Bailarinos e bailarinas de nível intermediário e avançado terão, em julho, uma oportunidade rara de formação gratuita em Goiânia. A Giro 8 Cia de Dança realiza, nos dias 18, 19 e 20, a oficina “Balé – Consciência e Técnica no Movimento”, uma imersão presencial que busca aprofundar o entendimento dos artistas sobre o funcionamento do corpo na prática da dança clássica. As pessoas interessadas devem fazer sua inscrição acessando o link na bio do Instagram da Companhia: @giro8cia ou ou pelo WhatsApp: (62) 9 9880-5045
O objetivo destas atividades é compartilhar conhecimentos técnicos e artísticos, promovendo a inclusão de jovens bailarinos e ampliando o alcance da linguagem da dança na cidade. Estas atividades fazem parte do projeto de manutenção da Cia, que tem financiamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), operacionalizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
A oficina será conduzida por dois nomes de peso: Tassiana Stacciarini, criadora do método Anatomyballet, que une ciência do movimento e precisão técnica, e Rudy Candia, ex-bailarino profissional com sólida carreira internacional e formação pela Escola Nacional de Balé do Uruguai. As aulas acontecerão no Allegro Centro de Dança, e as inscrições são gratuitas.
Voltada para quem busca uma prática artística longeva, eficiente e consciente, a formação abordará temas como alinhamentos ósseos, vetores de força, grupos musculares essenciais para o balé clássico, ajuste de tensões e escuta biológica. A proposta é clara: dançar com propósito, respeitando a singularidade de cada corpo. “Meu compromisso é cultivar um balé vivo, que respeita o corpo, desperta percepções e sustenta o prazer de dançar”, afirma Tassiana, que também é educadora física e terapeuta do movimento.
Rudy, por sua vez, leva para o estúdio a experiência de duas décadas dançando em companhias nos Estados Unidos e a vivência com repertórios clássicos, balanchine, neoclássico e contemporâneo. “Quero transmitir o conhecimento acumulado ao longo da minha trajetória e oferecer aos jovens bailarinos uma base sólida de balé clássico”, resume o professor.
Serviço: Giro 8 Cia oferece oficina de BALÉ CLÁSSICO
Local: Allegro Centro de Dança, R. 24, 48 – St. Marista, Goiânia
Datas:
18 de julho – das 18h às 22h
19 e 20 de julho – das 09h às 13h
Inscrições: link na bio do Instagram da Companhia: @giro8cia ou ou pelo WhatsApp: (62) 9 9880-5045
Uma mulher que se dedicou exclusivamente ao lar e ao então cônjuge durante 23 anos de casamento conseguiu na Justiça o direito de receber alimentos ressarcitórios até que seja efetivada a partilha de bens em ação de divórcio. A determinação é da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Os magistrados seguiram voto do relator, juiz substituto em segundo grau Ricardo Teixeira Lemos, que arbitrou a verba em dois salários mínimos mensais, a ser paga a partir da citação do ex-marido.
Ricardo Teixeira Lemos esclareceu que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os alimentos ressarcitórios são de natureza indenizatória e têm por fundamento a vedação ao enriquecimento sem causa. Destinando-se a equilibrar a situação do cônjuge que se encontra alijado da administração ou fruição dos bens comuns, enquanto não ultimada a partilha.
Conforme o STJ, os alimentos ressarcitórios diferenciam-se dos compensatórios e dos tradicionais por configurarem uma antecipação de renda líquida decorrente do usufruto ou da administração unilateral dos bens comuns. Cabível enquanto não realizada a efetiva partilha patrimonial.
Posse exclusiva dos bens
No caso em questão, o ex-cônjuge permanece na posse exclusiva dos bens comuns do casal, cuja estimativa patrimonial é relevante (cerca de R$ 3 milhões), desde a separação de fato, usufruindo de seus frutos econômicos sem qualquer contraprestação à ex-esposa. Mesmo assim, em primeiro grau, o pedido de alimentos havia sido negado sob o fundamento de não comprovação de dependência financeira.
