Categoria: Política

  • Como mudança no X fez rede de Musk voltar a funcionar no Brasil

    Como mudança no X fez rede de Musk voltar a funcionar no Brasil

    O retorno da rede social X (antigo Twitter) em cidades como São Paulo e Belo Horizonte desde as primeiras horas desta quarta-feira (19/9) chamou a atenção de usuários e autoridades brasileiras.

    Isto porque o retorno desafia uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que desde o dia 31 de agosto suspendeu o funcionamento da rede social do bilionário Elon Musk no Brasil.

    A volta do X, portanto, é o mais novo episódio do embate entre Musk, considerado o homem mais rico do mundo, e Alexandre de Moraes.

    O retorno do X, ainda que parcial, lançou luz sobre uma pergunta: como a rede conseguiu burlar o bloqueio imposto pela justiça brasileira e voltar a funcionar no Brasil?

    Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o retorno da rede só foi possível graças a uma mudança técnica que teria “driblado” os bloqueios impostos pelos provedores de telefonia e internet do Brasil.

    Segundo eles, o X passou a hospedar o seu conteúdo em uma rede conhecida como Cloudflare, uma das mais abrangentes do mundo. Ao fazer isso, o bloqueio anteriormente feito pelas operadoras brasileiras passou a não surtir mais efeito.

    Os especialistas ouvidos pela se dividem quanto ao objetivo da mudança. Para um deles, seria temerário afirmar que a mudança adotada pelo X teria como objetivo principal dar um “drible” na determinação de Moraes.

    Para outro, haveria evidências de que a manobra feita pelo X teria como objetivo específico burlar a ordem do STF.

    Os dois, porém, afirmam que a mudança feita pela rede criou uma dificuldade a mais para o STF e para as operadoras bloquearem o acesso ao X.

    Isto porque, segundo eles, para bloquear o X, agora, seria preciso bloquear o acesso à nova rede em que ele está hospedado. O problema é que isso poderia causar um “apagão” em sites populares no Brasil.

    Bloqueios e ‘caminhões’ de placas trocadas’

    O diretor de tecnologia da empresa Sage Networks, Thiago Ayub, explicou à BBC News Brasil como se deu a mudança que permitiu o retorno do acesso ao X ao país.

    Ele disse que, anteriormente, o X hospedava os seus serviços em seus próprios provedores.

    Agora, ele disse, o X passou a utilizar uma rede terceirizada, a Cloudflare, uma das principais empresas do setor de hospedagem de conteúdo e cibersegurança.

    O especialista disse que, quando o STF determinou o bloqueio do X no Brasil, as operadoras e provedoras de internet do Brasil acataram a ordem negando o acesso aos endereços IPs dos provedores do X no país.

    Agora, no entanto, o conteúdo encontra-se em outro endereço e fora, portanto, da lista de endereços bloqueados anteriormente.

    Ayub compara os provedores a empresas de logísticas que, para fazer uma entrega, precisam usar caminhões.

    Segundo ele, é como se em vez de usar caminhões com placas vedadas pelo bloqueio do STF, o X estivesse usando os “caminhões” da uma empresa diferente com placas que não estavam na lista usada pelas operadoras até então.

    Como as placas são distintas, o bloqueio não funciona.

    “Cada conexão de internet possui um número de identificação chamado endereço IP. Ele é parecido com uma placa de carro. Esse novo servidor, como usa outra estrutura, é como se fosse um outro caminhão com outra placa e por isso não faziam parte da lista de bloqueio inicial”, disse.

    Risco de apagão?

    Para Ayub, a medida adotada pelo X criou um problema adicional ao STF, à Anatel e às operadoras e provedoras de internet no Brasil.

    Isto acontece porque, segundo ele, para tirar o X do ar novamente, seria necessário, em princípio, bloquear o acesso à rede Cloudflare. Isso, disse Ayub, poderia prejudicar uma série de outros serviços.

    “A situação é bastante complicada. Bloquear os servidores da Cloudlflare seria, por tabela, bloquear todos os clientes que utilizam os mesmos serviços. Várias empresas importantes do exterior e do Brasil têm sites hospedados indiretamente pela mesma infraestrutura. Isso poderia resultar num apagão de diversos sites populares no Brasil”, disse.

    Ayub afirmou que as operadoras e provedoras de internet do país ainda não se decidiram sobre o que farão agora.

    David Nemer disse avaliar o dilema de forma parecida.

    “As operadoras podem bloquear a Cloudflare, mas vai bloquear a plataforma toda, afetando sites e serviços que não têm nada a ver com o X”, disse.

    Segundo Nemer, a única alternativa técnica para que o X fosse novamente bloqueado no Brasil seria a própria Cloudflare fazer este bloqueio. O problema, segundo Nemer, é que a empresa também não teria um representante no Brasil.

    Intencional ou não?

    Para Ayub, ainda não haveria evidências para atribuir a mudança à uma tentativa deliberada do X de burlar a proibição imposta pelo STF.

    “Seria ousado deduzir que a intenção fosse burlar a decisão judicial, mas na prática, é isso que acaba acontecendo. A gente só poderia cravar que a intenção tinha um dolo se a empresa se manifestar. Mas o timing surpreende muito porque essa mudança acontece após a proibição”, disse.

    O especialista em antropologia da tecnologia e professor da Universidade da Virginia, David Nemer, disse à BBC News Brasil que haveria indícios de que a manobra teve como objetivo desrespeitar a ordem de Moraes.

