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  • Suprema Corte decide que Trump pode disputar eleições dos EUA

    Suprema Corte decide que Trump pode disputar eleições dos EUA

    Em vitória política para Trump, juízes, de maioria conservadora, autorizaram que ex-presidente siga concorrendo à pré-candidatura pelo Partido Republicano. Sentença, unânime, julgou recurso à decisão da Justiça do Colorado, que havia proibido Trump de concorrer, mas valerá para todo o país.

    A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira (4) que o ex-presidente Donald Trump pode disputar as eleições presidenciais, que acontecem em novembro.

    Com a decisão, Trump segue qualificado para ser pré-candidato pelo Partido Republicano – ele é o favorito para concorrer pela sigla.

    A decisão ocorre na véspera da Superterça, a data na qual 15 estados e um território norte-americano votam de forma simultânea para escolher os candidatos. A expectativa é que Trump amplie a vantagem sobre a adversária Nikki Haley e praticamente assegure sua candidatura à Casa Branca.

    A sentença da Suprema Corte se refere a uma decisão específica do estado do Colorado, mas valerá para qualquer outro estado que conteste a presença de Trump na urna — e, consequentemente, para todo o país. Na prática, não há mais chance de que o ex-presidente fique de fora da corrida eleitoral.

    A decisão da Suprema Corte respondeu ao recurso da defesa de Donald Trump a uma decisão da Justiça do estado do Colorado determinando que Trump não poderia concorrer às eleições por ter violado um artigo da Constituição dos EUA.

    A Justiça do Colorado argumentou, na ocasião, que Donald Trump participou da insurreição do dia 6 de janeiro de 2021, quando milhares de pessoas invadiram o Capitólio, em Washington (leia mais abaixo). E, por ainda ser presidente à época, deveria ficar impossibilitado de voltar a ocupar um cargo público.

    Na decisão da Suprema Corte desta segunda, no entanto, os juízes, de maioria conservadora, avaliaram que cabe não cabe aos estados determinar se um candidato pode ou não concorrer às eleições.

    “Nós concluímos que os estados podem desqualificar pessoas (…) para ocupar cargos estaduais. Mas os estados não têm poder sob a Constituição para fazer cumprir a Seção 3 (da Constituição dos EUA, sobre quando políticos não podem voltar a ocupar cargos públicos) em relação aos órgãos federais, especialmente a presidência”, disseram os juízes na sentença.

    Os juízes decidiram a favor de Trump de forma unânime. Seis dos nove magistrados da Suprema Corte dos EUA são conservadores e, desse, três foram indicados por Donald Trump quando ele era presidente dos Estados Unidos.

    Um deles, John Roberts, já havia dito que a consequência de uma eventual aprovação da decisão do Colorado poderia ser “bastante assustadora”. Segundo Roberts, se a decisão do Colorado fosse mantida, outros estados prosseguiriam com seus próprios procedimentos de desqualificação para democratas ou republicanos.

    A decisão também acontece no mesmo dia de início do processo no qual o ex-presidente norte-americano é acusado de ter conspirado para alterar os resultados das eleições de 2020, quando ele perdeu para Joe Biden. O caso é o principal processo entre os quatro que o ex-presidente norte-americano atualmente responde na Justiça dos EUA.

    Trump celebra decisão

     

    Ainda assim, a decisão foi uma vitória política de Donald Trump, apontado como favorito em uma eventual disputa contra o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, nas urnas em novembro.

    O ex-presidente celebrou a sentença, que chamou de “grande vitória para os Estados Unidos”.

    No domingo (3), ele havia sofrido sua primeira derrota nas prévias republicanas, quando sua única rival na corrida, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, venceu as prévias da capital Washington.

    Especialistas ouvidos pelo g1 também apontaram, no entanto, que Haley poderia vencer em alguns dos estados que votarão na Superterça, nesta terça-feira (5), por conta do perfil dos eleitores locais, com formação universitária e mais resistentes a propostas radicais de Trump.

    O Colorado, que havia proibido que o nome de Trump aparecesse nas cédulas de votação locais, é um dos 15 estados que realizarão primárias na Superterça.

    Entenda o caso

     

    Foto de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio dos EUA, mostra policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP
    Foto de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio dos EUA, mostra policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

    Donald Trump perdeu as eleições presidenciais de 2020 para Joe Biden, mas ele se recusou a aceitar o resultado.

    No dia 6 de janeiro de 2021, Trump ainda era presidente e, na capital Washington, ele fez um discurso para uma multidão que, depois do discurso, invadiu o prédio do Congresso dos EUA (o prédio é conhecido como Capitólio).

    Anos depois, um grupo chamado Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington protocolou um processo na Justiça do estado do Colorado para barrar Trump nas eleições por causa da participação dele no episódio do dia 6 de janeiro.

    O que se argumenta?

    Quem era favorável à condenação de Trump diz que ele participou de uma insurreição e, por isso, sua candidatura seria uma violação de um artigo da 14ª emenda da Constituição dos EUA.

    O texto estabelece que pessoas que tenham participado de insurreição ou rebelião contra os EUA na condição de autoridades não podem voltar a ocupar cargos públicos.

    A regra se aplica aos presidentes?

    O principal argumento dos advogados de Trump foi o de que esse trecho da Constituição não se aplica a presidentes. E, em maioria, os juízes da Suprema Corte concordaram com esse argumento.

    Os advogados disseram que há minúcias no texto (por exemplo, não se cita explicitamente “presidente”) que na prática significam que a regra não se refere a presidentes. Os defensores de Trump têm outros argumentos (veja mais abaixo).

    Como o caso tramitou até agora?

