante ao adotado na pandemia, para tratar os efeitos das alterações no clima. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu de Lula a determinação de construir alternativas para a dívida do Rio Grande do Sul e de fontes de recursos para a reconstrução do estado.

    O que foi o Plano Marshall

    Os países da Europa ocidental aliados dos Estados Unidos na II Guerra Mundial tiveram ajuda do Programa de Recuperação Europeia (conhecido como Plano Marshall, idealizado pelo general norte-americano George C. Marshall) para se reconstruírem. Com a infraestrutura e a economia devastadas, as nações receberam uma injeção de recursos financeiros dos EUA em torno de US$ 14 bilhões — equivalente a aproximadamente US$ 120 bilhões ajustados pela inflação. O plano vigorou entre entre 1947 e 1951 e fortaleceu a cooperação entre os países europeus, tornando-se o embrião da Comunidade de Países Europeus — que, posteriormente, serviu de base à criação da União Europeia (UE).

    Correio Braziliense

  • Jair Bolsonaro é internado às pressas em Manaus

    Jair Bolsonaro é internado às pressas em Manaus

    O ex-Presidente Jair Bolsonaro voltou a ser internado às pressas, neste último domingo, 05 de maio, em Manaus, capital do Estado do Amazonas. Através de suas redes sociais, o politico atualizou seus seguidores sobre a situação, após as primeiras notícias do ocorrido assustarem seus apoiadores.

    Através do X (antigo Twitter), Jair Bolsonaro enfatizou: “Estou baixado no Hospital Santa Júlia em Manaus (centro). Quadro de erisipela ainda sem previsão de alta. Um abraço a todos“, escreveu ele, tranquilizando seus fiéis seguidores.

    É válido lembrar que o ex-Presidente do Brasil encontrou-se com aliados políticos no Estado e participou de um evento do PL com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Como explicado acima, Bolsonaro trata uma infecção de pele que atinge o braço e a perna, novas informações, publicaremos em breve aqui no Área VIP!.

    Veja o post:

    Mais sobre Bolsonaro

    No último sábado, 04 de maio, Jair já havia recebido alta da primeira internação em Manaus e discursou para seus apoiadores sobre o ocorrido: “Quando cai a imunidade da gente por problemas variados, a erisipela é comum de acontecer. Então já estou medicado, tranquilo, pronto pra outra. Valeu, Amazonas”, afirmou ele, que contou que estava desidratado e com a infecção, motivo que lhe fez voltar no domingo a unidade de saúde.

    Por ser uma infecção bacteriana, a erisipela é tratada com antibióticos. Dependendo da gravidade do quadro, os sinais de melhora começam a aparecer a partir de 48 horas do início da medicação. Em novembro de 2022, quando ainda era presidente da República, Bolsonaro cancelou agendas pelo mesmo problema. À época, o então vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que a doença impedia o então presidente de vestir calças.

    Fonte: Areavip

  • Greves no setor público causam perdas bilionárias a empresas e setores inteiros

    Greves no setor público causam perdas bilionárias a empresas e setores inteiros

    Empresas de setores variados têm contabilizado perdas por conta de paralisações de carreiras ligadas ao setor público – e que, no caso do petróleo, já ultrapassam os R$ 2,2 bilhões. Há pelo menos 15 categorias de funcionalismo atualmente com movimentos em torno de reivindicações.

    Com negociações simultâneas com o governo há meses, algumas demandas foram atendidas, porém, continuam sem acordos funcionários ligados a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), CGU (Controladoria Geral da União), Tesouro Nacional, Susep (Superintendência de Seguros Privados), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e profissionais da educação, entre outras.

    Sem renovações e novas licenças de instalação e operação das autoridades ambientais há mais de 120 dias, o setor de petróleo e gás contabiliza perdas de cerca de R$ 2,250 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Roberto Ardenghy, presidente da entidade, diz que as empresas da área vêm deixando de produzir 40 mil barris de petróleo diariamente por conta da operação do Ibama, o que impacta não só os negócios como também a balança comercial, o PIB e a arrecadação de tributos, uma vez que deixam de ser recolhidos royalties sobre a extração dos insumos. O valor aumenta a cada dia.

    O volume de produção não será compensado posteriormente, afirma ele, uma vez que é impossível aumentar a capacidade de extração diária. “Uma das nossas associadas teve de devolver uma sonda que veio do exterior porque estava sem licença de produção e demitiu 20 funcionários, já que o equipamento só poderá voltar daqui a um ano”, diz Ardenghy. “O processo só se agrava à medida que o tempo passa porque as empresas são obrigadas a postergar decisões de investimentos.”

    Além do impacto na atividade em si, o setor também vem sendo afetado por atrasos em pesquisas feitas por universidades públicas. Por lei, as empresas de óleo e gás têm de investir 1% do lucro bruto em desenvolvimento de novas tecnologias, o equivalente a US$ 2 bilhões anuais, que chegam a 148 universidades. “É um crime que esteja tudo parado”, diz ele.

