Categoria: Política

  • Pedido de impeachment de Lula tem mais assinaturas do que os que derrubaram Dilma e Collor

    Pedido de impeachment de Lula tem mais assinaturas do que os que derrubaram Dilma e Collor

    O pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protocolado nesta quinta-feira, 22, tem mais assinaturas do que os requerimentos que derrubaram do poder de Fernando Collor e Dilma Rousseff.

    Os dois ex-presidentes foram os únicos que tiveram impedimento da continuidade do mandato pelo Congresso Nacional desde a promulgação da Constituição Federal de 1988Encabeçado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), o pedido de cassação do petista tem 139 assinaturas. O requerimento possui 49 páginas e diz que o presidente da República “comprometeu a neutralidade brasileira” a cometer um “ato de hostilidade contra Israel” por meio de “declarações de cunho antissemita”.

    No dia 18, durante entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula criticou a ação de Israel em Gaza e fez uma comparação entre a morte de palestinos e o extermínio de judeus promovido por Adolph Hitler, ditador da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

    O pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, encabeçado pelos juristas Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, teve 47 assinaturas. O requerimento estava baseado nas chamadas “pedaladas fiscais” e na edição de decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso.

    O pedido, enviado à Câmara no dia 15 de outubro de 2015, teve também a assinatura do advogado Flávio Henrique Costa Pereira e de 43 lideranças de movimentos sociais pautados no combate à corrupção. Um dos signatários era a própria Carla Zambelli, então líder do Movimento Nas Ruas.

    O pedido foi aceito pelo presidente da Câmara da época, Eduardo Cunha, então no MDB, no dia 2 de dezembro daquele ano. A Casa aprovou o impeachment de Dilma no dia 17 de abril de 2016, por 367 votos a 137, afastando a ex-presidente do Planalto. O Senado cassou o mandato da petista no dia 31 de agosto, por 61 votos a 20.

    No caso de Fernando Collor, primeiro presidente cassado desde a redemocratização em 1992, o pedido de impeachment foi redigido por 18 juristas, sendo encabeçado por Barbosa Lima Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e Marcello Laveniére, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

    O requerimento de afastamento de Collor, entregue no dia 1º de setembro daquele ano, levou em consideração o relatório final de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou um esquema de corrupção que envolvia o ex-presidente e o seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias.

    O processo teve uma rápida tramitação na Câmara e, já no dia 29 de setembro, a Casa aprovou a abertura do processo de impeachment por 441 votos a favor e 38 contra. Em 29 de dezembro, Collor renunciou ao cargo de presidente da República para tentar evitar o impeachment e a perda dos direitos políticos no Senado. Mas por 76 votos a três, perdeu o mandato e foi declarado inelegível a cargos políticos por oito anos.

    O pedido de impeachment contra Lula protocolado nesta quinta também supera o número de assinaturas que teve o requerimento de afastamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com maior adesão. Protocolado em 30 de agosto de 2021, foi assinado por 46 parlamentares, entidades representativas da sociedade e personalidades.

    O “superpedido” denunciava o ex-presidente por omissões e erros no combate à pandemia de covid-19 e por atentar contra o livre exercício dos Três Poderes. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não deu prosseguimento ao requerimento.

    Número de assinaturas não influencia abertura do processo

    Especialistas ouvidos pelo Estadão explicam que número de assinaturas em um pedido de impeachment não influencia a abertura do processo. O número de signatários, no caso de Lula, mais evidencia uma articulação e um fortalecimento da oposição ao governo federal do que uma possibilidade de afastar o petista por crimes de responsabilidade, avaliam.

    O primeiro passo para a abertura de um processo de cassação de mandato do presidente da República depende do presidente da Câmara, que pode dar prosseguimento ou não ao requerimento. A tendência, como mostrou a Coluna do Estadão, é que Lira deixe o documento na gaveta. Além disso, um contexto de convulsão social, crise econômica e baixa governabilidade torna um processo de impeachment “viável”. Foram esses fatores que derrubaram Dilma e Collor, conforme os analistas.

    De acordo com o cientista político Murilo Medeiros, do Instituto Millenium, a situação de Lula se difere dos casos de Dilma e Collor justamente por não ter um “cenário perfeito”, com crise econômica, protestos massivos nas ruas e deterioração da governabilidade do chefe do Executivo.

    “Como no atual contexto político essas três balizas não são preenchidas, dificilmente o pedido de impeachment avançará. Porém, o alto número de parlamentares alcançado pelo requerimento acende um sinal amarelo para o governo, que precisa redobrar sua articulação no Congresso Nacional”, disse.

    Para o doutor em Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Leandro Gabiati, o número de assinaturas, mesmo não sendo determinante para a cassação de Lula, mostra um fortalecimento na articulação da oposição ao governo diante das críticas que o petista sofreu ao comparar o conflito em Gaza com o Holocausto. “A fala do Lula criou uma oportunidade para a oposição se movimentar e se articular.”

  • Trump e Biden se unem em crítica a decisão no Alabama contra fertilização em vitro

    Trump e Biden se unem em crítica a decisão no Alabama contra fertilização em vitro

    Prováveis rivais na eleição para Presidente dos Estados Unidos em novembro, Joe Biden e Donald Trump emitiram raras opiniões semelhantes ao criticarem a decisão da Suprema Corte do Alabama que considera como crianças embriões congelados em laboratório e levanta dúvidas sobre a proteção legal de pais e clínicas de reprodução assistida.