No entanto, ao ingressar com recurso, a advogada Mônica Araújo Jordão esclareceu que, durante o período em que esteve casada, sob o regime da comunhão parcial de bens, a autora jamais exerceu atividade profissional ou se qualificou para o mercado de trabalho, tendo inclusive trabalhado na empresa da família sem remuneração.
A advogada relatou que, após a separação, a mulher, que tem 42 anos, encontra-se abrigada na residência da filha e do genro, em situação de extrema vulnerabilidade, sem meios próprios de subsistência. Enquanto o ex-marido permanece na posse exclusiva do patrimônio.
Situação jurídica
Ao analisar o recurso, o relator explicou que a narrativa da autora descreve exatamente a situação jurídica que justifica a imposição dos alimentos ressarcitórios: administração exclusiva do patrimônio comum por parte do agravado e carência material da agravante. “Esse quadro revela a típica hipótese de cabimento dos chamados alimentos ressarcitórios, prestação de natureza indenizatória, cujo fundamento é a vedação ao enriquecimento sem causa, conforme reconhecido pelo STJ.”
Tendo em vista que o pedido na origem foi de alimentos provisórios, o relator esclareceu que o erro na qualificação jurídica do pedido não obsta o acolhimento da pretensão material, mormente em se tratando de prestação alimentar de caráter compensatório/indenizatório.
“Essa leitura assegura a efetividade do processo e o respeito à dignidade da parte autora, além de estar em consonância com os princípios da solidariedade familiar, equidade e proibição do enriquecimento sem causa”, completou.
O encontro entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na noite desta terça-feira (8), terminou sem um desfecho sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Pelo lado do governo, o chefe da equipe econômica insistiu no decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em maio deste ano, que aumentava a cobrança do tributo.
Já no Legislativo, a leitura é de que o assunto precisa estar alinhado entre os dois Poderes antes da audiência de conciliação sobre o IOF na próxima semana.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu efeitos de atos do governo federal e do Congresso Nacional relacionados ao aumento do IOF e determinou a realização de uma audiência de conciliação no dia 15 de julho.
Segundo relatos feitos à CNN, os chefes das casas legislativas teriam se frustrado com a insistência de Haddad em defender o decreto do governo, o que, na avaliação deles, precisaria resultar num eventual recuo do Congresso sobre a derrubada do IOF. Hugo e Alcolumbre têm rejeitado a ideia do governo e cobrado outras alternativas para cortar gastos.
O Palácio do Planalto e o Congresso têm até a próxima sexta-feira (11) para apresentar ao Supremo as respectivas argumentações jurídicas sobre o IOF.
A ideia do Parlamento é que tanto Executivo e Legislativo estejam alinhados sobre o assunto antes da audiência de conciliação no STF. O presidente Lula já indicou que pretende se reunir com Hugo e Alcolumbre ainda nesta semana.
Apesar da falta de consenso sobre o tema, Hugo e Alcolumbre avaliaram que a reunião desta terça-feira serviu para a retomada de diálogo entre os Poderes.
Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, propôs a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a empresa proprietária do lixão Ouro Verde, em Padre Bernardo. A empresa afirmou que vai agir para controlar e reduzir os danos ambientais causados pelo desmoronamento de uma pilha de lixo, que contaminou o córrego Santa Bárbara e o Rio do Sal.
A decisão foi tomada durante reunião de alinhamento com representantes do ICMBio, Corpo de Bombeiros, prefeitura de Padre Bernardo e Defesa Civil), bem como a Polícia Civil e Ministério Público Federal, órgãos que compõem o gabinete de crise criado em razão do episódio.