    Nemer disse que, ao checar os endereços dos servidores usados pelo X ao redor do mundo, verificou que apenas o acesso do Brasil estaria sendo feito por meio da Cloudflare.

    Segundo ele, em todos os outros países, o acesso estaria sendo feito por meio dos servidores próprios do X.

    “O Musk fez essa alteração no Brasil. Somente no Brasil, a entrega do conteúdo do X está sendo feita pelo servidor da Cloudflare”, disse à BBC News Brasil.

    A disputa

    A disputa legal entre o STF e a rede de Musk culminou na suspensão da plataforma no Brasil no fim de agosto.

    A decisão foi tomada após a empresa não atender a uma série de ordens judiciais, que incluíam a nomeação de um representante legal no país e a remoção de perfis e conteúdos específicos.

    Enquanto o STF insiste no cumprimento das determinações, Musk tem se recusado a obedecer, acusando o Judiciário brasileiro de ameaçar a democracia.

    O bilionário defende que suas ações fazem parte de uma luta pela liberdade de expressão.

    No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela decisão, rebate afirmando que Musk confunde liberdade de expressão com o direito de praticar agressões verbais.

    Até o momento, o X continua sem designar um representante legal para atuar no Brasil.

    A BBC News Brasil enviou perguntas ao X, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ao STF sobre o retorno do funcionamento do X no país.

    O X não respondeu.

    O STF disse, por e-mail, que não tem informações para dar sobre o caso.

    Em nota, a Anatel não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem, mas disse que “mantém a fiscalização a respeito da ordem de bloqueio” feita pelo STF e que o “resultado desse acompanhamento é reportado diretamente” à Corte.

    BBC

  • Mossad explodiu pagers e walkie-talkies do Hezbollah?

    Mossad explodiu pagers e walkie-talkies do Hezbollah?

    Ao menos 26 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas no Líbano depois que pagers e walkie-talkies usados ​​pelo grupo armado Hezbollah para se comunicar explodiram em todo o país na terça e quarta-feira (17 e 18/9).

    Na terça, pelo menos 12 pessoas, incluindo duas crianças, morreram e cerca de 3 mil ficaram feridas, sendo 200 em estado grave.

    Nesta quarta, novas explosões mataram 14 e feriram pelo menos 450 pessoas no Líbano, segundo o Ministério da Saúde. Segundo a agência de notícias Reuters, as explosões neste segundo episódio atingiram walkie-talkies.

    Os dispositivos teriam sido adquiridos pelo Hezbollah há cinco meses, na mesma época em que os pagers foram comprados.

    Não está claro como os ataques — que parece ter sido altamente sofisticados — foram realizados, embora o Hezbollah tenha culpado Israel.

    Após o primeiro episódio, diversos meios de notícias internacionais citaram fontes de segurança dos EUA e do Líbano que afirmaram que o Mossad, o serviço de inteligência israelense, teria colocado explosivos em milhares de pagers do Hezbollah antes de os dispositivos serem detonados no país.

    As explosões de walkie-talkies ocorreram próximas a uma grande multidão que se reuniu para os funerais de quatro vítimas das explosões de terça-feira.

    As equipes da BBC na cidade relataram cenas caóticas nas quais ambulâncias tinham dificuldades para chegar aos feridos, e os moradores começaram a suspeitar de qualquer pessoa usando um telefone.

    Duas empresas sediadas em Taiwan e na Hungria, que são acusadas em reportagens de fabricar os pagers, negaram responsabilidade.

    Até agora, as autoridades israelenses se recusaram a comentar.

    Confira, a seguir, o que sabemos até o momento.

    Quando e onde aconteceu?

    As explosões começaram na capital do Líbano, Beirute, e em várias outras áreas do país por volta de 15h45 (horário local) na terça-feira.

    Testemunhas informaram ter visto fumaça saindo dos bolsos das pessoas, antes de ver pequenas explosões que soavam como fogos de artifício e tiros.

    Mapa mostra pontos onde pagers explodiram

    Em um vídeo, imagens de câmeras de segurança parecem mostrar uma explosão no bolso da calça de um homem, enquanto ele estava no caixa de uma loja.

    As explosões continuaram por cerca de uma hora após os primeiros estrondos, informou a Reuters.

    Logo depois, dezenas de pessoas começaram a dar entrada em hospitais em todo o Líbano, com testemunhas relatando cenas de confusão em massa.

    “Algumas cenas são horríveis”, afirmou à BBC um membro da equipe do Centro Médico LAU no distrito de Ashrafieh, em Beirute.

    “Muitas vítimas perderam dedos, em alguns casos, todos eles”, acrescentou.

    Fumaça no entorno de uma loja em Sidon, no Líbano
    Reuters-Fumaça no entorno de uma loja em Sidon, no Líbano, após relatos de novas explosões

    Novas explosões foram registradas nesta quarta-feira (18).

    Os primeiros relatos foram de detonações no sul do Líbano, nos subúrbios ao sul de Beirute. Pouco depois, uma fonte de segurança afirmou à agência Reuters que os alvos eram walkie-talkies do Hezbollah.

    Uma das explosões aconteceu durante um funeral de uma das vítimas das detonações do dia anterior, segundo Carine Torbey, repórter da BBC em Beirute.

    Imagens do horizonte de Beirute capturadas nas últimas horas mostram o céu repleto de colunas de fumaça.

    Em Dahiya, um subúrbio ao sul de Beirute considerado um reduto do Hezbollah, os relatos são de desespero.