    A juíza de primeira instância do Colorado concordou com a defesa de Trump. Ela entendeu que ele participou de uma insurreição, mas que o texto da emenda constitucional não se aplica aos presidentes.

    No entanto, em segunda instância um colegiado de juízes decidiu que o texto se aplica, sim, aos presidentes.

    O caso chegou à Suprema Corte é o do Colorado, mas houve outras decisões sobre a mesma questão em outros estados:

    • No estado do Maine, a secretária de Estado, do Partido Democrata, também decidiu afastar Trump da cédula.
    • No estado de Illinois, um juiz aposentado que tem o cargo de auditor no Conselho de Eleição sugeriu manter Trump na cédula até que a Justiça tome uma decisão, mas afirmou que considera que o ex-presidente não poderia concorrer (o juiz é do Partido Republicano).

    Outros argumentos de Trump

    A principal defesa de Trump era a de que a regra não se aplica a presidentes, mas os advogados também apresentaram outros argumentos:

    • Trata-se de uma cláusula obscura da Constituição, e uma clarificação deve ser feita pelo Congresso, não pela Justiça.
    • O ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Congresso não foi uma insurreição, pois foi em um único local, quase não havia armas de fogo ou outras características de uma revolta.
    • Trump não se envolveu com nada, ele só exercitou o direito dele ao livre discurso, que é protegido por lei nos EUA.

    Mas houve processo sobre a insurreição?

    Houve um outro argumento a favor de Trump: para decidir se ele participou de uma insurreição seria preciso haver um processo legal no qual os direitos dele sejam observados, o que não aconteceu –na prática, a Justiça do Colorado só decidiu que o artigo vale para presidentes.

    O trecho da Constituição é pouco citado, tanto que a Suprema Corte nunca julgou nenhum caso sobre esse parágrafo.

    O caso do Trump é histórico, e a expectativa é que uma nova lei seja criada a partir da decisão.

    Não se trata de um julgamento político?
  • Decisão pioneira: França torna o aborto um direito previsto na Constituição

    Decisão pioneira: França torna o aborto um direito previsto na Constituição

    País se tornou o primeiro no mundo a garantir constitucionalmente o direito ao aborto, que já era legalizado desde 1974. O presidente Macron deve promulgar a decisão nesta sexta (8), Dia Internacional da Mulher.

    O Parlamento da França aprovou nesta segunda-feira (4) a inclusão do direito ao aborto em sua Constituição nacional. Com isso, o país se tornou o primeiro no mundo a garantir constitucionalmente o direito ao aborto.

    O presidente francês Emmanuel Macron deve promulgar a decisão nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Segundo ele, o direito ao aborto agora se tornará “irreversível”.

    A votação desta segunda inscreveu no Artigo 34 da Constituição francesa que “a lei determina as condições em que uma mulher tem a liberdade garantida de recorrer ao aborto”. A proposta foi aprovada em sessão extraordinária que reuniu ambas as câmaras do Parlamento francês por três quintos dos votantes.

    O direito ao aborto é amplamente aceito na França, tendo apoio de 80% dos franceses, segundo pesquisas. A aceitação sobre o assunto é maior que nos Estados Unidos e em muitos outros países do mundo.

    “Estamos enviando uma mensagem a todas as mulheres: seu corpo pertence a você e ninguém pode decidir por você”, disse o primeiro-ministro Gabriel Attal aos deputados e senadores reunidos no Congresso para uma votação especial no Palácio de Versalhes, em Paris.

    As mulheres têm o direito legal ao aborto na França desde uma lei de 1974, que foi duramente criticada na época.

    Mas uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 2022 de reverter o julgamento Roe v. Wade, que havia reconhecido o direito constitucional das mulheres ao aborto, levou ativistas franceses a pressionar o país a se tornar o primeiro a proteger explicitamente o direito em sua lei fundamental.

    “Esse direito (ao aborto) recuou nos Estados Unidos. Então nada nos impedia de pensar que a França estaria isenta desse risco”, disse Laura Slimani, da Fondation des Femmes.

    G1

  • Em caso de Terceira Guerra Mundial: O que fazer se uma explosão nuclear realmente acontecer

    Em caso de Terceira Guerra Mundial: O que fazer se uma explosão nuclear realmente acontecer

    Em meio às tensões entre as potências nucleares mundiais, a ameaça de uma explosão nuclear torna-se cada vez mais alarmante e possível. Embora ninguém queira pensar numa tragédia tão catastrófica, é essencial estar preparado e saber o que fazer caso algum líder mundial com muito poder nas mãos acabe decidindo tomar a direção errada e partir para este caminho terrível e sombrio. Especialistas em desastres começaram a compartilhar seus conhecimentos caso uma bomba atômica exploda. Dizem que os minutos e horas após a explosão são extremamente críticos para determinar a nossa sobrevivência.

    Na galeria, descubra o que fazer se o pior cenário nuclear realmente acontecer.

    Quão perigosas são as bombas nucleares?

    O número de vítimas fatais causadas por uma arma nuclear depende do seu tamanho, local de detonação e quantidade de pessoas expostas à explosão. Uma única arma nuclear tem o potencial de causar centenas de milhares de mortes imediatas numa grande cidade. O arsenal nuclear da Rússia tem capacidade, por exemplo, de atingir quase qualquer local do planeta.

    O que é uma explosão nuclear?

    De acordo com o site americano Disasters and Emergencies, uma explosão nuclear é o resultado de um dispositivo que utiliza uma reação nuclear para criar uma explosão. Esses dispositivos variam em tamanho, desde pequenos portáteis até aqueles transportados por grandes mísseis. Esses equipamentos têm o potencial de causar danos significativos de várias maneiras.