Para a secretária, a assinatura do TAC serve como uma espécie de garantia de que a empresa cumprirá com suas responsabilidades dentro de prazos estabelecidos. Isso porque, desde que o desastre aconteceu, há quase 20 dias, a empresa pouco tem agido para lidar com a situação, obrigando o Estado a intervir no comando de ações de reparação dos impactos ambientais.
“Isso precisa ser assinado de hoje para amanhã. Não havendo resposta, nós vamos assumir, porque nós precisamos tomar essa decisão. Era pra tomar essa decisão hoje, mas como vocês (da empresa Ouro Verde) estão se posicionando de que a empresa vai assumir, estou sugerindo da gente assinar um TAC preliminar”, afirmou.
A equipe jurídica da empresa concordou com a assinatura do TAC e informou que algumas das respostas que já foram exigidas pelo gabinete de crise serão repassadas até o dia 9 de julho. “Cronograma de ação, o prazo que vai ser preciso, a forma de atuação, o que a empresa está fazendo para fazer a remediação, enfim, isso tudo já está praticamente pronto, isso já está sendo levantado”, disse a advogada Ana Carolina Malafaia.
Vulcanis afirmou que “não se trata de uma questão de penalidade, mas sim de ação”, já que o lixão pertence à empresa e, portanto, cabe a ela arcar, com a agilidade devida, com todas as consequências ambientais, sanitárias e sociais causadas pela operação ilegal que acontecida no local. Segundo ela, a Semad e todos os órgãos que compõem o gabinete de crise se colocam à disposição para o diálogo e trabalho integrado.
A secretária classificou o desastre no lixão de Padre Bernardo como o maior já enfrentado por ela à frente da pasta e, provavelmente, a maior tragédia ocorrida em Goiás desde o Césio-137, em 1987. Isso porque, o córrego Santa Bárbara e o Rio do Sal foram completamente contaminados pelos resíduos, afetando diretamente famílias da zona rural da cidade, que faziam uso da água para agricultura, criação de peixes e consumo.
Além disso existem agravantes, como a existência de lixo hospitalar no local, a contaminação do solo, a transmissão de doenças por conta de moscas e outros animais que circulam a área do lixão, o risco de novos desmoronamentos a partir da chegada do período chuvoso e, ainda, chances de que a água contaminada atinja outras bacias hidrográficas.
“Sem dúvida nenhuma, é o maior (desastre) que a gente já enfrentou nessas condições. É claro que a gente sabe que em Goiânia tivemos o problema do césio, que era um problema muito grave também, causou mortes, impactos ambientais graves, mas do ponto de vista de meio ambiente, de contaminação do território, de afetação da população, é um dos maiores acidentes que a gente já enfrentou”, afirmou a secretária
Multa
O desmoronamento de mais de 42 mil metros cúbicos de resíduos sólidos no lixão de Padre Bernardo, ocorrido no último dia 18 de junho, resultou na aplicação de uma multa ambiental de R$ 37,5 milhões pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad). O auto de infração, lavrado na terça-feira, 1º, é o primeiro passo formal do governo estadual contra a empresa Ouro Verde, responsável pelo espaço, e ocorre após a conclusão da etapa inicial de avaliação técnica dos danos ambientais provocados pelo acidente.
Desde o colapso da pilha de lixo, a Semad intensificou o monitoramento dos corpos hídricos da região, especialmente o córrego Santa Bárbara e o rio do Sal, ambos utilizados por agricultores e moradores rurais da cidade para irrigação e consumo. Como medida de precaução, a secretaria determinou a suspensão do uso da água desses mananciais até que a contaminação seja completamente eliminada.
A prefeitura, por sua vez, iniciou a distribuição de galões de 20 litros e de caminhões-pipa para abastecer as famílias afetadas.
As coletas de amostras de água foram realizadas no último domingo, 30, e segunda-feira, 1º, e, segundo a Semad, os materiais foram encaminhados para análise em Goiânia. Uma nova etapa de coleta está prevista para esta quinta-feira, 3, como parte da estratégia de avaliação contínua da qualidade da água na região.