    Biden disse em um comunicado na quinta-feira (22) que a decisão colocou o acesso ao tratamento “em risco para famílias que estão desesperadamente tentando engravidar” e mostrou “desprezo ultrajante e inaceitável” pela escolha pessoal.

    Biden chamou a decisão de “resultado direto” da decisão da Suprema Corte dos EUA de 2022 de revogar Roe versus Wade, entendimento de 1973 que reconhecia o direito constitucional ao aborto.

    Nesta sexta-feira (23), o ex-presidente Donald Trump cobrou do Legislativo do Alabama que “agisse rápido para encontrar uma solução imediata” e preservasse a viabilidade dos tratamentos de fertilização in vitro, em publicação na Truth, sua rede social.

    A decisão pode causar “exatamente o tipo de caos que esperamos quando a Suprema Corte [do país] derrubou Roe versus Wade e pavimentou o caminho para que políticos ditem algumas das decisões mais pessoais que uma família pode tomar”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

    Ao menos três instituições de fertilização in vitro do Alabama interromperam os tratamentos desde a decisão do Supremo do estado.

    A Universidade de Alabama em Birmingham afirmou na quarta-feira (21) que havia pausado procedimentos do tipo por medo de que pacientes e médicos “pudessem ser processados criminalmente ou enfrentar punições por seguir o padrão de cuidados para tratamentos de fertilização in vitro”.

    A opinião da maioria dos juízes do estado usou como base argumentos de cunho religioso para chegar ao entendimento de que embriões congelados são equiparáveis a fetos e crianças e que, portanto, a ação poderia se basear em legislação do estado que versa sobre homicídio culposo em casos de morte de menores de idade.

    O juiz Tom Parker, apontado por alguns críticos e apoiadores como o arquiteto da argumentação jurídica que sustentou a reversão do entendimento sobre o aborto na Suprema Corte do país, afirma no texto que “mesmo antes de nascer, todo ser humano carrega a imagem de Deus, e suas vidas não podem ser destruídas sem que a glória dele seja erradicada”.

    A Suprema Corte dos EUA tem hoje maioria conservadora construída durante o mandato de Trump na Presidência, quando ele indicou 3 dos 9 magistrados do tribunal e consolidou a maioria em 6 contra 3 juízes liberais. Foi nesta configuração que Roe versus Wade foi revertida.

    A corte do Alabama chegou ao entendimento sobre fertilização in vitro em julgamento de um recurso de três casais que haviam processado uma clínica na qual um paciente havia manipulado, derrubado e destruído os embriões dos casais.

    Um tribunal anterior havia chegado à conclusão de que embriões não podiam ser definidos como pessoas ou crianças, de modo que a ação não poderia prosseguir com base na legislação estadual sobre homicídio culposo em casos de morte de menores –a acusação entrou com o recurso julgado pela Suprema Corte do estado.

    A corte decidiu que a Constituição do Alabama considerava embriões como “crianças não nascidas, sem exceção com base no estágio de desenvolvimento, localização física ou quaisquer outras características acessórias”, citando uma emenda constitucional aprovada pelos eleitores do estado em 2018 que concedeu a fetos plenos direitos humanos, incluindo o direito à vida.

    Folha de São Paulo

  • Oposição protocola pedido de impeachment de Lula por ligar ação de Israel a Holocausto

    Oposição protocola pedido de impeachment de Lula por ligar ação de Israel a Holocausto

    A oposição ao governo protocolou o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara. O requerimento, com 139 assinaturas, está na mesa de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, desde a noite de quinta-feira, 22. Encabeçado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), o requerimento deve passar por um aditamento para inclusão de mais cinco nomes.

    O requerimento possui 49 páginas e afirma que o presidente da República cometeu “ato de hostilidade contra Israel” por meio de “declarações de cunho antissemita”. No último domingo, 18, Lula comparou a incursão de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus promovido pela Alemanha nazista.

    A declaração de Lula gerou uma crise diplomática, fator elencado pelos autores do pedido. Segundo os parlamentares, o chefe do Executivo teria comprometido as relações comerciais entre Brasil e Israel e a neutralidade brasileira, crimes de responsabilidade tipificados pela Lei do Impeachment.

    Por erro técnico no protocolo do pedido, o requerimento que chegou na mesa de Lira abriga 139 assinaturas, sem acumular todos os signatários da medida, segundo Zambelli. Nesta segunda-feira, 26, será feito um aditamento para a inclusão das assinaturas dos deputados Pedro Lupion (PP-PR), Giacobo (PL-PR), Sargento Portugal (Podemos-RJ), Alex Santana (Republicanos-BA) e Lúcio Mosquini (MDB-RO).

    Zambelli quer incluir também a alegação de que Lula “procedeu de modo incompatível com o decoro do cargo”, outro argumento para fundamentar o impedimento do presidente da República. A deputada afirmou que será realizado na semana que vem uma solenidade para o anúncio oficial da iniciativa.

