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Fotos de prédio de 19 andares que foi evacuado no litoral de SP após colapso

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Edifício com 133 apartamentos na Praia Grande sofreu um colapso estrutural em colunas do subsolo

Um prédio residencial com 133 apartamentos na Praia Grande, litoral paulista, foi evacuado no início da tarde desta terça-feira (13) depois que técnicos da Defesa Civil identificaram um colapso estrutural em três colunas da edificação. O problema foi constatado no subsolo.

Como ação emergencial, as equipes responsáveis pela obra colocaram inúmeras estacas de ferro na garagem do prédio, que vão do chão ao teto, e auxiliam na sustentação do edifício.

Em entrevista à CNN, o tenente-coronel Maxwell de Souza, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo, disse que o edifício “não corre risco de desabar”.

“Ao longo das últimas horas, não houve novos abalos. Nenhum novo dano em outra estrutura, em outra coluna. Então, é uma situação segura”, explicou o porta-voz.

Segundo o porta-voz, moradores relataram ter ouvido “barulhos como se fossem de explosões”.

Na edificação, aconteceu um cisalhamento, que causou a explosão do concreto que cerca as ferragens nas colunas. “Voa concreto para todo lado e as vigas ficam à mostra”.

Coluna danificada em prédio localizado na Praia Grande, litoral de São Paulo Crédito: Divulgação/Defesa Civil

Segundo o tenente-coronel, apenas um laudo “vai poder apontar o que de fato causou esse abalo nessas colunas”.

Dengue: quais remédios são contraindicados e quais podem ser usados para tratar sintomas

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O Brasil vive uma explosão de casos de dengue, com 408.351 casos prováveis registrados e 62 mortes confirmadas.

Outros 279 óbitos causados pela doença seguem em investigação, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Além de dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos, febre, enjoos, vômitos e manchas vermelhas, a dengue pode causar outros sintomas como sonolência, irritabilidade e confusão mental.

A doença é dividida em dois grupos: a dengue clássica e a hemorrágica, quando a infecção começa a destruir plaquetas responsáveis pela coagulação, e o paciente passa a ter sangramentos na gengiva ou nas fezes.

Não há um medicamento específico para o tratamento da dengue. Os remédios disponíveis para amenizar os sintomas devem ser indicados por um médico, já que muitos deles, usados no dia a dia e vendidos sem a necessidade de prescrição médica nas farmácias, podem aumentar o risco de sangramento.

A BBC News Brasil conversou com três infectologistas que explicam quais medicamentos não são indicados para tratar os sintomas da dengue — e quais podem ser usados com segurança.

Vale lembrar que a automedicação é desaconselhada em todas as situações.

Dengue: quais medicamentos você não deve tomar

Aspirina e AAS

A classe farmacêutica dos salicitatos, da qual fazem parte aspirina e AAS, não devem ser usada por pacientes que estão com suspeita de dengue ou que foram diagnosticados com a doença.

Esas medicações têm efeito analgésico e antitérmico — por isso, ajudam no alívio de dores e da febre. No entanto, eles podem afetar a coagulação de pacientes com o vírus da dengue, o que leva ao aumento do risco de sangramentos e o agravamento da doença.

Por isso, pacientes saudáveis que estejam com a doença ou com suspeita dela não devem fazer o uso desses medicamentos.

No entanto, há ressalvas para o caso de pacientes em tratamento de algum problema cardíaco, que precisam tomar aspirina periodicamente.

“Pessoas que possuem doenças crônicas, que sofreram infarto ou tiveram trombose, e estão fazendo uso de medicamentos desse grupo para tratar o problema, ao suspeitarem que estão com dengue não devem interromper o tratamento por conta própria, pois pode agravar o problema cardíaco já existente. O recomendado é procurar um médico imediatamente para analisar o que deverá ser feito, como trocar o medicamento ou fazer o uso monitorado”, explica a infectologista Mirian Dal Bem, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Além da AAS e da aspirina, outros medicamentos que fazem parte desta categoria são os derivados do ácido acetilsalicílico, como diflunisal, salicilato de sódio e metilsalicilato.

Ibuprofeno e nimesulida

Medicamentos que integram a categoria chamada de anti-inflamatórios não esteroidais também aumentam as chances de sangramento e não devem ser usados no tratamento dos sintomas da dengue.

Os mais conhecidos e usados são: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, nimesulida, sulfinpirazona, fenilbutazona e sulindac.

Eles são comumente encontrados nas farmácias e podem ser comprados sem receita médica.

GETTY IMAGES Legenda da foto, O Brasil já teve mais de 400 mil casos prováveis de dengue em 2024

“Esses medicamentos prejudicam o funcionamento das plaquetas e, quando um paciente está com dengue, ele já tem as plaquetas afetadas pelo vírus. Sendo assim, ao fazer uso desses remédios, há um aumento no risco de sangramentos e ter a dengue hemorrágica”, explica o médico Paulo Abrão, vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Prednisona e hidrocortisona

Medicamentos como prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona são conhecidos como corticoides — e também são contraindicados em caso de dengue ou de suspeita da doença.

