Categoria: Política

  • Primeiro político condenado pela Lava Jato retorna ao PT e faz trabalho de base para o partido

    Primeiro político condenado pela Lava Jato retorna ao PT e faz trabalho de base para o partido

     Quase dez anos após ser atingido pela Operação Lava Jato, o ex-deputado federal e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas produz pitaias em um sítio em Ibiporã, no norte do Paraná, enquanto realiza um trabalho de base para o PT.

    Vargas voltou ao PT no início de 2023. Ele havia sido forçado a se desfiliar dez anos atrás, às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma Rousseff (PT). A pressão surgiu depois de vir à tona sua relação com o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação, que em 2014 dava os primeiros passos.

    “Foi meu único partido e agora tenho ajudado o PT a se organizar em minha região”, resume ele, que no passado chegou a presidir a legenda no Paraná. Apesar do retorno à sigla, diz que não tem pretensões eleitorais por enquanto: “Não disputo em 2024, estou reorganizando a minha vida, enfrentando as questões jurídicas e pessoais”.

    Depois da desfiliação, Vargas perdeu o mandato na Câmara dos Deputados e acabou preso. Tornou-se o primeiro político condenado pela Lava Jato, em sentença assinada pelo então juiz Sergio Moro, hoje senador pelo Paraná.

    Vargas ficou na prisão entre 2015 e 2018 e foi alvo de duas denúncias criminais, mas as sentenças depois foram anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que declarou a 13ª Vara de Curitiba incompetente para o julgamento dos casos. Os processos migraram para a Justiça Federal do Distrito Federal.

    Vargas alega inocência. “Fui vítima de uma perseguição política perpetrada por bandoleiros que usaram e abusaram de suas funções públicas para fins pessoais”, diz ele. “A Lava Jato nos submeteu a um processo de tortura visando arrancar mentiras sobre o Lula e o PT”, afirma o ex-parlamentar.

    Vargas diz que quando saiu da prisão, em liberdade condicional, pediu para cuidar da sua propriedade rural, onde agora produz 2.100 pés de pitaias, depois vendidas aos supermercados da região.

    “Eu nunca tinha plantado um pé de cebolinha. Mas, na condicional, você tem que arrumar emprego formal. Eu estou na política desde os 20 anos de idade. Onde eu arrumaria emprego? O sítio foi a única alternativa que me sobrou”, diz ele.

    Folha de São Paulo

  • CNJ retoma julgamento de reclamação disciplinar contra ex-juíza da Lava Jato Gabriela Hardt

    CNJ retoma julgamento de reclamação disciplinar contra ex-juíza da Lava Jato Gabriela Hardt

    Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve retomar o julgamento de uma reclamação disciplinar contra a juíza Gabriela Hardt, ex-substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato, nesta terça-feira, 5. O caso trata de um suposto “conluio” na homologação do fundo de R$ 2,5 bilhões na Lava Jato.

    O ato foca na homologação feita pela juíza, em janeiro de 2019, do acordo firmado pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Petrobras e pelo Departamento de Justiça norte-americano. A proposta estipulava a criação de uma fundação para administrar R$ 2,5 bilhões oriundos de multas paga pela estatal em processos nos Estados Unidos.

    Após forte repercussão negativa sobre o fundo, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba decidiu suspender o acordo e desistir do fundo.

    A reclamação contra Hardt foi apresentada pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e outros parlamentares. Na época, o grupo pediu ao CNJ a “declaração de ilegalidade da conduta da magistrada”, e cobrou a aplicação de sanções como advertência, censura e remoção compulsória (aposentadoria compulsória).

    A apuração de infração disciplinar de Hardt é do ministro Luis Felipe Salomão, e deve ser a quinta pauta da 2ª Sessão Ordinária do CNJ deste ano.

    Em 2023, Gabriela Hardt deixou a 13ª Vara Federal após ser transferida para a 3ª Turma Recursal do Paraná. A primeira vez que ela assumiu as ações da Lava Jato foi em 2018, quando substituiu o ex-juiz e senador pelo Paraná, Sérgio Moro.