    ‘Superpoder’ de Lira

    O pedido, a partir de agora, depende exclusivamente de Arthur Lira para avançar. Segundo Flávio de Leão Bastos, doutor em Direito Constitucional e professor universitário do Mackenzie, o número absoluto de assinaturas no requerimento, em si, “não é tão importante”, apesar de indicarem mobilização política.

    No fim das contas, como ocorre a partir desta etapa, a abertura do processo de impeachment compete unicamente a Lira, “havendo 50, cem ou mil assinaturas”, explica o professor. “É um poder exclusivo, um ‘superpoder’, como alguns denominam, do presidente da Casa”, disse Leão Bastos.

    Zambelli quer que um terço da Câmara assine o pedido

    Zambelli afirmou por meio das redes sociais que espera contar com mais adesões no requerimento. “Se Deus quiser vamos chegar a 171, que é um terço da Câmara, um número bastante expressivo”, disse a deputada no X (antigo Twitter).

    A maior parte dos deputados que aderiram ao pedido de impeachment é filiada ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal legenda de oposição ao governo Lula. Mas até parlamentares de siglas que integram a base governista, como União Brasil, PSD e MDB, constam entre os apoiadores do requerimento. Isso ocorre pois os partidos integram ministérios do governo federal, mas os deputados, a nível individual, atuam na oposição a Lula.Quem são os deputados que apoiam pedido de impeachment de Lula

    Confira a lista divulgada pelo oposição dos apoiadores do impeachment

    1. Abilio (PL-MT)
    2. Adilson Barroso (PL-SP)
    3. Adriana Ventura (Novo-SP)
    4. Afonso Hamm (PP-RS)
    5. Alberto Fraga (PL-DF)
    6. Alfredo Gaspar (União Brasil-AL)
    7. Amália Barros (PL-MT)
    8. Amaro Neto (Republicanos-ES)
    9. Ana Paula Leão (PP-MG)
    10. André Fernandes (PL-CE)
    11. André Ferreira (PL-PE)
    12. Any Ortiz (Cidadania-RS)
    13. Bia Kicis (PL-DF)
    14. Bibo Nunes (PL-RS)
    15. Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
    16. Capitão Alberto Neto (PL-AM)
    17. Capitão Alden (PL-BA)
    18. Capitão Augusto (PL-SP)
    19. Carla Zambelli (PL-SP)
    20. Carlos Jordy (PL-RJ)
    21. Carlos Sampaio (PSDB-SP)
    22. Carol de Toni (PL-SC)
    23. Cel Chrisóstomo (PL-RO)
    24. Chris Tonietto (PL-RJ)
    25. Clarissa Tercio (PP-PE)
    26. Coronel Assis (União Brasil-MT)
    27. Coronel Fernanda (PL-MT)
    28. Coronel Meira (PL-PE)
    29. Coronel Telhada (PP-SP)
    30. Coronel Ulysses (União Brasil-AC)
    31. Covatti Filho (PP-RS)
    32. Cristiane Lopes (União Brasil-RO)
    33. Da Vitória (PP-ES)
    34. Daniel Agrobom (PL-GO)
    35. Daniel Freitas (PL-SC)
    36. Daniel Trzeciak (PSDB-RS)
    37. Daniela Reinehr (PL-SC)
    38. Darci de Matos (PSD-SC)
    39. Dayany Bittencourt (União Brasil-CE)
    40. Delegada Ione (Avante-MG)
    41. Delegado Caveira (PL-PA)
    42. Delegado Éder Mauro (PL-PA)
    43. Delegado Fabio Costa (PP-AL)
    44. Delegado Palumbo (MDB-SP)
    45. Diego Garcia (Republicanos-PR)
    46. Dilceu Sperafico (PP-PR)
    47. Domingos Sávio (PL-MG)
    48. Dr Fernando Maximo (União Brasil-RO)
    49. Dr Frederico (PRD-MG)
    50. Dr. Jaziel (PL-CE)
    51. Dr. Luiz Ovando (PP-MS)
    52. Dr. Zacharias Calil (União Brasil-GO)
    53. Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
    54. Eli Borges (PL-TO)
    55. Emidinho Madeira (PL-MG)
    56. Eros Biondini (PL-MG)
    57. Evair Vieira de Melo (PP-ES)
    58. Felipe Francischini (União-PR)
    59. Felipe Saliba (PRD-MG)
    60. Fernando Rodolfo (PL-PE)
    61. Filipe Barros (PL-PR)
    62. Filipe Martins (PL-TO)
    63. Franciane Bayer (Republicanos-RS)
    64. Fred Linhares (Republicanos-DF)
    65. General Girão (PL-RN)
    66. General Pazuello (PL-RJ)
    67. Geovania de Sá (PSDB-SC)
    68. Gerlen Diniz (PP-AC)
    69. Gilson Marques (Novo-SC)
    70. Gilvan da Federal (PL-ES)
    71. Giovani Cherini (PL-RS)
    72. Greyce Elias (Avante-MG)
    73. Gustavo Gayer (PL-GO)
    74. Hélio Lopes (PL-RJ)
    75. Ismael dos Santos (PSD-SC)
    76. Jefferson Campos (PL-SP)
    77. Joaquim Passarinho (PL-PA)
    78. José Medeiros (PL-MT)
    79. Julia Zanatta (PL-SC)
    80. Junio Amaral (PL-MG)
    81. Kim Kataguiri (União Brasil-SP)
    82. Lincoln Portela (PL-MG)
    83. Lucas Redecker (PSDB-RS)
    84. Luciano Galego (PL-MA)
    85. Luiz Lima (PL-RJ)
    86. Luiz Philippe (PL-SP)
    87. Magda Mofatto (PL-GO)
    88. Marcel Van Hattem (Novo-RS)
    89. Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG)
    90. Marcelo Moraes (PL-RS)
    91. Marcio Alvino (PL-SP)
    92. Marco Brasil (PP-PR)
    93. Marco Feliciano (PL-SP)
    94. Marcos Pollon (PL-MS)
    95. Mariana Carvalho (Republicanos-MA)
    96. Mario Frias (PL-SP)
    97. Mauricio Carvalho (União Brasil-RO)
    98. Maurício Marcon (Podemos-RS)
    99. Maurício Souza (PL-MG)
    100. Mendonça Filho (União Brasil-PE)
    101. Messias Donato (Republicanos)
    102. Miguel Lombardi (PL-SP)
    103. Nelsinho Padovani (União Brasil-PR)
    104. Nicoletti (União Brasil-RR)
    105. Nikolas Ferreira (PL-MG)
    106. Osmar Terra (MDB-RS)
    107. Pastor Diniz (União-RR)
    108. Pastor Eurico (PL-PE)
    109. Paulinho Freire (União Brasil-RN)
    110. Paulo Bilynskyj (PL-SP)
    111. Paulo Freire Costa (PL-SP)
    112. Pedro Aihara (PRD-MG)
    113. Pedro Westphalen (PP-RS)
    114. Pezenti (MDB-PR)
    115. Professor Alcides (PL-GO)
    116. Ramagem (PL-RJ)
    117. Reinhold Stephanes Jr. (PSD-PR)
    118. Ricardo Salles (PL-SP)
    119. Roberta Roma (PL-BA)
    120. Roberto Duarte (Republicanos-AC)
    121. Roberto Monteiro (PL-RJ)
    122. Rodolfo Nogueira (PL-MS)
    123. Rodrigo Valadares (União Brasil-SE)
    124. Rosana Valle (PL-SP)
    125. Rosangela Moro (União Brasil-SP)
    126. Sanderson (PL-RS)
    127. Sargento Fahur (PSD-PR)
    128. Sargento Gonçalves (PL-RN)
    129. Silvia Cristina (PL-RO)
    130. Silvia Waiãpi (PL-AP)
    131. Silvio Antonio (PL-MA)
    132. Sostenes Cavalcante (PL-RJ)
    133. Stefano Aguiar (PSD-MG)
    134. Thiago Flores (MDB-RO)
    135. Vermelho Maria (PL-PR)
    136. Vicentinho Júnior (PP-TO)
    137. Zé Trovão (PL-SC)
    138. Zé Vitor (PL-MG)
    139. Zucco (PL-RS)