Assim como os anteriores, eles podem aumentar o risco hemorrágico da doença e agravar a situação do paciente.

Ivermectina

Nos últimos dias, passou a circular nas redes sociais informações que a ivermectina seria um medicamento indicado para combater o vírus da dengue.

Tal situação fez com que o Ministério da Saúde emitisse uma nota alertando que “não há nenhum dado ou fonte que comprove a afirmação” e o órgão “não reconhece qualquer protocolo que inclua o remédio para o tratamento da dengue”.

“Esse medicamento é única e exclusivamente para combater vermes, não há nenhum estudo que mostre sua eficácia contra vírus. Ele não deve ser usado em nenhum caso a mais”, diz o médico Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Durante a pandemia de covid-19, a ivermectina foi defendida como parte de um tratamento precoce de combate à doença — também sem nenhuma eficácia comprovada.

Posteriormente, estudos realizados ao redor do mundo demonstraram a ineficácia do medicamento no combate à covid-19.

Paracetamol e dipirona são indicados

Segundo os infectologistas ouvidos pela BBC News Brasil, os dois medicamentos mais indicados para amenizar os sintomas causados pela dengue são o paracetamol e a dipirona, pois eles não aumentam os riscos de sangramento.

Ambos podem ser usados com segurança e ajudam a amenizar as dores e mal-estar provocados pela dengue.

Apesar da medicação aliviar certos sintomas, os especialistas são unânimes em dizer que manter uma boa hidratação é um dos fatores mais importantes para tratar a doença.

A dengue provoca inflamação e faz o líquido “escapar” dos vasos sanguíneos.

“A hidratação deve ser muito rigorosa. Além de água, é importante ingerir soros, encontrados em farmácias e postos de saúde, para repor os sais perdidos pelo corpo. O recomendado é que o paciente ingira 60 ml de líquido para cada quilo que possui”, calcula Dal Ben.

BBC

O que é o ‘arrebatamento’, a doutrina da volta de Cristo que ganhou destaque no Carnaval

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Uma das definições do dicionário para o termo “arrebatamento” é “estado de profundo êxtase e enlevo espiritual”. Para religiosos, sobretudo os evangélicos pentecostais, a palavra está muito atrelada à ideia de fim dos tempos e da volta triunfal de Jesus.

No último domingo (11/2), no Carnaval baiano, a cantora Baby do Brasil — que também é pastora evangélica e já se autoproclamou “popstora” — declarou que todos precisam estar atentos “porque nós entramos em Apocalipse”.

“O arrebatamento tem tudo para acontecer entre cinco e dez anos”, disse ela durante apresentação da cantora Ivete Sangalo em um bloco em Salvador.

Passagens da Bíblia, mais especificamente a primeira das cartas escritas pelo apóstolo Paulo de Tarso (5-67 d.C.) aos cristãos de Tessalônica, hoje parte da Grécia, sugerem esse cenário.

“Porque o Senhor em pessoa, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao toque da trombeta de Deus, descerá do céu; então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em seguida nós, os vivos que tivermos ficado, seremos arrebatados com eles sobre as nuvens, ao encontro do Senhor, nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”, diz o trecho.

Em outras palavras, o texto bíblico descreve o que acontecerá quando ocorrer a aguardada volta de Jesus pelos cristãos, com a ressurreição dos mortos e o arrebatamento, aos céus, dos vivos.

“Essa passagem [da carta de Paulo] é alvo de muitas interpretações”, pontua à BBC News Brasil o historiador, teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Assim como toda leitura bíblica, ele adverte que é preciso observar o contexto histórico do texto.

‘Continuem vivendo’

“Paulo estava vivendo um problema específico com essa comunidade de Tessalônica. A comunidade entrou num marasmo de esperar a volta de Cristo, as pessoas estavam simplesmente abandonando suas atividades, seus afazeres… O apóstolo tentou de alguma maneira dizer: continuem vivendo, porque ninguém sabe quando isso vai acontecer. Aí ele escreve essa passagem falando desse suposto encontro entre os que estiverem vivos e Jesus”, contextualiza Moraes.

Algumas informações sobre o que se dizia na época são necessárias para que a leitura não seja feita com anacronismos.

“A primeira coisa a ser pontuada é que Paulo esperava de maneira confiante e com uma certeza inabalável que Cristo voltaria enquanto ele ainda estivesse vivo”, lembra o teólogo. “E isso não aconteceu. Quase 2.000 anos depois, gerações sucessivas, e Cristo não voltou.”

O segundo ponto foi o papel de liderança do apóstolo.