    Outras atividades, como mineração e energia também têm sido afetadas pela paralisação de atividades de campo do Ibama. Segundo a Ascema Nacional (Associação Nacional dos Servidores Especialistas em Meio Ambiente), o número de licenças concedidas, que somou 180 no primeiro quadrimestre do ano passado, está em 69 no mesmo período de 2024. Apenas no setor elétrico, foram afetados quatro processos de termoelétricas que somam 5.970 MW de capacidade e 3 eólicas que somam 934,8 MW, entre outros.

    Também tiveram análises e emissões de autorizações interrompidas projetos ligados à mineração. Mas, segundo o Ibram, que representa as mineradoras, não houve reclamação dos associados.

    Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) há hoje 30 mil veículos aguardando liberação ambiental em portos. Além de atrasar entregas de carros no mercado nacional, principalmente vindos da Argentina e da China, o movimento tem afetado também parte das exportações. Para a entidade, as empresas do setor acabam se adaptando ao ritmo mais lento de liberação. O processo, que levava entre 15 e 20 dias, aumentou para 60 dias, segundo a Ascema Nacional.

    A paralisação acontece, porém, pouco antes do aumento de carga tributária para veículos híbridos e elétricos importados, previsto para julho. Montadoras, principalmente chinesas, organizaram-se para trazer um volume maior de carros ao País, antes da majoração da alíquota e não têm conseguido internalizar os veículos.

    Nos sindicatos

    O impacto pode escalar, caso o movimento radicalize em categorias que hoje fazem apenas paralisações, diz Rudinei Marques, presidente Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado), que reúne 36 entidades, das quais 22 de âmbito federal. “Ainda não há acordo para os fiscais agropecuários, que respondem por toda fiscalização sanitária do agronegócio e cujo movimento pode escalar, por exemplo”, diz Marques. “A situação no Tesouro também pode comprometer a vida do governo, já que em junho há transferência de emendas parlamentares a municípios no valor de R$ 8 bilhões.” Com isso, diz ele, fazer o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) em agosto se tornaria impraticável.

    Sem reajustes há seis anos, os servidores foram estimulados às paralisações pelo próprio presidente Lula, diz Marques. “O reajuste emergencial de um terço dos salários que conseguimos nesta gestão foi completamente insuficiente para estancar as perdas”, afirma. “O presidente Lula disse para fazermos paralisações para pressionarmos por condições melhores e é o que estamos fazendo.”

    Segundo Marques, a entidade está acostumada às negociações travadas por questões ligadas à responsabilidade fiscal. Porém, o governo tem tido uma postura “perdida”, diz ele, por ter mudado três vezes a estratégia de negociação. A mais recente consiste em mesas de negociação com cada uma das categorias. Foram 20 mesas de setembro para cá, algumas das quais ainda sem conclusão. “Há mais 60 mesas requeridas, que eles esperam encerrar até julho”, diz. “Isso não vai acontecer.”

    No meio ambiente

    A paralisação de atividades de campo do Ibama, responsável pelas maiores perdas corporativas até agora, tem ainda impactos não contabilizados no meio ambiente. Os autos de infração na Amazônia Legal caíram 82% e as atividades de prevenção de incêndios e catástrofes naturais estão praticamente sem ser realizadas. “A retomada do protagonismo brasileiro na pauta ambiental não se refletiu na valorização dos servidores da área”, diz Binho Zavaski, presidente da Ascema Nacional.

    As demandas da categoria, praticamente destruída na gestão Bolsonaro, diz ele, vão bem além de aumento de salário. Os funcionários querem a reestruturação da carreira, com a parametrização aos funcionários da Agência Nacional de Águas (ANA), redução do fosso salarial entre cargos, reivindicação de atividades de risco para áreas conflagradas e inclusão das carreiras na lei de fronteiras. Também a recomposição dos quadros das entidades, que hoje têm 45% dos postos em aberto.

    Atualmente, as entidades trabalham numa contraproposta ao que foi oferecido pelo governo. “Esperamos haver uma saída negociada com governo sem paralisação geral, o que seria cenário muito ruim”, afirma.

    Sergio Lazzarini, professor do Insper e especialista em estratégia e organização no setor público, diz que uma boa alternativa às negociações seria avançar em discussões além da recomposição salarial. Incluir nos debates avaliações de desempenho e qualidade de serviços prestados, como determina a Constituição. Algo que jamais foi regulado. “Há várias iniciativas que poderiam caminhar no sentido da construção de um Estado mais moderno”, diz ele. “Esse poderia ser um bom momento para trazer essa pauta à mesa.”

    IstoÉ Dinheiro

  • Petrobras faz carregamento de diesel da Índia em navio-tanque de petróleo após atrasos

    Petrobras faz carregamento de diesel da Índia em navio-tanque de petróleo após atrasos

    A Petrobras carregou diesel da Índia a bordo de um navio-tanque de petróleo Suezmax após um atraso de um mês, de acordo com dados de rastreamento de navios e fontes comerciais, o primeiro carregamento desse tipo com origem na Índia em mais de um ano em meio a taxas de frete voláteis para navios-tanque de produtos refinados.