    Estadão

  • Déficit do Governo Lula já supera R$ 79 Bilhões em 2024, segundo Portal da Transparência

    Déficit do Governo Lula já supera R$ 79 Bilhões em 2024, segundo Portal da Transparência

    De acordo com o Portal da Transparência, foram gastos R$ 771,8 bilhões em despesas, enquanto a arrecadação ficou em R$ 692,6 bilhões.

    O déficit causado pelas despesas do governo de Lula (PT), que prometeu um equilíbrio fiscal, já ultrapassou os R$ 79,2 bilhões nas primeiras semanas de 2024.

    De acordo com o Portal da Transparência, foram gastos R$ 771,8 bilhões em despesas, enquanto a arrecadação ficou em R$ 692,6 bilhões.

    Em 2023, as contas públicas fecharam o ano com um déficit de R$ 250 bilhões, mas se essa diferença entre gastos e receitas continuar no ritmo atual até o final do ano, o déficit do ano passado pode até dobrar.

    Conforme o jornalista Cláudio Humberto, o valor “empenhado” (previsto, mas ainda não gasto) do Orçamento para este ano é de R$ 5,32 trilhões em despesas, enquanto a receita está prevista em R$ 5,41 bilhões.

    Os pagamentos nas áreas de previdência social e assistência social representam 70% de todas as despesas do governo de Lula até o momento.

    Segundo dados do Portal da Transparência, a Previdência arrecadou R$ 55,8 bilhões em 2024, mas as despesas representam o dobro: R$ 107 bilhões.

    Essa excessiva gastança confirma que Lula está se distanciando da meta de “déficit zero”. Se essa tendência persistir em 2025, ele estará sujeito a impeachment.

    Jetts

  • Governo decide antecipar pagamento de R$ 30,1 bilhões em precatórios

    Governo decide antecipar pagamento de R$ 30,1 bilhões em precatórios

    O governo vai antecipar o pagamento de R$ 30,1 bilhões em precatórios, que já estão disponíveis para a Justiça, informou o Ministério do Planejamento. A pasta publicou uma portaria abrindo crédito suplementar de R$ 10,7 bilhões para ajustar a alocação orçamentária e garantir o pagamento desta parcela final dos precatórios deste ano. O montante já era previsto para ser pago em 2024, portanto, sua quitação antes do previsto não altera o quadro fiscal.

