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CAE vota permanência definitiva do Pronampe na terça

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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) analisa na próxima terça-feira (25), a partir das 10h, uma proposta para tornar permanente o Programa de Apoio às Pequenas Empresas (Pronampe). O projeto (PL 6.012/2023), apresentado pelos três senadores de Santa Catarina, Esperidião Amin (PP), Ivete da Silveira (MDB) e Jorge Seif (PL), garante acesso facilitado a crédito para micro e pequenas empresas. A decisão da CAE é terminativa, ou seja, se aprovado, o projeto segue para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para votação em Plenário.

Criado em 2020 para ajudar os pequenos negócios durante a pandemia da Covid-19, o Pronampe concede linhas de crédito com condições diferenciadas, como taxas de juros mais baixas e prazos de carência. A lei que rege o programa prevê o fim do Fundo Garantidor de Operações (FGO), utilizado como garantia das operações, em 2025.

A proposta acaba com essa data-limite, transformando o Pronampe em uma política pública permanente de fomento aos pequenos negócios. Dessa forma, os micro e pequenos empresários poderão continuar acessando linhas de crédito com condições facilitadas, sem risco de o programa ser descontinuado.

“Sobre o aspecto econômico e financeiro, é relevante garantir tratamento diferenciado aos pequenos negócios porque, no Brasil, o acesso ao crédito apresenta restrições estruturais. Consequentemente, sem políticas públicas creditícias como o Pronampe, muitos micro e pequenos empresários não teriam acesso a crédito e, provavelmente, muitos teriam dificuldade em garantir o crescimento de seus negócios por não terem capital próprio suficiente”, afirma o senador Laércio Oliveira (PP-SE) em seu relatório sobre o projeto.

Mobilidade Elétrica

Outro projeto terminativo na pauta da comissão é o PL 6.020/2019, que incentiva a pesquisa e o desenvolvimento da mobilidade elétrica no país. Apresentado pela senadora Leila Barros (PSB-DF), a proposta obriga as empresas participantes do programa Rota 2030 a aplicar 1,5% das renúncias fiscais em tecnologias para veículos com motores elétricos e na produção de energia do etanol ou das células de etanol para veículos elétricos.

O Rota 2030 (Lei 13.755, de 2018) é um programa de mobilidade e logística no regime automotivo brasileiro que destina recursos para o desenvolvimento industrial e tecnológico do setor e de sua cadeia produtiva. São oferecidos financiamentos não reembolsáveis para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor automotivo, com foco em tecnologias de descarbonização da mobilidade.

“A demanda por veículos elétricos tende a continuar crescendo nos próximos anos, pois a regulação ambiental tende a se tornar mais rígida. Com isso, a produção tende a crescer. Como a produção de veículos é sujeita a economias de escala para uma faixa relevante da produção, espera-se que o aumento da produção leve à redução dos custos unitários”, defende em seu parecer o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da proposta. O senador afirma ainda que o apoio governamental é essencial na formação de uma nova rede de fornecedores e domínio de novas tecnologias pelas montadoras.

Mais itens na pauta

Outras propostas terminativas na CAE com ampla repercussão social incluem a gratuidade do passe estudantil no transporte público urbano e semiurbano, no trajeto entre a residência e a escola (PL 1.706/2019) e a tributação de pensão alimentícia (PL 2.764/2022). Estão previstos 13 projetos na pauta da CAE, dos quais seis são terminativos.

Fonte: Agência Senado

Aprovada, nova reforma do ensino médio retorna à Câmara Fonte: Agência Senado

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Sete anos depois da aprovação do Novo Ensino Médio (NEM), o Senado decidiu por mudanças no currículo dos três anos finais da educação básica. O Plenário aprovou nesta quarta-feira (19), em votação simbólica, o PL 5.230/2023, uma alternativa apresentada pelo governo para substituir o modelo instituído durante a gestão de Michel Temer. O substitutivo (texto alternativo) apresentado pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) retorna à Câmara dos Deputados.

O PL 5.230/2023, que passou pela Comissão de Educação (CE) também nesta quarta-feira, prevê a ampliação da carga horária mínima total destinada à formação geral básica (FGB) das atuais 1.800 para 2.400 horas, e a explicitação de quais componentes curriculares fazem parte de cada uma das áreas do conhecimento.

A proposta que estabelece o novo modelo para o ensino médio também aumenta a carga horária de aulas, fortalece a formação geral básica e muda as regras para os itinerários formativos, principal inovação da última reforma feita em 2017 (Lei 13.415).

Os itinerários formativos são disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo que os estudantes podem escolher nos três anos da última etapa da educação básica. Da forma como foram aplicados, no entanto, os itinerários receberam muitas críticas por proporem conteúdos e atividades de pouca valia para a trajetória educacional dos estudantes.