    Segundo o correspondente da BBC Hugo Bachega, muitos cidadãos estão assustados e pedindo para que as pessoas fiquem longe de telefones ou outros dispositivos eletrônicos.

    Como os pagers explodiram?

    O Hezbollah não disse o que acreditava ter causado a explosão dos pagers, também chamados no Brasil de “bipe” e muito usados no passado para recebimento de mensagens.

    O Wall Street Journal citou uma fonte dizendo que os dispositivos afetados eram de uma nova remessa que o Hezbollah havia recebido nos últimos dias. Um membro do grupo também afirmou ao jornal que algumas pessoas sentiram os pagers esquentarem antes das explosões.

    Duas fontes, incluindo uma fonte interna da segurança libanesa, disseram à Reuters que a agência de inteligência israelense Mossad colocou um pequeno número de explosivos dentro de 5 mil pagers fabricados em Taiwan encomendados pelo Hezbollah, meses antes das explosões.

    Os analistas não hesitaram em expressar seu espanto diante da dimensão do ataque de terça-feira — dizendo que o Hezbollah se orgulha de suas medidas de segurança.

    Alguns sugeriram que um hacker poderia ter causado o superaquecimento das baterias dos pagers, provocando a explosão dos dispositivos. Tal ato seria sem precedentes.

    Mas muitos especialistas afirmaram que isso era improvável, uma vez que as imagens das explosões seriam inconsistentes com o superaquecimento das baterias.

    Baterias de íons de lítio superaquecidas podem pegar fogo, mas os especialistas explicaram que hackear os pagers e fazê-los superaquecer normalmente não causaria explosões deste tipo.

    Em vez disso, alguns analistas dizem que é mais provável que tenha havido algum tipo de ataque à cadeia de suprimentos, que envolveu a adulteração dos pagers durante sua fabricação ou transporte.

    Ataques à cadeia de suprimentos são uma preocupação crescente no mundo da segurança cibernética — muitos incidentes notórios recentes foram causados ​​por hackers que obtiveram acesso a produtos enquanto estavam em desenvolvimento.

    Mas esses ataques, em geral, são restritos ao software. Ataques à cadeia de suprimentos de hardware são muito mais raros, uma vez que envolvem ter acesso ao dispositivo.

    Para ter sido de fato um ataque à cadeia de suprimentos, teria envolvido uma grande operação para adulterar secretamente os pagers de alguma forma.

    Um ex-especialista em munições do Exército britânico, que pediu para não ser identificado, disse à BBC que cada dispositivo poderia ter entre 10 e 20 gramas de explosivo de nível militar, escondido dentro de um componente eletrônico falso.

    Uma vez armado por um sinal, chamado de mensagem de texto alfanumérica, a próxima pessoa a usar o pager teria acionado o explosivo, de acordo com o especialista.

    Uma ambulância passando por um soldado no Líbano após os ataques.
    Testemunhas relataram cenas de confusão em hospitais logo após as explosões

    O que se sabe sobre as vítimas?

    O Hezbollah confirmou a morte de oito combatentes no ataque. Mas não deu detalhes sobre os locais e as circunstâncias, dizendo apenas que eles foram “martirizados a caminho de Jerusalém”.

    De acordo com a Reuters, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, não se feriu nas explosões.

    Uma fonte próxima ao grupo disse à agência de notícias AFP que o filho do parlamentar do Hezbollah Ali Ammar e a filha de 10 anos de um membro do grupo no Vale do Bekaa estavam entre os mortos. De acordo com a mesma fonte, o filho de outro parlamentar, Hassan Fadlallah, ficou ferido no ataque.

    Entre os feridos, está o embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani. A mulher dele afirmou que ele teve ferimentos leves em decorrência de uma das explosões e que estava se recuperando “bem” no hospital.

    O ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, afirmou que a maioria dos ferimentos foi causada por lesões nas mãos e no rosto.

    “A maioria dos ferimentos parece ser no rosto, especialmente nos olhos, e também nas mãos, com alguns casos de amputações, seja das mãos ou dos dedos, e alguns têm ferimentos nas laterais do corpo”, contou Abiad ao programa Newshour, da BBC.

    “A grande maioria das pessoas que deram entrada nos prontos-socorros está em trajes civis, então é muito difícil discernir se elas pertencem a uma determinada entidade, como o Hezbollah, ou a outras…”

    “Mas estamos vendo, entre elas, pessoas que são idosas ou pessoas que são muito jovens, como a criança que infelizmente morreu… e há algumas que são profissionais de saúde”, acrescentou o ministro.

    Fora do Líbano, 14 pessoas ficaram feridas em explosões semelhantes na Síria, onde o Hezbollah está lutando ao lado das forças do governo na guerra civil do país, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo ativista com sede no Reino Unido.

    Quem é o responsável?

    Até agora, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque — embora o primeiro-ministro do Líbano e o Hezbollah tenham culpado Israel.

    O primeiro-ministro do país, Najib Mikati, disse que as explosões representaram uma “grave violação da soberania libanesa e um crime em todos os aspectos”. Uma fonte de segurança do país acusou a agência de inteligência israelense Mossad de estar por trás do ataque, de acordo com a Reuters.

    Na declaração em que acusa Israel de estar por trás dos ataques, o Hezbollah disse que considerava o país “totalmente responsável por esta agressão criminosa que também teve como alvo civis”.