    Para este ano, o restante de precatórios a serem pagos são de requisições de pequeno valor (RPV). Esses pagamentos são liberados ao longo do ano, à medida que chegam, pois a lei fixa um prazo de 60 dias para esses pagamentos. No total, a lei orçamentária de 2024 prevê R$ 66,4 bilhões para cumprimento de sentenças judiciais.

    “Com isso, o governo encerra o processo de liquidação de passivos de precatórios, que começou a ser acumulado em 2022, após aprovação da PEC dos Precatórios, e extingue o problema fiscal previsto para o exercício financeiro de 2027, caso as regras limitadoras aprovadas no final de 2021 tivessem sido mantidas. Pelas estimativas, a inadimplência do pagamento de precatórios de 2022 a 2026 poderia atingir a cifra de R$ 200 bilhões em 2027?, diz a pasta.

    O Planejamento explicou, ainda, que a liberação de crédito extraordinário de R$ 93,1 bilhões no ano passado serviu para o governo pagar passivos de R$ 60,2 bilhões e antecipar o pagamento de precatórios de 2024 no valor de R$ 32,2 bilhões, que não constavam no Orçamento deste ano, além de R$ 714 milhões de contribuição patronal relativa aos precatórios envolvidos nesse pagamento.

    Na quarta-feira, 22, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já havia defendido a antecipação de pagamentos de precatórios para evitar que o governo gastasse com ônus de sucumbência, honorários advocatícios e juros.

    ESTADÃO

  • Bolsonaro vai à PF, mas fica em silêncio sobre suposta tentativa de golpe de Estado

    Bolsonaro vai à PF, mas fica em silêncio sobre suposta tentativa de golpe de Estado

    Além do ex-presidente, outros investigados, como Braga Netto e Valdemar Costa Neto, compareceram à sede da PF em Brasília. Bolsonaro ficou menos de meia hora no local.

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira (22), mas ficou em silêncio diante dos investigadores que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado.

    A informação de que o ex-presidente ficou em silêncio foi divulgada pelo advogado Fabio Wajngarten. Bolsonaro ficou menos de meia hora na sede da PF.

    Em entrevista, Wajngarten disse que o ex-presidente “nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista”.

    “Esse silêncio [no depoimento] quero deixar claro que não é simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou o advogado.

     

    Wajngarten disse que a falta de acesso à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e a mídias obtidas em celulares apreendidos de investigados “impedem que a defesa tenha um mínimo de conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado ao depoimento”.

    Em nota, a defesa do ex-presidente disse ainda que Bolsonaro não abre mão de prestar depoimento, o que fará assim que “seja garantido o acesso” solicitado. “Não sendo demais lembrar que jamais se furtou ao comparecimento perante a autoridade policial quando intimado”, diz o comunicado.

    Bolsonaro sai de casa em Brasília para depor na Polícia Federal — Foto: Adriano Machado/Reuters
    Bolsonaro sai de casa em Brasília para depor na Polícia Federal — Foto: Adriano Machado/Reuters

    Outros investigados

     

    Além do ex-presidente, outros investigados compareceram à PF para prestar depoimento. Entre eles:

    • o ex-ministro e candidato a vice-presidente pelo PL nas eleições de 2022, Walter Souza Braga Netto
    • o presidente do PL, Valdemar Costa Neto
    • o ex-ministro de Segurança Institucional general Augusto Heleno
    • o ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes
    • o oficial do Exército Ronald Ferreira de Araújo Junior
    • e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier
    • ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira
    • o ex-ministro da Justiça Anderson Torres

     

    TV Globo apurou que, além de Bolsonaro, também ficaram em silêncio o general Augusto Heleno, Mario Fernandes, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto, Ronald Ferreira Junior.

    Anderson Torres teria respondido a questionamentos, segundo apurou a GloboNews.

    Por estratégia da PF, todos investigados tinham de depor ao mesmo tempo. Assim, a polícia tenta evitar que haja combinação de versões.

    Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas. De acordo com as investigações, Bolsonaro e aliados se organizaram para tentar um golpe de Estado e mantê-lo no poder, impedindo a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

    • Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército)
    • Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro)
    • Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército)
    • Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército)
    • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior.

    Além disso, foram marcados depoimentos em outras cidades do país:

    • Rio de Janeiro: Hélio Ferreira Lima, ⁠Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, ⁠Ailton Gonçalves Moraes de Barros e ⁠Rafael Martins Oliveira;
    • São Paulo: Amauri Feres Saad e ⁠José Eduardo de Oliveira;
    • Paraná: Filipe Garcia Martins;
    • Minas Gerais: Éder Balbino;
    • Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
    • Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
    • Ceará: Estevam Theophilo (esse depoimento é o único marcado para sexta-feira).

    Silêncio de Bolsonaro

    A defesa do ex-presidente já tinha informado que ele ficaria calado no depoimento. Nos últimos dias, os advogados pediram duas vezes acesso aos autos da investigação.

    O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o acesso aos mandados da operação.