A nova proposta de reforma fortalece os itinerários formativos, mas articulando-os com as quatro áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que são: linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas, língua inglesa, artes e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; e ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia

No caso da formação técnica e profissional, os itinerários devem ser organizados de acordo com o BNCC e com os eixos definidos nos currículos nacionais de educação profissional e tecnológica.

A nova reforma abre a possibilidade de o currículo escolar oferecer conteúdos que atendam a especificidades e necessidades das diferentes comunidades às quais pertencem os alunos. O projeto também inclui os estudantes de baixa renda do ensino médio matriculados em escolas comunitárias de educação do campo no Programa Pé-de-Meia, no Prouni e nas cotas para acesso à educação superior.

A senadora Dorinha afirmou que o texto é o resultado de uma construção coletiva, fortalece a formação básica e garante flexibilidade para estudantes e escolas

— A partir das audiências públicas, ouvindo professores, entidades, instituições, estudantes, nós organizamos um texto que fortalece o ensino médio. O texto amplia a carga horária da formação geral básica, mas mais do que isso os itinerários formativos passam a ter uma orientação que deve ser definida pelo Conselho Nacional de Educação. O texto não atende a todos os desafios, precisamos de mais investimentos nas escolas de educação básica — avaliou a relatora.

Já o senador Izalci Lucas (PL-DF) disse que a reforma de 2017 poderia representar um avanço para a educação, mas lamentou a falta de continuidade das políticas para a área. Ele elogiou o trabalho da relatora e defendeu mais investimentos em educação integral e no ensino técnico.

— É triste ver a situação da educação no país.  Este país precisa de uma política de estado que tenha continuidade — defendeu Izalci.

Para a senadora Teresa Leitão (PT-PE), o resultado do texto não é o ideal, mas significa um avanço em relação ao NEM e é fruto do movimento Revoga Já, que desde 2016 reuniu estudantes e professores contra a Reforma do Ensino Médio.

— Estamos com o melhor projeto de lei possível. Os itinerários formativos de educação profissional são de verdade, baseados no catálogo de ocupações. Não serão invencionices como o [que ocorreu no] Estado de São Paulo que chegou a ter mais de 200 itinerários, [sendo] impossível acompanhar, impossível monitorar, impossível aprofundar qualquer conhecimento tecnológico ou profissional — disse Teresa.

Carga horária

Entre outros pontos, o texto amplia a carga horária mínima anual do ensino médio de 800 para 1.000 horas, distribuídas em 200 dias letivos. Essa carga horária mínima poderá ser ampliada, de forma progressiva, para 1.400 horas, considerados os prazos e as metas estabelecidos no Plano Nacional de Educação (PNE).

No texto alternativo (substitutivo), a relatora determinou que, caso haja ampliação da carga horária, seja respeitada a seguinte porcentagem: 70% para formação geral básica e 30% para os itinerários formativos.

A senadora Dorinha acatou emendas para determinar que, a partir de 2029, as cargas horárias totais de cursos do ensino médio com ênfase em formação técnica e profissional deverão ser expandidas de 3.000 horas para 3.200, 3.400 e 3.600 horas, quando se ofertarem, respectivamente, cursos técnicos de 800, 1.000 e 1.200 horas.

Essa medida, afirma ela, vai reduzir o risco de que se estabeleçam trajetórias duais para o ensino médio, que promovam a desigualdade, por meio da distinção entre a carga horária de FGB dos cursos de ensino médio e dos cursos com formação técnica e profissional.

Formação geral básica e formação técnica

A soma da carga horária de formação geral básica nos três anos do ensino médio deve totalizar, no mínimo, 2.400 horas. Nos cursos técnicos e profissionais, a formação geral básica poderá ter carga horária mínima de 2.200 horas até 2028. As 200 horas restantes deverão ser implantadas até 2029.

Da carga horária mínima total, 2.200 horas deverão ser compostas por conteúdos que tenham relação com a Base Nacional Comum Curricular, como matemática, português, artes e ciências, e por uma parte diversificada, que trate das características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia.

No caso de formação técnica e profissional, as horas restantes deverão ser utilizadas para aprofundamento de conteúdos da BNCC diretamente relacionados à profissionalização oferecida.

Em relação à educação em tempo integral, o substitutivo autoriza a União a priorizar, na transferência de recursos a estados, municípios e Distrito Federal, as escolas que oferecem matrículas de ensino médio articuladas à educação profissional e tecnológica.

Itinerários formativos

Os itinerários formativos, articulados com a parte diversificada do currículo, terão carga horária mínima de 800 horas nos três anos de ensino médio e serão compostos de aprofundamento das áreas do conhecimento ou de formação técnica e profissional, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.