    A conversão de um navio-tanque de petróleo bruto para transportar produtos refinados permitiu que a Petrobras enviasse volumes maiores de diesel da Ásia a custos mais baixos, com os vendedores asiáticos também buscando saídas de demanda fora dessa região, disseram as fontes.

    As remessas maiores provavelmente aliviarão a pressão de baixa em um mercado asiático de diesel com excesso de oferta e criarão um piso de preço para o mercado atual, disseram as fontes. Por enquanto, as margens de refino parecem estar perto de atingir o nível mínimo de 13-14 dólares por barril na Ásia, acrescentou uma das fontes.

    O petroleiro Milton Santos, fretado pela Petrobras, carregou de 100.000 a 105.000 toneladas (745.000 a 782.250 barris) de diesel com teor de enxofre ultrabaixo no porto Sikka da Reliance nos dias 4 e 5 de maio e deve chegar ao Brasil na primeira quinzena de junho, segundo dados da LSEG, Kpler e uma fonte do setor de corretagem de navios.

    O carregamento foi adiado por quase um mês devido a um processo de limpeza e lavagem mais longo do que o esperado, disseram duas fontes de navegação.

    Tanto a Petrobras quanto a Reliance não responderam aos pedidos de comentários da Reuters.

    O embarque ocorre depois que 360 mil toneladas de diesel russo enviadas em março foram descarregadas no Brasil nas últimas semanas, com cerca de 177 mil toneladas de cargas realizadas no mês de abril previstas para serem descarregadas nesta semana, de acordo com fontes do setor de corretagem.

    CUSTOS DE FRETE

    O Brasil tornou-se um importante comprador das exportações de diesel russo desde que as sanções ocidentais aos produtos petrolíferos russos começaram no início do ano passado, com volumes médios de 540.000 a 617.000 toneladas por mês, segundo dados da Kpler e da LSEG.

    A arbitragem econômica para as exportações de diesel russo piorou devido às tensões em curso no Oriente Médio e algumas cargas também sofreram atrasos, afetando as entregas ao Brasil, disse uma fonte comercial.

    Os custos de frete para os navios-tanque Suezmax nas rotas leste-oeste são cerca de 30% mais baratos do que os custos de mais de 60 dólares por tonelada para navios de longo alcance 2 (LR), capazes de transportar de 90.000 a 100.000 toneladas de diesel, disse uma fonte comercial com sede em Cingapura.

    Nos últimos três anos, a Petrobras tem usado esporadicamente seus navios-tanque de petróleo bruto para carregar diesel da Índia e do Oriente Médio para o Brasil, segundo dados da Kpler.

    A mudança exige que os navios-tanque de petróleo bruto sejam limpos para torná-los adequados para transportar diesel sem contaminar o combustível e o processo leva pelo menos duas semanas, disse uma fonte de navegação com sede em Cingapura.

    (Reportagem de Trixie Yap em Cingapura, reportagem adicional de Nidhi Verma, Mohi Narayan em Nova Délhi e Reuters)

    Reuters

  • Governo Lula prepara mudança em regras para fundos de pensão

    Governo Lula prepara mudança em regras para fundos de pensão

    O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute uma série de mudanças nas regras para fundos de pensão, com o objetivo de dar mais flexibilidade aos gestores em caso de déficits temporários nos planos e na alocação de recursos para investimentos.

    Uma das medidas deve abrandar a regra que hoje exige a elaboração de um plano de equacionamento em qualquer situação de desequilíbrio, mesmo que pequeno ou temporário.

    Os planos de equacionamento demandam a cobrança de uma alíquota extra da patrocinadora e dos participantes para garantir que as receitas serão suficientes no futuro para cobrir os benefícios. Com isso, a renda disponível dos trabalhadores e aposentados fica menor.

    Outra iniciativa busca flexibilizar a alocação dos recursos arrecadados via contribuições, inclusive retomando os investimentos em FIPs (Fundos de Investimento em Participações).

    O desafio do governo é promover os ajustes sem relançar desconfianças sobre o setor. Os FIPs foram alvo central das investigações da Operação Greenfield, deflagrada em 2016 e que apontou problemas e desvios de recursos bilionários, causando prejuízo aos trabalhadores.

    Na esteira das apurações, o governo Michel Temer (MDB) endureceu as regras de funcionamento dessas entidades. Passou a exigir o equacionamento em um ano a partir da apuração do déficit e restringiu investimentos.

    Técnicos do atual governo consideram que as normas se mostraram excessivamente duras e, por isso, há necessidade de flexibilização.

    Na situação atual, se a conjuntura econômica desfavorável penaliza os investimentos, levando a um déficit momentâneo, os gestores precisam propor o plano de equacionamento em até um ano.

    Agora, o foco é discutir uma reformulação da regra permanente. “Será que nós precisamos fazer o equacionamento todo ano, ou podemos fazer a cada dois ou três anos?”, questiona o secretário.

    Ele lembra que na situação inversa, de lucro, não há distribuição imediata do resultado (via alívio nas cobranças), só depois de três anos seguidos no azul.

