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Tarifaço: Governo estuda reduzir carga horária para evitar desemprego

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Para evitar que os empresários demitam seus funcionários por conta do tarifaço, o governo federal está propondo diversas medidas para proteger o trabalhador.

Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que a equipe econômica avalia a possibilidade de postergar temporariamente o recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e da previdência para aliviar o caixa das empresas afetadas.

Entre as possibilidades, também se estuda a redução da carga horária de trabalho, como aconteceu na pandemia. Para lidar com o tarifaço, algumas exportadoras já têm implementado férias coletivas.

“Tem possibilidade de postergar o recolhimento do FGTS, postergar recolhimento da previdência. A depender do grau, recorrer a lei do lay-off, redução de jornada, compensação, férias coletivas. Tem um monte de equações que o acordo coletivo pode administrar temporariamente durante essa transição para que a empresa encontre um novo comprador”, disse Marinho.

Na semana passada, o governo federal anunciou o Plano Brasil Soberano com uma série de medidas para socorrer os empresários afetados pela tarifa de 50% dos Estados Unidos.

O plano prevê a criação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego para monitorar o nível de emprego nas empresas e suas cadeias produtivas, fiscalizar obrigações, benefícios e acordos trabalhistas, e propor ações voltadas à preservação e manutenção dos postos de trabalho.

Entre as atribuições previstas pela Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego estão:

  • Acompanhar diagnósticos, estudos e informações relativas ao nível de emprego nas empresas e subsetores diretamente afetados pelas tarifas dos EUA.
  • Ampliar a análise para identificar impactos indiretos na geração e manutenção de empregos em empresas da cadeia produtiva.
  • Monitorar obrigações, benefícios e repercussões nas folhas de pagamento decorrentes de acordos para preservar empregos e mitigar os efeitos das tarifas dos EUA.
  • Promover negociação coletiva e mediação de conflitos para manter o emprego.
  • Aplicar mecanismos relacionados a situações emergenciais, como lay-off e suspensão temporária de contratos, dentro da lei.
  • Fiscalizar o cumprimento das obrigações acordadas e a manutenção dos empregos por meio da Inspeção do Trabalho.
  • Utilizar a estrutura regional das Superintendências do Trabalho para engajar trabalhadores e empregadores em negociações para atender às necessidades das empresas afetadas.
  • Monitorar a concessão e o pagamento de benefícios trabalhistas aos empregados das empresas diretamente afetadas.

CNN

Moraes diz que bancos podem ser punidos se aplicarem sanções dos Estados Unidos no Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os bancos que atuam no Brasil podem ser punidos se aplicarem sanções impostas pelos Estados Unidos em solo brasileiro.

“Agora, da mesma forma, se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem. E aí eles podem ser penalizados internamente”, disse Moraes em entrevista à Reuters.

A declaração de Moraes acontece em meio a incertezas após decisão do ministro Flávio Dino reafirmando que ordens de outros países só devem ser cumpridas com o aval do STF.

Moraes foi recentemente sancionado pelo governo do presidente Donald Trump com a Lei Magnitsky, utilizada para punir financeiramente estrangeiros.

Dino não citou a Magnitsky, mas sua decisão trouxe insegurança ao setor bancário. Isso porque as instituições financeiras brasileiras, que têm operações nos EUA, podem ser pressionadas a escolher entre cumprir a lei norte-americana ou obedecer ao Judiciário brasileiro.

?Segundo o governo americano, todos os eventuais bens de Alexandre de Moraes nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. O ministro também não pode realizar transações com cidadãos e empresas dos EUA — usando cartões de crédito de bandeira americana, por exemplo.

Em sua decisão, na última segunda-feira (18), dada em uma ação sobre a tragédia de Mariana, Dino determinou que:

“Ficam vedadas imposições, restrições de direitos ou instrumentos de coerção executados por pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país, bem como aquelas que tenham filial ou qualquer atividade profissional, comercial ou de intermediação no mercado brasileiro, decorrentes de determinações constantes em atos unilaterais estrangeiros”.