“Paulo estava, de alguma maneira, tentando tratar de um problema: uma comunidade que resolveu simplesmente aguardar a volta, como uma seita. E Paulo diz que não é bem assim. E afirma que quando acontecer, o que nós veremos é que será ouvida a voz do arcanjo, ressoada a trombeta, e descerá dos céus o Senhor, os mortos ressuscitarão e depois os vivos se encontrarão com Jesus: este é o suposto arrebatamento”, explica.

Líder do Grupo de Estudos do Protestantismo e Pentecostalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também é professor, o sociólogo Edin Sued Abumanssur afirma que, na carta, Paulo “tentava explicar aos cristãos de Tessalônica o que iria acontecer no final dos tempos”.

“A igreja dessa cidade estava muito preocupada com o que viria depois. E Paulo tentou esclarecer. Interessante é que outras cidades da época onde havia igrejas cristãs, onde o cristianismo estava começando, não tinham o mesmo problema, as mesmas preocupações”, atenta Abumanssur.

Ele ressalta que, “na ideia de Paulo, os cristão que permanecerem firmes na fé serão arrebatados e vão se encontrar com Cristo nas nuvens”.“A questão do arrebatamento é uma doutrina muito polêmica, muito disputada, absolutamente não consensual: a doutrina da volta de Cristo”, diz o sociólogo.

Pregador cristão em rua de Toronto, Canadá, com vestes que citam escrituras bíblicas

Significados do arrebatamento

Explicada a ideia, é hora de entender como essa passagem bíblica acabou sendo interpretada ao longo dos séculos — e como é entendida por grupos contemporâneos, que tendem a expressar frases como a proferida pela cantora Baby do Brasil.

“Fica a pergunta: o que significa esse encontro com Jesus nos ares? Porque supostamente você flutuar e se encontrar com ele, quando mortos estão ressuscitando, isso me parece uma coisa até trivial tendo em vista o que está acontecendo. O fenômeno é que, de repente, uma divindade vem ao encontro de seu povo, mortos estão ressuscitando e ganhando novamente seus corpos e os vivos estão sendo elevados”, comenta Moraes.

O teólogo acrescenta que toda essa narrativa é “miraculosa”. Ele diz que a determinados setores do neopentecostalismo é cara a “ideia de flutuar, de encontrar nos ares. Por isso se fala tanto desse ideal de arrebatamento”.

E quando vai ser o arrebatamento?

Mas é preciso mergulhar um pouco mais nas escrituras para vislumbrar o entendimento do tempo do fim do mundo, conforme cada interpretação.

Pois se Baby do Brasil diz que esse arrebatamento está prestes a acontecer, isso configura seu pensamento dentro de uma das linhas interpretativas de outro livro bíblico, o último do cânone, o livro do Apocalipse.

Ela se situa naquilo que se entende como pensamento pré-milenismo. Ou seja: entende, como é comum dentre a maioria dos cristãos pentecostais e neopentecostais, que um tempo de tragédias indica a volta de Jesus que, então, chegará para estabelecer seu reino de paz e justiça na Terra.

Aquecimento global, pandemia de covid-19, guerras na Ucrânia e em Israel, enchentes, terremotos: tudo isso seriam indicativos dessa ideia para alguns religiosos.

A narrativa está no capítulo 20 do Apocalipse. Descreve um anjo que desce do céu e aprisiona um dragão “que é o Diabo e Satanás”, “para que não seduzisse mais as nações até que se completassem os mil anos”.

Depois de tal período, o demônio novamente seria solto para a batalha final.

“Essa passagem é uma espécie de complemento teológico da visão do arrebatamento”, comenta Moraes.

O teólogo lembra, contudo, que há, na história do cristianismo, três interpretações para essa alegoria bíblica: os pré-milenistas, os pós-milenistas e o amilenistas.

“A maioria dos chamados pentecostais, sejam os clássicos ou os neopentecostais, acabam adotando o princípio [do pré-milenismo]”, explica Moraes.

Nesse sentido, eles entendem que haverá a volta de Jesus, com o arrebatamento, e isto estaria atrelado ao estabelecimento de um reino de justiça na Terra, por mil anos.

“Guerras, terremotos ou epidemias são encarados como prenúncio da volta de Cristo, como sinais de que este tempo está chegando e seremos arrebatados, que Cristo vai governar a Terra durante mil anos”, observa o teólogo Moraes.

“E eles entendem que este governo de Jesus Cristo será em Jerusalém, a Jerusalém que conhecemos hoje. Há a ideia de um reino político de Jesus”, diz o teólogo.

A outra visão, a dos pós-milenistas, entendem que primeiro será estabelecido um tempo de paz e justiça e, só então, Jesus voltará.

Segundo Abumanssur, esta corrente normalmente é defendida por “correntes teológicas mais envolvidas com transformações sociais”, pois pressupõe uma melhoria da qualidade de vida do mundo antes do retorno de Jesus. “Neste caso, o período de mil anos de paz e justiça precede a volta de Cristo”.