    O diretor-superintendente da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), Ricardo Pena, destaca que a existência de déficit não significa insolvência do plano e alerta para o risco de a regra atual promover transferência indevida de recursos entre gerações.

    Ele cita como exemplo aposentados que precisam arcar com contribuições extras significativas.

    “Ele pagava 10%, agora passou a pagar 30% porque a economia está ruim e o plano não performou. Daqui a cinco anos, os indicadores estão bem, isso refletiu na performance do plano, talvez nem seja necessário cobrar os 30%. Pode ter um grupo que estava aposentado e faleceu, enquanto aquele que estava ativo se aposentou e não está pagando os 30%”, diz.

    “É importante ter uma regra contracíclica, ou seja, você dá um tempo para ver se aquele déficit é estrutural ou conjuntural”, afirma.

    Antes da gestão Temer, o equacionamento era exigido se o rombo ultrapassasse 10% do patrimônio da entidade, ou em caso de déficit de qualquer montante por três anos seguidos.

    No período seguinte, se o cenário econômico mais benevolente impulsiona a rentabilidade, o plano pode se mostrar desnecessário e até ser suspenso, mas os participantes já terão arcado com o custo extra ao longo dos meses anteriores.

    O secretário do Regime Próprio e Complementar do Ministério da Previdência Social, Paulo Pinto, diz à Folha que o mecanismo de equacionamento serve para garantir a solvência do sistema diante de déficits estruturais, não conjunturais.

    No ano passado, o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) aprovou a ampliação do prazo para os fundos implementarem o equacionamento para os planos que fecharam 2022 com déficit (342), ainda na esteira dos impactos da pandemia de Covid-19.

    Em 2023 até setembro, o número de planos no vermelho caiu a 266.

    Agora, o foco é discutir uma reformulação da regra permanente. “Será que nós precisamos fazer o equacionamento todo ano, ou podemos fazer a cada dois ou três anos?”, questiona o secretário.

    Ele lembra que na situação inversa, de lucro, não há distribuição imediata do resultado (via alívio nas cobranças), só depois de três anos seguidos no azul.

    O diretor-superintendente da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), Ricardo Pena, destaca que a existência de déficit não significa insolvência do plano e alerta para o risco de a regra atual promover transferência indevida de recursos entre gerações.

    Ele cita como exemplo aposentados que precisam arcar com contribuições extras significativas.

    “Ele pagava 10%, agora passou a pagar 30% porque a economia está ruim e o plano não performou. Daqui a cinco anos, os indicadores estão bem, isso refletiu na performance do plano, talvez nem seja necessário cobrar os 30%. Pode ter um grupo que estava aposentado e faleceu, enquanto aquele que estava ativo se aposentou e não está pagando os 30%”, diz.

    “É importante ter uma regra contracíclica, ou seja, você dá um tempo para ver se aquele déficit é estrutural ou conjuntural”, afirma.

    Antes da gestão Temer, o equacionamento era exigido se o rombo ultrapassasse 10% do patrimônio da entidade, ou em caso de déficit de qualquer montante por três anos seguidos.

    A Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) tem discutido o modelo com seus membros, mas representantes da entidade consideram razoável a retomada de uma regra nos mesmos moldes, com um limite prudencial que dispara a cobrança extra.

    A Previc considera a regra antiga um bom ponto de partida, mas defende aprimoramentos.

    Hoje, quando há déficit estrutural, o equacionamento é aprovado com base na duração estimada do plano —uma variável que sintetiza a expectativa de sobrevida dos participantes no momento da formulação das medidas de reequilíbrio.

    Pena ressalta, porém, que a longevidade dos brasileiros tem aumentado a cada ano, e o plano pode acabar durando mais tempo. Permitir a incorporação do ganho esperado de longevidade pode aliviar o peso das alíquotas extras sobre os participantes.

    As discussões do novo modelo ainda estão em curso, mas o Executivo vê as mudanças como uma fonte de maior estabilidade para o sistema, sem pôr em risco sua solvência. Os fundos de pensão são responsáveis por 3,8 milhões de participantes.

    “O plano de equacionamento sempre é um processo doloroso dentro da governança da entidade, junto aos assistidos. Ter um prazo um pouquinho maior permite você passar por esses momentos de oscilação e equacionar quando de fato se mostra que há um déficit que tende a perdurar”, afirma o diretor do Departamento de Políticas e Diretrizes de Previdência Complementar, Narlon Gutierre Nogueira.

    O governo também discute a flexibilização de regras para investimentos. A tarefa central dos gestores do fundo é fazer o dinheiro render para crescer o bolo e garantir, no futuro, uma aposentadoria ou pensão razoável a seus assistidos.

    Mas a redução da taxa básica de juros, a Selic, embora positiva para a economia como um todo, tem tornado cada vez mais árduo o trabalho de buscar maior rentabilidade com o menor risco possível.

    Em evento realizado pela Previc em março, o presidente da Petros, Henrique Jäger, externou a preocupação com a segurança dos gestores em buscar investimentos mais rentáveis, diante do “processo agressivo de criminalização” ocorrido no passado —que ele chamou de “quase um tribunal de exceção”.