Essa decisão de Dino foi seguida de uma publicação do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que chamou Moraes de “tóxico” – a publicação foi republicada em português pela embaixada dos EUA no Brasil.

“Cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com ele. Já cidadãos de outros países devem agir com cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções”, dizia o texto.

O que prevê a lei Magnitsky

  • As sanções propostas pela Lei Magnitsky são descritas como bastante pesadas, e alguns chegam a chamá-la de “pena de morte financeira”;
  • Caso seja aplicada, a pessoa não pode ter cartão de crédito de nenhuma das grandes bandeiras que operam nos Estados Unidos;
  • Quem sofre a sanção não pode ter conta em banco nos Estados Unidos. Caso o banco permita, ele próprio não poderá operar nos EUA e pode ser alvo de sanções secundárias;
  • Instituições financeiras do mundo todo podem ser obrigadas a congelar ativos, fechar contas e cancelar cartões de crédito da pessoa sancionada;
  • Além disso, a pessoa pode ser impedida de ir para os Estados Unidos ou ter seu visto cancelado;

A aplicação da lei também acarreta uma questão reputacional, pois a pessoa entraria para uma lista de sancionados, que inclui violadores sistemáticos, contumazes e brutais de direitos humanos.

Em julho, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação de vistos americanos de ministros do STF e seus parentes, citando Moraes nominalmente.

Para justificar a medida, o secretário americano citou o processo que corre no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é tornou réu por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

G1

 

“Nenhum império vai tocar solo sagrado da Venezuela”, diz Maduro

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O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que “nenhum império vai tocar o solo sagrado da Venezuela” depois que os Estados Unidos ordenaram a movimentação de navios navais na região para conter o narcotráfico.

Maduro fez o comentário durante uma reunião de trabalho televisionada na terça-feira (18) com governadores e prefeitos em Caracas. Ele estava acompanhado do ministro da Justiça do país, Diosdado Cabello.

“Defendemos nossos mares, nossos céus e nossas terras. Nós os libertamos. Nós os vigiamos e os patrulhamos. Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul”, enfatizou no discurso.

Três navios de guerra americanos devem chegar nesta quarta-feira (20) à costa da Venezuela, em uma operação militar voltada ao combate ao narcotráfico na América Latina. A informação foi divulgada pela agência Reuters na segunda-feira (18).

As fontes disseram que os navios são o USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson.

Um outro funcionário dos EUA disse à Reuters que, no total, cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais devem estar comprometidos com os esforços da administração Trump na região sul do Caribe.

O oficial americano, que falou sob a condição de anonimato, disse que o compromisso adicional de recursos militares na região incluiria vários aviões espiões P-8, navios de guerra e pelo menos um submarino de ataque.

A autoridade alegou que o processo estaria em andamento por vários meses e o plano era para eles operarem no espaço aéreo internacional e em águas internacionais.

Os recursos navais podem ser usados não apenas para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados se uma decisão for tomada, acrescentou a autoridade.

Resposta dos EUA

Na terça-feira (19), no entanto, um funcionário do Departamento de Defesa respondeu que atualmente não há embarcações americanas na área da Venezuela e que os navios não receberam ordens para prosseguir para lá.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi questionada sobre um possível envio de tropas para a Venezuela, após relatos de aumento militar. Segundo ela, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a interromper o fluxo de drogas.

“O presidente Trump tem sido muito claro e consistente. Ele está disposto a usar todas as ferramentas à sua disposição para interromper o fluxo de drogas para o nosso país e levar os responsáveis à justiça”. Ela também reiterou a posição do governo americano de que Maduro “não é um presidente legítimo”. Washington e Caracas não mantêm relações diplomáticas bilaterais formais desde 2019.

O governo venezuelano rejeitou a acusação de Washington sobre tráfico de drogas, dizendo em um comunicado que os Estados Unidos estavam recorrendo a “ameaças e difamação”.

No início do mês, os Estados Unidos dobraram a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro. Agora o valor passa a ser US$ 50 milhões, ante a US$ 25 milhões anunciados inicialmente.

Em um vídeo postado no X, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, acusou Maduro de colaborar com grupos como Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.

