Categoria: Política

  • Inquérito da PF cita chefe da Abin de Lula como investigado

    Inquérito da PF cita chefe da Abin de Lula como investigado

    Relatórios confidenciais do inquérito da Polícia Federal sobre supostas atividades de espionagem ilegal no governo de Jair Bolsonaro (PL) indicam que Luiz Fernando Corrêa, o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi objeto de pelo menos quatro relatórios, com um deles classificando-o como “investigado”.

    Os documentos, aos quais a Folha teve acesso, fazem parte da investigação sob a supervisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

    Até agora, as decisões tornadas públicas por Moraes apenas mencionam manifestações da Polícia Federal, indicando que a administração atual da Abin tomou medidas que, segundo os investigadores, prejudicaram as apurações, sem uma menção direta a Corrêa como investigado.

    Moraes também não cita diretamente o atual diretor-geral da agência em suas decisões, limitando-se a reproduzir, em alguns pontos, as afirmações da PF.

    A investigação concentra-se no uso do software espião FirstMile durante o mandato de Bolsonaro na Presidência da República e de Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, na Abin.

    Corrêa assumiu o comando da agência em maio de 2023 e é um antigo colaborador de Lula, tendo sido diretor-geral da PF no primeiro mandato do presidente. Em uma entrevista recente, o chefe de Estado reiterou sua confiança no diretor da agência de inteligência.

    “O companheiro que indiquei para ser diretor-geral da Abin é companheiro que foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010, é pessoa que tenho muita confiança.”

    Um dos documentos a que a Folha teve acesso é um relatório da Divisão de Contrainteligência Policial datado de 3 de novembro de 2023, 14 dias depois da deflagração da primeira operação da PF no caso, que incluiu busca e apreensão na sede da Abin em Brasília.

    Ele trata especificamente de Corrêa e de seu então número 2, Alessandro Moretti. Há, nos dois casos, uma “qualificação dos investigados” com fotos de ambos, a data de nomeação de cada um na Abin e informações pessoais como número de documentos e dos respectivos telefones celulares.

    O relatório é endereçado ao delegado da PF Daniel Carvalho Brasil Nascimento, responsável pelo inquérito.

    Moretti acabou exonerado do cargo após a segunda operação da PF, de janeiro. A polícia afirma que ele teria dito, em uma reunião com servidores da Abin, que haveria fundo político nas investigações e que tudo iria passar.

    O segundo documento, da Divisão de Operações de Inteligência Cibernética da PF, é datado de 11 de janeiro e trata do depoimento de Corrêa na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, ocorrida em 25 de outubro do ano passado.

    “Foi identificada a apresentação realizada por Luiz Fernando Corrêa na reunião”, diz o documento da PF, que reproduz, em seguida, os slides que o chefe da Abin mostrou na reunião com os congressistas, que foi sigilosa.

    O relatório, que também é direcionado ao delegado responsável pelo inquérito, lista uma nota divulgada pela Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin) em que ela faz críticas ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

    Além de dizer repudiar declarações do chefe da PF no sentido de uma ação institucionalizada de arapongagem ilegal da Abin na gestão Bolsonaro, a associação afirma que maus profissionais existem em qualquer corporação, inclusive na PF, e que “o desvio de poucos não pode ser atribuído à totalidade dos servidores”.

    A associação diz também que é preciso separar o que classifica como uso correto do software FirstMile, cuja contratação ocorreu com chancela da Advocacia-Geral da União, de eventual mau uso.

    O inquérito já resultou em duas operações com prisões e buscas e apreensões, uma em outubro e a mais recente em janeiro.

    O terceiro documento do inquérito cujo foco é Corrêa trata de análise de material apreendido na primeira operação de busca, em outubro de 2023, entre eles agenda de anotações e um grupo de WhatsApp que mostram reuniões e diálogos entre ele e outros integrantes da agência.

    Um bloco de anotações confiscado de um ex-diretor da Abin revela registros de reuniões de Luiz Fernando Corrêa do final de março à primeira quinzena de maio de 2023, indicando sua participação na diretoria antes de ser formalmente nomeado diretor-geral.