    Os advogados do ex-presidente pediram, então, acesso às mídias digitais, como telefones, computadores, e à delação do ex-ajudante ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas Moraes não autorizou.

    Nesta quarta, a defesa solicitou novamente acesso ao conteúdo das mídias. A alegação é de que é necessário “garantir a paridade de armas no procedimento investigativo”.

    G1

  • Justiça manda transferir autor da facada em Bolsonaro para tratamento em MG

    Justiça manda transferir autor da facada em Bolsonaro para tratamento em MG

    A Justiça Federal determinou nesta quarta-feira (21) a transferência de Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro em 2018, para tratamento em Minas Gerais, seu estado natal. Ele está preso há seis anos na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

    Adélio, autor da facada em Bolsonaro, passa por perícia médica e pode ter  liberdade determinada pela Justiça | Zona da Mata | G1
    Adelio Bispo de Oliveira, autor de facada em Bolsonaro — Foto: Reprodução/GloboNews

    A decisão atendeu a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que representa Adélio.

    Pela decisão, a Justiça de Minas Gerais deverá providenciar tratamento ambulatorial ou internação em leito hospitalar, com medidas de segurança necessárias à integridade de Adélio, que foi diagnosticado como tendo transtorno mental.

    O prazo para efetuar a decisão é de 60 dias.

    A defesa sustentou que ele não poderia continuar recolhido no estabelecimento federal, ainda que a penitenciária tenha estrutura capaz de prestar atendimento médico equivalente a uma Unidade Básica de Saúde.

    A DPU usou em sua argumentação a Lei Antimanicomial, que veda internação de pessoas com transtornos mentais em estabelecimento penais sem estrutura de atendimento adequada.

    A norma foi reforçada por uma resolução de 2023 do Conselho Nacional de Justiça.

    Folha de São Paulo

  • Barroso e Salomão travam embate sobre suspeitas em fundo da Lava Jato

    Barroso e Salomão travam embate sobre suspeitas em fundo da Lava Jato

    O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, e o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, protagonizaram um embate no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre o andamento de apuração referente a eventuais ilegalidades na criação do chamado fundo da Lava Jato.

    A discussão ocorreu na terça-feira (20) no plenário do CNJ, órgão que também é presidido por Barroso.

    Salomão quer impedir o arquivamento de uma representação contra a juíza Gabriela Hardt sobre o período em que ela esteve à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba. Barroso, por sua vez, defende que o caso já está definido e que o colegiado deve arquivá-lo.

    O procedimento no CNJ, de 2019, é de iniciativa da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sob a alegação de que a magistrada atuou fora de suas atribuições ao homologar acordo firmado entre a Petrobras e o MPF (Ministério Público Federal) que formalizava o fundo e, portanto, teria cometido uma infração disciplinar.

    Hardt substituiu o ex-juiz Sergio Moro na 13ª Vara de Curitiba quando ele deixou a magistratura para ser ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    O conselho tem oito votos para encerrar a apuração, já proferidos no plenário virtual. A análise foi transferida posteriormente ao plenário presencial. O pleno vota se confirma ou não o arquivamento do caso feito em 2019 pelo então corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, que não identificou irregularidades na conduta de Hardt.

    Em meio ao embate entre Barroso e Salomão na última terça, o conselheiro Caputo Bastos pediu vista (mais tempo para analisar a matéria), adiando mais uma vez o desfecho do caso.

    A criação do fundo, noticiada pela Folha de S.Paulo, se daria com recursos de multa imposta a Petrobras como parte de um acordo com autoridades dos Estados Unidos para compensar perdas de acionistas minoritários com os esquemas de corrupção revelados a partir de 2014.

    O fundo financiaria uma fundação independente que administraria esses recursos recuperados para bancar projetos de cidadania e anticorrupção.

    Depois de idas e vindas do caso contra Hardt no plenário virtual do CNJ —e os 8 votos pelo arquivamento do processo—, Salomão apresentou questão de ordem por entender que há fatos novos que justificam a manutenção do caso em tramitação.

    “Por que que eu vou arquivar esse aqui? Qual é a minha obrigação? É trazer aos conselheiros e dizer: olha, está sendo apurado lá. Querem arquivar? São R$ 3,5 bi”, afirmou ele na sessão plenária, referindo-se ao trabalho correicional conduzido pelo CNJ e em andamento na 13ª Vara Federal para esclarecer indícios de irregularidade naquela unidade da Justiça na condução da Lava Jato.

    O corregedor argumentou que, quando do início da apreciação do procedimento contra Hardt no CNJ, não havia, ainda, a decisão do STF que declarou inconstitucional a homologação do acordo entre MPF e Petrobras.

    “O fato é grave porque estamos falando aqui de um possível desvio de recursos —e quem disse foi o relator da ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] no STF Alexandre de Moraes— de US$ 700 milhões, o que seriam R$ 3,5 bilhões”, apontou o corregedor.

    Na ação citada por Salomão, Moraes concedeu uma decisão provisória, em fevereiro de 2021, para estabelecer que o Ministério Público não pode definir a destinação de valores decorrentes de condenações criminais e acordos de colaboração premiada ou de leniência.