    Segundo ele, planos novos, em fase de acumulação de recursos, precisarão diversificar investimentos para bater as metas de rentabilidade.

    A retomada de investimentos em infraestrutura seria uma oportunidade, mas o temor de uma reedição do passado freia a disposição das entidades. Algumas delas inclusive proibiram o aporte de recursos em FIPs após a Greenfield por medo de autuações.

    “Os fundos de pensão não vão investir nada, porque não têm segurança jurídica. Esse é o grande desafio”, disse Jäger no evento.

    O secretário Paulo Pinto afirma que o governo discute com a Fazenda eventuais mudanças nas regras de investimento. Uma possibilidade é rever a norma que exige dos fundos vender todos os imóveis até 2030.

    Outra medida em análise é permitir o aporte em FIPs, desde que metade das cotas seja adquirida por investidor que não é fundo de pensão —uma forma de recolocar o instrumento no cardápio das entidades sem gerar risco para os gestores ou para os participantes.

    “O mercado está machucado e inseguro, então o pessoal vai pisando em ovos. Só que, conforme a Selic for caindo, que é importante para o país, eles vão gradativamente buscando investimentos”, diz o secretário.

    Para ele, as investigações no passado acabaram equiparando casos de fraude e corrupção com episódios de rentabilidade negativa por causa do mercado. “Às vezes foi só risco de negócio”, afirma.

    FolhaPress

  • Israel começa a esvaziar parte de Rafah, Hamas denuncia “escalada perigosa”

    Israel começa a esvaziar parte de Rafah, Hamas denuncia “escalada perigosa”

    Israel instruiu os palestinos a se retirarem de partes de Rafah na segunda-feira, no que parecia ser uma preparação para um ataque há muito ameaçado contra o Hamas na cidade do sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas desalojadas pela guerra têm se abrigado.

    Orientadas por mensagens de texto em árabe, telefonemas e panfletos para se mudarem para o que os militares israelenses chamaram de “zona humanitária expandida”, a 20 km de distância, algumas famílias palestinas saíram sob a fria chuva de primavera.

    Pouco depois do meio-dia em Gaza, várias explosões foram ouvidas no leste de Rafah, segundo os moradores e a mídia do Hamas, com um ataque aéreo que teve como alvo algumas casas onde surgiram linhas de fumaça e poeira.

    Uma autoridade de alto escalão do Hamas, o grupo militante palestino que governa Gaza, disse que a ordem de retirada era uma “escalada perigosa” que teria consequências.

    “A administração dos EUA, juntamente com a ocupação, é responsável por esse terrorismo”, afirmou Sami Abu Zuhri à Reuters, referindo-se à aliança de Israel com Washington.

    Os militares de Israel disseram que começaram a incentivar os moradores de Rafah a deixarem o local em uma operação de “escopo limitado”. Não deram motivos específicos nem disseram se uma ação ofensiva poderia se seguir.

    Alguns palestinos empilharam crianças e pertences em carroças de burro para iniciar a realocação, enquanto outros saíram em caminhonetes ou a pé pelas ruas transformadas em lama e poças pelas chuvas.

    “Está chovendo muito e não sabemos para onde ir. Tenho me preocupado que esse dia possa chegar, agora tenho que ver para onde posso levar minha família”, disse um refugiado, Abu Raed, à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.

    Testemunhas disseram que as áreas dentro e ao redor de Rafah, para as quais Israel quer transferir as pessoas, já estão lotadas e quase não há espaço para adicionar mais barracas.

    “O maior genocídio, a maior catástrofe ocorrerá em Rafah. Peço a todo o mundo árabe que interfira para que haja um cessar-fogo – que interfiram e nos salvem da situação em que nos encontramos”, disse Aminah Adwan, uma palestina deslocada.

    Há sete meses em sua guerra contra o Hamas, Israel vem ameaçando lançar incursões em Rafah, que, segundo o país, abriga milhares de combatentes do Hamas e, possivelmente, dezenas de reféns. A vitória é impossível sem a tomada de Rafah, diz o país.

    A perspectiva de uma operação com alto número de vítimas preocupa as potências ocidentais e o vizinho Egito, que está tentando mediar uma nova rodada de negociações de trégua entre Israel e o Hamas, na qual o grupo islâmico palestino poderia libertar alguns reféns.

    Os negociadores egípcios estão intensificando as conversações para conter a atual escalada entre Israel e o Hamas, segundo uma fonte anônima de “alto nível” citada pela TV Al Qahera, afiliada ao Estado egípcio, na segunda-feira.

    A fonte declarou que as negociações de cessar-fogo chegaram a um impasse depois que o Hamas atacou a passagem de Kerem Shalom para Gaza no domingo, matando quatro soldados israelenses.

    Reuters

  • Código Civil: conheça as propostas de juristas para modernizar a legislação

    Código Civil: conheça as propostas de juristas para modernizar a legislação

    Senadores e deputados terão um ponto de partida avançado para debater e aprimorar o Código Civil (Lei 10.406, de 2002). Uma comissão de juristas criada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, concluiu a revisão do texto em vigor, em uma tentativa de trazê-lo para os dias atuais. O trabalho, coordenado pelo ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), durou oito meses.