    Embora Lula tenha oficialmente indicado Corrêa para o cargo em 2 de março de 2023, por meio de mensagem presidencial no Diário Oficial da União, a sabatina e aprovação pelo Senado só ocorreram em maio. O decreto de nomeação foi publicado pelo governo em 29 de maio.

    Outro documento analisado refere-se a material apreendido durante a operação de outubro, especificamente um telefone celular pertencente a Paulo Maurício Fortunato, então ocupante do cargo de número 3 na agência. Este documento lista mensagens de grupos de WhatsApp de membros da nova gestão da Abin desde janeiro de 2023, indicando que a decisão política para a escolha de Corrêa já havia sido tomada nesse período.

    Em uma das mensagens, por exemplo, datada de 8 de fevereiro, Corrêa diz ao restante do grupo que Lula provavelmente não formalizaria ainda a indicação naquele dia. “Vamos respeitar o tempo deles. Enquanto isso, vamos adiantando a preparação das ações de início de gestão. O preço disso será, com certeza, a continuidade das nomeações. Vamos ter que suportar o desgaste de desfazer aquelas que não estiverem alinhadas com nosso modelo.”

    Da mesma forma que constava no relatório anterior, a conclusão transmitida ao delegado encarregado da investigação é que Corrêa esteve presente em reuniões da diretoria da Abin antes de sua nomeação.

    Ao serem contatados, Corrêa e a PF declararam que não irão se pronunciar a respeito de investigações em curso.

    A Abin afirmou que “continua contribuindo com as investigações”. A Folha não conseguiu falar com Moretti.

    As informações são da Folha de SP

  • Nikolas Ferreira define postura conservadora à frente da Comissão de Educação

    Nikolas Ferreira define postura conservadora à frente da Comissão de Educação

    Assumindo a presidência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL-MG) esclareceu nesta terça-feira, 12, seu papel e abordagem frente ao cargo, em meio a debates e acusações sobre seu futuro impacto na educação brasileira. Durante um encontro com a Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), o deputado enfatizou a natureza institucional de seu trabalho na comissão, distanciando-se das responsabilidades atribuídas ao Ministro da Educação e ao presidente Lula.

    “Não estou ali como ministro da Educação, mas como presidente de comissão”, afirmou Nikolas, destacando sua função de organizar o fluxo de trabalho, como designar relatorias e pautar requerimentos. Ele reafirmou sua intenção de manter um debate construtivo, embora tenha pontuado que adotará um estilo mais firme caso a harmonia prometida não se sustente, em resposta aos rumores de uma oposição organizada.

    Entre as prioridades destacadas por Nikolas estão o Plano Nacional de Educação e o fomento ao debate sobre temas emergentes como home schooling e o Novo Ensino Médio, evidenciando um compromisso com as discussões substanciais em detrimento de polêmicas como o uso de pronomes neutros. “Quero manter a língua portuguesa como está”, declarou, referindo-se ao seu projeto de lei aprovado em Belo Horizonte.

    Além disso, Ferreira compartilhou sua experiência ao participar de um evento no Palácio do Planalto, onde o governo Lula anunciou a criação de cem novos campi de institutos federais, que abrirão 140 mil novas vagas em cursos técnicos e ensino médio. Apesar de sua suspeita inicial sobre o convite, ele destacou a recepção positiva dos alunos, contrapondo-se à atmosfera geral do evento.

    Hora Brasília

  • Conselheiro da Vale renuncia e critica “nefasta intervenção política” na empresa

    Conselheiro da Vale renuncia e critica “nefasta intervenção política” na empresa

    José Luciano Duarte Penido, membro do conselho de administração da Vale, anunciou sua renúncia ao cargo, afirmando estar insatisfeito com o processo de sucessão do presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo. Penido argumenta que o procedimento está sendo indevidamente influenciado e manipulado, o que prejudica o interesse da empresa.