O desmoronamento de um lixão em Goiás contaminou dois rios e expôs novamente os perigos desses depósitos que continuam funcionando em mais de 2,2 mil municípios brasileiros.
Os tanques de criação de peixes do produtor rural Jeorge Maurício Vidal Lima só não secaram porque caminhões-pipa estão abastecendo as propriedades. A água vinha do Rio do Sal, que, agora, está contaminada por chorume.
“Era água transparente. Limpinha, limpinha. A gente bebia, banhava. Aí agora, depois desse acidente aí, a gente não pode banhar, não pode nada. Não pode usar a água”, conta Jeorge.
O produtor rural José Lúcio Sales Coelho ainda não sabe quando vai poder usar a água do rio:
“O meio ambiente falou que essa despoluição pode levar anos, que são metais pesados, que não é só matéria orgânica”.
No dia 18 de junho, o lixão Ouro Verde, no município de Padre Bernardo, colapsou, levando para o córrego uma quantidade de resíduos equivalente a 16 piscinas olímpicas. A Secretaria de Meio Ambiente de Goiás proibiu o uso da água de três mananciais que atendem comunidades rurais.
A contaminação já chegou ao Rio Maranhão, a mais de 50 km do local do desastre. Todo o lixo que se acumulou dentro do córrego Santa Bárbara precisa ser retirado. A Secretaria de Meio Ambiente estima que serão necessárias mais de 4 mil viagens. E como é impossível subir o morro com os caminhões carregados, a secretaria e a prefeitura estão abrindo uma nova estrada.
Goiânia vai receber o festival Goiás Gastronomia, evento lançado oficialmente nesta terça-feira (08/07) e que vai ocupar o Parque Agropecuário em dois finais de semana, de 31 de julho a 3 de agosto e de 7 a 10 de agosto, reunindo experiências gastronômicas, apresentações culturais e ações de valorização do turismo regional.
Serão mais de 3 mil metros quadrados dedicados à gastronomia regional, com 30 operações de alimentação, da alta gastronomia à comida de rua, além de produtores artesanais de queijos, vinhos, cachaças, licores, geleias e mel. Os destaques da programação incluem o consagrado Mesa ao Vivo Goiás e as experiências do Goiás Queijo e Vinho.
Mais de 50 chefs renomados de todo o Brasil participarão do evento com oficinas práticas, cozinhas-shows, debates e atividades para adultos e crianças, incluindo aulas promovidas pela Escola de Gastronomia do Senac Goiás e pelo Cora Restaurante Escola.
A programação cultural traz 50 apresentações folclóricas e artísticas, entre elas, a Orquestra Sinfônica de Goiás, Orquestra de Violeiros (unidade da Secult Goiás), espetáculos de dança e teatro, e 12 shows com artistas goianos em dois palcos.
O evento contará ainda com espaços inclusivos como sala azul para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), brinquedoteca, parque de diversões e mesas redondas temáticas.
Ingressos para o evento são gratuitos e solidários, com a doação de 1kg de alimentos (Foto: Divulgação)
Com apoio do Governo de Goiás, a iniciativa promete movimentar a economia local e consolidar o estado no mapa dos grandes festivais nacionais. A realização do evento conta com recursos do Programa Goyazes, mecanismo operacionalizado pela Secretaria da Cultura (Secult Goiás).
Promovido pelo Sistema Fecomércio, Sesc e Senac Goiás, com correalização da Goiás Turismo, Revista Prazeres da Mesa, Mundo Mesa, Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), o festival tem como objetivo impulsionar o setor de gastronomia, valorizar as tradições goianas e fomentar o desenvolvimento econômico regional.
A iniciativa também conta com apoio da Vice-Governadoria de Goiás, sendo considerada um “evento piloto” de promoção para o MotoGP 2026, previsto para o estado.