    As mudanças seguem decisões recorrentes tomadas por tribunais Brasil afora. Entre as inovações estão a inclusão de uma parte específica sobre direito digital e a ampliação do conceito de família.

    O Código Civil regula toda a vida das pessoas, mesmo antes do nascimento e até depois da morte, passando pelo casamento, sucessão e herança, além das atividades em sociedade, como a regulação de empresas e de contratos. É uma espécie de “constituição do cidadão comum”.

    Conheça as principais mudanças: 


    Família

     

    Ampliação do conceito de família

    Prevê a família conjugal (formada por um casal) e o vínculo não conjugal (mãe e filho, irmã e irmão), que passa a se chamar “parental”

    Substitui o termo “entidade familiar” por “família”; “companheiro” por “convivente” e “poder familiar” por “autoridade parental”

    Socioafetividade

    Reconhece a socioafetividade, quando a relação é baseada no afeto e não no vínculo sanguíneo

    Multiparentalidade

    Reconhece a multiparentalidade, coexistência de mais de um vínculo materno ou paterno em relação a um indivíduo

    Registro/DNA

    Prevê o registro imediato da paternidade a partir da declaração da mãe quando o pai se recusar ao exame de DNA

    Vida

    Reconhece a potencialidade da vida humana pré-uterina e a vida pré-uterina e uterina como expressões da dignidade humana


    Casamento e divórcio

     

    União homoafetiva

    Legitima a união homoafetiva, reconhecida em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

    Acaba com as menções a “homem e mulher” nas referências a casal ou família


    Divórcio unilateral

    Prevê o divórcio ou dissolução de união estável solicitados por uma das pessoas do casal, sem a necessidade de ação judicial

    O pedido deve ser feito no cartório onde foi registrada a união. O cônjuge será notificado e terá um prazo para atender


    Regime de bens 

    Permite alteração do regime de bens do casamento ou da união estável em cartório; hoje só com autorização judicial


    Alimentos gravídicos

    Cria os chamados “alimentos gravídicos”, pensão que será devida desde o início até o fim da gestação


    Reprodução assistida e doação de órgãos

     

    Reprodução assistida

    Proíbe o uso das técnicas reprodutivas para criar seres humanos geneticamente modificados, embriões para investigação científica ou para escolha de sexo ou raça

    Óvulos e espermatozoides

    Veda a comercialização de óvulos e espermatozoides

    Não reconhece vínculo de filiação entre o doador e a pessoa nascida a partir do seu material genético

    Doação de órgãos

    Dispensa autorização familiar para doação de órgãos quando o doador falecido tiver deixado, por escrito, permissão para o transplante

    Sem manifestação prévia, a autorização poderá ser dada por familiares

    Saúde

    Garante o direito de a pessoa indicar antecipadamente quais tratamentos de saúde deseja ou não realizar, caso fique incapaz no futuro

    Barriga solidária

    Proíbe a “barriga de aluguel”

    Autoriza a barriga solidária, desde que a gestação não seja possível em razão de causa natural ou em casos de contraindicação médica


    Animais

     

    Seres sencientes

    Considera os animais seres capazes de ter sensações e emoções, e com proteção jurídica própria

    Indenização

    Prevê reparação por maus-tratos e indenização a quem sofra dano moral por problemas com seu animal de estimação

    Despesas 

    Guarda e despesas de manutenção de animais de estimação podem ser compartilhadas entre ex-cônjuges


    Bens

     

    Herança

    Cônjuges deixam de ser herdeiros se houver descendentes (filhos, netos) e ascendentes (pais, avós). Nesse caso, apenas esses terão direito à herança

    Doação de bens

    Doações de pessoa casada ou em união estável a amantes podem ser anuladas pelo cônjuge ou por seus herdeiros até dois anos depois do fim do casamento


    Usucapião

     

    Pedido em cartório

    Possuidor de imóvel pode requerer diretamente ao cartório — e não mais ao juiz — a declaração de aquisição da propriedade por meio de usucapião

    Rural

    Para combater a grilagem, o direito ao reconhecimento de propriedade só pode ser exercido uma única vez. Hoje não há limite na lei

    Urbano

    Quem ocupar moradia de até 250m² em área urbana por cinco anos ininterruptos e sem oposição poderá ser seu dono

    Familiar

    Quem exercer a posse de um imóvel urbano de até 250 m² que dividia com ex-cônjuge ou ex-convivente que saiu do local por dois anos ininterruptos terá a propriedade integral


    Dívidas e prescrição

     

    Dívidas

    Proíbe penhora de imóvel do devedor e sua família se for o único bem que possuírem

    Moradia de alto padrão pode ser penhorada em 50%. A outra metade permanece em posse do devedor

    Prescrição do direito

    Reduz de 10 para 5 anos o prazo geral de prescrição (limite de tempo em que se pode pedir na Justiça o cumprimento de um direito)

    Juros

    Contratos não podem prever taxas de juros por inadimplência maiores que 2% ao mês