    Em uma carta direcionada ao presidente do Conselho de Administração da Vale, Daniel Stieler, Penido detalhou suas preocupações: “Apesar de respeitar decisões colegiadas, em minha opinião o atual processo sucessório do CEO da Vale vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.ANABB - Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil

    Além de criticar o processo de sucessão, Penido também expressou desilusão com a integridade dos acionistas relevantes da empresa, questionando o compromisso deles com a elevação da governança corporativa. “No Conselho se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse”, destacou Penido em sua carta de renúncia.

    Hora Brasilia

  • Deputado dos EUA cita Moraes e propõe ação legislativa dos EUA contra “abusos de direitos humanos” no Brasil

    Deputado dos EUA cita Moraes e propõe ação legislativa dos EUA contra “abusos de direitos humanos” no Brasil

    O deputado norte-americano Chris Smith apontou sérias preocupações com as violações aos direitos humanos no Brasil, referindo-se diretamente para ações conduzidas sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes. Em suas declarações, Smith criticou a maneira como a Suprema Corte e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm sido instrumentalizados para reprimir dissidentes políticos e controlar o fluxo de informações, desafiando os fundamentos do Estado de Direito.

    “O que eu vejo no Brasil hoje, principalmente em investigações do juiz Alexandre de Moraes, é chamado de ‘governar pela Lei’, o oposto do Estado de Direito”, enfatizou Smith. Ele também destacou a censura exercida pela Suprema Corte e o papel do TSE como um “tribunal de combate à desinformação”, critérios que, segundo ele, não são aplicados equitativamente. “As mesmas leis não se aplicam a todas as pessoas”, argumentou o parlamentar, sinalizando uma ameaça à integridade democrática e ao Estado de Direito.

    Smith anunciou uma audiência na Câmara dos Representantes dos EUA para debater as mencionadas violações no Brasil. Além disso, ele indicou planos para pressionar o governo dos Estados Unidos a responder a essas preocupações. Mais ambiciosamente, Smith propõe a criação de uma legislação, a “Lei da Democracia, Liberdade e dos Direitos Humanos no Brasil”, destinada a combater esses abusos e promover os valores democráticos no país.

    Uma delegação liderada por Smith, incluindo outros cinco congressistas republicanos, reuniu-se com representantes brasileiros para tratar dessas questões críticas. Entre os presentes estavam os deputados brasileiros Eduardo Bolsonaro (SP), Bia Kicis (DF), e Gustavo Gayer (GO), todos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando o apoio transnacional na luta contra as alegadas práticas autoritárias.

    A Câmara dos Representantes dos EUA divulgou uma nota oficial expressando sua inquietação com as persistentes violações dos direitos humanos no Brasil, sublinhando como tais práticas têm debilitado gravemente os pilares da democracia, liberdade, e Estado de Direito no país. Este apelo internacional por justiça e transparência visa a restauração dos princípios democráticos e a proteção dos direitos fundamentais no Brasil.

    Hora Brasília

  • Zema demite assessor do governo após conversa sobre suposto caso de corrupção

    Zema demite assessor do governo após conversa sobre suposto caso de corrupção

    O governador Romeu Zema (Novo) demitiu nesta segunda-feira (11) o subsecretário de Relações Institucionais de Minas Gerais, Bruno Ornelas, suspeito de participação em esquema de corrupção envolvendo o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Goiás em 2022.

    Na administração Zema, Ornelas, que trabalhava pelo governo em Brasília, era o responsável pela ligação do Palácio Tiradentes com o governo federal, realizava contatos com parlamentares e atuava na área de relações internacionais. A reportagem não conseguiu contato com o ex-subsecretário.

    “Determinei a imediata exoneração de um servidor investigado por suposto desvio de conduta, mesmo que o ocorrido não tenha sido no Governo de Minas. Na minha gestão, a tolerância é zero pra corrupção”, publicou Zema nas redes sociais.

    A Subsecretaria de Relações Institucionais está dentro do organograma da Secretaria da Casa Civil, que tem como secretário o ex-deputado federal Marcelo Aro, candidato derrotado ao Senado em 2022 pelo PP. As duas pastas foram criadas por Zema no ano passado.