Maduro ativa milícia venezuelana

Maduro anunciou na segunda-feira (18) o envio de mais de 4,5 milhões de milicianos para cidades de todo o território do país como parte de um “plano de paz” do governo.

“Ativarei um plano especial para garantir a cobertura com mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. Milícias preparadas, ativadas e armadas”, afirmou Maduro.

O envio dos milicianos faz parte dos pilares de uma plano do regime venezuelano que visa estabelecer os chamados “quadrantes de paz” no país com o objetivo, segundo o ditador, de garantir “soberania, integridade territorial, unidade nacional e segurança”.

O ditador também anunciou que criará três zonas de desenvolvimento e segurança na fronteira com a Colômbia, sem dar detalhes de como funcionarão.

A Milícia Nacional Bolivariana é um braço das Forças Armadas da Venezuela, que foi criada originalmente pelo ex-presidente Hugo Chávez para complementar o trabalho dos militares.

CNN

PF diz que avião da Força Aérea dos EUA conduziu diplomatas até consulado

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Fontes da PF (Polícia Federal) informaram à CNN que o avião dos Estados Unidos que pousou em Porto Alegre na tarde desta terça-feira (19) era da Força Aérea do país e conduziu diplomatas para o Consulado dos EUA na capital gaúcha.

Fontes da PF (Polícia Federal) informaram à CNN que o avião dos Estados Unidos que pousou em Porto Alegre na tarde desta terça-feira (19) era da Força Aérea do país e conduziu diplomatas para o Consulado dos EUA na capital gaúcha.

De acordo com dados do site FlightRadar, a aeronave, um Boeing 757, partiu do Aeroporto Fernando Luis Ribas Dominicci, em Porto Rico, e seguiu sem rota detalhada até o Aeroporto Salgado Filho, no Rio Grande do Sul.

O pouso foi registrado por volta das 17h12 por câmeras do terminal, segundo o site especializado Aeroin. A chegada da aeronave gerou curiosidade por se tratar de um modelo operado pelo governo dos Estados Unidos.

Ainda segundo o site FlightRadar, o avião decolou novamente na noite de terça-feira, por volta de 20 horas, e pousou no Aeroporto de Guarulhos.

CNN

Oposição derrota indicados de Alcolumbre e Hugo para comandar CPMI do INSS

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A oposição no Congresso Nacional conseguiu derrotar nesta quarta-feira (20) as indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para o comando da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que apura desvios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A maioria do colegiado elegeu Carlos Viana (MG) como presidente. O indicado de Alcolumbre era o senador Omar Aziz (PSD-AM), mas dois senadores anunciaram candidaturas próprias.

Foi o caso de Viana, que é líder do Podemos no Senado. Eduardo Girão (Novo-CE) também colocou seu nome na disputa, mas desistiu e declarou apoio a Viana.

Também havia acordo para que o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), indicado por Motta, assumisse a relatoria do colegiado. O novo escolhido por Viana foi o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Nas redes sociais, Ayres disse que “com a eleição de um novo presidente, houve a designação de outro relator para o processo”.

Eleição para a presidência da CPMI

A reunião começou com a presidência da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que conduziu o processo de eleição. Após o resultado, Omar Aziz afirmou que a votação foi encerrada antes que todos pudessem votar.

“É uma disputa, uma disputa democrática, quem ganha é quem tem mais voto. Assim como Lula ganhou do Bolsonaro porque teve mais voto. Aqui também a senhora encerrou a votação antes de completar o número, mas isso é uma outra questão. Isso não vou estar discutindo aqui nem com a senhora, nem com ninguém”, disse.

Aziz também desejou “boa sorte” para Viana e desejou que o senador conduza os trabalhos com isenção.

CNN

“Não se enfrenta um país dez vezes o seu tamanho”, diz Trump após reunião

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu culpar a Ucrânia por iniciar a guerra com a Rússia, afirmando durante uma entrevista na terça-feira (19) que “não se enfrenta um país dez vezes o seu tamanho”.

A Rússia invadiu a Ucrânia, uma nação soberana, em fevereiro de 2022.