    “Este inimigo traiçoeiro e criminoso certamente vai receber sua justa punição por esta agressão pecaminosa, quer ele espere isso ou não”, acrescentou.

    O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou que comunicou ao seu colega libanês que “condenava fortemente o terrorismo israelense”.

    Os EUA, o aliado mais próximo de Israel, negaram qualquer envolvimento no ataque— e pediram ao Irã que não aumentasse as tensões.

    As autoridades israelenses não comentaram as alegações, mas a maioria dos analistas concorda que parece provável que o país esteja por trás do ataque.

    Simon Mabon, professor de relações internacionais da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, disse à BBC: “Sabemos que Israel tem precedente de usar tecnologia para rastrear seu alvo” — mas classificou a dimensão deste ataque de “sem precedentes”.

    Três mulheres caminhando de braços dados em direção a um hospital.
    Três mulheres chegam a um hospital em Beirute para receber notícias de parentes, após as explosões

    Lina Khatib, da Chatham House, consultoria e centro de pesquisa com sede no Reino Unido, afirmou que o ataque sugere que Israel se infiltrou “profundamente” na “rede de comunicação” do Hezbollah.

    Por que o Hezbollah usa pagers?

    O Hezbollah disse que os pagers pertenciam “a funcionários de várias unidades e instituições do grupo”.

    O grupo tem apostado fortemente nos pagers como um meio de comunicação de baixa tecnologia para tentar evitar o rastreamento da localização por Israel.

    Um pager é um dispositivo de telecomunicação sem fio que recebe e exibe mensagens alfanuméricas ou de voz.

    Os celulares foram abandonados há muito tempo pelo grupo simplesmente por serem muito vulneráveis — como mostrou, em 1996, o assassinato do fabricante de bombas do Hamas Yahya Ayyash por Israel, quando o telefone explodiu na mão dele.

    Mas um membro do Hezbollah disse à agência de notícias AP que os pagers eram de uma marca nova que o grupo não havia usado antes.

    Emily Harding, uma ex-analista da CIA, a agência de inteligência americana, afirmou que a violação de segurança foi profundamente constrangedora para o Hezbollah.

    “Uma violação desta magnitude não é apenas fisicamente prejudicial, mas também vai fazer com que eles questionem todo seu aparato de segurança”, afirmou ela à BBC.

    “Eu esperaria vê-los conduzir uma investigação interna intensa que os distrairia de um possível combate com Israel.”

    Haverá uma escalada do conflito entre Hezbollah e Israel?

    O Hezbollah é aliado do arqui-inimigo de Israel na região, o Irã. O grupo faz parte do chamado Eixo de Resistência de Teerã — e está envolvido em uma guerra de baixa intensidade com Israel há meses. Há trocas de tiros quase diárias na fronteira entre Israel e o Líbano desde o dia seguinte ao início da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas em Gaza, em 7 de outubro. Comunidades inteiras foram desalojadas de ambos os lados.

    O Hezbollah disse que está agindo em apoio ao Hamas, apoiado pelo Irã.

    Em sua última declaração nesta quarta-feira, o Hezbollah afirmou que continuaria suas “operações em apoio a Gaza”, acrescentando que este era um “caminho contínuo, à parte do alto preço que aguarda o inimigo em resposta ao seu massacre na terça-feira”.

    Uma declaração emitida pelo Exército israelense na noite de terça-feira não comentou as explosões dos pagers, mas disse que o chefe do Estado-maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Herzi Halevi, realizou uma avaliação situacional com os comandantes “com foco na prontidão tanto para ataque quanto defesa em todas as áreas”.

    Também disse que não havia nenhuma mudança nas diretrizes defensivas para a população israelense, mas pediu que todos permanecessem alertas e vigilantes.

    Mais cedo naquele dia, os militares disseram que um ataque aéreo havia matado três “terroristas do Hezbollah que operavam dentro de um local de infraestrutura terrorista” na região de Blida, perto da fronteira do Líbano com Israel.

    O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que três pessoas foram mortas em um ataque israelense, enquanto o gabinete de comunicação do Hezbollah disse que havia realizado ataques com mísseis e drones visando tropas israelenses e instalações militares.

    O Shin Bet, a agência de segurança interna de Israel, também disse que havia frustrado um ataque a bomba do Hezbollah que tinha como alvo um ex-alto funcionário de segurança israelense não identificado. O Hezbollah não comentou a acusação.

    Na manhã de terça-feira, poucas horas antes das explosões dos pagers, o gabinete de segurança de Israel tornou o retorno seguro de 60 mil moradores desalojados no norte do país pelos ataques do Hezbollah uma meta oficial da guerra em Gaza.

    O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou durante uma reunião com o enviado dos EUA, Amos Hochstein, na segunda-feira que a única maneira de levar de volta os moradores do norte era por meio de uma “ação militar”.

    “A possibilidade de um acordo está se esgotando, já que o Hezbollah continua a se ‘vincular’ ao Hamas e se recusa a encerrar o conflito”, disse uma declaração do seu gabinete.

    Desde que as hostilidades aumentaram em outubro, pelo menos 589 pessoas foram mortas no Líbano, sendo a grande maioria combatentes do Hezbollah, de acordo com o ministério da saúde libanês.

    Do lado israelense, 25 civis e 21 membros das forças de segurança foram mortos, segundo o governo de Israel.

    Um porta-voz da ONU disse que os últimos acontecimentos no Líbano são “extremamente preocupantes, especialmente porque estão ocorrendo em um contexto extremamente volátil”.