    Reportagem publicada pelo portal Metrópoles nesta segunda mostra conversas em 2022 entre um empresário de Brasília e o agora ex-subsecretário de Relações Institucionais de Minas Gerais que indicariam suposta corrupção no Governo de Goiás.

    As negociações envolveriam o pagamento de R$ 900 mil para colocação do empresário em cargo no Detran.

    À época, segundo a reportagem, Ornelas trabalhava com o Podemos, que seria o partido responsável pelas indicações do órgão de trânsito no governo de Ronaldo Caiado (União Brasil). A reportagem entrou em contato com o governo goiano e aguarda retorno.

    Aliados do governador Zema afirmam que a indicação de Ornelas para o cargo partiu de Aro, quando da montagem da estrutura da secretaria. A reportagem enviou questionamentos à Secretaria da Casa Civil e também aguarda retorno.

    Em texto publicado no site do Podemos em maio de 2021, Ornelas aparece como Secretário de Relações Institucionais do Podemos prestes a acumular também o cargo de coordenador de política nacional da legenda.

    A reportagem entrou em contato com a assessoria nacional do Podemos para saber se Ornelas ainda faz parte dos quadros do partido e aguarda retorno.

    Ao ex-subsecretário estavam subordinadas quatro superintendências em Brasília: Relacionamento no Distrito Federal, Relacionamento Nacional e Internacional, Relacionamento com Órgãos de Controle Externo e Central de Gestão e Captação de Recursos.

    A reportagem enviou questionamentos à Secretaria da Casa Civil sobre a indicação de Ornelas para o cargo. Entre as perguntas estavam uma solicitando informações sobre de quem partiu a indicação de Ornelas para o cargo e de onde o secretário Aro o conhecia. Ambas não foram respondidas.

    Uma nota foi enviada à reportagem: “Como a própria matéria [do site Metrópoles] destaca, os fatos narrados se deram em maio de 2022, sendo certo que o servidor citado foi nomeado pelo Governo de Minas apenas em maio de 2023”, diz o texto.

    O comunicado afirma ainda que a exoneração ocorreu inclusive para que o ex-subsecretário possa se defender. “Diante da gravidade do imputado, o Governo de Minas Gerais reitera, na oportunidade, seu compromisso firme com a ética, a honestidade e o zelo pela coisa pública e o combate à corrupção”.

    Folha de São Paulo

  • Incêndio gera troca de acusações no União Brasil e acirra racha em partido com meio bilhão de fundo

    Incêndio gera troca de acusações no União Brasil e acirra racha em partido com meio bilhão de fundo

    O racha interno na União Brasil atingiu seu ápice após duas casas em Pernambuco da família do presidente eleito do partido, o advogado Antônio de Rueda, terem sido atingidas por incêndios.

    O episódio da noite de segunda-feira (11) –com indícios de ação criminosa, segundo avaliação do governo estadual– resultou em troca de acusações e na ampliação do isolamento do atual presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE).

    A bancada da União na Câmara se reuniu na tarde desta terça (12) e decidiu levar para reunião da executiva nacional, na quarta (13), pedido pelo afastamento de Bivar do comando da sigla.

    Pouco tempo após tomarem conhecimento dos incêndios, uma ala do partido afirmou desconfiar que o incidente tenha sido motivado por questões políticas. Apontaram o dedo para Bivar, que, segundo denúncia encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), já fez ameaças a Rueda e sua família.

    Bivar rechaçou qualquer envolvimento com os incêndios, chamou de “ilações” as conjecturas dos correligionários e fez acusações contra a mulher do adversário.

    A queda de braço na União Brasil –cuja troca do comando está prevista para junho– envolve uma disputa pelo controle de milhões de reais em recursos partidários. A legenda deve receber mais de R$ 500 milhões de fundo eleitoral em 2024.