“Não é uma guerra que deveria ter sido iniciada. Não se faz isso. Não se toma, não se enfrenta uma nação dez vezes maior que a Rússia”, disse o presidente durante uma entrevista por telefone à Fox News.

À medida que as negociações sobre um possível acordo para encerrar a guerra na Ucrânia se intensificam, grande parte da discussão sobre trocas de terras tem se concentrado em Donbass — uma região da Ucrânia que o presidente russo, Vladimir Putin, quer que se torne território russo.

Composto pelas regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk, Donbass já foi uma potência industrial na era soviética, um local de minas de carvão e siderúrgicas.

O presidente falou sobre a região durante sua entrevista de terça-feira (19), embora Trump tenha fornecido poucos detalhes publicamente sobre as últimas demandas de Putin sobre o território, afirmando que essas discussões cabem ao líder russo e ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A CNN noticiou que quase toda Luhansk e mais de 70% de Donetsk estão sob controle russo.

“Agora eles estão falando sobre o Donbass, mas o Donbass, como vocês sabem, agora é 79% de propriedade e controlado pela Rússia. Então eles entendem o que isso significa”, disse o presidente americano.

CNN

PSDB perde o seu último governador no Mato Grosso do Sul

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, está de saída do PSDB, a informação foi confirmada pelo presidente nacional do partido, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo; através de uma rede social após reunião feita em Campo Grande.

Anteriormente o tucanato já havia perdido Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul; e Raquel Lyra, de Pernambuco; ambos foram para o PSD.

Perillo afirmou que o acordo permitiu a legenda manter a representação parlamentar no estado. “Depois de um amplo entendimento, a gente acertou que o governador Riedel vai se filiar a um partido, o governador Azambuja vai se filiar a outro partido, e os nossos três combativos deputados federais vão ficar liderando essa estrutura do PSDB”, afirmou Perillo.

Riedel pode se filiar no PP, da senadora Teresa Cristina (PP-MS), mas ele também é cortejado pelo PSD de Gilberto Kassab. A decisão comunicada por Perillo também tira do PSDB o ex-governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que deve ir para o PL, partido o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele já atua como presidente informal da legenda no estado e deve ser candidato ao Senado no ano que vem.

Ainda segundo Perillo a intensão é reeleger os três deputados federais pela sigla nas eleição de 2026.

Jornal Opção

Trump diz acreditar em desfecho para guerra na Ucrânia, mas Zelensky e Europa querem garantia de segurança da Rússia

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Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrou otimismo para o fim da guerra da Ucrânia, o presidente ucraniano e líderes europeus manifestam ceticismo —eles querem uma garantia de que a Rússia não volte futuramente a invadir a Ucrânia.

Trump, Zelensky e sete líderes europeus se reuniram na Casa Branca nesta segunda-feira (18) para discutir uma possível solução para a guerra, que começou em 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. O encontro se deu três dias depois de Trump e Putin se reunirem na Alasca.

Estão presentes Emmanuel Macron (presidente da França), Keir Starmer (premiê do Reino Unido), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Ursula von der Leyen (chefe da Comissão Europeia), Mark Rutte (chefe da Otan), Giorgia Meloni (premiê da Itália) e Alexander Stubb (presidente da Finlândia).

“Tivemos um dia de muito sucesso até o momento”, afirmou Trump no início da reunião com os líderes europeus e Zelensky, sem dar mais detalhes. O presidente americano disse, sobre seus aliados europeus, achar que “chegaremos a um comum acordo hoje”.

 

Segundo Trump, após aparar as arestas com os aliados europeus e voltar a consultar Putin, “em uma ou duas semanas vamos saber se vamos conseguir ou não resolver os combates terríveis”. Ele falou ainda em buscar o “quanto antes” uma reunião trilateral com Zelensky e Putin para alinhar os termos de um acordo.

“Vamos ter uma ligação telefônica com Putin logo após essas reuniões de hoje, e talvez tenhamos ou não uma reunião trilateral. (…) Putin está esperando minha ligação quando terminarmos esta reunião. Há uma chance razoável de que essa negociação avance. […] Se tudo funcionar bem hoje, teremos uma reunião trilateral”, afirmou Trump junto com Zelensky no Salão Oval da Casa Branca.