Por fim, há a leitura dos amilenistas, que rejeitam essa crença em um reinado físico terreno literal de Jesus.

“O Apocalipse é de um gênero literário surgido em um ambiente de perseguição, o que implicava uma necessidade de literatura cifrada, enigmática, que somente os iniciados entendiam”, explana Moraes.

“Não é necessariamente a descrição de fim do mundo. É um gênero literário e tem por finalidade trazer consolo aos perseguidos, como se eles dissessem que a situação estava muito ruim mas ‘veja só no que nós acreditamos: no final venceremos’.”

BBC

Como justificar 53 bilhões em emendas parlamentares?

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O presidencialismo é vulnerável à chantagem parlamentar – um problema não apenas brasileiro. Que tal mudar para o parlamentarismo, em que o chefe do Executivo tem necessariamente a maioria para governar?

Arthur Lira, o todo-poderoso chefão da Câmara dos Deputados, teve um Carnaval mais do que especial. No Sambódromo do Rio de Janeiro, ele desfilou pela Beija-Flor, que homenageou a cidade de Maceió, parte do “reino de Lira”. Para isso, o prefeito maceioense, João Henrique Caldas, conhecido como JHC, um amigo político de Lira, mandou 8 milhões de reais para a escola de samba carioca. Parte dessa grana, segundo o prefeito (conforme comunicado da prefeitura), viria de emendas parlamentares.

As emendas parlamentares são recursos aplicados conforme a vontade de cada parlamentar, privilegiando suas bases eleitorais. E tais emendas fazem a festa no “reino de Lira”. Para o atual ano de 2024, o Congresso aprovou o valor recorde de 53 bilhões de reais em emendas parlamentares, um grande aumento sobre os já bem gordos 37,3 bilhões de reais do ano passado. O aumento do valor reflete o poder cada vez maior do Congresso sobre o orçamento. Em nenhum outro país do mundo, os parlamentares conseguem interferir tanto no orçamento como aqui no Brasil.

As emendas se fortaleceram em 2015, quando a fraqueza do governo Dilma acordou a fome dos congressistas. Desde então, tal fome dos parlamentares só aumentou. Eles sabem que o presidente Lula precisa da cooperação do Congresso para conseguir realizar suas políticas – fato inerente do presidencialismo brasileiro. O que culminou no mensalão do governo Lula (2005) uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo. Hoje, o governo procura garantir os votos de forma mais institucionalizada e legalizada.

Mas o problema, no fundo, continua o mesmo. Tanto o presidente quanto os parlamentares foram eleitos de forma direta pelo povo. A ideia era aplicar o sistema de freios e contrapesos, quer dizer: em uma divisão dos poderes, um poder fiscaliza o outro. Mas, na realidade, deixa o sistema vulnerável a bloqueios, que só se resolvem através de barganhas. Pois o partido do presidente não tem maioria no Congresso.

Vemos um cenário semelhante atualmente na Argentina, onde o novo presidente Javier Milei não tem uma maioria para transformar suas ideias libertárias em leis. Partiu, portanto, para a fase 2, que é o xingamento dos parlamentares como “traidores da pátria”. E ameaça governar por plebiscitos. Só que eles não são vinculativos quando a iniciativa vem do presidente e não do Congresso. Assim, Milei pode logo virar um lame duck, ou seja, carta fora do baralho da política argentina.

Impasse semelhante se vê nos Estados Unidos, onde partes do Partido Republicano no Congresso bloqueiam os pacotes de ajuda financeira do governo de Joe Biden à Ucrania, Israel, Palestina e Taiwan. Resta ao presidente Biden apenas fazer apelos. Brasil, Argentina e Estados Unidos – três exemplos que mostram como o presidencialismo dificulta a capacidade do Executivo de botar em prática suas políticas.

Diferente do parlamentarismo, em que a maioria do Parlamento elege o chefe do Executivo. Para manter o governo vivo, a maioria parlamentar precisa prevalecer. Pois quando ela se perde, o governo cai. Assim, garante-se que o governo tenha a maioria necessária para tocar o barco da governabilidade.

Sei que a ideia de trocar o presidencialismo pelo parlamentarismo é um tema antigo no Brasil, discutido e votado há trinta anos, quando uma maioria optou pelo presidencialismo. Escuto muitas vezes que o parlamentarismo não funcionaria no Brasil, devido à má qualidade dos partidos, que, muitas vezes, não têm ideologia, mas seguem os lemas do fisiologismo. Quero dizer: as trocas de favores em detrimento do bem comum.

Se isso é verdade, me parece mais um argumento para o parlamentarismo. Pois só a disciplina exigida para manter a base governamental neste sistema pode enfraquecer o fisiologismo – que, no sistema do presidencialismo, corre solto. Ou, melhor dizendo: nestes tempos de Carnaval, samba solto na cara dos brasileiros.