Caberá ao Ministério da Educação (MEC), com participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, elaborar diretrizes nacionais de aprofundamento de cada uma das áreas do conhecimento.

Implementação do novo modelo

O texto prevê uma transição para a nova configuração do ensino médio para os estudantes que estiverem cursando essa etapa da educação básica na data de publicação da lei em que o projeto se transformar.

Até o final de 2024, o MEC estabelecerá, com a participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, as diretrizes nacionais de aprofundamento das áreas do conhecimento; e, no ano letivo de 2025, os sistemas de ensino deverão iniciar a implementação do currículo do ensino médio.

O projeto também apresenta um cronograma de implementação das alterações no ensino médio.

O PL 5.230/2023 altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394, de 1996), o Programa Pé-de-Meia (Lei 14.818, de 2024), a Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012), e o Programa Universidade para Todos (Prouni – Lei 11.096, de 2005). Também modifica a Lei 14.640, de 2023, que trata da educação em tempo integral, e a Lei 14.818, de 2024, sobre educação profissional e tecnológica.

 

Sete anos depois da aprovação do Novo Ensino Médio (NEM), o Senado decidiu por mudanças no currículo dos três anos finais da educação básica. O Plenário aprovou nesta quarta-feira (19), em votação simbólica, o PL 5.230/2023, uma alternativa apresentada pelo governo para substituir o modelo instituído durante a gestão de Michel Temer. O substitutivo (texto alternativo) apresentado pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) retorna à Câmara dos Deputados.

O PL 5.230/2023, que passou pela Comissão de Educação (CE) também nesta quarta-feira, prevê a ampliação da carga horária mínima total destinada à formação geral básica (FGB) das atuais 1.800 para 2.400 horas, e a explicitação de quais componentes curriculares fazem parte de cada uma das áreas do conhecimento.

A proposta que estabelece o novo modelo para o ensino médio também aumenta a carga horária de aulas, fortalece a formação geral básica e muda as regras para os itinerários formativos, principal inovação da última reforma feita em 2017 (Lei 13.415).

Os itinerários formativos são disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo que os estudantes podem escolher nos três anos da última etapa da educação básica. Da forma como foram aplicados, no entanto, os itinerários receberam muitas críticas por proporem conteúdos e atividades de pouca valia para a trajetória educacional dos estudantes.

A nova proposta de reforma fortalece os itinerários formativos, mas articulando-os com as quatro áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que são: linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas, língua inglesa, artes e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; e ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia

No caso da formação técnica e profissional, os itinerários devem ser organizados de acordo com o BNCC e com os eixos definidos nos currículos nacionais de educação profissional e tecnológica.

 

A nova reforma abre a possibilidade de o currículo escolar oferecer conteúdos que atendam a especificidades e necessidades das diferentes comunidades às quais pertencem os alunos. O projeto também inclui os estudantes de baixa renda do ensino médio matriculados em escolas comunitárias de educação do campo no Programa Pé-de-Meia, no Prouni e nas cotas para acesso à educação superior.

A senadora Dorinha afirmou que o texto é o resultado de uma construção coletiva, fortalece a formação básica e garante flexibilidade para estudantes e escolas

— A partir das audiências públicas, ouvindo professores, entidades, instituições, estudantes, nós organizamos um texto que fortalece o ensino médio. O texto amplia a carga horária da formação geral básica, mas mais do que isso os itinerários formativos passam a ter uma orientação que deve ser definida pelo Conselho Nacional de Educação. O texto não atende a todos os desafios, precisamos de mais investimentos nas escolas de educação básica — avaliou a relatora.

Já o senador Izalci Lucas (PL-DF) disse que a reforma de 2017 poderia representar um avanço para a educação, mas lamentou a falta de continuidade das políticas para a área. Ele elogiou o trabalho da relatora e defendeu mais investimentos em educação integral e no ensino técnico.

— É triste ver a situação da educação no país.  Este país precisa de uma política de estado que tenha continuidade — defendeu Izalci.

Para a senadora Teresa Leitão (PT-PE), o resultado do texto não é o ideal, mas significa um avanço em relação ao NEM e é fruto do movimento Revoga Já, que desde 2016 reuniu estudantes e professores contra a Reforma do Ensino Médio.

— Estamos com o melhor projeto de lei possível. Os itinerários formativos de educação profissional são de verdade, baseados no catálogo de ocupações. Não serão invencionices como o [que ocorreu no] Estado de São Paulo que chegou a ter mais de 200 itinerários, [sendo] impossível acompanhar, impossível monitorar, impossível aprofundar qualquer conhecimento tecnológico ou profissional — disse Teresa.

Carga horária

Entre outros pontos, o texto amplia a carga horária mínima anual do ensino médio de 800 para 1.000 horas, distribuídas em 200 dias letivos. Essa carga horária mínima poderá ser ampliada, de forma progressiva, para 1.400 horas, considerados os prazos e as metas estabelecidos no Plano Nacional de Educação (PNE).