 

Trump disse a Zelensky que os EUA estão prontos para prover garantias de segurança, e que a Rússia concorda com isso. Segundo os EUA, Putin concordou que os EUA e aliados europeus poderiam proteger a Ucrânia em um formato parecido com o Artigo 5 da Otan, que prevê defesa mútua em caso de ataque. Os líderes europeus, no entanto, buscam uma certeza da parte dos americanos.

Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump (à direita), e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversam com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca em 18 de agosto de 2025.' — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump (à direita), e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversam com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca em 18 de agosto de 2025.’ — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O encontro desta segunda entre Trump e Zelensky parece menos tenso do que o realizado em 28 de fevereiro entre os dois, na mesma sala, quando o ucraniano foi hostilizado pelos anfitriões — o presidente e o vice, JD Vance.

Zelensky foi elogiado por um repórter pela roupa que estava utilizando, um paletó. Em fevereiro, os trumpistas criticaram o ucraniano por ser recebido sem uma vestimenta formal, figurino adotado por Zelensky desde o início da guerra com a Rússia.

Segundo a agenda divulgada pela Casa Branca, o presidente americano se reunirá a sós com Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, e depois outros líderes europeus se juntarão aos dois para uma segunda reunião na Sala Leste.

A reunião ocorre dias após uma reunião presencial de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma base militar no Alasca, que terminou sem acordo para cessar-fogo. O evento foi a primeira vez que Putin pisou em solo americano em quase dez anos — e considerado uma vitória diplomática para o Kremlin, que se encontrava à margem da comunidade internacional.

Os termos da discussão entre Trump e Putin não foram divulgados, mas especula-se que Moscou apresentou uma proposta de paz que incluiria o fim dos combates em troca do reconhecimento de territórios ocupados da Ucrânia, sobretudo a Crimeia, como pertencentes à Rússia. 

Quem participa

Ao lado de Zelensky, estão presentes Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Mark Rutte (Otan), Giorgia Meloni (Itália) e Alexander Stubb (Finlândia).

De acordo com diplomatas ouvidos pela agência alemã Deutsche Welle, alguns desses líderes, como Meloni, Stubb e Rutte, foram convidados também para tentar amortecer eventuais ataques verbais de Trump a Zelensky.

O encontro simboliza o esforço da Ucrânia e da União Europeia em buscar garantias concretas de segurança diante da ofensiva russa, iniciada em fevereiro de 2022.

O que está em jogo

Antes da reunião, Zelensky insistiu que não aceitará ceder território e que qualquer acordo precisa ser acompanhado de garantias internacionais semelhantes às do Artigo 5 da Otan, que prevê defesa coletiva em caso de ataque. “A linha de frente é agora o lugar onde essas negociações podem começar”, disse o presidente ucraniano neste domingo.

Trump, por sua vez, declarou no fim de semana que houve “grandes progressos” em sua conversa com Vladimir Putin, no Alasca. Segundo o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, o presidente russo teria sinalizado abertura para discutir garantias de segurança no modelo da Otan, algo descrito como “transformador” — mas sem detalhes sobre os termos.

Às vésperas do encontro, os presidentes comentaram as propostas nas redes sociais. Trump voltou a pressionar Zelensky para aceitar a proposta de Putin, de anexar territórios como a Crimeia e desistir de fazer parte da Otan. Já o ucraniano negou que cogita ceder terras aos russos.

Esboço da proposta russa

Um rascunho da proposta de Putin para encerrar a guerra começou a circular entre diplomatas, segundo a agência Reuters. O plano prevê a retirada parcial de tropas russas do norte da Ucrânia, mas exige contrapartidas consideradas inaceitáveis por Kiev: o reconhecimento da anexação da Crimeia, a manutenção do controle do Kremlin sobre grande parte do Donbas, a promessa de que a Ucrânia não se juntará à Otan e o alívio das sanções internacionais contra Moscou.