    Nicholas Blanford, membro do think tank americano Atlantic Council, com sede em Beirute, observou: “Israel, de uma tacada só, tornou o combate inoperante para centenas, se não para milhares, de combatentes do Hezbollah, em alguns casos permanentemente”.

    Ele alertou que os líderes do Hezbollah agora “vão enfrentar uma pressão da ala militar e dos apoiadores para retaliar fortemente”, descrevendo este como “o momento mais perigoso” do conflito entre o Hezbollah e Israel desde outubro.

    Apesar das tensões em andamento, analistas dizem que, até agora, ambos os lados têm buscado conter as hostilidades sem partir para uma guerra em grande escala. Mas há temores de que a situação possa sair do controle, com o Hezbollah já ameaçando responder às explosões de terça-feira.

    BBC

  • No Planalto, Pacheco defende ação urgente e união nacional contra incêndios

    No Planalto, Pacheco defende ação urgente e união nacional contra incêndios

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, participou no fim da tarde desta terça-feira (17) de uma reunião no Palácio do Planalto para tratar de medidas para o enfrentamento da crise climática no país. Ele pediu a união dos Poderes no combate aos incêndios e defendeu o fortalecimento de órgãos ambientais, a remuneração de populações da floresta e o investimento em tecnologias para o desenvolvimento sustentável. O encontro foi convocado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e contou ainda com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, além de ministros e outras autoridades.

    Pacheco exaltou a importância da reunião e disse que a crise climática é um tema mais amplo, mas os incêndios demandam uma ação urgente. Ele afirmou que, pelo que conversou com parlamentares, o Congresso Nacional entende que há motivação criminosa e orquestração nas queimadas que atingem o Brasil. Segundo o senador, todos os esforços imediatos do governo devem ser no sentido de contenção do fogo e da investigação para identificar e punir as pessoas envolvidas nos incêndios criminosos.

    — Esta reunião é fundamental para estabelecer um rito de unidade nacional de enfrentamento desses temas. O momento é agora de não haver inércia na solução desse assunto — declarou.

    Mudanças na legislação

    Pacheco também fez questão de dizer que o governo pode contar com a colaboração do Congresso e se ofereceu para dialogar sobre possíveis mudanças na legislação. Ele disse reconhecer a urgência do tema, mas ponderou que é preciso equilíbrio na apresentação de matérias para que não haja risco de “populismo legislativo”. Para Pacheco, é importante que os três Poderes transmitam ao mundo a mensagem de que o que os incêndios e os desmatamentos ilegais são coisas marginais, pois o Brasil possui leis ambientais modernas, geração de energia sustentável e compromisso com a transição energética. Ele ainda apontou que o comprometimento do país com as questões climáticas não deve comprometer a produção de riquezas como a agricultura, a pecuária e os minérios.

    — É completamente possível compatibilizar o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental — pontuou Pacheco.

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu a gravidade da crise climática, com o país enfrentando a pior seca em 60 anos. Ela defendeu penas mais duras para incêndios ilegais e o reforço no trabalho de inteligência para prevenir queimadas. Marina também elogiou a resposta do governo à crise e pediu a união dos Poderes em torno do enfrentamento das mudanças climáticas.

    O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, participaram da reunião. Também acompanharam o evento o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e ministros de Estado.

    Medidas

    Após a reunião, o governo anunciou uma medida provisória assinada pelo presidente Lula para abrir crédito de R$ 514 milhões para ações de combate a incêndios. A iniciativa se soma à antecipação do pagamento do Bolsa Família para beneficiados em cidades atingidas pelo fogo.

    Nos próximos dias, o presidente Lula deve se reunir com os governadores. Boa parte dos municípios já registra mais de 100 dias sem chuva. Na capital federal, que enfrenta incêndios no Parque Nacional de Brasília, a contagem já está em quase 150 dias. Os incêndios no país atingiram neste ano mais de 11 milhões de hectares. Apenas em agosto foram queimados mais de 5,5 milhões de hectares.

    Conforme orientação do governo, qualquer pessoa que perceber um foco de incêndio em áreas urbanas pode ligar para os números 193 ou 194. Se o foco de incêndio for próximo a estradas, o número é o 191.

    Fonte: Agência Senado

  • Eduardo Girão é retirado de debate em Fortaleza após decisão judicial

    Eduardo Girão é retirado de debate em Fortaleza após decisão judicial

    O senador Eduardo Girão (Novo), que concorre à prefeitura de Fortaleza, foi retirado de um debate nesta segunda-feira, 16. Girão participava do evento amparado numa liminar, já que o Novo não tem cinco representantes na Câmara dos Deputados, critério para a participação. Durante o programa, a liminar foi derrubada e ele foi retirado. Em suas redes, o candidato acusou partidos de esquerda de persegui-lo. “É assim que o sistema age quando se sente ameaçado. Um sistema que não suporta ser questionado”, escreveu.

    A decisão que permitia a participação de Girão no debate da TV Otimista foi derrubada depois que o ex-deputado estadual George Lima (Solidariedade), também candidato, acionou a Justiça. No intervalo entre o primeiro e segundo bloco, a emissora foi comunicada sobre a derrubada da liminar e Girão foi retirado.

    No início do segundo bloco, o mediador Paulo César Norões explicou a situação. “No término do primeiro bloco, a nossa emissora foi oficialmente intimada pela Justiça Eleitoral do conteúdo de uma decisão liminar em mandado de segurança em que foi determinada a exclusão do candidato Eduardo Girão deste debate. Dando cumprimento à decisão, informamos que o candidato não participará do restante do debate”, explicou.