    Vários tipos de perigos

    O brilho ofuscante, a força do impacto da explosão, a radiação que danifica células, o fogo e o calor que podem causar ferimentos e destruição, o pulso eletromagnético que pode derrubar dispositivos eletrônicos, a sujeira radioativa e detritos caindo em forma de chuva — chamados de precipitação — são todos os perigos que uma explosão nuclear representa.

    Quanto tempo temos depois do anúncio?

    No caso de uma bomba nuclear vir da Rússia em direção aos EUA, por exemplo, se as pessoas forem prontamente alertadas sobre o ataque iminente, prevê-se que elas teriam aproximadamente 30 minutos ou menos para procurar abrigo. Isso significa que, na pior das hipóteses, não haverá tempo para planejamentos no momento.

    Onde acontecerão os anúncios?

    Numa entrevista, Irwin Redlener, especialista em preparação para desastres da Universidade de Columbia, sugere que a televisão ou o rádio seriam as fontes mais confiáveis para receber informações sobre um potencial ataque nuclear. Além disso, sirenes altas provavelmente soariam como um alerta.

    Com o que se parece

    Quando uma bomba nuclear explode, a arma dispara um imenso flash de luz e uma gigante bola de fogo laranja.

    Primeiros 15 minutos: busque segurança corporal

    Para evitar a cegueira temporária causada pela luz, é aconselhável proteger imediatamente os olhos. Uma bomba de 1 megaton pode causar cegueira temporária em indivíduos num raio de extensão de 21 km em um dia claro e até 85 km em uma noite clara.

    Deite com o rosto para baixo

    Além de procurar abrigo atrás de qualquer coisa que possa fornecer proteção, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) aconselham os indivíduos a se deitarem no chão, com o rosto para baixo, colocando as mãos sob o corpo para se protegerem contra objetos voadores e calor intenso. Outra orientação é usar um lenço para cobrir o nariz e a boca. Manter a boca aberta pode ainda ajudar a garantir que seus tímpanos não estourem com a pressão.

    Se você estiver num carro
    ©Shutterstock
    Se você estiver num carro

    Se você estiver em um carro quando ocorrer a explosão, pare o veículo com segurança e agache-se dentro dele. No entanto, é importante que você não fique lá por muito tempo.

    Mais ou menos 15 minutos antes da precipitação nuclear

    Mais ou menos 15 minutos antes da precipitação nuclear
    ©Shutterstock

    Diz-se que os sobreviventes de um ataque nuclear têm aproximadamente 15 minutos até que os grãos da precipitação nuclear cheguem ao solo. O contato com essas partículas pode causar doenças pela radiação, danificando as células do corpo, representando um risco potencial de fatalidade.


    Exposição à radiação
    ©Shutterstock

    Exposição à radiação

    De acordo com o Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária, o risco de exposição à radiação diminui em 55% uma hora após a explosão, e após 24 horas é reduzido em 80%. Portanto, é crucial procurar abrigo imediatamente.

    Busque um abrigo

    Redlener sugere procurar abrigo na direção oposta aos edifícios caídos e longe do vento. Se não houver áreas cobertas próximas, tente distanciar-se da explosão dentro de 10 a 15 minutos e, em seguida, encontre rapidamente um abrigo para se proteger da nuvem de radiação.

    Abrigos ideais
    Precauções em construção com vários andares
    ©Shutterstock

    As áreas ao ar livre, carros e casas móveis não são abrigos adequados, ressalta o governo dos EUA. Em vez disso, é recomendável buscar refúgio em edifícios de tijolo ou concreto, como escolas ou escritórios. O ideal é escolher habitações com porões para ficar por um tempo. Na ausência de prédios robustos, ainda é aconselhável buscar abrigo dentro de casa, mas esteja longe de janelas.

    Cuidado redobrado em prédio com vários andares

    Ao buscar abrigo em um prédio de vários andares, procure ficar no centro dele, principalmente se tiver janelas. Se tiver janelas, evite também os andares superior e inferior. A força das ondas de choque pode quebrar o vidro, mesmo a 16 km do local da explosão, por isso é importante ficar o mais longe possível dessas instalações.

    Primeiras 24 horas: tomar banho e se manter abrigado
    Retirar roupas contaminadas
    ©Shutterstock

    As primeiras 24 horas após uma explosão são cruciais para reduzir a exposição à radiação e, portanto, bastante críticas para a sua saúde. Embora alguns níveis de danos causados pela radiação sejam tratáveis, há um ponto em que nada pode ser feito.

    Tire as roupas contaminadas

    Se você estava ao ar livre durante a explosão ou quando a precipitação radioativa chegou, é crucial remover todas as roupas contaminadas o mais rápido possível. Evite tocar nos olhos, nariz e boca e limpe cuidadosamente a pele exposta – mas evite usar lenços desinfetantes na pele.

    Descarte as roupas sujas

    De acordo com as recomendações do CDC, é aconselhável lacrar as roupas contaminadas, bem como quaisquer lenços ou panos utilizados para limpeza corporal ou facial, em um saco plástico.

    Tome banho o mais rápido possível

    As pessoas que estavam do lado de fora durante uma explosão devem tomar banho assim que puderem. Use água morna e aplique sabonete suavemente, pois esfregar com força pode machucar a pele, que serve como uma barreira protetora natural. Cubra quaisquer cortes ou escoriações durante o enxágue. Se um banho não for possível, use um pano limpo e úmido para limpar cuidadosamente a pele ou o cabelo exposto.