Thomas Milz saiu da casa de seus pais protestantes há quase 20 anos e se mudou para o país mais católico do mundo. Tem mestrado em Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha como jornalista e fotógrafo para veículos como a agência de notícias KNA e o jornal Neue Zürcher Zeitung. É pai de uma menina nascida em 2012 em Salvador. Depois de uma década em São Paulo, mora no Rio de Janeiro há quatro anos.

O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

Autor: Thomas Milz

Bolsonaro pede ao STF devolução de passaporte para ir a evento nos EUA com Trump

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O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução do seu passaporte para que ele possa participar de um evento conservador nos Estados Unidos na próxima semana que terá a presença do ex-presidente dos EUA Donald Trump.

O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa Bolsonaro, disse à Reuters que o pedido foi apresentado ao Supremo para que Bolsonaro possa participar da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), que ocorrerá de 21 a 24 de fevereiro. Trump, que deve concorrer a um novo mandato presidencial em novembro, é anunciado na página do evento como a principal estrela do encontro.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em operação da Polícia Federal na semana passada, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito de inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado orquestrada durante o seu governo.

O ex-presidente também foi proibido pelo Supremo de manter contato com os demais investigados na operação, como os ex-ministros da Defesa Walter Braga Netto e Paulo Nogueira Batista; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.

Quatro pessoas foram presas na operação, incluindo o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins.

Alvo de uma série de investigações pelo STF e inelegível de concorrer até 2030 por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro recentemente fez uma convocação pública pelas redes sociais para um ato em sua própria defesa para o dia 25 deste mês, domingo, na Avenida Paulista.

Reteurs

Relembrando….Arquivado na Justiça Eleitoral, mensalinho do PT no Twitter entra no foco da CPI das Fake News

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A investigação do esquema de pagamento de influenciadores de redes sociais para propagação de notícia para políticos do PT não tem avançado na Justiça Eleitoral nos estados, mas o chamado “mensalinho do PT no Twitter” será uma das frentes de apuração da CPI das Fake News

A investigação do esquema de pagamento de influenciadores de redes sociais para propagação de notícia para políticos do PT não tem avançado na Justiça Eleitoral nos estados, mas o chamado “mensalinho do PT no Twitter” será uma das frentes de apuração da CPI das Fake News.

O comando da comissão deve pedir que a Polícia Federal e os tribunais regionais eleitorais entrem no caso e ainda auxiliem com dados e investigações. A O Antagonista, o presidente da CPI, senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, disse que não descarta indiciamentos sobre o caso a depender do resultado das apurações.

Empresas ligadas ao ex-deputado federal Miguel Corrêa, do PT de Minas Gerais, teriam fechado contratos milionários com pelo menos uma dezena de políticos nas eleições de 2018 que pagaram para participarem de um espécie de game. Para ganhar pontos no jogo, os influenciadores convidados a baixar o aplicativo deveriam compartilhar conteúdo positivo sobre os candidatos nas redes sociais.

A Justiça Eleitoral em Minas rejeitou uma ação contra Corrêa sob argumento de que, como ele não chegou a ser eleito ao Senado, não haveria como prosseguir com o processo porque a única sanção aplicável seria a cassação ou rejeição do diploma, portanto, a punição não poderia ser aplicada.

Em outra ação que poderia provocar a inelegibilidade de Corrêa, o TRE mineiro julgou se o caso poderia se enquadrar em abuso de poder econômico, além de arrecadação e gastos ilícitos de recursos. Os desembargadores avaliaram que não há provas nos autos de que o aplicativo alcançou um número expressivo de eleitores a ponto de desequilibrar o pleito. Uma perícia informou que o aplicativo foi baixado por ao menos 1.000 pessoas.

Em relação aos influenciadores, os magistrados consideraram que não ficou evidenciado o benefício ao ex-deputado. Isso porque ele não foi citado em e-mails dirigidos supostamente a influenciadores digitais, contendo o resumo das matérias que deveriam ser divulgadas em suas redes sociais, referentes às pautas políticas de esquerda, havendo referência a certos candidatos (Wellington Dias, Fernando Haddad, Manuela D’Ávila, Luiz Marinho, Lindbergh Farias, Décio Lima e Gleisi Hoffmann).

O Ministério Público Eleitoral recorreu e o processo ainda está em fase de admissão pelo TSE.

A falta de provas também foi a justificativa da Justiça Eleitoral no Piauí para rejeitar uma ação contra o governador Wellington Dias (PT). O mensalinho do PT no Twitter estourou justamente pelo caso de Dias, sendo que a  jornalista Paula Holanda, militante de esquerda e influenciadora digital, revelou no Twitter ter sido convidada, em troca de dinheiro, pela Lajoy a promover em seu perfil conteúdo de esquerda. Ela, porém, disse que se recusou a fazer postagens sobre Dias.