    Salomão deu início às investigações da Corregedoria Nacional de Justiça na 13ª Vara Federal da capital paranaense e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, responsáveis pelos processos da Lava Jato na primeira e na segunda instâncias, em maio de 2023. Em setembro, ele fez uma visita surpresa à Vara Federal.

    “Foi na correição que se cruzaram elementos. Eu verifiquei na Vara uma situação caótica de gestão de recursos. É preciso saber quem gerou essa situação. E isso não tem nada a ver com combate à corrupção. A primeira impressão que eu tive é que a gestão era caótica e que tem US$ 700 milhões que se queriam destinar a uma fundação privada.”

    Na defesa da conclusão do julgamento, Barroso afirmou que o processo foi “parado artificialmente, sem justificativa”, ao se referir a pedidos de vista anteriores, e que o procedimento não pode seguir em aberto a espera de achados da correição conduzida por Salomão.

    “Não me parece precedente bom anular o julgamento porque alguém não gosta do resultado”, afirmou Barroso.

    “Pede-se a anulação do julgamento por fatos que ninguém sabe quais são. Se a correição apurar fato novo, é claro que isso pode ser reaberto, se for apurado que a homologação se deu por motivação diferente da que deve motivar o juiz.”

    O presidente do conselho reforçou reiteradas vezes na sessão que pautaria de imediato a análise de eventuais irregularidades identificadas pela corregedoria na 13ª Vara.

    “Ninguém aqui deve passar a mão sobre coisas erradas, mas eu não vi aqui nenhum ato dessa moça [Gabriela Hardt] que possa justificar um processo administrativo. Não é uma pessoa de má fama, é uma pessoa que homologou um acordo do Ministério Público Federal”, disse.

    “Não foi um acordo de uma parte privada suspeita, mas do Ministério Público Federal”, frisando que à época a Lava Jato desfrutada de “credibilidade global”.

    Folha de São Paulo

  • Em parceria com Centrão, PT manobra para quebrar acordo e retirar PL da presidência da CCJ

    Em parceria com Centrão, PT manobra para quebrar acordo e retirar PL da presidência da CCJ

     O PT e o Centrão articulam para quebrar um acordo firmado no começo do ano passado e tirar o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara neste ano.

    Se o plano se consolidar, a CCJ, o colegiado mais importante de todos da Casa, ficará com o União Brasil, enquanto o PT abriria mão de assumir a o controle da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que ficará entre o PP e o União Brasil.

    A possibilidade começou a já ser levantada por Altineu Côrtes (RJ), líder do PL na Câmara. Ele falou sobre isso em reunião do PL nesta terça-feira, 20, o que causou revolta na bancada bolsonarista. Altineu é o parlamentar da sigla com mais proximidade a Lira.

    Ele explicou a parlamentares mais novatos que, ainda que o PL tenha a prioridade na escolha da comissão, isso pode passar por votação dos demais integrantes (entenda melhor abaixo) e que, se o Centrão quisesse, poderia indicar um nome e levar a presidência da CCJ, quebrando o acordo.

    Consternados, parlamentares bolsonaristas da bancada sugeriram que a articulação para tirar o PL da Câmara seria da vontade de Lira. A sugestão passa por revidar a quebra de acordo na votação da presidência da Câmara, em 2025. A sigla, que tem 96 deputados, então, votaria em um candidato que não fosse apoiado por Lira.

    O União Brasil, do deputado Elmar Nascimento, cotado para a sucessão de Arthur Lira, pode ficar com o comando da CCJ Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
    O União Brasil, do deputado Elmar Nascimento, cotado para a sucessão de Arthur Lira, pode ficar com o comando da CCJ Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados © Fornecido por Estadão

    Publicamente, Altineu nega que haja alguma chance de o PL ficar sem a comissão. “Essa possibilidade não existe”, disse, ao Estadão. Mas isso conflita diretamente com posicionamentos dentro do PP e do União Brasil.

    Lira chegou a dizer a interlocutores, em dezembro de 2023, que não existia nenhum acordo que desse a CCJ para o PL. Deputados do União ouvidos pela reportagem também disseram desconhecer a existência de qualquer acordo e afirmam que o partido pedirá a CCJ.

    Nesta semana, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), falou a aliados próximos do “blocão”, bancada que reúne União, PP, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD que o PL, que tem a prioridade em escolher a primeira comissão, ao invés de pedir a CCJ, poderia pedir outra comissão de interesse, como a de Relações Exteriores.

    Ter o controle da CCJ interessa tanto a Elmar como a Lira. O gesto dará mais poder ao líder do União Brasil, que, neste momento, é um dos principais favoritos para suceder Lira na presidência da Câmara.

    Os partidos primeiramente fazem indicações dos integrantes de cada comissão, que são definidos num cálculo de proporcionalidade baseado no número de integrantes de cada legenda. Os partidos com o maior número de deputados têm prioridade em fazer indicação.

    O critério de prioridades é definido no início da legislatura. Neste cenário, o “blocão”, mesmo agora tendo o maior número de deputados, 162, não seria o primeiro da lista. Isso ficaria novamente com o PL, que pode pedir a CCJ. Mas as definições são geralmente definidas por acordo. Isso porque, segundo o regramento, a escolha do presidente é definida por votação dos integrantes do colegiado. Isto é, os deputados dos partido que compõem o blocão podem simplesmente votar em outro nome para presidente, tirando a preferência do PL.