    Não use nenhum produto

    Usar coisas como condicionador, loção corporal ou creme facial após a exposição a uma explosão nuclear não é uma boa ideia. Supostamente, os produtos podem se ligar a partículas radioativas e prendê-las em nossa pele e cabelo.

    Coma apenas coisas embaladas
    ©Shutterstock

    Coma apenas coisas embaladas

    Será seguro comer apenas de recipientes selados como embalagens, garrafas ou latas, bem como coisas que estavam em lugares fechados como uma despensa ou geladeira. No entanto, o CDC recomenda limpar recipientes, balcões e utensílios antes de comer qualquer coisa. Certamente não devemos comer nada que tenha ficado descoberto, como frutas ou vegetais de uma horta, por causa da exposição à precipitação.

    Fique abrigado por 24 horas

    Até que lhe digam para sair, você deve ficar em seu abrigo por pelo menos 24 horas para que o risco de contaminação possa diminuir suficientemente.

    Mantenha o distanciamento social

    Se você está em um abrigo compartilhado, mantenha uma distância de pelo menos seis metros entre você e pessoas que não fazem parte de seu núcleo familiar. Se possível, use máscara nesses casos.

    Tenha uma ordem de prioridades estabelecida

    Mesmo que a gente queira se reunir com nossos entes queridos imediatamente, a prioridade é que todos permaneçam seguros e não contaminados nas primeiras 24 horas após uma explosão. Só depois desse período, é que é mais seguro se reunir e evitar a exposição a radiação perigosa.

    Mantenha o lugar limpo

    Mantenha sua área de convivência no abrigo limpa e desinfete itens tocados com frequência, como brinquedos, celulares e outras superfícies. Evite tocar em superfícies que muitas pessoas tocam, como maçanetas, e lave as mãos com frequência.

    Mantenha-se sintonizado

    Talvez celulares, televisão e internet tenhas suas transmissões interrompidas, mas é importante ficar atento a informações oficiais para saber quando é seguro sair do abrigo e para onde você deve ir. Rádios movidos à bateria e manivela são uma aposta segura em uma situação nuclear de emergência.

    Como se preparar

    Apesar de ninguém poder viver se preparando para a destruição iminente, há pequenas coisas que podemos fazer para estarmos preparados para o pior cenário, como identificar locais de abrigo nas áreas que frequentamos. Você também pode preparar um kit de suprimento de emergência com coisas como água engarrafada, alimentos embalados, medicamentos, um rádio de pilha, uma lanterna e uma muda de roupa.

    Gerenciamento de estresse

    Durante esses tempos estressantes, tente se manter conectado com os entes queridos para ajudar a gerenciar o estresse e o trauma. Mesmo sem uma explosão nuclear, é essencial cuidar da nossa saúde mental durante tantas ameaças iminentes à nossa segurança. E lembre-se: você não está sozinho nisso!

    Fonte StarsInside

     

  • Influencer brasileira que denunciou estupro coletivo na Índia diz que crime a marcou: ‘Tive uma segunda chance de estar viva’

    Influencer brasileira que denunciou estupro coletivo na Índia diz que crime a marcou: ‘Tive uma segunda chance de estar viva’

    Casal foi atacado por um grupo de homens durante uma viagem pelo continente asiático. Caso foi denunciado pela influencer e o marido nas redes sociais.

    A influencer brasileira Fernanda Santos, que denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo na Índia, desabafou que teve uma segunda chance de estar viva. Nas redes sociais, ela explicou que ela e o marido já viajaram para 66 países e que nunca tiveram problemas.

    “Sou forte e continuarei sendo independente do que digam. Eu tive uma segunda chance de estar viva, e vou agarrá-la e viver minha vida feliz, marcou-me, sim, mas não vou deixar que isso me consuma”, escreveu Fernanda em uma rede social.

    O crime aconteceu na última sexta-feira (1º), no distrito de Dumka. Segundo a embaixada brasileira em Nova Déli, três dos sete suspeitos já foram identificados e estão presos. Os nomes deles não foram divulgados.

    O desabafo foi postado após a influenciadora contar que está recebendo ataques depois de ter reportado o crime. Na rede social, Fernanda compartilhou uma resposta a criticando por postar a foto do rosto de um dos suspeitos do crime.

    “Tenho que me esconder agora? Tenho que deixá-los esconderem-se? E não denunciar? Não vou fazer isso, vou ensinar a todos, é preciso para que a justiça seja feita. Ninguém sabe de [coisa] nenhuma do que estou passando, então eu saberei como devo agir. E não, EU NÃO TENHO VERGONHA, porque eu não tive culpa, e sem esses monstros”, escreveu.

    Quem é a influencer

     

    Nas redes sociais, Fernanda tem um perfil próprio e outro junto com o marido, o espanhol Vicente Barbera. Juntos há dez anos, o casal viaja o mundo em motos e divide as aventuras que vivem com mais de 177 mil seguidores.

    “Ao redor do mundo em uma motocicleta”, descrevem. Sempre sobre duas rodas, Fernanda e Vicente compartilham fotos e vídeos das belezas naturais, culturais e gastronômicas dos mais de 65 países onde eles já passaram.

    Muito sorridente e alegre, Fernanda ainda mostra nas redes sociais a rotina dessas viagens e vídeos brincando, dançando e beijando o marido. Além disso, instruções de manutenção na moto e as rotas por onde passam.

  • Assassinato de presidenciável no Equador foi planejado em prisão

    Assassinato de presidenciável no Equador foi planejado em prisão

    O assassinato do presidenciável no Equador Fernando Villavicencio, morto com três tiros em agosto do ano passado, foi planejado em uma prisão, disse o MP equatoriano.