O juiz auxiliar Geraldo Meneses considerou que “não há prova idônea de que a coligação e/ou o candidato representados contrataram influenciadores digitais ou a Lajoy a fim de expandir a audiência de conteúdos no twitter”.

A situação da campanha de Dias ainda é discutida em outra ação no TRE.

O caso de Luiz Marinho, que concorreu ao governo de São Paulo pelo PT, também foi encerrado, mas por questão processual. Não houve discussão sobre o mérito do caso.
O Antagonista , publicado em 16.02.2020

Dengue hemorrágica: como se manifesta a forma mais grave de dengue

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O número de casos prováveis de dengue no Brasil ultrapassou meio milhão, com 75 mortes pela doença comprovadas e outras 350 sendo investigadas.

Os dados são do relatório mais recente do Ministério da Saúde divulgado na última segunda-feira (12/2).

Durante as seis primeiras semanas epidemiológicas deste ano, foram registrados 512.353 casos – um número quase quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2023 (128.842).

Enquanto a dengue clássica, mais comum, costuma ser autolimitada e pode ser controlada com tratamento para aliviar os sintomas, o tipo mais grave da doença, conhecida popularmente como dengue hemorrágica, requer intervenção médica imediata, monitoramento rigoroso e, em alguns casos, cuidados intensivos para prevenir complicações potencialmente fatais.

Como diferenciar a dengue clássica da dengue hemorrágica

Os sintomas iniciais da dengue clássica e da forma grave são semelhantes nos primeiros dias.

De acordo com o Ministério da Saúde, qualquer pessoa com febre súbita (com temperatura alta, entre 39°C e 40°C) e pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, fadiga, dores musculares ou articulares, e dor nos olhos – deve procurar assistência médica imediatamente.

A distinção entre os diferentes quadros – dengue clássica e hemorrágica – geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia, especialmente quando a febre diminui.

É nesse período que começam a surgir sinais de alerta específicos.

“Uma das formas de identificar a dengue grave é a prova do laço positivo, quando o médico aperta o braço da pessoa com um torniquete e surgem pequenas petéquias [manchas avermelhadas] na pele, indicando sinal de hemorragia”, aponta o virologista Flávio Fonseca, professor no CTVacinas (centro de pesquisas em biotecnologia) e do Departamento de Microbiologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A hemorragia mencionada pelo especialista também pode se manifestar como sangramento espontâneo na gengiva, boca, nariz, ouvidos ou intestino.

Outros sintomas são dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes, manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade, insuficiência cardíaca e até problemas respiratórios.

A dengue grave é rara, mas pode levar ser fatal.

A principal causa de morte por dengue é o chamado “choque”, que se refere ao estado de choque circulatório. Nele, há uma queda acentuada da pressão arterial seguida de insuficiência circulatória grave.

O quadro acontece quando líquidos escapam dos vasos sanguíneos e vão parar nos tecidos ao redor. Esse processo resulta em uma redução significativa da quantidade de sangue em circulação, o que pode causar complicações graves, incluindo a falência de múltiplos órgãos.

Por que a dengue hemorrágica acontece?

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes circulantes no Brasil.

Quando alguém é infectado por um deles, adquire imunidade contra aquele tipo específico, mas ainda fica suscetível aos demais. Por isso, uma pessoa pode pegar a doença mais de uma vez.

“A infecção secundária por qualquer sorotipo aumenta o risco de desenvolver formas mais graves da doença. Este fenômeno já foi comprovado por diversos estudos”, aponta Felipe Naveca, pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.

O quadro acontece porque os anticorpos produzidos contra o primeiro sorotipo da dengue podem facilitar a entrada do vírus na célula durante uma nova infecção por um sorotipo diferente, abrindo caminho para esse vírus causar sintomas mais graves.

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, mas idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, assim como aquelas com predisposição a hemorragias, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

“Quanto ao tratamento da dengue hemorrágica, não há uma abordagem específica. Focamos em tratar os sintomas e em repor líquidos. A administração de soro por via intravenosa é essencial para evitar a perda excessiva de sangue e líquidos, que são fatores que podem levar ao óbito”, explica Fonseca.

Controle da dengue

A principal medida contra a dengue é o controle do vetor, o mosquito que transmite a doença. Para isso, deve-se evitar o acúmulo de água parada dentro de casa, no quintal, em vasos de plantas ou qualquer recipiente com água, onde a fêmea deposita ovos que têm o potencial de se transformar em novos mosquitos adultos.

“Assim não apenas nos protegemos contra o vírus da dengue, mas também contribuímos para reduzir a quantidade desse vetor. Isso ajuda a proteger não apenas contra a dengue, mas também contra outros vírus, como o zika e o chikungunya. É uma única medida de cuidado dentro de casa, mas seu impacto se estende não apenas a você, mas também à comunidade como um todo”, diz Naveca.