No texto alternativo (substitutivo), a relatora determinou que, caso haja ampliação da carga horária, seja respeitada a seguinte porcentagem: 70% para formação geral básica e 30% para os itinerários formativos.

A senadora Dorinha acatou emendas para determinar que, a partir de 2029, as cargas horárias totais de cursos do ensino médio com ênfase em formação técnica e profissional deverão ser expandidas de 3.000 horas para 3.200, 3.400 e 3.600 horas, quando se ofertarem, respectivamente, cursos técnicos de 800, 1.000 e 1.200 horas.

Essa medida, afirma ela, vai reduzir o risco de que se estabeleçam trajetórias duais para o ensino médio, que promovam a desigualdade, por meio da distinção entre a carga horária de FGB dos cursos de ensino médio e dos cursos com formação técnica e profissional.

Formação geral básica e formação técnica

A soma da carga horária de formação geral básica nos três anos do ensino médio deve totalizar, no mínimo, 2.400 horas. Nos cursos técnicos e profissionais, a formação geral básica poderá ter carga horária mínima de 2.200 horas até 2028. As 200 horas restantes deverão ser implantadas até 2029.

Da carga horária mínima total, 2.200 horas deverão ser compostas por conteúdos que tenham relação com a Base Nacional Comum Curricular, como matemática, português, artes e ciências, e por uma parte diversificada, que trate das características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia.

No caso de formação técnica e profissional, as horas restantes deverão ser utilizadas para aprofundamento de conteúdos da BNCC diretamente relacionados à profissionalização oferecida.

Em relação à educação em tempo integral, o substitutivo autoriza a União a priorizar, na transferência de recursos a estados, municípios e Distrito Federal, as escolas que oferecem matrículas de ensino médio articuladas à educação profissional e tecnológica.

Itinerários formativos

Os itinerários formativos, articulados com a parte diversificada do currículo, terão carga horária mínima de 800 horas nos três anos de ensino médio e serão compostos de aprofundamento das áreas do conhecimento ou de formação técnica e profissional, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.

Caberá ao Ministério da Educação (MEC), com participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, elaborar diretrizes nacionais de aprofundamento de cada uma das áreas do conhecimento.

Implementação do novo modelo

O texto prevê uma transição para a nova configuração do ensino médio para os estudantes que estiverem cursando essa etapa da educação básica na data de publicação da lei em que o projeto se transformar.

Até o final de 2024, o MEC estabelecerá, com a participação dos sistemas estaduais e distrital de ensino, as diretrizes nacionais de aprofundamento das áreas do conhecimento; e, no ano letivo de 2025, os sistemas de ensino deverão iniciar a implementação do currículo do ensino médio.

O projeto também apresenta um cronograma de implementação das alterações no ensino médio.

O PL 5.230/2023 altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394, de 1996), o Programa Pé-de-Meia (Lei 14.818, de 2024), a Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012), e o Programa Universidade para Todos (Prouni – Lei 11.096, de 2005). Também modifica a Lei 14.640, de 2023, que trata da educação em tempo integral, e a Lei 14.818, de 2024, sobre educação profissional e tecnológica.

Fonte: Agência Senado

Datafolha: 2 a cada 3 brasileiros são contra o PL do aborto

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Uma pesquisa do Datafolha, divulgada na última quinta-feira (20), apontou que 2 a cada 3 brasileiros são contrários a PL do aborto. Em números percentuais, são 66% contra; 29% favoráveis; 4% não sabem e 2% são indiferentes a proposta.

PL nº 1904/24 – de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) – equipara a prática de aborto, em gestações com mais de 22 semanas, ao crime de homicídio.

O levantamento do Datafolha ouviu 2.021 pessoas de idades a partir de 16 anos. Foram escutadas pessoas de 115 municípios do Brasil nos dias 17, 18 e 19 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre as mulheres, o número é maior ainda. 69% das mulheres são contrárias ao texto em discussão na Câmara dos Deputados. Já entre os homens o número é um pouco menor, de 62%. Entre quem apoia a proposta, 34% do lado dos homens e 29% entre as mulheres.

Segundo a pesquisa, os cristãos não aprovam a proposição – que conta com apoio maciço da bancada evangélica. Os números entre quem se posiciona contra o PL são de 68% dos católicos e 57% dos evangélicos. Aprovam o PL sobre o aborto 37% dos evangélicos questionados pelo Datafolha e 28% dos católicos.

O HOJE

Senador Canedo inaugura Estação do Conhecimento da Vila Galvão

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A Prefeitura de Senador Canedo e o governo de Goiás inauguram nesta sexta-feira (21) a unidade da Estação do Conhecimento da Vila Galvão.