    Em entrevista após ser retirado, Girão questionou quem tem “medo” do que ele falaria durante o debate. Em suas redes sociais, Girão fez quatro postagens, sendo dois vídeos e duas imagens. Todas as publicações do senador questionam de quem é o interesse que ele não participasse do debate. O senador chamou a situação de “ditadura”, acusou seus adversários de censura. “Eles não querem um debate justo, querem manter o controle, evitar perguntas que expõem a realidade que querem esconder”, escreveu.

    Durante o resto do debate, continuaram participando André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União Brasil), Evandro Leitão (PT), José Sarto (PDT), Técio Nunes (Psol) e George Lima (Solidariedade).

    Em suas redes, a emissora reiterou que apenas cumpriu com a decisão judicial. “A coordenação do programa foi notificada de decisão liminar do desembargador eleitoral Rogério Feitosa Carvalho Mota, determinando a exclusão do parlamentar”, publicou O Otimista.

    Intenções de voto em Fortaleza

    A última pesquisa Datafolha sobre a corrida eleitoral para a prefeitura de Fortaleza mostrou um empate técnico entre André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União do Brasil) e Evandro Leitão (PT). Fernandes lidera com 25%, seguido por Wagner com 23% e Leitão com 19%. José Sarto (PDT), atual prefeito, aparece logo atrás com 18% das intenções de voto, configurando um empate técnico com Wagner e Leitão. Eduardo Girão (Novo) e Técio Nunes (PSOL) têm, respectivamente, 2% e 1% das menções, enquanto Chico Malta (PCB) e Zé Batista (PSTU) não pontuaram.

    A pesquisa, realizada entre 11 e 13 de setembro com 826 eleitores de Fortaleza, tem uma margem de erro de três pontos percentuais e 95% de índice de confiança. O levantamento, registrado no TSE sob o protocolo CE-07203/2024, também mostra que 7% dos entrevistados pretendem votar em branco, nulo ou em nenhum candidato, e 3% não souberam responder.

    Estadão

     

  • Adesão do Ipasgo Saúde à ANS não excluirá beneficiários

    Adesão do Ipasgo Saúde à ANS não excluirá beneficiários

    O governador Ronaldo Caiado anunciou, nesta segunda-feira (16/09), em coletiva de imprensa no Palácio das Esmeraldas, que a adesão do Ipasgo Saúde à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não causará a exclusão de beneficiários.

    “A questão daquelas 10 mil pessoas que inicialmente seriam excluídas foi resolvida. Estão todas mantidas”, disse ele.

    O registro de autogestão do Ipasgo será avaliado pela ANS no dia 27 de setembro. Confirmada a aprovação, o instituto atuará sem finalidade lucrativa e focado na assistência aos servidores públicos de Goiás e seus familiares.

    Regulação ANS

    A regulação pela ANS deixam inelegíveis celetistas ou servidores federais que, até então, podiam aderir ao plano. No entanto, todos aqueles que já são beneficiários do Ipasgo continuam contemplados. Após diálogo com o órgão federal, Caiado conseguiu garantir a permanência dos 9.877 beneficiários encaixados nesse perfil em regime de extinção.

    Caiado explicou que o registro na ANS garante mais transparência e qualidade aos serviços prestados, além de ser importante ferramenta contra a corrupção que tanto afetou a instituição em gestões passadas.

    “É um padrão de excelência. O Ipasgo não vai mais ficar a critério de quem governa o Estado. Ou seja, as regras agora são nacionais, exigem uma auditoria, um compliance, como também caixa de reserva”, enumerou.

    Com a mudança, o Ipasgo Saúde passa a contar com uma reserva financeira de R$ 480,3 milhões assegurada pelo Governo de Goiás. É uma exigência da agência e que servirá como provisão técnica para garantir que as operadoras possam cumprir obrigações futuras com usuários.

    “Isso mostra para todos os beneficiários que não tem mais aquele risco de amanhã não saber se vai ter ou não condição de ser atendido”, sublinhou Caiado.

     

    Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

  • Governo prevê recuperar para o trabalhador mais de R$ 1 bilhão em dívidas do FGTS

    Governo prevê recuperar para o trabalhador mais de R$ 1 bilhão em dívidas do FGTS

    A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) prevê recuperar R$ 1,1 bilhão devido aos trabalhadores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) até o fim deste ano. O procurador-geral adjunto da Dívida Ativa, João Henrique Chauffaille Grognet, explica que os valores recuperados do FGTS não vão para o caixa do governo, mas depositados diretamente nas contas vinculadas dos trabalhadores.

    A recuperação desses valores de débitos de empregadores com o FGTS tem aumentado a cada ano. Em 2021, foram registrados R$ 475 milhões, passando para R$ 583 milhões, em 2022, e, R$ 689 milhões, em 2023. Neste ano, já são R$ 836 milhões, de janeiro a julho. Por isso, a previsão até o fim de 2024 é que a recuperação tenha um crescimento de quase 60% em relação a 2023.

    Segundo levantamento do IFGT (Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador), mais de 215 mil empresas deixaram de pagar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e estavam inscritas na Dívida Ativada União em agosto deste ano. Com isso, a estimativa é que pelo menos 5 milhões de pessoas que trabalham ou trabalharam nestas empresas estejam com um saldo menor no fundo.