    O Centrão e o governo já mostraram que essa articulação pode funcionar. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma articulação do governo com o Centrão tirou a maioria da oposição, que não conseguiu mais aprovar requerimentos.

    Como resultado, o relatório sequer foi votado. O caminho foi seguido para impedir uma ainda mais simbólica derrota dos bolsonaristas na CPI.

    No começo do ano passado, um acordo costurado entre PT e PL garantiria o revezamento das siglas na CCJ e na CMO. Nesse compromisso, o PT, que tinha o segundo pedido na prioridade de escolhas de comissão, teria caminho aberto para assumir a CCJ em 2023, enquanto o PL tomaria conta do Orçamento da União.

    Isso aconteceu. Rui Falcão (PT-SP) foi para a CCJ e Luiz Carlos Motta (PL-SP), deputado próximo ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, assumiu a relatoria CMO. Em troca, em 2024, a CCJ iria para o PL e a presidência da CMO para o PT.

    Tanto o governo como Lira são contrários à indicação que o PL quer fazer para a CCJ: Caroline de Toni (PL-SC), uma das deputadas mais bolsonaristas na Câmara e foi uma das principais vozes na CPI do MST.

    O receio é que ela poderia trazer pautas polêmicas tanto no campo da Segurança Pública como no campo dos costumes. Algumas pautas que avançaram em comissões presididas pelo PL, como um projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo gênero, não avançaram em outros colegiado por barrarem em presidências mais alinhadas ao governo.

    Deputados petistas ouvidos pela reportagem afirmam, reservadamente, que o partido não tem problema em ceder a CMO para o PP ou o União Brasil. Isso asseguraria que o PL não teria força para prosperar com matérias ideologicamente alinhadas a Jair Bolsonaro (PL).

    Uma das contrapartidas que o PL teria, segundo o que Elmar falou a parlamentares do “blocão”, é a presidência da Comissão de Relações Exteriores, que ficou nas mãos do PSDB no ano passado.

    A avaliação, neste momento é que seria uma comissão ideal para a oposição ampliar ainda mais a pressão sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a ofensiva contra a Palestina na Faixa de Gaza com o Holocausto.

    Há ainda duas semanas para a resolução do impasse. Na próxima, partidos indicarão todos os integrantes das 30 comissões na Câmara para este ano. Daqui a duas semanas, esses membros elegerão seu presidente.

    Estadão

  • No Acre, enquanto deputados pró-bolsonaro criticam Lula por fala contra Israel, governo volta as páginas policiais

    No Acre, enquanto deputados pró-bolsonaro criticam Lula por fala contra Israel, governo volta as páginas policiais

    Enquanto a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que critica as ações de Israel na Faixa de Gaza, inclusive com milhares de mortes, levou políticos pró-Bolsonaro a integrar uma comissão exigindo o impeachment do petista, no Acre, a corrupção parece ser algo que perpetuou o ambiente do governo Progressistas. Apesar disso, o silêncio das autoridades acreanas parece não fazer justiça ao que de fato deveria interessar.

    Não precisa dizer que o governo de Gladson Cameli (PP) é mais uma vez o protagonista das páginas policiais. A reportagem do jornalista Marcos Venicios, do AC-24 Horas, só confirma o ato de corrupção que já havia sido reportado em 2023. Investigação realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) detectou que A MedTrauma Serviços Especializados, instituição que presta serviços ortopédicos recebeu do governo cerca de R$ 56 milhões.

    Do montante, a CGU detectou que R$ 9,1 milhão foi desviado por meio de esquema de lavagem de dinheiro. O escândalo chegou como pauta no renomado jornalístico Fantástico da TV Globo. A investigação descobriu que a empresa expandiu os negócios abrindo filiais para, além do Acre, Roraima e Mato Grosso (MT).

    A sedução ficou por conta da tabela de preços da prestadora de serviços. O ministro da Controladoria Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, diz que criar uma “ata de registro de preço não é ilegal. Tudo pode mudar caso tenha um vício, se foi utilizada para superfaturar serviços, ela acaba se disseminando para outros estados na medida que outros estados aderem a essa ata. Você, no fundo, pode estar, e aí coloco ênfase, no pode, exportando um esquema ilegal de superfaturamento, eventualmente de corrupção”, confirma.

    Na quarta,20 em sessão na Assembleia Legislativa do Acre, o estado enviou um representante da empresa para esclarecer a acusação veiculada em rede nacional. Segundo uma reportagem feita pela Secretaria de Estado da Comunicação, “o titular da Sesacre mostra mais uma vez o compromisso do governo com a lisura e transparência no que envolve bens e valores públicos. Um dos questionamentos levantados pelos deputados é o porquê do contrato com a MedTrauma prever a execução de procedimentos em um valor até quatro vezes maior do que o previsto na Tabela SUS (Sistema Único de Saúde), que não é atualizada desde 2007. O exposto é previsto em lei pela Portaria N° 1.370, de 28 de setembro de 2023 do Ministério da Saúde.

    Newsrondonia