    Ainda no ano passado, o ministro Luis Salomão abriu uma outra apuração sobre a conduta de Gabriela Hardt na Lava Jato. A investigação foi aberta no bojo de uma reclamação disciplinar de autoria do empresário Tony Garcia, que atribui à juíza suposta “parcialidade” e “retaliações”.

    Na ocasião, o empresário alegou que a magistrada “tinha conhecimento de fatos potencialmente criminosos praticados” por Moro e procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato, “mas se manteve inerte”. Ele ainda sustentou que houve “retaliações” de Hardt após ela tomar conhecimento dos “fatos delituosos”.

    Estadão

  • Decisão de Mendonça sobre acordo na Lava Jato abre caminho para tema ir ao plenário do STF

    Decisão de Mendonça sobre acordo na Lava Jato abre caminho para tema ir ao plenário do STF

    A decisão de André Mendonça que estabeleceu um prazo para a renegociação de acordos de leniência ajudou a amenizar o clima de incômodo no STF (Supremo Tribunal Federal) iniciado a partir das determinações do ministro Dias Toffoli que beneficiaram a J&F e a Novonor (antiga Odebrecht).

    Mendonça criou, no último dia 26, uma mesa de conciliação entre órgãos públicos e empresas que firmaram esses acordos no âmbito da Operação Lava Jato e de seus desdobramentos.

    Com isso, ele retomou o controle das discussões sobre a validade das leniências e abriu caminho para que eventuais julgamentos sobre o tema aconteçam no plenário do Supremo, composto pelos 11 ministros da corte.

    Desde março do ano passado, Mendonça é relator de uma ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) que questiona a legalidade dos acordos.

    A apresentação desse tipo de ação é restrita a algumas autoridades, entidades e a partidos políticos. Nesse caso, ela foi proposta pelo PSOL, pelo PC do B e pelo Solidariedade, que foram representados por integrantes do escritório de advocacia de Walfrido Warde, conhecido pelos posicionamentos críticos aos métodos da operação.

    A ação é ampla e diz que as leniências foram firmadas antes do acordo de cooperação técnica que sistematizou as regras para o procedimento e, por isso, seriam ilícitas.

    No fim de dezembro, porém, Toffoli decidiu em outra ação suspender o pagamento do acordo de leniência da J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. O valor total dessa multa é de R$ 10,3 bilhões.

    O processo é relacionado às conversas hackeadas de integrantes da Lava Jato, obtidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing.

    Em sua decisão, Toffoli apontou suspeitas, a partir do material obtido pela Spoofing, de que “teria havido conluio entre o juízo processante e o órgão de acusação para elaboração de cenário jurídico-processual-investigativo que conduzisse os investigados à adoção de medidas que melhor conviesse a tais órgãos, e não à defesa em si”.

    No fim de janeiro, sob o mesmo argumento, Toffoli estendeu sua decisão e suspendeu também a multa do acordo de leniência da antiga Odebrecht.

    O ministro vinha trabalhando para que eventuais recursos fossem levados apenas à Segunda Turma do Supremo, composta por cinco ministros e tradicionalmente de maioria contrária à Lava Jato.

    As decisões de Toffoli incomodaram uma ala do Supremo, que, sob reserva, manifestou insatisfação com a repercussão negativa e com os argumentos que ele deu para suspender as multas -de que os acordos de leniência foram firmados em ambientes de coação.

    Mas a determinação de Mendonça, que no último dia 26 fixou um prazo de 60 dias para que haja um consenso entre órgãos públicos e empresas, pôs panos quentes nesse atrito.

    Ele estabeleceu que durante esse período está suspensa qualquer multa em razão de eventual descumprimento das empresas das obrigações financeiras pactuadas.

    Mendonça afirmou que o objetivo é assegurar que as empresas negociem com os entes públicos com base nos princípios da boa-fé, da mútua colaboração, da confidencialidade, da razoabilidade e da proporcionalidade.

    O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que concorda com a abertura do diálogo, assim como o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas.

    A conciliação coloca frente a frente o Ministério Público Federal e órgãos como a AGU (Advocacia-Geral da União) e CGU (Controladoria-Geral da União) e empresas como a própria Novonor e a J&F, mas também a Metha (antiga OAS), a Camargo Corrêa, a Engevix, a Braskem, a Samsung Heavy Industries e outras companhias que reconheceram terem cometido ilicitudes.