    Segundo a promotoria, a gangue “Los Lobos” foi a “autora intelectual” do assassinato. O MP afirmou que a morte foi planejada por criminosos que estão detidos no presídio da cidade de Latacunga, a cerca de 95 quilômetros de Quito.

    Os executores seriam cidadãos colombianos que cumpriam pena em uma penitenciária em Guayaquil. Eles foram mortos dentro da própria prisão após serem condenados pela morte de Villavicencio, afirmou a promotora Ana Hidalgo. Os corpos deles foram encontrados com sinais de asfixia em um pavilhão desocupado em outubro.

    O setor de inteligência do MP encontrou armas na casa de um dos suspeitos de matar o político equatoriano. Essa residência, de acordo com a promotoria, foi localizada após as autoridades policiais vasculharem as câmeras de segurança de uma padaria perto do local onde Villavicencio foi baleado.

    Segundo o MP, esse suspeito é conhecido como “Chupado”. Ele teria sido visto nas imagens gravadas pelo estabelecimento fugindo do local do crime. As investigações apontam que “Chupado” estava acompanhado de outro homem, que depois o MP descobriu se tratar do autor dos disparos que mataram Villavicencio. Esse segundo homem, identificado como David, e morreu em uma troca de tiros com a polícia minutos após o ataque contra o presidenciável.

    Arsenal na casa de “Chupado” incluia fuzil, metralhadora, quatro pistolas e três granadas de uso militar. Os armamentos estavam em uma maleta, acompanhados de 384 cartuchos de munições, dentro de um carro sem placa estacionado na garagem.

    VILLAVICENCIO FOI MORTO EM AGOSTO DE 2023

    O político foi assassinado depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. Ele chegou a ser socorrido para a Clínica da Mulher, hospital mais próximo do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro de saúde.

    Candidato recebia ameaças de grupo criminoso. Antes de ser morto, Villavicencio denunciou publicamente uma tentativa de intimidação de desconhecidos após ele manifestar repúdio a grupos criminosos. As ameaças partiram de um grupo conhecido como Fito, ou “Los Choneros”, que já estava sendo investigado pela Procuradoria Geral do Estado.

    Folha de São Paulo

  • PF investiga se milhares de munições compradas nos EUA seriam usadas para alimentar o crime organizado em GO

    PF investiga se milhares de munições compradas nos EUA seriam usadas para alimentar o crime organizado em GO

    Segundo a Polícia Federal, a compra do material precisa de autorização prévia do Exército Brasileiro, o que os suspeitos não tinham. Investigados foram presos.

    A Polícia Federal investiga o destino das munições apreendidas em uma operação que prendeu goianos, que possuem o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), suspeitos de comprá-las nos Estados Unidos e transportar em contêineres ao Brasil. A investigação apura se as armas e as munições seriam usadas para abastecer o crime organizado em Goiás.

    “Essa quantidade de munição é um volume que não condiz com a prática do esporte por eles praticado. Vamos fazer uma análise […] de qual o destino dessa quantidade de munições, pode ser que ela teria um destino diferente com o qual o adquirente fez a compra”, explicou o delegado Rodrigo Teixeira.

    Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não localizou a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

    A investigação começou em 2021, após a apreensão de mais de 12 mil munições no Porto de Santos, em São Paulo. Neste ano, a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra os goianos em Goiânia e Trindade, na Região Metropolitana da capital, e um mandado de busca e um de prisão na cidade de São Francisco (Califórnia), nos EUA.

    “A partir de agora vamos fazer uma análise do que foi apreendido, imputar a responsabilidade a cada um dos envolvidos a medida da sua responsabilidade, da sua culpabilidade, e procurar quem mais está envolvido com o tráfico”, completou o delegado.

    A operação prendeu duas pessoas e apreendeu armas e dinheiro:

    • 15 armas apreendidas
    • R$ 12 mil reais
    • 61,7 mil dólares

      Investigação

      A investigação começou em 2021, durante uma fiscalização da Receita Federal no Porto de Santos, em São Paulo. No local, foram encontradas 12 mil munições dentro de um contêiner que havia saído dos EUA com destino a Goiânia.

      Segundo a PF, as munições eram adquiridas em nome de pessoas que residiam na capital de Goiás. A partir dessa apreensão, a PF e a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), identificaram que dezenas de outros contêineres, que também saiam dos Estados Unidos, eram destinados a moradores de Goiás. Eles adotaram o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes.

  • ‘Eram meu rosto e minha voz, mas era golpe’: como criminosos ‘clonam pessoas’ com inteligência artificial

    ‘Eram meu rosto e minha voz, mas era golpe’: como criminosos ‘clonam pessoas’ com inteligência artificial

    Poucas horas depois de ver a filha sair de casa para trabalhar, a advogada aposentada Karla Pinto recebeu uma chamada de vídeo em seu celular.

    Do outro lado do vídeo, sua filha, a advogada criminalista Hanna Gomes, pedindo uma transferência via pix de R$ 600.

    Três fatores fizeram a aposentada desconfiar da situação: na chamada de vídeo sua filha estava com uma blusa diferente da que havia saído de casa; a conta para a qual o dinheiro deveria ser transferido seria de uma amiga da filha e não a dela própria e, principalmente, a filha não havia chamado a mãe pelo apelido carinhoso que as duas comumente usam entre elas.

    Ao notar essas situações desconexas, a aposentada decidiu checar se realmente era Hanna que aparecia no vídeo e perguntou qual era o nome do cachorro da família e do vizinho que mora em frente à casa delas. Depois disso, a chamada foi desligada.