Ao mesmo tempo, a Estação vai oferecer diversos cursos por meio da Secretaria de Inovação Tecnológica, Gestão de Pessoas e Apoio Institucional e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento acontece às 10h no Ganha Tempo da Vila Galvão.

Estação do Conhecimento é espaço de oportunidades à população

As Estações do Conhecimento fazem parte do plano de ação do Canedo Digital. A intenção dos órgãos é fomentar e democratizar o acesso ao universo digital. Com ambientes colaborativos e criativos, promovendo a inclusão e proporcionando um espaço de aprendizado e convívio social.

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Antes de tudo, o espaço oferece cursos e eventos relacionados à robótica, informática básica, economia criativa e manutenção de computadores e celulares. O projeto tem parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Sukatech.

O governo e a prefeitura também vão inaugurar outra unidade no Jardim das Oliveiras, no próximo dia 28.

Senador Canedo entrega reforma completa da Escola Elias Rocha

Em seguida a Prefeitura de Senador Canedo também entrega obras de reforma e ampliação da Escola Municipal Elias Rocha Ribeiro. A cerimônia de entrega será nesta sexta-feira (21) a partir das 9h30, no prédio da escola, na Rua Rio de Janeiro, Vila Galvão.

O Hoje

Prefeitura de Goiânia recebe no Mutirão de Goiânia alunos da Escola Municipal Professor Paulo Freire para Educação Ambiental

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Em incentivo a ações de Educação Ambiental, especialmente no mês do Meio Ambiente, a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) recebeu, na manhã desta sexta-feira (21/6), cerca de 30 alunos do 5º ano da Escola Municipal Professor Paulo Freire, no estande da Amma, no 5º Mutirão de Goiânia em 2024. A estrutura está montada na Praça da Feira, na Rua JC-1 com Avenida do Povo e Rua da Divisa, entre o Jardim Curitiba e a Vila Mutirão.

Durante a programação, os alunos foram recebidos com declamação do poema “Rosa”, de Conde Afonso Celso, realizada pela servidora Cida Magalhães. “O texto escolhido se deu em razão de o mês de junho ser considerado o mês do amor. Sentimento que move nossas vidas em direção a uma convivência mais humana e de cuidado em relação ao Meio Ambiente, também comemorado mundialmente neste mês”, explica o presidente da Amma, Nadim Neme.

De acordo com a gerente de Formulação de Educação, Política e Pesquisas Ambientais da Amma, Ravena Borges, o público convidado que integra alunos da faixa etária de 10 anos e professores foi levado a um breve tour pelos outros estandes montados no mutirão. “O intuito foi promover a cidadania e a educação ambiental. É uma escola da região, e os alunos foram incentivados a promoverem o cuidado com o meio ambiente à sua volta”, destaca Ravena.

Durante as palestras e aulas para as crianças, educadores ambientais da Amma falaram sobre posse responsável de animais domésticos; separação de resíduos sólidos para a coleta seletiva de materiais; ações educativas da equipe de educação ambiental, da Vila Ambiental – Parque Municipal Areião Washington Novaes; arborização urbana; importância dos parques no município de Goiânia.

Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) – Prefeitura de Goiânia

‘Efeito Toffoli’ na Lava Jato

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido do marqueteiro João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, e estendeu, em ações penais nas quais o casal figura como réu, a anulação de provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht. Em mais um capítulo do revisionismo histórico do pretenso “editor” monocrático do País, a investida já não surpreende mais. Espanta, porém, que os ministros da mais alta Corte do Brasil assistam à atuação do colega sem exigir que seja levado ao plenário o caso que abriu a porteira para beneficiar o colarinho-branco.

Logo mais completará um ano que uma canetada pesada de Toffoli passou a corroer todo o arcabouço probatório construído na Operação Lava Jato. Com base no acordo de leniência da Odebrecht, rebatizada de Novonor, dezenas de ações penais foram abertas contra empresários e autoridades em razão de pagamento de propinas no esquema do “petrolão”. Entre essas ações estão três que miram Santana e Mônica.

O chamado Setor de Operações Estruturadas da empreiteira efetivou pagamentos ao casal, no Brasil e no exterior, por campanhas eleitorais do PT. Santana e Mônica trabalharam para Lula da Silva, em 2006, e Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Estarrece saber que eles admitiram o recebimento ilegal de milhões de reais, devolveram exorbitantes quantias à Justiça, foram presos, confessaram e assinaram acordo de delação, homologado por Edson Fachin, tão ministro do STF quanto Dias Toffoli. Nada disso parece importar.