    Acordo de leniência é uma espécie de delação premiada das empresas. Elas reconhecem desvios em contratos com o setor público e se comprometem a ressarcir o prejuízo em troca de continuar com contratos públicos.

    Ao anunciar a abertura da mesa de negociação, Mendonça defendeu os acordos de leniência como instrumento de combate à corrupção e afirmou que a conciliação não servirá para que seja feito “revisionismo histórico”.

    Para parte do Supremo, a decisão de Mendonça possibilita que as empresas possam negociar uma extensão no prazo de pagamento da multa ou até descontos, mas evita que os acordos sejam anulados.

    A decisão do ministro teve oposição de entidades de combate à corrupção. Elas temem que, ao contrário do que disse Mendonça, a conciliação sirva como um revisionismo da Lava Jato, e que as vítimas de práticas corruptas das empresas sejam prejudicadas.

    Parte dos integrantes do Supremo já tem sinalizado que, quando o tema das leniências chegar ao plenário, deve haver fortes discussões.

    Na última terça-feira (27), o decano da corte, Gilmar Mendes, fez uma longa manifestação crítica à Lava Jato na sessão da Segunda Turma e disse que o assunto tem “encontro marcado” com o plenário.

    Segundo ele, as renegociações trarão à tona “revelações assombrosas” a respeito de como foram celebrados os acordos.

    O relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, afirmou que antes de qualquer acordo ser fechado as empresas eram questionadas sobre a voluntariedade e que, “em todos os atos, os colaboradores estavam devidamente acompanhados e orientados por seus respectivos advogados”.

    Folha de São Paulo

  • Ciro Gomes denuncia liberação de precatórios no governo Lula: “falcatrua maior que a do mensalão e do petrolão juntos”

    Ciro Gomes denuncia liberação de precatórios no governo Lula: “falcatrua maior que a do mensalão e do petrolão juntos”

    Político falou em entrevista sobre a polêmica liberação de R$ 93 bilhões pelo governo Lula para o pagamento de precatórios.

    Em uma recente declaração, o ex-presidenciável Ciro Gomes, filiado ao PDT, fez duras críticas à gestão da política econômica do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Gomes abordou a polêmica liberação de R$ 93 bilhões pelo governo Lula para o pagamento de precatórios.

    Segundo Ciro Gomes, a gestão econômica de Lula e Bolsonaro merece ser comparada devido às suas diferentes abordagens. Em suas palavras, ele destacou as disparidades entre as administrações, gerando um debate acalorado sobre as estratégias adotadas para enfrentar os desafios econômicos do país.

    No cerne de suas críticas, Ciro Gomes apontou a polêmica liberação de R$ 93 bilhões pelo governo Lula para quitar precatórios. Para ele, a decisão de vender esses precatórios para poucos bancos, com deságio de até 50%, configura uma “falcatrua maior que a do mensalão e do petrolão juntos”. O político expressou sua preocupação com a possível concentração de poder financeiro nas mãos de apenas dois bancos, o que, segundo ele, prejudicaria a transparência e a equidade nas finanças do país.

    “Estranho né o Lula e o PT sem dinheiro para nada, corta daqui, corta de lá e de repente eles decidem pagar op calote de precatórios do Bolsonaro R$93 bilhões. Fui atrás e achei, sabe o que é? O governo Lula vendeu os precatórios para bancos, para poucos bancos, dois bancos, que compraram esses precatórios com deságio de até 50%. Essa falcatrua é maior que o Mensalão e o Pertrolão juntos”, disse ele em entrevista a CNN.

    A equipe de reportagem da CNN procurou o governo para comentar sobre as acusações feitas por Ciro Gomes, mas não não houve manifestação por parte das autoridades governamentais. A ausência de resposta alimenta a polêmica e levanta questionamentos sobre a transparência nas ações do governo em relação à gestão econômica.

    A venda de precatórios para instituições financeiras é uma prática legal, mas as críticas de Ciro Gomes se concentram no modo como essa transação específica foi conduzida. Ele argumenta que a venda para apenas dois bancos, com deságio significativo, levanta suspeitas sobre possíveis favorecimentos e falta de competitividade no processo.