    “Eram o meu rosto, meu cabelo e a minha voz. O único detalhe é que a voz estava um pouco em descompasso com o vídeo, mas sabemos que isso pode acontecer devido à conexão com a internet. É assustador ver a evolução desse tipo de golpe”, diz Hanna à BBC News Brasil.

    Hanna sorrindo para foto em retrato
    Hanna Gomes relata que sua família foi vítima de golpe usando deep fake

    A advogada explica que acredita que criminosos tenham usado inteligência artificial (IA) para criar um “clone” dela e tentar aplicar golpes com sua imagem.

    Esses conteúdos são produzidos em softwares que usam IA para recriar a voz de pessoas, trocar o rosto em vídeos e sincronizar movimentos labiais e expressões.

    “Tenho diversos conteúdos de aulas online e vídeos nas redes sociais que facilmente podem ter sido usado pelos criminosos para criar essa deep fake. E mesmo a gente tomando alguns cuidados como salvar os contatos dos familiares pelo nome, e não como pai e mãe, não foram suficientes para driblar a ação de criminosos”, conta a advogada.

    A família registrou o caso na Delegacia de Crimes Virtuais da Polícia Civil do Distrito Federal (DF), que investiga o ocorrido. Segundo a Polícia Civil do DF não estatísticas fechadas sobre esse tipo de crime usando IA.

    Estelionatos por meio eletrônico cresceram no Brasil

    Golpes como o que os criminosos tentaram aplicar na mãe de Hanna e que exigem transferências bancárias por aplicativos de celular ou no ambiente virtual entram na categoria do estelionato eletrônico.

    Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 mostram que no ano passado foram registrados 200.322 casos de estelionato por meio eletrônico, número 65% maior do que o registrado em 2021, quando esse número foi de 120.470.

    Os Estados com mais casos desse tipo de golpe são Santa Catarina (64.230), Minas Gerais (35.749), Distrito Federal (15.580) e Espirito Santo (15.277).

    Segundo o levantamento, os Estados de Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo não disponibilizaram dados sobre esse tipo de crime até a conclusão da pesquisa.

    Uso de IA para aplicar golpes

    Idoso segurando cartão e celular
    CRÉDITO,GETTY IMAGES – Uma das recomendações para se proteger de golpes é fazer perguntas específicas

    Com o avanço da tecnologia e da IA, é cada vez mais comum surgirem softwares que conseguem reproduzir a imagem de uma pessoa com voz dela, criando frases completas e imitando até mesmo os trejeitos de fala e sotaque.

    Para fazer essa criação basta ter acesso a poucos segundos de imagem ou da voz da pessoa — como, por exemplo, um vídeo postado nas redes sociais ou até mesmo um áudio enviado em aplicativos de mensagem.

    “Uma pessoa curiosa, que busca tutoriais sobre essas ferramentas, consegue fazer isso em poucos minutos. Não precisa ser um especialista em tecnologia. Hoje temos filtros que a pessoa consegue falar e a voz dela é alterada em tempo real”, explica Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação. Esses são os chamados vídeos deep fake.

    Já no caso das chamadas de vídeo fake, realizadas em tempo real como no caso da Hanna, a criação é um pouco mais complexa. Para isso é necessário um computador um pouco mais potente e programas mais avançados.

    “É como se você pudesse criar um personagem de videogame que pode falar e agir como uma pessoa real, usando a voz e a imagem de alguém. Essa tecnologia pode ser usada para fazer chamadas de vídeo, onde parece que você está conversando com alguém, mas, na verdade, é uma versão criada por IA dessa pessoa. No entanto, isso exige tecnologia mais avançada e pode não estar tão facilmente disponível para todos”, explica Rogério Guimarães, diretor-executivo da Covenant Technology.

    Distinguir se um conteúdo é verdadeiro ou criado pela tecnologia é um desafio. Mas segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, algumas características desses vídeos e imagens pode ajudar a verificar se ela é real ou não.

    “A falta de naturalidade na movimentação da pessoa pode levantar suspeitas, assim como a inconsistência da iluminação e a falta de sincronização. É importante, em caso de dúvidas, buscar comprovar a identidade da pessoa. Perguntar coisas que somente esta pessoa seria capaz de responder e até mesmo pedir para filmar algo da casa”, ensina Rafael Sampaio, gerente nacional da NovaRed, conglomerado ibero-americano de cibersegurança.

    Veja 7 dicas para se proteger de golpes que usam IA

    Fique atento: tenha consciência que esse tipo de golpe existe e desconfie de qualquer tipo de conteúdo em vídeo, áudio ou imagem;

    Use o telefone ou fale pessoalmente: na dúvida se é realmente a pessoa que está interagindo por uma chamada de vídeo ou em um vídeo use o telefone e ligue direto para aquele contato ou tente falar com ele pessoalmente;

    Atenção aos detalhes: analise detalhes de movimentações dos olhos e da boca, eles podem indicar algumas inconsistências e falta de naturalidade;

    Qualidade da conexão: se a imagem ou o som parecem perfeitos demais, ou, ao contrário, artificialmente distorcidos, pode ser um sinal;

    Perguntas específicas: faça perguntas a respeito de situações que só você e a pessoa vivenciaram ou criem uma frase, ou palavra-chave para confirmar a autenticidade de quem está do outro lado da chamada;

    Mude de assunto: se você suspeitar que algo está errado durante uma ligação ou chamada de vídeo, tente mudar de assunto, perguntando como está no trabalho. Muitos golpistas acabam desligando nessas situações;

    Atenção redobrada em pedidos de dinheiro: ⁠casos que envolvam pedidos de dinheiro, seja por PIX ou outras transferências eletrônicas, redobre a atenção. Nesses casos existe uma chance muito grande de ser um golpe.