    Empresas

    Liberdade contratual

    Reforça a ideia de liberdade contratual, principalmente nas contratações em que as partes estejam em igualdades de condições

    Empresa estrangeira

    Exige que sociedades estrangeiras tenham sede e representante no Brasil para atuar no país


    Direito digital

    Fundamentos

    Cria o direito digital, estabelecendo direitos e proteção às pessoas no ambiente virtual

    Garante a remoção de links em mecanismos de buscas de conteúdos que tragam imagens pessoais íntimas, pornografia falsa, e crianças e adolescentes

    Cria possibilidade de indenizações por danos sofridos em ambiente virtual

    Plataformas digitais passam a responder civilmente pelo vazamento de dados e devem adotar mecanismos para verificar a idade do usuário

    Patrimônio digital

    Define patrimônio digital como os perfis e senhas de redes sociais, criptomoedas, contas de games, fotos, vídeos, textos e milhas aéreas

    O patrimônio digital pode ser herdado e descrito em testamento

    Sucessores legais podem pedir a exclusão ou conversão em memorial dos perfis em redes sociais de pessoas falecidas

    Identidade e assinatura digital

    Regulamenta o uso de assinatura eletrônica

    Reconhece a identidade digital como meio oficial de identificação dos cidadãos

    Inteligência artificial

    Exige identificação clara do uso de IA

    Exige autorização para criação de imagens de pessoas vivas e falecidas por meio de IA

    Fonte: Agência Senado

  • Campanha Aquecendo Vidas 2024 arrecada cobertores e agasalhos

    Campanha Aquecendo Vidas 2024 arrecada cobertores e agasalhos

    O Goiás Social, por meio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), realiza até o dia 30 de maio, a Campanha Aquecendo Vidas 2024 com a arrecadação de agasalhos e cobertores novos e usados, em bom estado de conservação.

    Além das peças arrecadadas, o Governo de Goiás também distribuirá 87,5 mil cobertores novos, adquiridos com recurso próprio, a famílias em vulnerabilidade social, pessoas em situação de rua e entidades sociais cadastradas na OVG em todos os 246 municípios goianos. O objetivo da campanha é proteger a população vulnerável nas noites mais frias do ano.

    “Sabemos que no mês de junho, as temperaturas costumam baixar no Estado de Goiás e nós não podemos ficar de braços cruzados, sabendo que há tantas famílias que precisam da nossa ajuda. Com a Campanha Aquecendo Vidas, não levamos apenas os cobertores e os agasalhos, levamos conforto, qualidade de vida e dignidade a milhares de pessoas do nosso estado. Em Goiás, ninguém passará frio”, destacou a presidente de honra da OVG e coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado.

    Campanha Aquecendo Vidas

    A Campanha Aquecendo Vidas cria uma grande rede de proteção à população vulnerável nos dias mais frios do ano. A iniciativa, que já distribuiu quase 280 mil cobertores desde 2019, além dos 87,5 mil adquiridos para 2024, se antecipa às quedas de temperatura, de acordo com apontamentos meteorológicos, e realiza as distribuições, em parceria com os municípios, em tempo hábil.

    Neste ano, as doações começaram a ser recebidas no dia 02 de maio, e vão até dia 30, em diferentes pontos da capital. Serão beneficiadas entidades sociais, principalmente as que cuidam de idosos, pessoas em situação de rua e famílias em situação de vulnerabilidade social de todo o Estado. No interior, as entregas são realizadas via municípios, que retiram os donativos em Goiânia e os distribui entre as famílias.

    “O governo não pode fazer tudo sozinho. É por isso que essas parcerias que fechamos com os municípios, para as entregas, e com as entidades parceiras, para a arrecadação, são tão importantes para chegarmos a cada família que precisa, sem deixar ninguém para trás”, frisou Gracinha Caiado.

    Pontos de coleta das doações:

    • OVG – Rua T-14, Setor Bueno – Goiânia
    • Palácio Pedro Ludovico Teixeira – Rua 82, nº 400, Centro – Goiânia
    • Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) – Rua 259, Setor Leste Universitário – Goiânia
    • Corpo de Bombeiros – Av. C-206 – Jardim América – Goiânia
    • Sebrae -GO – Av. T-03, nº 1.000 – Setor Bueno – Goiânia
    • Secretaria de Estado da Educação – Quinta Avenida, número 212, Setor Leste Vila Nova – Goiânia
    • Secretaria de Estado da Economia – Av. Vereador José Monteiro, 2233 – Setor Nova Vila – Goiânia
    • Procuradoria-Geral do Estado de Goiás – Rua 02 com Avenida República do Líbano, nº 293 – Setor Oeste – Goiânia

    Fonte: OVG

  • Temporada de emendas pré-eleitorais tem corrida feroz por recursos para bases

    Temporada de emendas pré-eleitorais tem corrida feroz por recursos para bases

    A cinco meses do primeiro turno das eleições municipais, em 6 de outubro, uma rica e cobiçada moeda eleitoral é disputada no Planalto Central. Está aberta a temporada das emendas pré-eleitorais, a corrida de vereadores, prefeitos, deputados e senadores para liberações dos pagamentos desses recursos antes da campanha política.