    Fonte: Ampost

  • Suprema Corte decide que Trump pode disputar eleições dos EUA

    Suprema Corte decide que Trump pode disputar eleições dos EUA

    Em vitória política para Trump, juízes, de maioria conservadora, autorizaram que ex-presidente siga concorrendo à pré-candidatura pelo Partido Republicano. Sentença, unânime, julgou recurso à decisão da Justiça do Colorado, que havia proibido Trump de concorrer, mas valerá para todo o país.

    A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira (4) que o ex-presidente Donald Trump pode disputar as eleições presidenciais, que acontecem em novembro.

    Com a decisão, Trump segue qualificado para ser pré-candidato pelo Partido Republicano – ele é o favorito para concorrer pela sigla.

    A decisão ocorre na véspera da Superterça, a data na qual 15 estados e um território norte-americano votam de forma simultânea para escolher os candidatos. A expectativa é que Trump amplie a vantagem sobre a adversária Nikki Haley e praticamente assegure sua candidatura à Casa Branca.

    A sentença da Suprema Corte se refere a uma decisão específica do estado do Colorado, mas valerá para qualquer outro estado que conteste a presença de Trump na urna — e, consequentemente, para todo o país. Na prática, não há mais chance de que o ex-presidente fique de fora da corrida eleitoral.

    A decisão da Suprema Corte respondeu ao recurso da defesa de Donald Trump a uma decisão da Justiça do estado do Colorado determinando que Trump não poderia concorrer às eleições por ter violado um artigo da Constituição dos EUA.

    A Justiça do Colorado argumentou, na ocasião, que Donald Trump participou da insurreição do dia 6 de janeiro de 2021, quando milhares de pessoas invadiram o Capitólio, em Washington (leia mais abaixo). E, por ainda ser presidente à época, deveria ficar impossibilitado de voltar a ocupar um cargo público.

    Na decisão da Suprema Corte desta segunda, no entanto, os juízes, de maioria conservadora, avaliaram que cabe não cabe aos estados determinar se um candidato pode ou não concorrer às eleições.

    “Nós concluímos que os estados podem desqualificar pessoas (…) para ocupar cargos estaduais. Mas os estados não têm poder sob a Constituição para fazer cumprir a Seção 3 (da Constituição dos EUA, sobre quando políticos não podem voltar a ocupar cargos públicos) em relação aos órgãos federais, especialmente a presidência”, disseram os juízes na sentença.

    Os juízes decidiram a favor de Trump de forma unânime. Seis dos nove magistrados da Suprema Corte dos EUA são conservadores e, desse, três foram indicados por Donald Trump quando ele era presidente dos Estados Unidos.

    Um deles, John Roberts, já havia dito que a consequência de uma eventual aprovação da decisão do Colorado poderia ser “bastante assustadora”. Segundo Roberts, se a decisão do Colorado fosse mantida, outros estados prosseguiriam com seus próprios procedimentos de desqualificação para democratas ou republicanos.

    A decisão também acontece no mesmo dia de início do processo no qual o ex-presidente norte-americano é acusado de ter conspirado para alterar os resultados das eleições de 2020, quando ele perdeu para Joe Biden. O caso é o principal processo entre os quatro que o ex-presidente norte-americano atualmente responde na Justiça dos EUA.

    Trump celebra decisão

     

    Ainda assim, a decisão foi uma vitória política de Donald Trump, apontado como favorito em uma eventual disputa contra o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, nas urnas em novembro.

    O ex-presidente celebrou a sentença, que chamou de “grande vitória para os Estados Unidos”.

    No domingo (3), ele havia sofrido sua primeira derrota nas prévias republicanas, quando sua única rival na corrida, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, venceu as prévias da capital Washington.

    Especialistas ouvidos pelo g1 também apontaram, no entanto, que Haley poderia vencer em alguns dos estados que votarão na Superterça, nesta terça-feira (5), por conta do perfil dos eleitores locais, com formação universitária e mais resistentes a propostas radicais de Trump.

    O Colorado, que havia proibido que o nome de Trump aparecesse nas cédulas de votação locais, é um dos 15 estados que realizarão primárias na Superterça.