A decisão monocrática do sr. Dias Toffoli é tão devastadora, que, na semana passada, uma pena imposta a um ex-gerente da Petrobras por recebimento de propina da Odebrecht foi enterrada em três minutos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Trata-se do “efeito Toffoli”. Em outra frente, no fim de maio, o ministro derrubou, também monocraticamente, todos os processos e todas as investigações contra o empresário Marcelo Odebrecht na Lava Jato.

Entre tantos ataques e retrocessos, é sempre bom lembrar a declaração do ministro Luiz Fux, que, há dois anos, afirmou que “ninguém pode esquecer o que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato”. Houve desvio, pilhagem e corrupção, tudo confessado sem quaisquer vestígios de tortura nem violação de direitos humanos. Porém, de acordo com Toffoli, as delações e suas consequências, que culminaram na descoberta de tantos malfeitos, são “imprestáveis”.

O colegiado da Corte precisa dizer – e logo – se concorda ou não com as decisões de Toffoli, que começa a gerar um efeito cascata de impunidade. Não será surpresa se, em algum momento, as empresas que pagaram multas por corrupção venham a requisitar a devolução do dinheiro, alegando que foram torturadas no “pau de arara do século 21?, como Toffoli qualificou a Lava Jato. É preciso que o STF diga se concorda com a desmoralização da luta contra a corrupção, frustrando os brasileiros que foram levados a acreditar que finalmente a justiça prevaleceria contra os saqueadores da República.

ESTADÃO

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5

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A Caixa Econômica Federal paga nesta sexta-feira (21) a parcela de junho do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 5.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 683,75. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 20,84 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,23 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 170 mil de famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em compensação, 200 mil de famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício.

Cerca de 2,58 milhões de famílias estão na regra de proteção em junho. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 370,54.

O Auxílio Gás também será pago nesta sexta-feira às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 5. O valor foi mantido em R$ 102, por causa das reduções recentes no preço do botijão.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,8 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 quilos.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como aquelas vítimas de violência doméstica.

Notícias Ao Minuto

“Paralisação lunar” tem início nesta sexta (21); entenda o que é lunistício

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A partir desta sexta-feira (21), a Lua deve passar mais tempo brilhando no céu graças ao lunistício, fenômeno que ocorre aproximadamente a cada 18 anos. O período de “paralisação lunar” pode ser observado até meados de 2025, com pico em janeiro do próximo ano.

O fenômeno é conhecido como “paralisação lunar” pois, como a Lua nasce e se põe em pontos mais distantes do céu, ela fica mais tempo visível, gerando a impressão de que o satélite está “paralisado” no mesmo lugar ao longo da noite.

O que é o lunistício?

Assim como o Sol, a Lua nasce no leste e se põe no oeste. No entanto, ao contrário do Sol, o nascer e o pôr da Lua mudam mais para o norte ou para o sul ao longo do mês e ao longo dos anos.

E a cada ciclo lunar de 18,6 anos, o satélite nasce no ponto mais extremo ao norte e se põe no ponto mais extremo ao sul — causando a chamada “paralisação da Lua”, que fica mais tempo visível no céu.

A última vez que um lunistício ocorreu foi em 2006, mas ele não dura apenas um final de semana, e deve continuar sendo observado até 2025.

Como observar o lunistício?

Para compreender o fenômeno e vislumbrar a “paralisação lunar”, o melhor a se fazer é observar o céu ao longo do ano e perceber as mudanças, mesmo que sutis, no local onde a Lua nasce e se põe.

No entanto, o lunistício de 2024 será visível apenas do Hemisfério Norte e não poderá ser observado do Brasil.

Para os observadores do Hemisfério Norte, no entanto, o início do fenômeno ainda coincide com o Solstício de Verão, tornando a data ainda mais especial.

CNN

STF decide se 25 mil cearenses devem se tornar piauienses

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O Supremo Tribunal Federal (STF) está próximo de julgar a validade de um decreto que remonta aos tempos do Império, opondo os estados do Ceará e do Piauí em uma disputa secular por território.

A depender da definição da Corte, 25 mil cearenses podem acabar se tornando oficialmente piauienses – isso preocupa as pessoas que vivem na região do litígio, devido ao potencial impacto às suas identidades culturais.

A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, espera para a próxima semana a entrega de uma perícia técnica – medida ordenada por ela em 2019 – em uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados na região da chamada Serra da Ibiapaba.

O Serviço Geográfico do Exército informou à ministra que os trabalhos estão em fase de conclusão e que o laudo pericial deve ser juntado ao processo até o dia 28. Houve uma reunião sobre o tema na terça-feira, segundo consta nas agendas oficiais.

Três pedaços de terra estão no centro do embate sobre a linha divisória entre os dois Estados. O governo do Piauí pede ao STF a demarcação de territórios que hoje são considerados cearenses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O litígio remonta não só ao decreto, mas também a outros acordos e documentos históricos que não deixam claro se as áreas são de fato do Ceará ou se houve um avanço indevido sobre terras do Piauí.