    O levantamento, feito com base nos dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, aponta ainda um aumento de 6,42% no número de empresas inscritas na Dívida Ativa da União, por não depositar no FGTS, de dezembro de 2023 a agosto deste ano. O valor da dívida chega a R$ 45,8 bilhões.

    Renegociação da dívida

    Para Grognet, procurador-geral adjunto da Dívida Ativa, a utilização do mecanismo de protesto é uma das principais medidas para o aumento da recuperação de depósitos devidos ao FGTS. Esse mecanismo é mais fácil e barato que a judicialização, segundo a PGFN.

    Em segundo lugar, o procurador cita a eficácia das políticas de autorregularização alavancadas desde julho de 2020, após a publicação da lei que instituiu o mecanismo da transação e do aval do Comitê Gestor do Fundo de Garantia para a realização dessas operações na esfera do FGTS.

    Na transação da dívida ativa do FGTS, a PGFN pode conceder descontos e prazos estendidos para a quitação do pagamento. Mas nunca há redução dos valores que os trabalhadores têm a receber, destaca Grognet. O desconto pode ser aplicado, por exemplo, sobre os consectários que incidem sobre o valor devido ao trabalhador.

    Como consultar o FGTS

    O trabalhador deve acompanhar se os depósitos feitos pelas empresas no FGTS estão em dia. Para isso, basta acessar o aplicativo FGTS da Caixa Econômica Federal, que mostra o extrato analítico da empresa.

    Em caso de diferenças ou faltas, a denúncia pode ser feita por meio da ouvidoria do Ministério do Trabalho e Emprego (falabr.cgu.gov.br)

    Como checar o extrato do FGTS

    Aplicativo FGTS

    Por meio do aplicativo é possível acesse o extrato, atualizar endereço, solicitar saque etc.

    Para baixar o aplicativo, acesso o site da Caixa.

    Mensagens no seu celular

    A Caxia disponibiliza o serviço de envio de mensagens via SMS sobre a regularidade dos depósitos e saldo do FGTS. O cadastro é gratuito e a pessoa recebe informações mensais sobre os depósitos feitos pelo empregador e semestrais sobre o saldo atualizado do Fundo de Garantia. Também avisa quando houver valores liberados para saque.

    A adesão é feita por meio do aplicativo FGTS

    Como acessar o app FGTS no celular

    • Na loja de aplicativos do seu celular, busque FGTS. Clique em instalar e abra o aplicativo.

    Selecione a opção “Cadastre-se”

    • Preencha todos os dados solicitados: CPF, nome completo, data de nascimento, e-mail e cadastre uma senha de acesso

    • A senha deve ser numérica, com seis dígitos. Para quem já usava o aplicativo, pode repetir o mesmo número de senha que usava antes

    • Após incluir seus dados, clique no botão “Não sou um robô”.

    • Você vai receber um e-mail de confirmação no endereço de e-mail informado. Acesse-o e clique no link que foi enviado

    • Após o cadastramento, abra o app e informe o “CPF” e “Senha” cadastrada.

    • Após o login, aparecerão algumas perguntas adicionais sobre a sua vida funcional

    • Após responder essas perguntas, você deve ler e aceitar as condições de uso do aplicativo, clicando em concordar

    R7

  • Lula critica “supremacia branca” no judiciário brasileiro

    Lula critica “supremacia branca” no judiciário brasileiro

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta segunda-feira (16), o que chamou de “supremacia branca” na composição do Judiciário. Ele falou sobre o assunto ao mencionar, sem dar detalhes, que a composição de um tribunal não reflete a “realidade brasileira”. O chefe do Executivo comentou sobre a falta de diversidade no Judiciário em evento no Itamaraty.

    No evento, Lula disse se orgulhar da participação de negros e mulheres na nova turma de diplomatas formados. “Esses dias eu fui na posse de um ministro num tribunal e era uma supremacia branca, que não tem nada a ver com a realidade brasileira, não tem nada a ver. Eu dizia que eu não vi nenhum aluno do ProUni naquela posse. Não vi nenhum aluno do Fies. Parecia que era um outro mundo”, disse. Em 3 de setembro, Lula esteve na cerimônia de posse do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça, como novo corregedor nacional de Justiça.

    Em seu discurso no Itamaraty, Lula disse que os novos formandos do Instituto Rio Branco não podem esquecer que representam um “povo megadiverso”. A turma formada tem 36 integrantes, sendo 15 mulheres e 21 homens. Outros sete diplomatas estrangeiros, intercambistas de países que o Brasil têm convênio, também concluíram o curso. “Vocês não imaginam o orgulho que eu tenho de saber que essa turma é a turma que tem mais mulher e tem mais gente negra. É uma coisa extraordinária porque assim a gente vai colocando o Brasil em todas as suas representações em todas as suas instituições”, declarou.

    CNN

  • Marçal chama de ‘tentativa de homicídio’ cadeirada de Datena e diz que sente ‘compaixão’ pelo tucano

    Marçal chama de ‘tentativa de homicídio’ cadeirada de Datena e diz que sente ‘compaixão’ pelo tucano

    Em live realizada em seu perfil no Instagram na manhã desta segunda, 16, Pablo Marçal (PRTB) chamou de “tentativa de homicídio” a cadeirada que recebeu do adversário do PSDB, José Luiz Datena, no debate do dia anterior. “Isso é tentativa de homicídio. Se pega na cabeça… eu consegui desviar com a mão”, disse o empresário ainda acamado em quarto de hospital. Mesmo assim, o candidato disse ter compaixão pelo apresentador. “Imagina se eu vou pra cima e dá um infarto nele. Ele tem seis stents.”