    Entenda o caso

     

    Foto de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio dos EUA, mostra policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP
    Foto de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio dos EUA, mostra policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

    Donald Trump perdeu as eleições presidenciais de 2020 para Joe Biden, mas ele se recusou a aceitar o resultado.

    No dia 6 de janeiro de 2021, Trump ainda era presidente e, na capital Washington, ele fez um discurso para uma multidão que, depois do discurso, invadiu o prédio do Congresso dos EUA (o prédio é conhecido como Capitólio).

    Anos depois, um grupo chamado Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington protocolou um processo na Justiça do estado do Colorado para barrar Trump nas eleições por causa da participação dele no episódio do dia 6 de janeiro.

    O que se argumenta?

    Quem era favorável à condenação de Trump diz que ele participou de uma insurreição e, por isso, sua candidatura seria uma violação de um artigo da 14ª emenda da Constituição dos EUA.

    O texto estabelece que pessoas que tenham participado de insurreição ou rebelião contra os EUA na condição de autoridades não podem voltar a ocupar cargos públicos.

    A regra se aplica aos presidentes?

    O principal argumento dos advogados de Trump foi o de que esse trecho da Constituição não se aplica a presidentes. E, em maioria, os juízes da Suprema Corte concordaram com esse argumento.

    Os advogados disseram que há minúcias no texto (por exemplo, não se cita explicitamente “presidente”) que na prática significam que a regra não se refere a presidentes. Os defensores de Trump têm outros argumentos (veja mais abaixo).

    Como o caso tramitou até agora?

    A juíza de primeira instância do Colorado concordou com a defesa de Trump. Ela entendeu que ele participou de uma insurreição, mas que o texto da emenda constitucional não se aplica aos presidentes.

    No entanto, em segunda instância um colegiado de juízes decidiu que o texto se aplica, sim, aos presidentes.

    O caso chegou à Suprema Corte é o do Colorado, mas houve outras decisões sobre a mesma questão em outros estados:

    • No estado do Maine, a secretária de Estado, do Partido Democrata, também decidiu afastar Trump da cédula.
    • No estado de Illinois, um juiz aposentado que tem o cargo de auditor no Conselho de Eleição sugeriu manter Trump na cédula até que a Justiça tome uma decisão, mas afirmou que considera que o ex-presidente não poderia concorrer (o juiz é do Partido Republicano).

    Outros argumentos de Trump

    A principal defesa de Trump era a de que a regra não se aplica a presidentes, mas os advogados também apresentaram outros argumentos:

    • Trata-se de uma cláusula obscura da Constituição, e uma clarificação deve ser feita pelo Congresso, não pela Justiça.
    • O ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Congresso não foi uma insurreição, pois foi em um único local, quase não havia armas de fogo ou outras características de uma revolta.
    • Trump não se envolveu com nada, ele só exercitou o direito dele ao livre discurso, que é protegido por lei nos EUA.

    Mas houve processo sobre a insurreição?

    Houve um outro argumento a favor de Trump: para decidir se ele participou de uma insurreição seria preciso haver um processo legal no qual os direitos dele sejam observados, o que não aconteceu –na prática, a Justiça do Colorado só decidiu que o artigo vale para presidentes.

    O trecho da Constituição é pouco citado, tanto que a Suprema Corte nunca julgou nenhum caso sobre esse parágrafo.

    O caso do Trump é histórico, e a expectativa é que uma nova lei seja criada a partir da decisão.

    Não se trata de um julgamento político?
  • “Temo parcialidade”, diz Zema sobre investigação de Bolsonaro

    “Temo parcialidade”, diz Zema sobre investigação de Bolsonaro

    Ex-presidente e aliados são alvos de operação da PF que apura suposta tentativa de golpe de Estado

    O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG) disse temer que o Judiciário atue de forma parcial na apuração da PF (Polícia Federal) sobre suposta tentativa de golpe de Estado. A investigação mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.  “Eu sou favorável a toda investigação. Eu sempre falo que quem não deve, não teme. Eu só temo que possa haver alguma parcialidade. Aí é que está a questão”, declarou Zema em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na 6ª feira (1º.mar.2024).