Os ingressos são solidários e podem ser retirados gratuitamente a partir desta terça-feira (08/07) pelo site ou aplicativo do Sympla, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível. Toda arrecadação será destinada ao programa Sesc Mesa Brasil, que atende organizações sociais em Goiás.
Serviço
Festival Goiás Gastronomia
Datas: 31/07 a 03/08 e de 07 a 10/08
Horários: Quinta e sexta: 16h às 23h / Sábado: 11h às 23h / Domingo: 11h às 22h
Local: Parque Agropecuário Pedro Ludovico Teixeira – SGPA (Setor Nova Vila – Goiânia)
Ingressos solidários: disponíveis no site/app Sympla a partir de 08/07
Deputados e deputadas cobram uma série de explicações do governo sobre os descontos indevidos nas aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Eles se anteciparam à instalação de uma comissão mista parlamentar de inquérito (CPMI) com objetivo de investigar eventuais fraudes.
Até 30 de junho, 43 parlamentares de 13 partidos e duas comissões da Câmara dos Deputados assinaram 51 requerimentos de informação (RICs), distribuídos a nove ministros. Previstos na Constituição e no Regimento Interno, os RICs exigem resposta até 30 dias após o recebimento, sob pena de enquadramento em crime de responsabilidade.
Os parlamentares buscam informações sobre descontos em favor de associações e sem autorização de aposentados e pensionistas. Em abril, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagaram a Operação Sem Desconto, com prisões, coleta de documentos e apreensão de bens dos suspeitos.
O Ministério da Previdência Social, ao qual o INSS está subordinado, é citado em 29 RICs. A Advocacia-Geral da União (AGU), que busca acordo para devolução de dinheiro aos prejudicados, e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela PF, são alvo de cinco pedidos cada um. A CGU responderá a quatro.
As primeiras respostas aos deputados e deputadas foram entregues no início deste mês. São 14 no total, dos ministérios da Previdência (9) e da Justiça (3) e da CGU (2). Outras 13, entre elas o retorno devido à Comissão de Previdência, deverão chegar até 23 de julho. Ainda não há data prevista para 24 respostas.
Comissões temáticas
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara, responsável pelo acompanhamento de ações do Poder Executivo, apresentou cinco RICs sobre a Operação sem Desconto. Protocolados no último dia 24, os pedidos são dirigidos aos ministérios da Previdência (3) e da Justiça e à CGU.
O presidente da CFFC, deputado Bacelar (PV-BA), quer detalhes como a lista de associações envolvidas no caso, os valores descontados e o total de aposentados e pensionistas afetados. Cobra, ainda, os relatórios de eventuais auditorias e sindicâncias e a definição de prazo para ressarcimento das pessoas prejudicadas.
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, presidida pelo deputado Ruy Carneiro (Pode-PB), também decidiu solicitar explicações do Ministério da Previdência. São dez perguntas, boa parte baseada em acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) entregue à CFFC em 2023.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Ruy Carneiro aponta problemas de governança no INSS
O TCU constatou, entre outros pontos, a falta de apresentação prévia dos termos de filiação e das autorizações dos segurados às associações, contrariando norma do próprio INSS. O total de associados subiu mais de 150% em apenas dois anos, e os descontos saltaram de R$ 544 milhões (2021) para R$ 1,5 bilhão (2023).
“A ausência de medidas estruturais para suspender descontos não autorizados, revalidar cadastros e assegurar o ressarcimento aos beneficiários afetados revela problemas de governança que exigem apuração específica e pronta resposta institucional”, afirmou Ruy Carneiro, na justificativa para o requerimento.
Os líderes partidários definiram a pauta do Plenário da Câmara dos Deputados desta semana e o calendário de funcionamento da Casa até o recesso parlamentar de julho. A previsão é de esforço concentrado na próxima semana, com votações que devem ir de segunda (14) a quinta-feira (17).