Diplomatas ressaltam que o esboço não é um acordo formal, mas indica a tentativa russa de consolidar ganhos militares e políticos obtidos desde 2022. Para Zelensky, qualquer concessão desse tipo significaria abrir mão da soberania ucraniana.

Segundo encontro entre Trump e Zelensky

Esta é a segunda reunião presencial entre Trump e Zelensky desde o início da guerra. A primeira, em fevereiro, terminou de forma abrupta depois que o republicano adotou um tom considerado ríspido e chegou a repreender o ucraniano diante das câmeras, chamando-o de “ingrato”.

Agora, com a presença dos aliados europeus, a reunião em Washington é vista como um teste para medir até onde Trump está disposto a apoiar Kiev e como pretende lidar com as exigências de Moscou.

Europa tenta cortejar Trump

O encontro em Washington também é interpretado como uma tentativa europeia de cortejar Trump após a cúpula realizada no Alasca, na última sexta-feira. Na ocasião, Putin conseguiu convencê-lo a abandonar a exigência de um cessar-fogo imediato e reforçou demandas que já eram conhecidas: anexação de territórios, desarmamento ucraniano e retirada de sanções.

De acordo com o jornal americano “The New York Times”, Trump e Putin chegaram a discutir a cessão completa de Donetsk e Lugansk à Rússia, incluindo áreas que não estão sob ocupação militar. Zelensky sempre rejeitou a ideia, mas admitiu no domingo, em Bruxelas, que pode negociar sobre as terras já controladas por tropas russas.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também reconheceu que Kiev provavelmente terá de aceitar, na prática, a perda de territórios, ainda que isso não seja reconhecido formalmente no âmbito jurídico internacional.

Próxima etapa pode ser cúpula tripartite

Segundo analistas em Berlim, Bruxelas, Londres e Paris, se a reunião desta segunda avançar, Trump pretende organizar uma “cúpula tripartite” com Ucrânia e Rússia já nesta sexta-feira (22). O “The New York Times” informou que Putin prometeu participar, mas somente se Kiev aceitar renunciar a determinados territórios antes.

O presidente russo, no entanto, continua retratando Zelensky como ilegítimo. Para diplomatas europeus, há dúvidas se Putin realmente topará dividir a mesa com o ucraniano ou se continuará a ganhar tempo para consolidar seus avanços militares.

*Com informações da Deutsche Welle.

G1

Hamas concorda com proposta de cessar-fogo

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Hamas aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores do Egito e do Catar, nesta segunda-feira (18).

A notícia, dada em primeira mão por agências de notícia internacionais, foi confirmada na rede social Facebook por Basem Naim, alto funcionário do grupo terrorista:

“O movimento deu sua aprovação à nova proposta apresentada pelos mediadores”.

De acordo com uma fonte oficial egípcia ouvida pela Reuters, a proposta inclui uma suspensão das operações militares na Faixa de Gaza por 60 dias e é vista como um caminho para chegar a um acordo abrangente para encerrar a guerra de quase dois anos.

O período de trégua envolve a libertação de metade dos reféns israelenses mantidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos, afirma a fonte.

Israel ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Uma fonte familiarizada com as negociações disse à Reuters que a proposta é quase idêntica a uma apresentada anteriormente pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, que Israel havia aceitado.

Após o Hamas chegar a acordo com os mediadores, o chanceler do Egito, Badr Abdelatty, afirmou que o país está “pronto” para se juntar a uma força internacional que seria posicionada em Gaza.

“Estamos prontos para contribuir com qualquer força internacional que possa ser posicionada em Gaza”, sob a condição de que seja baseada “em uma resolução do Conselho de Segurança, com mandato claro e dentro de uma perspectiva política. Sem ela, seria insensato posicionar forças”, declarou.

Cairo também demonstra estar “disposto a contribuir com qualquer esforço internacional em favor da criação de um Estado palestino“, acrescentou o ministro egípcio.

Nova ofensiva de Israel

O Exército israelense anunciou que aprovou o plano para uma nova ofensiva na Faixa de Gaza, que prevê a tomada da Cidade de Gaza, a mais populosa do território palestino, na quarta-feira (13).