    “Se fosse eu que tivesse dado a cadeirada, estaria preso”, também afirmou o ex-coach durante a transmissão em seu Instagram, e reforçou que seus adversários estão “desesperados” com seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto. O postulante do PRTB também atualizou seu estado de saúde, e disse que fraturou o sexto arco costal. Ele negou a intenção de se “vitimizar”. “Estou bem. Vim para o hospital porque não consegui respirar fundo. Quatro semanas para recuperar a costela e sobre o punho, será encaminhado para o ortopedista.”

    O hospital Sírio-Libanês não divulgou boletins médicos por falta de autorização do candidato e de sua equipe. Assim, apenas a equipe de Marçal dará informações sobre seu estado de saúde.

    O influenciador também declarou na live que em nenhum momento iniciou acusações ou “baixaria” contra nenhum candidato nos debates. “Ele (Datena) começou plantando, eu reguei e ele foi pra agressão.”

    Ao Estadão, integrantes de sua campanha afirmaram que “quem quebra uma costela tem dor e dificuldade em respirar”. Marçal lamentou que nenhum de seus adversários se solidalizou com ele após o ocorrido. “Doeu ver nenhum dos candidatos se solidarizando. Fiquei impressionado. Todos menos o ‘Boules’ têm meu contato”, disse.

    Ainda no debate de domingo, 15, Ricardo Nunes (MDB) disse que Marçal havia provocado Datena antes da agressão. O ex-coach comentou a declaração do prefeito em seu Instagram: “sua esposa provocou também, né?”. A fala do candidato do PRTB faz referência a acusação de suposta violência doméstica praticada pelo emedebista contra sua esposa – que já desmentiu a situação em oportunidades anteriores.

    O empresário finaliza dizendo que não vai deixar a cidade na mão de “canalhas” como seus adversários, em especial de Datena. “Nós vamos pra guerra!”

    O debate da TV Cultura com candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado neste domingo, 15, tinha regras rígidas para evitar ataques em insultos. Apesar de o encontro iniciar com discussão sobre problemas da cidade, o embate direto levou às primeiras acusações entre candidatos. O clima de tensão chegou ao ápice quando, após ser insultado por Marçal, Datena partiu para cima do adversário e o agrediu com uma cadeira. A transmissão do debate teve que ser interrompida.

    Estadão

  • Barroso diz que recebeu ligação de Lula “preocupado” com impunidade sobre incêndios criminosos

    Barroso diz que recebeu ligação de Lula “preocupado” com impunidade sobre incêndios criminosos

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta segunda-feira (16) que o Judiciário precisa tratar os crimes ambientais “com a gravidade” que esses delitos possuem. “São crimes que se tornaram gravíssimos”, afirmou, ao chamar a atenção de autoridades policiais e de juízes.

    O magistrado também disse que recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “preocupado” com a impunidade sobre queimadas intencionais. “O próprio Presidente da República, que me telefonou preocupado, com a circunstância de impunidade em relação a essas queimadas dolosas, enquanto que daqui faço já, primeiro, ao poder judiciário e aos juízes que tratem esse crime com a seriedade que ele merece ser tratado”, disse Barroso.

    A declaração foi feita na abertura da segunda reunião do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas do Poder Judiciário, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O CNJ é presidido pelo presidente do STF. Conforme Barroso, é preciso uma campanha de conscientização para que a população deixe de usar o fogo na época da seca.

    “Tem a ação criminosa deliberada, que é de tacar fogo na mata mesmo, e tem a ação culturalmente de queima de lixo, que também tem servido para propagar essas queimadas que estão devastando o país. De modo que era preciso uma campanha de conscientização da população, de não utilização do fogo em nenhuma circunstância, sobretudo no período de seca”. Barroso anunciou que vai convocar todos os tribunais do país para que apresentem planos ambientais para economia de energia e substituição por usinas solares. O ministro disse que conseguiu um financiamento para projetos do tipo junto ao Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como “banco dos BRICS”, presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) .

    CNN

  • Kamala Harris manifesta apoio a Trump após incidente em campo de golfe na Flórida

    Kamala Harris manifesta apoio a Trump após incidente em campo de golfe na Flórida

    A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata nas eleições de novembro, Kamala Harris, expressou solidariedade a seu adversário, Donald Trump, após um suposto ataque envolvendo disparos próximos à propriedade do ex-presidente na Flórida. Harris utilizou seu perfil na rede social X (antigo Twitter) neste domingo (15 de setembro de 2024) para se posicionar: “Fui informada sobre os tiros disparados perto do ex-presidente Trump e sua propriedade na Flórida, e estou aliviada que ele esteja seguro. A violência não tem lugar na América”.

    Tim Walz, candidato a vice-presidente na chapa de Harris, também demonstrou apoio, afirmando estar “feliz que Trump está seguro” e reiterando que “a violência não representa quem somos como nação”.

    O incidente ocorreu nas proximidades do Trump International Golf Club, em West Palm Beach, onde o ex-presidente estava no momento. A campanha de Trump confirmou sua segurança e divulgou um comunicado em que o candidato reafirma sua determinação: “Nada me desacelerará. Nunca me renderei! Sempre amarei aqueles que me apoiam. Unidade. Paz. Vamos tornar a América grande novamente”.

    Jetss