    Emendas -  (crédito: Valdo Virgo)
    Emendas – (crédito: Valdo Virgo)

    A cinco meses do primeiro turno das eleições municipais, em 6 de outubro, uma rica e cobiçada moeda eleitoral é disputada no Planalto Central. Está aberta a temporada das emendas pré-eleitorais, a corrida de vereadores, prefeitos, deputados e senadores para liberações dos pagamentos desses recursos antes da campanha política.

    O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não tem alcançado êxito na disputa para prefeituras nas últimas eleições — e pretende eleger administradores municipais, mesmo que não sejam necessariamente do PT —, tem interesse em liberar essas verbas, até para tentar “fidelizar” o maior número de aliados e torná-los gratos ao erário federal.

    Essa atenção do governo se dá em meio a uma crise do Palácio do Planalto com o Congresso. O governo precisa do apoio dos parlamentares para suas pautas num momento em que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ensaiam confronto com o Executivo.

    Deputados e senadores cobram dos ministérios a execução dessas emendas. Desde abril, teriam sido liberados R$ 13,8 bilhões. Há uma corrida contra o tempo. Como o ano é eleitoral, essas verbas precisam ser empenhadas, o que significa previsão de serem pagas até o fim de junho.

    O Ministério da Saúde empenhou R$ 7,8 bilhões em emendas individuais. A crítica dos congressistas contra a gestão de Nísia Trindade, nesse aspecto, ganhou a adesão até de Lira. Esse total liberado se refere a emendas impositivas, que o governo é obrigado a pagar e que a metade tem que ser destinada obrigatoriamente para ações de saúde.

    “Dinheiro na veia”

    Outra modalidade para liberar esses recursos são as chamadas “emendas pix”, dinheiro que vai direto para os cofres das prefeituras e que permite aos gestores aplicarem como quiserem. São consideradas as mais cobiçadas por prefeitos e parlamentares — em ano eleitoral, agiliza conclusão de obras sem necessidade de abrir nova licitação, o que atrasa a aplicação do recurso. São muito usadas em construção de creches, unidades de saúde e pavimentação de ruas.

    Até agora, foram empenhados R$ 8,5 bilhões, se consideradas todas as pastas. Esse montante representa 34% dos R$ 25 bilhões em emendas previstas para o governo repassar em 2024. Se comparado com o valor liberado em 2020, quando se deu a última disputa municipal, o governo tinha liberado R$ 7,8 bilhões até 30 de abril, volume menor que hoje, e que representa 22% do total.

    Se considerar os partidos, segundo dados do governo, o PL foi o principal contemplado — afinal, é a maior bancada, com 95 deputados. Depois, aparecem o MDB (44 deputados), o União Brasil (58 deputados) e, somente depois, o PT, legenda do presidente da República e que tem a segunda maior bancada, com 68 deputados).

    Para Sergio Andrade, diretor-executivo da Agenda Pública, a destinação das emendas não segue um critério estratégico e iguala a atuação de um deputado federal à de um vereador. “A agenda defendida pela maioria dos deputados não leva em conta uma visão estratégica de médio e longo prazos, o que faz com que o papel de muitos deles se assemelhe ao de um vereador. Os interesses das bases se sobrepõem aos do país”, disse Andrade, que também é integrante do Conselho Nacional de Transparência, Corrupção e Integridade Pública.

    Correio Braziliense
  • Líder do governo entra em cena para melhorar situação, no Senado

    Líder do governo entra em cena para melhorar situação, no Senado

    Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), tomou a iniciativa de solicitar um espaço na agenda do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma reunião prevista para próxima semana. O encontro está agendado para terça-feira ou quarta-feira da semana que vem, segundo apuração da mídia conservadora, divulgada nesta quinta-feira.

    O gesto, segundo interlocutores parlamentares, tem sidoi interpretado como um avanço significativo na relação entre Pacheco e o governo. Na semana passada, Pacheco havia se negado a promover um almoço com líderes e ministros do governo, recusando-se a “discutir a relação” com o Executivo.

    Algumas horas antes, Rodrigues disse da possibilidade de ampliar o escopo da reunião para incluir outros senadores e o denominado “núcleo político” do governo. Detalhes específicos da articulação, contudo, ainda permanecem em fase de planejamento e coordenação.

    Campanha

    A busca por diálogo por parte do governo reflete os esforços contínuos para pacificar a relação com Pacheco, que atingiu um ponto crítico após o Planalto conseguir, via Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a prorrogação da desoneração da folha aprovada pelo Congresso.

    A ação já recebeu votos positivos para o governo de cinco outros ministros da Corte, mas o julgamento foi paralisado após pedido de vista do ministro Luiz Fux, o que foi uma trégua bem-vinda para os interesses do Planalto, que consegue assim mais tempo para aplacar a ira de Pacheco. A matéria voltará ao Plenário do STF dentro de 90 dias, ou seja, praticamente ao mesmo tempo em que a campanha eleitoral tem início.

    Correio do Brasil