    BBC

  • O renomado neurocientista que não acredita no livre arbítrio: ‘Somos a soma do que não podemos controlar’

    O renomado neurocientista que não acredita no livre arbítrio: ‘Somos a soma do que não podemos controlar’

    Em uma sociedade construída para que as pessoas se sintam culpadas por coisas que não podem controlar, acreditar que não existe o livre arbítrio poderia ser libertador.

    É isso que pensa o neurologista americano Robert Sapolsky, professor de Biologia e Neurologia da Universidade de Stanford, nos EUA. Para ele, o livre arbítrio é uma ilusão.

    Considerado um dos cientistas mais venerados da atualidade pela revista New Scientist, Sapolsky passou três décadas estudando babuínos selvagens no Quênia, o que lhe permitiu descobrir interações sociais complexas.

    Suas pesquisas ajudaram a compreender aspectos do comportamento humano e o impacto do estresse na saúde.

    Mas sua posição é minoritária entre pensadores contemporâneos.

    Sapolsky é autor de vários livros, entre eles de Comporte-se: A biologia humana em nosso melhor e pior (Cia das Letras) e de Determined: A Science of Life Without Free Will (Determinado: A ciência da vida sem livre arbítrio, em tradução livre), lançado no final do ano passado nos EUA e ainda sem edição em português.

    No livro mais recente, Sapolsky afirma que “detrás de cada pensamento, ação e experiência há uma cadeia de causas biológicas e ambientais, que se estende desde o momento em que surge o neurônio até o início de nossa espécie e mais além. Em nenhuma parte desta sequência infinita há um lugar onde o livre arbítrio pode desempenhar um papel”.

    Sapolsky conversou com a BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, sobre o livro.

    O que é livre arbítrio?

    Segundo o pesquisador, a melhor forma de explicar o livre arbítrio é explicando o que não é livre arbítrio.

    “É onde as pessoas cometem o maior erro. Circunstâncias onde tomamos uma decisão existem todos os dias, por exemplo, onde escolher o que comer. Mas não é disso que falamos quando falamos em livre arbítrio”, explica.

    “Para tomar uma decisão, estamos conscientes, temos uma intenção e agimos em conformidade. Sabemos qual será o resultado provável, sabemos também o que temos ou o que não temos que fazer, temos alternativas e, para a maioria das pessoas, intuitivamente isso seria ter livre arbítrio.”

    “Nos Estados Unidos, todo o sistema jurídico é baseado na ideia de que as pessoas têm escolhas e, conscientemente, poderiam ter tomado outra decisão.”

    Mas, segundo Sapolsky, sua perspectiva vai muito além disso.

    “Como você se tornou o tipo de pessoa que tende a ter esse tipo de intenção ou a tomar certo tipo de decisão? Como isso aconteceu? E aqui é onde o livre arbítrio simplesmente não existe, aí é onde ele evapora.”

    Outra área onde as pessoas tendem “emocionalmente e intuitivamente” a ver o livre arbítrio está em grandes conquistas, diz Sapolsky.

    Por exemplo, quando você olha para alguém que talvez não fosse tão talentoso em determinadas áreas e, ainda assim, com muito trabalho e autodisciplina, se destacou.

    “Quando a pessoa poderia estar curtindo a vida com os outros, ela ficou estudando. E isso é muito inspirador. Talvez ela não tivesse uma ótima memória ou uma grande mente lógica ou analítica, mas teve muita tenacidade.”

    Quando alguém tem muito talento mas os outros consideram que a pessoa “os disperdiçou”, também tendem a pensar em livre arbítrio – a pessoa teria escolhido não agir.

    “Essas são duas áreas onde as pessoas simplesmente decidem que é onde está o livre arbítrio, mas ele não está lá. Não acho que esteja em lugar nenhum.”

    Determinismo

    Sapolsky propõe que quando o nosso cérebro gera um comportamento particular, ele é determinado por algo que aconteceu pouco antes, que por sua vez é determinado por algo que existia antes disso, numa longa cadeia.

    “Para mim, é como se cada momento fosse resultado do que veio antes”, afirma ele, explicando o que é determinismo. “Este é um mundo em que não há nada que aconteça sem explicação, sem um precedente.”

    “O que aconteceu, aconteceu por causa do que aconteceu antes e isso se aplica a todos os mecanismos que nos tornam quem somos.”

    Sapolsky parou de acreditar no livre arbítrio quando era adolescente.

    “Tem sido um imperativo moral para mim ver os humanos sem julgá-los e sem acreditar que alguém merece algo especial. Isso é viver sem odiar e sem acreditar que mereço privilégios”, escreve ele no livro.

    “Se você aceita que não existe livre arbítrio, que somos nada mais nada menos que a soma da biologia e do meio ambiente, se você realmente acredita nisso, a culpa e a punição não fazem sentido, a menos que você os entenda em termos instrumentais”, explica ele à BBC Mundo.

    Por exemplo, diz ele, se pegarmos a aplaysia, um caracol marinho que tem sido objeto de extensos estudos no campo da neurociência, sabemos que se batermos na cabeça dele, isso causará uma reação.

    “Você faz isso para entender o comportamento. Você não bate nele porque acha que ele é mau”, explica.“Da mesma forma, elogios e recompensas não têm sentido em si. Eles podem ser usados ​​instrumentalmente, mas não são virtudes em si.”

    “E se for esse o caso, ninguém tem o direito de ter as suas necessidades consideradas mais importantes do que as necessidades dos outros. E odiar alguém faz tanto sentido quanto odiar o coronavírus.”

    “Algo precisa ser feito sobre o fato de que todos nós fomos criados para aceitar que algumas pessoas são tratadas muito melhor do que outras por coisas sobre as quais elas não tiveram nenhum controle”, afirma.