Recentemente, o governo do Piauí chegou a anexar nos autos mapas que datam de 1840, “para justificar o direito irrefragável e inauferível do autor ao território disputado” no Supremo.

Já o Ceará diz ter embasamento legal e jurídico para manter-se “dono” das terras – e defende que os aspectos sociais não podem ser ignorados, como a resistência da população à mudança de naturalidade.

O debate também inclui questões como o recolhimento de tributos – o que impacta no oferecimento de serviços públicos à população local – e dúvidas sobre qual seria a comarca competente para investigar eventuais crimes cometidos na região.

Segundo fontes que acompanham o processo, Cármen não descarta tentar abrir uma mesa de conciliação para que o embate seja resolvido pela via extrajudicial. Por outro lado, há uma avaliação de que a longa duração do conflito deixa pouca margem para um acordo.

CNN

Por que o Hezbollah está ameaçando um pequeno país da União Europeia?

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Num discurso inflamado esta semana, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, destacou o vizinho Chipre, ameaçando atacar a pequena e dividida ilha do Mediterrâneo se ajudar Israel numa potencial guerra entre o grupo libanês e Israel.

“Chipre também fará parte desta guerra” se abrir os seus aeroportos e bases às forças israelenses, disse o líder do grupo apoiado pelo Irã num discurso televisionado na quarta-feira (19), um dia depois de Israel ter alertado que a perspectiva de “uma guerra total” no Líbano estava “chegando muito perto”.

Respondendo aos comentários, o presidente cipriota, Nikos Christodoulides, negou estar envolvido na guerra.

“As declarações não são agradáveis, mas não correspondem de forma alguma ao que se tenta apresentar, uma imagem de que o Chipre está envolvido nas operações de guerra. De forma alguma”, disse ele, acrescentando que as linhas de comunicação estão abertas com os governos libanês e iraniano.

A União Europeia veio na quinta-feira (20) em defesa do Chipre, dizendo que uma vez que a ilha “é um estado membro da UE, isso significa que a UE é o Chipre e o Chipre é a UE”.

“Qualquer ameaça contra um dos nossos Estados-membros é uma ameaça contra a UE”, disse Peter Stano, porta-voz da UE, aos jornalistas.

A vizinha Grécia também expressou a sua “solidariedade total” com o Chipre, dizendo no X que “a ameaça de uso da força é uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas”.

Numa aparente tentativa de controlar os danos, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Líbano, Abdallah Bou Habib, telefonou ao seu homólogo cipriota, Constantinos Kombos, expressando a “contínua confiança do Líbano no papel positivo desempenhado pelo Chipre no apoio à estabilidade na região”, de acordo com a mídia estatal libanesa.

Embora os especialistas digam que a guerra entre Israel e o Hezbollah continua improvável, a simples menção do Chipre acrescenta uma nova dimensão ao conflito Israel-Hamas em Gaza. Corre o risco de arrastar uma nação da UE para uma guerra que já se espalhou por todo o Oriente Médio e coloca em destaque os laços do Chipre com Israel.

Por que a localização do Chipre é importante?

Uma ilha no Mediterrâneo Oriental localizada numa falha geopolítica entre o Oriente Médio e o Sul da Europa, o Chipre está geograficamente muito mais próximo dos conflitos no Oriente Médio do que dos centros de poder europeus.

A ilha tem o dobro do tamanho do estado americano de Delaware e está dividida em duas partes: uma parte sul de língua grega conhecida como República do Chipre, e uma região de língua turca conhecida como República Turca do Norte de Chipre. A divisão da ilha reflete a rivalidade entre os inimigos regionais Grécia e Turquia. A maior parte da comunidade internacional reconhece apenas a soberania da parte grega do Chipre, e foi a essa nação que as ameaças de Nasrallah foram dirigidas.

A República do Chipre é membro da UE, mas não da aliança de defesa da Otan, que obriga os países membros a defenderem-se uns aos outros em caso de ataque. É o lar de cerca de 920.000 pessoas, sendo Nicósia a sua capital.

Quão próximos são os laços do Chipre com Israel?

As relações diplomáticas entre Chipre e Israel começaram em 1960, após a independência da ilha do domínio colonial britânico, mas o Chipre só abriu uma embaixada em Tel Aviv em 1994. As relações azedaram nas décadas de 1980 e 1990 devido a questões como os laços estreitos de Israel com a Turquia e o conflito árabe-israelense, no qual o Chipre ficou do lado dos estados árabes e apoiou a criação de um Estado palestino.