O plano havia sido aprovado pelo Executivo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na semana passada e enviado às Forças Armadas, que vinham indicando resistência à proposta de Netanyahu de ocupação total de Gaza.

O comandante do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, “aprovou a principal estrutura do plano operacional do Exército na Faixa de Gaza” e disse ao premiê ser contra a expansão da ofensiva em Gaza, mas que cumprirá ordens do governo.

Os planos israelenses de expandir a guerra em Gaza após 22 meses de combates e mais de 61 mil mortos provocaram críticas internacionais e forte oposição internaDias depois, Israel virou alvo de mais críticas por ter matado seis jornalistas que atuavam na Faixa de Gaza, cinco deles funcionários da rede de TV árabe Al Jazeera.

Especialistas alertaram para o risco de fome no território, onde Israel restringiu drasticamente a entrada de ajuda humanitária.

A aprovação do plano foi divulgada também horas depois de o Hamas anunciar ter enviado uma delegação do grupo terrorista ao Cairo, no Egito, para “conversações preliminares” com as autoridades egípcias sobre uma trégua temporária.

O ataque do Hamas em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, provocou a morte de 1.219 pessoas, segundo um balanço da agência de notícias AFP baseado em números oficiais. A ofensiva israelense matou mais de 61.500 palestinos, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

G1

Em entrevista ao Washington Post, Moraes diz que não vai recuar ‘nem um milímetro’

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu uma entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, divulgada nesta segunda-feira (18), e defendeu que não pretende recuar em suas decisões sobre o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na entrevista, o ministro afirmou que “não existe a menor possibilidade de recuar nem milímetro sequer”, apesar das sanções impostas contra ele pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido”, disse à publicação.

Moraes foi sancionado pela Casa Branca com a Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros.
O governo norte-americano alegou que o ministro do STF promove uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, apesar de a ação penal ocorrer conforme os trâmites tradicionais da Justiça brasileira.
Ele também foi alvo de críticas de integrantes do alto escalão do governo Trump e do próprio republicano.
? Segundo o governo americano, com a decisão, todos os eventuais bens de Alexandre de Moraes nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. O ministro também não pode realizar transações com cidadãos e empresas dos EUA — usando cartões de crédito de bandeira americana, por exemplo.

Julgamento no STF

Na última semana, a Primeira Turma do STF marcou o julgamento do núcleo crucial da trama golpista, do qual participa o ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso será julgado entre 2 e 12 de setembro, conforme agenda divulgada pela Corte.

Na entrevista, Moraes citou o julgamento e foi chamado pelo jornal norte-americano de “xerife da democracia”.

O Washington Post também afirmou que os “decretos expansivos” do ministro reverberaram no mundo inteiro, em menção às sanções impostas a redes sociais, como o X, de Elon Musk.

“Entendo que, para uma cultura americana, seja mais difícil compreender a fragilidade da democracia porque nunca houve um golpe lá”, disse Moraes ao jornal.

“Mas o Brasil teve anos de ditadura sob o [presidente Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando você é muito mais atacado por uma doença, forma anticorpos mais fortes e busca uma vacina preventiva”, prosseguiu o ministro.

Sobre as críticas dos apoiadores do ex-presidente em relação à ação penal que tramita contra ele e aliados na Corte, Moraes disse que se tratam de “narrativas falsas”, que atrapalham o relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos, aliados históricos.

O governo dos Estados Unidos impôs uma tarifa de 50% a produtos brasileiros importados em território americano. Filho do ex-presidente Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos EUA desde fevereiro e se diz responsável pela interlocução com o governo Trump que resultou nas sanções.

“Essas narrativas falsas acabaram envenenando o relacionamento — narrativas falsas sustentadas pela desinformação disseminada por essas pessoas nas redes sociais”, afirmou Moraes na entrevista. “Então, o que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas.”

O ministro também foi questionado sobre as sanções norte-americanas e as restrições impostas a ele, além das críticas e ameaças.

“É agradável passar por isso? Claro que não é agradável”. Mas é preciso defender a democracia, segundo ele. “Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”.

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