Para proteção individual, a vacina QDenga está disponível no SUS (no momento, para crianças de 10 a 14 anos de municípios específicos) e no sistema privado para pessoas entre 4 a 60 anos. Outra opção do sistema privado é a vacina Dengvaxia, que é indicada apenas para quem já teve ao menos uma infecção pela doença.

As vacinas possuem eficácias distintas para cada sorotipo da dengue, mas podem representar uma proteção tanto contra a doença clássica quanto a sua forma mais grave.

O uso de repelentes também é um bom aliado contra a infecção. A Anvisa recomenda, para o combate ao mosquito da dengue, o uso de repelentes que contenham alguma das três substâncias a seguir:

  • IR3535, presente em repelentes da Merck;
  • DEET (N-N-dietilmetatoluamida), presente em repelentes como Off;
  • Icaridina, presente em repelentes como Exposis.

A agência reforça que é necessário indicação médica específica para aplicar repelentes em crianças com menos de dois anos.

BBC

Indícios de corrupção contra Moro são ponto lateral em processo de cassação

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Embora o PT de Lula e PL de Jair Bolsonaro apontem indícios de corrupção nos gastos da pré-campanha do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), é o suposto abuso de poder econômico pelo ex-juiz da Lava Jato que forma o eixo central do processo movido pelas duas siglas na Justiça Eleitoral do Paraná.

Isso tem ligação com a natureza do processo, que é uma Aije (ação de investigação judicial eleitoral) proposta pelos dois partidos.

O advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, diz que a ação contra Moro se propõe a apontar provas de abuso de poder econômico nos termos do artigo 30-A da “Lei das Eleições” (lei 9.504/1997) e artigo 22 da “Lei das Inelegibilidades” (lei complementar 64/1990).

Já a apuração de eventuais crimes eleitorais (como caixa 2 ou apropriação indebita eleitoral) ou crimes comuns (como lavagem de dinheiro) caberia ao Ministério Público, que poderia propor uma ação penal pública.

“A competência é do Ministério Público. Nós podemos representar criminalmente denunciando ao MP [Ministério Público] ou o próprio TRE já pode mandar os autos para o MP analisar. Mas, nestas hipóteses, quem propõe a denúncia é o MP, e quem toca o inquérito é a Polícia Federal”, explica.

Na ação, os partidos apontam suposto abuso de poder econômico e, por isso, pedem a cassação do mandato de Moro. Mas também defendem que os indícios de corrupção sejam apurados.

Os indícios de corrupção mencionados pelas siglas na ação estão ligados principalmente ao contrato de serviços jurídicos feito entre a União Brasil e o escritório do advogado Luis Felipe Cunha (União Brasil), que é amigo de quase 20 anos de Moro e se tornou seu primeiro suplente no Senado.

PT e PL acham suspeito o contrato, já que o escritório de Cunha até então não atuava na área do direito eleitoral. O valor do contrato também foi considerado alto —R$ 1 milhão para um período de quatro meses, de abril a julho de 2022.

Os partidos de oposição a Moro defendem que haja uma investigação mais aprofundada sobre o destino do dinheiro. Para o PT e o PL, Moro pode ter usado os recursos para um “autofinanciamento oculto e antecipado” para sua campanha ou para pagar despesas pessoais. Ele nega qualquer irregularidade.

Para o advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, Moro “contratou o amigo como suposto advogado e triangulou esses recursos”. Peccinin deu a declaração à imprensa logo após a audiência na qual Moro prestou depoimento ao relator do caso, o juiz Luciano Falavinha, em dezembro.

Ao juiz Moro justificou que o valor também abrangia pagamentos ao escritório do advogado Gustavo Guedes, que não teria sido contratado diretamente pela União Brasil em razão de uma resistência do presidente da sigla, Luciano Bivar.

Guedes, responsável hoje pela defesa de Moro na Justiça Eleitoral, confirma a versão e diz que Cunha subcontratou seu escritório.

“Houve por parte do partido a informação de que não gostariam de me contratar pelo fato de eu ter assinado contra o PSL [hoje União Brasil] uma ação de desfiliação de justa causa da Joice Hasselmann”, disse Guedes, em janeiro, em entrevista à Folha de S.Paulo.

“Na época, eu tinha a informação de que este apontamento teria vindo do próprio Bivar. Depois o Bivar disse em entrevista que não falou. Mas, alguém disse internamente lá. Se alguém usou o nome do Bivar porque não gosta de mim, não sei. O fato é que isso foi dito lá atrás. Respeito o Bivar, não tenho nada contra ele. Mas entendi a resistência como compreensível”, afirmou o advogado.

Segundo ele, a alternativa encontrada, e que teria recebido o aval da própria sigla, foi a parceria com o escritório de Cunha, que pretendia começar a atuar na área eleitoral.

“Eu não vou apontar valores, mas recebi uma parte significativa deste pagamento de R$ 250 mil por mês”, disse Guedes. “Ele prestou serviços comigo. Não foram só quatro pareceres. Foram dezenas de documentos que a gente produziu, entre coisas para o partido e defesas do Moro. E eu acho que o Felipe [Cunha] teve outras prestações de serviço também”, continuou ele.