Nesta semana, entre os projetos previstos estão o PLP 128/25, que reduz os benefícios fiscais federais em, no mínimo, 10%.
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, além do texto que trata da redução dos benefícios fiscais, as prioridades do partido são a votação, na comissão especial, do relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) sobre o projeto de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e a votação na CCJ da admissibilidade da PEC da Segurança Pública.
Para ele, são propostas importantes para não haver contingenciamento do Orçamento nem cortes em programas sociais. Segundo Farias, o PT busca justiça tributária, e esse é um tema que ganhou a aprovação da sociedade.
“Estamos há 500 anos no ‘eles contra nós’. Qual a pauta deles? Desvincular salário mínimo da Previdência, mexer com os pisos de saúde e educação. E aí a gente não pode falar que os bilionários têm que pagar, que as bets têm que pagar, que quem ganha R$ 10 milhões tem que pagar. É como se tivéssemos que ficar calados. O debate sobre a desigualdade foi colocado, esse é o tema”, afirmou.
O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), criticou os ataques ao Congresso.
“Houve ataques à democracia [nas redes sociais], inclusive na pessoa do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Convocamos os ministros para se explicarem amanhã sobre possíveis gastos públicos no ataque à Câmara Federal”, disse. “Esperamos ter os esclarecimentos dos fatos. Não é questão de regulamentação das redes, a questão é o uso do dinheiro público”, criticou.
Ele se referiu à audiência pública na Comissão de Comunicação, nesta quarta-feira, às 14h30, com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República, Sidônio Palmeira.
Outros dois projetos poderão ser votados até o início do recesso:
PL 341/25, que trata das dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos adversos a partir de 2021;
PL 2583/20, que cria a Estratégia Nacional de Saúde, com regras para estimular parcerias com empresas de desenvolvimento de dispositivos e insumos médico-hospitalares a serem fornecidos ao Sistema Único de Saúde (SUS).
LDO adiada
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não será votada em julho. Segundo ele, o relator, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), quer deixar o texto para agosto.
Guimarães informou ainda que, na próxima semana, devem ser votados o projeto de lei com novas regras do licenciamento ambiental e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/23, que reabre prazos para prefeituras parcelarem dívidas com a Previdência Social e define limites para o pagamento de precatórios municipais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua rede social, a Truth Social, nesta segunda-feira (7). O republicano afirmou que Bolsonaro está sofrendo um ataque político como aconteceu com ele.
“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump.
Na publicação, o presidente dos EUA não menciona diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, mas fala em perseguição e reafirma a inocência do ex-presidente.
“Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, disse.
Bolsonaro é réu na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. Ele é acusado por cinco crimes, entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado.
Caso seja condenado, o ex-presidente pode pegar até 39 anos de prisão, segundo especialistas consultados pela CNN antes do julgamento.
Na publicação, Trump afirma ter conhecido Bolsonaro e reconhece que ele foi um “líder forte” e um bom negociador. Ambos já trocam elogios desde as eleições de 2018.
Em maio, o ex-presidente chegou a se encontrar com o conselheiro sênior do Departamento de Estado dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita. Pouco depois, Bolsonaro afirmou que Trump acompanha o que acontece no Brasil, incluindo a ação do STF.
Bolsonaro está inelegível até 2030 após julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. O motivo é a realização de uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, em que o então presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral.
Posteriormente, Bolsonaro foi condenado novamente à inelegibilidade pelo TSE, desta vez por abuso de poder político e econômico durante as cerimônias do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, durante a campanha eleitoral.
Nascido e criado no bairro de Campinas, em Goiânia, o advogado e fotógrafo Hélio Júnior de Oliveira se dedica à preservação de um dos mais importantes acervos iconográficos de Goiás. Filho do renomado fotógrafo Hélio de Oliveira, que morreu em 2020, ele mantém guardadas mais de 100 mil imagens que registram momentos marcantes da história do estado.