    Os imóveis da família de Rueda atingidos por incêndios estão localizados em Toquinho, uma praia em Pernambuco. Uma das casas é do próprio Rueda e a outra, de uma irmã dele.

    O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou haver “indícios mais do que suficientes” de incêndio criminoso, por ter atingido as duas casas, mas evitou apontar suspeitos.

    Uma perícia foi realizada na manhã desta terça, com duração de mais de seis horas. O laudo deve ser entregue em até dez dias aos investigadores.

    Imagens de câmeras de segurança do local foram coletadas. Relatórios do Corpo de Bombeiros indicam que o fogo destruiu diversos móveis das casas. Os bombeiros chegaram ao local às 20h35, mas pessoas que estavam nas proximidades já haviam combatido as chamas.

    O presidente eleito da União Brasil estava nos Estados Unidos, segundo integrantes do partido, e antecipou retorno ao Brasil após ter conhecimento do caso.

    A guerra de versões dentro do partido é mais um capítulo das brigas que marcam a União Brasil desde a sua criação, em 2021, fruto de uma fusão entre o DEM e o PSL –sigla que abrigou Jair Bolsonaro (hoje PL) na eleição de 2018.

    Na maioria das vezes, a rixa opunha de um lado o grupo de Bivar, oriundo do PSL, e do outro os ex-integrantes do DEM.

    Rueda, atualmente vice-presidente da União Brasil, era uma figura próxima de Bivar. Ambos são pernambucanos e mantinham contatos na esfera política, pessoal e também nos negócios ligados a seguros.

    A briga entre os dois ocorreu depois que Rueda passou a ser instado a assumir o partido por uma ala da legenda que não concordava com as ações de Bivar. O episódio que foi o estopim para o distanciamento entre os ex-aliados foi uma discussão entre Bivar e o secretário-geral da União Brasil, ACM Neto, na qual o deputado desferiu uma série de xingamentos contra o correligionário.

    Segundo relatos, ACM Neto deixou o episódio decidido a remover Bivar da liderança da União Brasil. Daí saiu a solução que levou à convocação de uma convenção partidária para 29 de fevereiro, na qual Rueda foi eleito o futuro presidente da sigla e ACM Neto, o primeiro vice-presidente.

    No dia da reunião que chancelou sua destituição, Bivar tentou cancelar a convenção, sem sucesso. Por fim, afirmou que o resultado não tem validade e prometeu contestá-lo.

    A disputa no âmbito político passou a envolver relatos de ameaças.

    O advogado Paulo Emílio Catta Preta afirmou que, dias antes da convenção partidária, foi procurado por Rueda, que lhe relatou ter sido ameaçado por Bivar.

    “O Rueda me procurou preocupado com a ameaça que ele tinha sofrido. Era uma ligação com o [Luís Carlos] Busato, mas que, pelo telefone dele, o Bivar assumiu a ligação e passou a desferir uma série de ameaças inicialmente a ele e depois contra a família dele”, disse.

    Após esse incidente, ele recebeu informações de outros correligionários de que Bivar teria repetido as ameaças em outras conversas.

    O advogado registrou uma denúncia na Polícia Civil do Distrito Federal, que mandou o caso para o STF, por causo do foro especial de Bivar. O processo está com o ministro Kassio Nunes Marques.

    Catta Preta afirmou que vai aditar seu pedido citando ao STF os “novos fatos”. “Temos razões para suspeitar da autoria desses incêndios. Embora eu não possa dizer categoricamente que foi obra do Bivar, é obvio que há uma série de indícios que não posso negligenciar. Não posso fechar os olhos para essas ameaças.”

    O advogado diz que Bivar tem casa no mesmo condomínio onde ficam os imóveis atingidos pelo fogo.

    Nesta terça, ao deixar um evento no Palácio do Planalto, Bivar disse que Caiado é um “pigmeu moral” e por isso nada do que ele fala deveria ser considerado. Em seguida, disparou acusações contra Rueda.