    “A Justiça no Brasil, no meu entender, tem demonstrado que, muitas vezes, tem julgado de acordo com interesses políticos e não de acordo com a lei. E isso me parece que ficou bastante acentuado nesses últimos 14 meses”, completou.

    Poder 360

  • Decisão pioneira: França torna o aborto um direito previsto na Constituição

    Decisão pioneira: França torna o aborto um direito previsto na Constituição

    País se tornou o primeiro no mundo a garantir constitucionalmente o direito ao aborto, que já era legalizado desde 1974. O presidente Macron deve promulgar a decisão nesta sexta (8), Dia Internacional da Mulher.

    O Parlamento da França aprovou nesta segunda-feira (4) a inclusão do direito ao aborto em sua Constituição nacional. Com isso, o país se tornou o primeiro no mundo a garantir constitucionalmente o direito ao aborto.

    O presidente francês Emmanuel Macron deve promulgar a decisão nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Segundo ele, o direito ao aborto agora se tornará “irreversível”.

    A votação desta segunda inscreveu no Artigo 34 da Constituição francesa que “a lei determina as condições em que uma mulher tem a liberdade garantida de recorrer ao aborto”. A proposta foi aprovada em sessão extraordinária que reuniu ambas as câmaras do Parlamento francês por três quintos dos votantes.

    O direito ao aborto é amplamente aceito na França, tendo apoio de 80% dos franceses, segundo pesquisas. A aceitação sobre o assunto é maior que nos Estados Unidos e em muitos outros países do mundo.

    “Estamos enviando uma mensagem a todas as mulheres: seu corpo pertence a você e ninguém pode decidir por você”, disse o primeiro-ministro Gabriel Attal aos deputados e senadores reunidos no Congresso para uma votação especial no Palácio de Versalhes, em Paris.

    As mulheres têm o direito legal ao aborto na França desde uma lei de 1974, que foi duramente criticada na época.

    Mas uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 2022 de reverter o julgamento Roe v. Wade, que havia reconhecido o direito constitucional das mulheres ao aborto, levou ativistas franceses a pressionar o país a se tornar o primeiro a proteger explicitamente o direito em sua lei fundamental.

    “Esse direito (ao aborto) recuou nos Estados Unidos. Então nada nos impedia de pensar que a França estaria isenta desse risco”, disse Laura Slimani, da Fondation des Femmes.

    G1

  • Assassinato de presidenciável no Equador foi planejado em prisão

    Assassinato de presidenciável no Equador foi planejado em prisão

    O assassinato do presidenciável no Equador Fernando Villavicencio, morto com três tiros em agosto do ano passado, foi planejado em uma prisão, disse o MP equatoriano.

    Segundo a promotoria, a gangue “Los Lobos” foi a “autora intelectual” do assassinato. O MP afirmou que a morte foi planejada por criminosos que estão detidos no presídio da cidade de Latacunga, a cerca de 95 quilômetros de Quito.

    Os executores seriam cidadãos colombianos que cumpriam pena em uma penitenciária em Guayaquil. Eles foram mortos dentro da própria prisão após serem condenados pela morte de Villavicencio, afirmou a promotora Ana Hidalgo. Os corpos deles foram encontrados com sinais de asfixia em um pavilhão desocupado em outubro.

    O setor de inteligência do MP encontrou armas na casa de um dos suspeitos de matar o político equatoriano. Essa residência, de acordo com a promotoria, foi localizada após as autoridades policiais vasculharem as câmeras de segurança de uma padaria perto do local onde Villavicencio foi baleado.

    Segundo o MP, esse suspeito é conhecido como “Chupado”. Ele teria sido visto nas imagens gravadas pelo estabelecimento fugindo do local do crime. As investigações apontam que “Chupado” estava acompanhado de outro homem, que depois o MP descobriu se tratar do autor dos disparos que mataram Villavicencio. Esse segundo homem, identificado como David, e morreu em uma troca de tiros com a polícia minutos após o ataque contra o presidenciável.

    Arsenal na casa de “Chupado” incluia fuzil, metralhadora, quatro pistolas e três granadas de uso militar. Os armamentos estavam em uma maleta, acompanhados de 384 cartuchos de munições, dentro de um carro sem placa estacionado na garagem.