Os laços foram recuperados no final da década de 1990 e na década de 2000, quando Israel começou a recorrer ao Mediterrâneo Oriental em busca de parcerias econômicas, especialmente após a descoberta de gás natural na região. Especialistas dizem que Israel também olhou para o Chipre como um parceiro para frustrar ameaças regionais, especialmente da Turquia e de grupos ligados ao Irã.

Nos últimos anos, Israel tem utilizado o território cipriota para treinar as suas tropas numa possível guerra com o Hezbollah. O terreno do Chipre é semelhante ao do Líbano, afirmaram as Forças de Defesa de Israel (FDI), segundo a mídia israelense.

Em 2022, as FDI conduziram um exercício militar conjunto com as forças cipriotas. Parte do treinamento conjunto se concentrou no combate a múltiplas frentes e no combate ao Hezbollah no Líbano, informou a mídia israelense. Os seus últimos exercícios foram realizados em maio de 2023, no Chipre.

A presidência cipriota disse no X na quinta-feira que o país “nunca facilitou e não facilitará qualquer ação agressiva ou ataque contra qualquer país”.

Qual tem sido o papel do Chipre na guerra de Gaza?

O Chipre tem feito questão de dissipar quaisquer sugestões de que esteja envolvido na guerra de Gaza, salientando os seus esforços humanitários que ajudaram a trazer alguma ajuda para Gaza.

“A República do Chipre não faz parte do problema. A República do Chipre é parte da solução”, afirmou Christodoulides, o presidente. “E o nosso papel nisso, como demonstrado, por exemplo, através do corredor humanitário, é reconhecido não apenas pelo mundo árabe, mas pela comunidade internacional como um todo.”

Em março, o Chipre começou a permitir que navios de ajuda partam dos seus portos como parte dos esforços internacionais para criar uma rota de ajuda humanitária via marítima em direção a Gaza.

O primeiro carregamento marítimo para Gaza transportou 200 toneladas de alimentos, o que equivale a cerca de 500 mil refeições. Foi também criada uma plataforma logística da UE no Chipre para facilitar o fluxo de ajuda para Gaza.

Nicósia criticou algumas das ações de Israel em Gaza, especialmente aquelas que dificultaram a entrega de ajuda humanitária.

Em abril, o Chipre emitiu uma declaração conjunta com os Emirados Árabes Unidos, condenando o ataque mortal israelense ao grupo de caridade World Central Kitchen, que matou sete pessoas.

Também condenou repetidamente o Hamas pelo seu ataque de 7 de outubro a Israel.

Qual é a probabilidade do Chipre se envolver mais profundamente?

A ilha já foi apanhada no fogo cruzado de conflitos regionais, um lembrete da sua proximidade com o volátil Oriente Médio. Em 2019, um suposto míssil de fabricação russa explodiu sobre a região do norte do Chipre. As autoridades cipriotas acreditavam que o míssil estava ligado a operações militares na Síria, dizendo que aterrou a menos de 24 quilômetros a norte da capital Nicósia.

Um cenário em que Israel utilize bases cipriotas para as suas forças militares, contra o qual o Hezbollah alertou, “expandiria efetivamente a guerra de Gaza para a União Europeia”, escreveu Mohammad Ali Shabani, analista iraniano e editor do Amwaj.media, no X.

Significaria que um país da UE estaria, pela primeira vez, diretamente envolvido numa guerra expandida em Gaza.

Alguns especialistas afirmam que a perspectiva de o conflito Israel-Hezbollah se transformar numa guerra total é, no entanto, improvável, uma vez que nenhum dos lados deseja tal escalada.

“A divulgação pelo Hezbollah de imagens de drones de posições sensíveis dentro de Israel tem o objetivo de ser um impedimento para Israel”, disse Lina Khatib, pesquisadora associada do Programa para Oriente Médio e Norte da África no think tank Chatham House em Londres, à CNN, referindo-se ao vídeo de drone de nove minutos divulgado pelo Hezbollah na terça-feira (18), mostrando locais civis e militares dentro e ao redor da cidade israelense de Haifa.

“É normal que tanto Israel como o Hezbollah tenham planos militares em vigor para lidar com uma potencial escalada. Mas do jeito que as coisas estão, nem Israel nem o Hezbollah se beneficiam de uma guerra total”, disse Khatib, acrescentando que “o Hezbollah sabe que a guerra com Israel seria devastadora para o Líbano e que não há apetite popular por tal cenário no país”.

Também é pouco provável que a administração Biden deixe Israel travar sozinho uma guerra em duas frentes, disse ela, acrescentando que o envolvimento dos EUA pode atrair “outros atores apoiados pelo Irã, bem como o potencial de o próprio Irã ser alvo”.

“Este é um custo elevado que o Irã quer evitar pagar”, disse ela. “Os EUA também não querem encontrar-se em outro conflito no Oriente Médio, especialmente com as eleições presidenciais se aproximando”

CNN