    “Isso é ilação, porque tudo você tem que comprovar. Inclusive a mulher do Rueda pediu meu apartamento emprestado em Miami e roubou do cofre, mas eu tenho que provar isso, certo? Então essas ilações a gente tem que levar. Eu não sei se eu denuncio isso ao FBI ou não”, afirmou.

    “Isso foi na época da eleição. Ele disse que iria repor esse dinheiro e até hoje não repôs. Era um dinheiro significativo. Eu tenho ideia [de quanto], mas não posso falar. Eu não fiz denúncia porque o marido dela disse que iria me repor isso. E até agora nada.”

    O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) chamou Bivar de leviano e irresponsável, ao deixar o Palácio do Planalto, onde teve uma reunião com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

    Defendeu ainda que ele responda por suas acusações tanto no conselho de ética da Câmara como no do partido. “Não podemos ter um deputado agindo de forma leviana, expondo pessoas, inclusive, causando suspeição sobre o conjunto partidário ou sobre quem quer que seja”, disse.

    Folha de São Paulo

  • Lula pede que bancos públicos ampliem crédito para pobres e pequenas empresas

    Lula pede que bancos públicos ampliem crédito para pobres e pequenas empresas

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou de bancos públicos mais rapidez na agenda do crédito e expansão dos empréstimos para pequenas empresas e para a população mais pobre.

    O assunto foi discutido em reunião nesta sexta-feira (8) com os presidentes de cinco bancos federais (Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste). O presidente quer que as instituições financeiras trabalhem alinhadas em torno da pauta de estímulo ao crédito, prioritária para sustentar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano após a alta de 2,9% em 2023.

    A reunião ocorreu depois da divulgação do balanço dos bancos no primeiro ano do governo Lula 3. Na reunião, o presidente recebeu dados sobre a liberação do crédito pelos cinco bancos.

    O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais da Presidência da República) disse à reportagem que Lula tem obsessão com a agenda de ampliação do crédito. “Ele quer saber o que está andando para baratear a oferta de crédito para a população mais pobre e pequeno empresário”, afirmou o ministro.

    Segundo Padilha, a expectativa é que essa agenda ande mais rápido. Lula vai se reunir regularmente com os dirigentes dos bancos públicos para avaliar as metas.

    “Foram aprovadas várias coisas no ano passado que contribuíram, como o marco de garantias, mas ele [o presidente] continua insistindo [em mais resultados]”, ressaltou.

    A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, disse que o trabalho de alinhamento entre os bancos tem sido importante. “O presidente trouxe para nós a necessidade de mantermos o banco forte, cuidando do crédito”, contou. Segundo ela, Lula quis saber informações do crédito para a agricultura familiar, para o agronegócio e para o programa Minha Casa, Minha Vida.

    Medeiros aproveitou a reunião para valorizar o resultado do banco no ano passado junto ao presidente Lula. “Levamos um pouco do que a gente fez, do resultado que tivemos. As ações do banco se valorizaram quase 80% no ano”, ressaltou.

    O Banco do Brasil teve um lucro líquido ajustado (sem contar itens extraordinários) de R$ 35,5 bilhões em 2023 -o melhor resultado em termos nominais (sem considerar a inflação) de sua história.

    O presidente do BNB (Banco do Nordeste), Paulo Câmara, disse que na conversa com o presidente Lula a ênfase que tem sido dada é “conversar muito e buscar realmente trabalhar em conjunto”.

    “Como somos públicos, temos que trabalhar conversando muito e sem sobreposição de tarefas para chegar a mais locais, com mais atividades e cada um respeitando a competência do outro”, afirmou.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou da reunião, lançou recentemente uma ofensiva para a redução do spread bancário, como forma de reduzir o custo do crédito e ampliar a oferta. A maior parte da agenda depende de aprovação de oitos projetos que já estão no Congresso.

    Ele e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, estão fazendo uma espécie de road show (série de apresentações a investidores) para vender o pacote de redução do spread a empresários de vários setores.

    Nas reuniões, Haddad tem pedido apoio às reformas microeconômicas para aumentar a produtividade e o crescimento do país. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou apoio a essa agenda.