Ao longo da audiência conduzida pelo juiz Luciano Falavinha em dezembro, o contrato foi o tema da maioria das perguntas feitas pelo magistrado ao senador.

Falavinha ainda não divulgou seu voto sobre o caso, mas já informou ter concluído a análise do processo, em 30 de janeiro. Agora ele aguarda a formação completa do colegiado da corte regional para colocar o assunto na pauta de julgamentos.

Uma das sete cadeiras de juízes está vaga desde o final de janeiro. A expectativa é que a posse do sétimo membro ocorra nos próximos dias, após indicação de um nome pelo presidente Lula com base em uma lista tríplice.

A ação motivada por representação dos partidos PL e PT sustenta que o ex-juiz da Lava Jato fez gastos excessivos durante o período da pré-campanha eleitoral ligada ao pleito de 2022, o que teria trazido desequilíbrio para a disputa.

Moro se filiou ao Podemos no final de 2021 de olho na disputa presidencial. Em março de 2022, abandonou o partido, anunciando filiação à União Brasil e uma candidatura ao Senado por São Paulo. Em junho, depois da Justiça Eleitoral barrar a troca de domicílio eleitoral para São Paulo, anunciou que seria candidato ao Senado pelo Paraná.

Por isso, os partidos opositores apontam que os gastos de pré-campanha, voltados inicialmente para a disputa ao Palácio do Planalto, tornaram-se “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

Já a defesa de Moro nega que tenha feito gastos excessivos e sustenta que as despesas realizadas entre novembro de 2021 até início de junho de 2022 nem poderiam ser consideradas, justamente porque o pré-candidato almejava outros cargos.

Folha de São Paulo

Bolsonaro convoca apoiadores para ato na Paulista

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Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores para um ato que será realizado na Avenida Paulista, em São Paulo.

O ex-chefe do Executivo recorreu às redes sociais para anunciar que está organizando um evento presencial com o intuito de “se defender” das acusações das quais tem sido alvo pelas autoridades policiais, além dos mandados de busca e apreensão contra ele e aliados como parte da investigação por uma suposta tentativa de “golpe de Estado”.

‘’No último domingo de fevereiro, dia 25, às 15h, estarei na Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. E mais do que isso: não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja’’, disse ele em vídeo.

‘’Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes desse evento, para mostrarmos para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações e o que queremos’’, finalizou.

Deputados republicanos aprovam impeachment de principal autoridade de fronteira dos EUA

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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou por uma margem estreita o impeachment da principal autoridade de fronteira do presidente Joe Biden, à medida que a imigração se torna um tema importante para as eleições deste ano.

Por uma votação de 214 a 213, a Câmara aprovou dois artigos de impeachment acusando o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, de não aplicar as leis de imigração dos EUA, o que, segundo os republicanos, levou a um fluxo recorde de imigrantes na fronteira do país com o México, e de fazer declarações falsas ao Congresso.

A votação marcou apenas a segunda vez na história dos EUA, e a primeira vez em quase 150 anos, que a Câmara impugnou um membro do gabinete de um presidente. O gabinete do líder democrata do Senado, Chuck Schumer, disse que os senadores seriam empossados como jurados logo após o retorno do recesso em 26 de fevereiro.

No entanto, é altamente improvável que o Senado, controlado pelos democratas, vote para destituir Mayorkas do cargo.

Um número recorde de imigrantes tem cruzado ilegalmente a fronteira com o México desde que Biden assumiu o cargo em 2021, e o ex-presidente Donald Trump tem feito disso um dos principais focos de sua campanha contra o democrata.

A votação de terça-feira reverteu uma derrota legislativa que o presidente da Câmara, Mike Johnson, sofreu na semana passada, quando um esforço semelhante não foi bem-sucedido. O deputado republicano Steve Scalise, que não compareceu à votação da semana passada enquanto recebia tratamento contra o câncer, deu o voto decisivo na terça-feira.

Os republicanos têm uma pequena maioria de 219 a 212 na Câmara.

“O Secretário Mayorkas tem se recusado deliberada e consistentemente a cumprir as leis federais de imigração, fomentando a pior catástrofe de fronteira da história norte-americana”, disse Johnson após a votação.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos no mês passado mostrou que a imigração era a segunda maior preocupação dos eleitores, depois da economia.

Nenhum democrata apoiou o impeachment na terça-feira, enquanto três republicanos – Ken Buck, Tom McClintock e Mike Gallagher – desafiaram sua liderança ao votar não. Eles também votaram contra o impeachment na semana passada.

Mayorkas tem dito que não é responsável pela situação da fronteira, atribuindo a culpa a um sistema de imigração quebrado que o Congresso não tem conseguido consertar.

Reuters

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