Imagem da construção da Matriz de Campinas | Foto: Acervo Hélio de Oliveira
Hélio de Oliveira foi o primeiro repórter fotográfico contratado por uma agência de notícias em Goiás e também o primeiro a ser oficialmente vinculado ao governo do estado. Seu trabalho é um marco na memória visual goiana, registrando desde os bailes do Clube Social de Campinas até a ascensão do Atlético Clube Goianiense. “Acompanhei meu pai desde criança e vi ele capturar a transformação da cidade”, conta Hélio Júnior.
Desfile de modas no interior de uma loja de tecidos chamada de “Coteninga”, na Avenida 24 de Outubro, em Campinas | Foto: Acervo Hélio de Oliveira“Eu me lembro da Campininha, ainda sem asfalto. Lembro dos primeiros asfaltamentos, das primeiras redes de esgoto e água. Campinas, na época da mudança da capital, era o centro comercial de Goiás. Goiânia era inóspita, o centro não tinha nada, e todo mundo vinha comprar em Campinas. Era uma cidade antiga, com quintais imensos cheios de frutíferas, alguns ainda existem hoje”, relembra o advogado
Registro da Praça Joaquim Lúcio, com o Campinas Hotel ao fundo | Foto: Acervo Hélio de Oliveira
Apesar do afeto, Hélio menciona as mudanças do bairro. “Muitos moradores antigos se foram, o comércio mudou, e recentemente enfrentamos problemas com a população em situação de rua, o que impactou a comunidade”, lamenta. Mesmo assim, ele segue com negócios no bairro e mantém viva a tradição familiar de acompanhar o crescimento da região.
Praça Joaquim Lúcio, em Campinas (1974) (Foto: Hélio de Oliveira)
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (8) que o Comitê de Política Monetária (COMPOM) não espera “ganhar prêmio de miss simpatia” diante da atual condução da política monetária, mas reforçou o compromisso da instituição com o cumprimento da meta de inflação de 3%.
“Eu tenho plena consciência de que, ao colocar a taxa de juros em 15%, dificilmente eu e os meus colegas do Copom vamos ganhar por meio de miss simpatia no ano de 2025. Mas eu durmo muito tranquilo, sabendo que o que eu estou fazendo é cumprir a meta, perseguir a meta”, declarou.
Em almoço oferecido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) e diante de críticas pelo patamar mais elevado da Selic, Galípolo explicou que o Banco Central segue um arcabouço legal e institucional que não permite interpretações subjetivas.
“Você tem a definição de uma meta de inflação. A meta é três. Eu não recebi uma sugestão ou um conselho. É um decreto que definiu que a meta é três”, frisou.
Ele destacou que o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo serve apenas para absorver choques temporários, e não para justificar desvios estruturais.
De acordo com os dados oficiais medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,32% no acumulado em 12 meses terminados em maio. Os dados do primeiro semestre serão divulgados nos próximos dias.
Ao defender a elevação da Selic, o presidente do BC afirmou que a medida é necessária para cumprir o objetivo definido em lei.
“A meta não diz assim para mim: ‘seja a menor taxa de juros do mundo’. A meta é a taxa de juros num patamar restritivo o suficiente, pelo período necessário, para atingir a meta de 3%”, disse.
Ele também ressaltou que esse é o padrão adotado em outros países. “Toda vez que a inflação está subindo, você sobe a taxa de juros. Toda vez que a inflação está caindo, você reduz a taxa de juros. Esse é o mecanismo de transmissão da política monetária.”
Por fim, Galípolo reforçou a importância da estabilidade institucional do BC. “Desde o início, eu falei: do Banco Central essa bola não vai passar. Não é porque eu estou lá. É porque a instituição vai defender”, afirmou.
O presidente do BC foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e era visto como alguém que pudesse ter um posicionamento mais alinhado às ideias de esquerda e ser mais flexível com a taxa básica de juros, diferente do antecessor, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Roberto Campos Neto.