    A reunião com os bancos públicos foi feita depois de pesquisas de opinião apontarem uma queda da popularidade do presidente, apesar do cenário de melhora da economia e do mercado de trabalho -fatores que tradicionalmente influenciam a avaliação do governo.

    Padilha disse que o governo vai se dedicar a entender melhor qual o diagnóstico sobre o que influenciou o resultado. “Todas as pesquisas reafirmam que a grande maioria da população considera o governo Lula melhor do que o do Bolsonaro. Em todas as áreas, na economia, na saúde, na postura do presidente”, ressaltou.

    O ministro admitiu, no entanto, que é possível que alguns aspectos econômicos tenham impactado a queda de popularidade, como aumento sazonal do preço dos alimentos.

    “A gente vai se dedicar a entender. A da Quest foi no começo da semana, a da Atlas foi ontem. Vamos analisar melhor”, disse Padilha. Na sua avaliação, o governo tem experiência suficiente para não se assustar e se precipitar com base em “qualquer fotografia do momento que as pesquisas trazem” e esquecer da recuperação econômica, do crescimento, da queda do desemprego e do controle da inflação.

    Folha de São Paulo

  • Tarcísio vai a Brasília dar início a projeto de túnel Santos-Guarujá com governo Lula

    Tarcísio vai a Brasília dar início a projeto de túnel Santos-Guarujá com governo Lula

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve ir a Brasília nesta quarta-feira (13) “dar o pontapé inicial” junto do governo Luis Inácio Lula da Silva (PT), seu rival político, para a consulta pública do túnel que ligará Santos a Guarujá.

    Após se desentenderem sobre a paternidade de um investimento bilionário da Toyota no estado, Tarcísio falou em “relação republicana” em evento nesta segunda-feira (11) e trocou afagos com um membro do governo Lula e correligionário do governador, o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

    “A gente está trabalhando bem, a gente vai ter uma relação republicana, o interesse de São Paulo está em primeiro lugar, não tem como ser diferente. Se governo do estado e União trabalharem juntos, a gente tem condição de se ajudar mutuamente”, afirmou o governador na saída do CNN Talks, evento organizado pela emissora com representantes da infraestrutura em São Paulo.

    Segundo Tarcísio, a consulta pública dá início ao projeto do túnel, que havia sido apresentado em fevereiro, com obra estimada em cerca de R$ 6 bilhões, dividido entre estado e governo federal. A ideia é que o leilão seja feito até novembro, afirmou.

    “Eu quero agradecer publicamente ao governador Tarcísio pela construção política que foi feita com o presidente Lula em relação ao túnel de Santos”, disse Silvio Costa Filho. “Uma obra que demorou mais de 100 anos. E se Deus quiser, na próxima quarta-feira, às 15 horas, nós estaremos juntos lá em Brasília para anunciar essa obra tão importante”.

    O ministro também destacou outras parcerias bilionárias entre governo Lula e Tarcísio –o governador paulista é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os afagos públicos ao presidente Lula costumam gerar críticas entre expoentes da direita.

    Silvio, porém, destacou outras obras em conjunto entre São Paulo e União, como os investimentos da ordem de R$ 21,28 bilhões no Porto de Santos nos próximos cinco anos, anunciado nesta segunda.

    O ministro também ressaltou o investimento de R$ 2 bilhões feito pela Aena, concessionária do Aeroporto de Congonhas, na modernização do terminal.

    Relembrou, por fim, a ideia de construir um novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo, entre as cidades de Cajamar e Caieiras.

    “Abrimos, sob orientação do presidente Lula, um diálogo com o governador Tarcísio de Freitas, para sonharmos com um novo aeroporto na cidade de São Paulo”, afirmou ele.

    Tarcísio, por sua vez, defendeu as privatizações que tem feito em São Paulo e afirmou que ao final desta semana deve ser publicado o edital da venda da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), concessionária de energia.

    O governador afirmou que esta deve ser “uma privatização bastante badalada, com muito sucesso, bastante concorrida”.