    VILLAVICENCIO FOI MORTO EM AGOSTO DE 2023

    O político foi assassinado depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. Ele chegou a ser socorrido para a Clínica da Mulher, hospital mais próximo do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro de saúde.

    Candidato recebia ameaças de grupo criminoso. Antes de ser morto, Villavicencio denunciou publicamente uma tentativa de intimidação de desconhecidos após ele manifestar repúdio a grupos criminosos. As ameaças partiram de um grupo conhecido como Fito, ou “Los Choneros”, que já estava sendo investigado pela Procuradoria Geral do Estado.

    Folha de São Paulo

  • Governo de SP espera propostas de empresas chinesa e brasileira em leilão de trens

    Governo de SP espera propostas de empresas chinesa e brasileira em leilão de trens

    O governo de São Paulo tem grande expectativa da possibilidade de duas empresas enviarem uma proposta competitiva no leilão do trem intercidades hoje, apurou a CNN.

    Uma delas seria a chinesa CRRC, a China Railway Rolling Stock Corporation. Eles entregaram em janeiro o trem mais rápido da América Latina, com capacidade de bater 160 km/h, ferrovia que conecta Santiago e Curicó, no Chile.

    O vice-governador Felicio Ramuth esteve na China em viagem oficial pelo governo do estado para buscar investimentos.

    Também é esperada a proposta de uma empresa brasileira, a Comporte, ligada à GOL, que já opera o VLT da Baixada Santista.

    O leilão começa às 15 horas e deve ser rápido. Estão programados quinze minutos para propostas e deve terminar com a batida de martelo de Tarcísio de Freitas.

    CNN

  • No dia da reunião com Lula, Maduro vai anunciar “acordo nacional” sobre eleições

    No dia da reunião com Lula, Maduro vai anunciar “acordo nacional” sobre eleições

    Com chancela do PT e PCdoB, Foro de São Paulo apoia partido de Maduro e defende pleito

    A Autoridade Eleitoral Venezuelana vai receber nesta sexta-feira (1º) um documento do parlamento do país assinado por dezenas de partidos no qual serão sugeridas 27 datas para o pleito.

    Redigido por um grupo batizado como “Mesa de Diálogo Nacional”, o Acordo Nacional Sobre Princípios Gerais e Garantias Eleitorais será protocolado no mesmo dia da reunião entre o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo relatos feitos à CNN por auxiliares diretos do petista, Lula pretende falar com Maduro sobre a importância de se fixar uma data para as eleições presidenciais na Venezuela ainda em 2024, conforme estabelecido pelo Acordo de Barbados.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à margem da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que ocorrerá nesta sexta-feira (1º), em São Vicente e Granadinas. O acordo, celebrado em outubro do ano passado, prevê a realização de eleições transparentes e a libertação de oposicionistas presos. Em troca, os Estados Unidos suspenderam parcialmente suas sanções econômicas contra a Venezuela.

    O acordo assinado por diversos partidos venezuelanos ignora a perseguição de Maduro a oposicionistas, prega a defesa da “soberania nacional”, defende a “integridade territorial” do país com a Guiana Essequiba e rechaça o “paralelismo institucional promovido por movimentos antidemocráticos”.

    Apoio brasileiro
    “Há problemas, mas a Venezuela não abandonou o Acordo de Barbados. Eles estão fazendo uma negociação interna. Maduro vai argumentar com Lula que o acordo precisava de uma negociação interna, que foi feita agora”, disse à CNN Ana Prestes, secretária de Relações Internacionais do PCdoB e integrante do Foro de São Paulo.

    A dirigente disse que respeita o processo interno da Venezuela e que o caso de Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela que teve a candidatura para as eleições presidenciais no país barrada pelo Supremo Tribunal local em 26 de janeiro, é anterior ao acordo. “Esse caso já estava em curso na Justiça. O que existe na Venezuela é uma guerra de informações. Há uma disposição ao diálogo e ao debate”, disse Prestes.

    Segundo o documento obtido pela CNN, a data mais próxima para a eleição é 1° de maio e a mais distante em 8 de dezembro.

    CNN