    Sobre o principal projeto de sua agenda privatista, a venda da empresa de saneamento Sabesp, o governador negou que haja decisão sobre a fatia que o governo deve manter das ações da companhia –a lei aprovada permite que o governo se desfaça dos 50,3% das ações que tem e as mantenha entre 15% e 35%.

    Tarcísio defendeu ainda a concessão de todas as linhas do Metrô, como já havia feito, além da CPTM. Após o leilão do trem intercidades que ligará a capital a Campinas, o governador voltou a falar em trens para São José dos Campos e a Baixada Santista.

    Folha de São Paulo

  • Pimenta terá que explicar cerca de R$23 milhões sobre pesquisas de popularidade do presidente Lula

    Pimenta terá que explicar cerca de R$23 milhões sobre pesquisas de popularidade do presidente Lula

    A empresa contratada para realizar essas pesquisas é o IPRI, que possui outros contratos com a Secretaria de Comunicação do Governo, totalizando um investimento de R$ 22,6 milhões.

    O deputado Evair de Mello (PP-ES) apresentou um requerimento tanto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados quanto à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) para convocar o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, a prestar esclarecimentos sobre o gasto de R$ 6,8 milhões em pesquisas de popularidade relacionadas à imagem do presidente Lula.

    O contrato com essa empresa foi iniciado em março de 2022 e está previsto para encerrar neste mês. O ministro ligado a Lula será chamado para explicar a aparente disparidade nos investimentos.

    Os resultados divulgados pelo IPRI em suas pesquisas diferem da percepção de aprovação do governo Lula pela população brasileira.

    Enquanto o Instituto Atlas Intel indicou que 40% da população desaprova o governo Lula em janeiro deste ano, o instituto contratado pelo governo relatou um percentual de 29%.

    Além disso, enquanto o primeiro instituto apontou uma taxa de aprovação de 30% para Lula em janeiro, o instituto vinculado ao governo indicou uma aprovação de 62%.

    Jetss

  • Bispos alemães pedem que Vaticano esclareça observações do papa sobre “bandeira branca” da Ucrânia

    Bispos alemães pedem que Vaticano esclareça observações do papa sobre “bandeira branca” da Ucrânia

    Bispos católicos alemães pediram nesta segunda-feira ao Vaticano que esclareça observações do papa Francisco, segundo as quais a Ucrânia deveria ter “a coragem da bandeira branca” e negociar o fim do conflito com a Rússia.

    Os comentários de Francisco — proferidos em entrevista à emissora suíça RSI, que ainda não foi ao ar, mas já teve conteúdo revelado no fim de semana — foram rejeitados pela Ucrânia e bem recebidos pela Rússia.

    A Conferência Episcopal Alemã disse em publicação em seu site que, em última instância, cabe à Ucrânia decidir, “após cuidadosa consideração, quando chegou o momento das negociações de paz”.

    “O fato de o papa Francisco não ter abordado os pontos mencionados aqui em sua entrevista causou irritação entre muitos observadores, o que podemos entender. Seria bom se a Santa Sé comunicasse um esclarecimento substantivo de sua posição sobre essas questões”, afirmaram os bispos alemães.

    Na entrevista, Francisco foi questionado sobre sua posição no debate entre aqueles que dizem que a Ucrânia deveria desistir, já que não foi capaz de repelir as forças russas, e aqueles que avaliam que fazer isso legitimaria as ações da parte mais forte. O entrevistador usou o termo “bandeira branca” na pergunta.

    O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse no sábado que o papa tinha entendido o termo “bandeira branca” e o usou “para indicar o fim das hostilidades (e) uma trégua alcançada com a coragem das negociações”.

    Os bispos alemães consideraram “infeliz” que Francisco tenha repetido a expressão “bandeira branca”, mas também avaliaram que era “evidente e amplamente comprovado para nós que o papa — assim como a Conferência Episcopal Alemã — está comprometido com uma paz justa e duradoura na Ucrânia”.

     Reuters