    “Da mesma forma, alguns são tratados de forma muito pior por coisas sobre as quais não tiveram controle. O maior problema é que tratamos isso com naturalidade na maior parte do tempo.”

    Teias de Aranha

    Na discussão sobre o livre arbítrio, há uma questão que para Sapolsky é fundamental: de onde vêm nossas intenções?

    Não se fazer essa pergunta – diz ele – é como acreditar que tudo o que é preciso para avaliar um filme é ver apenas os últimos três minutos.

    Para me explicar o significado dessa pergunta, ele pega uma caneta e diz que está fazendo esse ato conscientemente, que o ato de segurá-la é “cheio de intenção”.

    “É inconcebível para mim imaginar todas as coisas que levaram a este momento, seria muito difícil fazê-lo”, afirma.

    Além disso, “nossa intenção ao fazer algo parece tão poderosa que não podemos imaginar que não podemos tomar não tomar aquela decisão se não quisermos”.

    Ou em, outras palavras: nosso desejo de fazer algo é tão forte que não passa pela nossa cabeça que não podemos não desejar o que desejamos.

    O pesquisador descreve outro cenário: imagine um homem que assassinou um grupo de pessoas.

    Aos 10 anos, esse indivíduo havia sofrido um acidente de carro que destruiu 75% de seu córtex frontal, área do cérebro importante para a interpretação, expressão e regulação das emoções.

    “Por que essa pessoa se tornou quem é? Um único acontecimento [o acidente] foi como um terremoto” em sua vida, diz ele. “Agora olhe para o resto de nós. Imagine que existem milhões e milhões de teias de aranha invisíveis, pequenos fios, que trouxeram você até este momento e fizeram de você quem você é.”

    O acidente de trânsito no caso do criminoso ou a altura do corpo de um astro do basquete são “causas únicas” e são “muito fáceis de entender”.

    Os problemas surgem – explica o especialista – quando abordamos a “causalidade distribuída”.

    “Quando falamos sobre quem somos, na maioria dos casos são milhões desses pequenos fios invisíveis Juntos, isso é tão determinístico quanto ter seu córtex frontal destruído em um acidente de carro.”

    O argumento científico

    Sapolsky explica que qualquer neurônio (célula do sistema nervoso) funciona como resultado do que os outros milhares de neurônios ao seu redor estão fazendo.

    “Ele poderia ter conexões com até 50 mil outros neurônios, não é uma ilha. O que quer que esteja fazendo se enquadra nesse contexto.”

    Como argumento em defesa de sua tese, ele pede que lhe seja mostrado “um neurônio (ou um cérebro) cuja geração de comportamento é independente da soma de seu passado biológico”.

    O professor nos convida a pensar na nossa adolescência, na nossa infância, em quando estávamos no útero.

    “Os seus neurônios são compostos pelos genes com os quais você começou quando era uma célula.”

    E muito antes disso: “Os seus antepassados ​​eram pastores ou agricultores? Viveram numa floresta tropical ou no deserto? Porque isso será transmitido século após século e o trabalho de cada geração é esculpir o cérebro dos seus filhos para que eles tenham os mesmos valores culturais”.

    O mesmo vale para outros mecanismos de funcionamento do corpo.

    O trifosfato de adenosina (ATP), por exemplo, é uma molécula que as células utilizam para obter energia.

    Se você não dormiu bem na noite passada ou não comeu, certas células apresentarão menos ATP do que o normal.

    “Anos atrás, meu laboratório mostrou que se você estiver sob estresse enquanto dorme, acumulará menos ATP no cérebro do que se não estivesse estressado.”

    Outro exemplo são os hormônios. Se tivermos um nível mais elevado de um determinado hormônio, isso pode influenciar se, por exemplo, nos sentiremos mais irritados ou mais abertos a correr riscos, e também o quão sensível será o nosso cérebro a determinados estímulos externos.

    Sapolsky nos lembra que os hormônios regulam os genes e que, por sua vez, os genes têm muito a ver com a encruzilhada da tomada de decisões.

    Com tudo isso em mente, ele coloca o desafio: “vá e mude todos esses fatores. Se o neurônio fizer exatamente a mesma coisa, isso é livre arbítrio.”

    “Mostre-me que seu cérebro apenas produziu um comportamento independente de tudo isso, e se você fizer isso, estará demonstrando livre arbítrio”, diz ele.

    Para o neurobiólogo, no século 21 temos muito conhecimento científico que tem mostrado o quão importante são os genes, a parte hormonal, o meio ambiente como peças que, juntas, nos tornam quem somos.

    “Não me cabe provar que livre arbítrio não existe. Acho que o ônus da prova recai sobre as pessoas que insistem que existe livre arbítrio”, diz ele. “Mostre-me hormônios que fazem o oposto do que normalmente fazem. Mostre-me que você acabou de mudar sua sequência de DNA. Faça isso e depois vamos falar sobre livre arbítrio.”

    Visão pessimista

    Mas essa não seria uma visão um pouco pessimista? Afinal, qual seria o sentido de nos esforçarmos para tomar as melhores decisões se no final, como ele diz em seu livro, “não somos nem mais nem menos do que a soma do que não podemos controlar”: a nossa biologia, o nosso ambiente e a interação entre os dois.

    Ele diz que é essa visão, na verdade, que é pessimista – mas esclarece que não é a pessoa certa para responder essa pergunta.

    “Porque tive sorte na vida, as coisas correram bem para mim por motivos que não controlo.”

    Ele afirma que muitas pessoas não tiveram a mesma sorte e que a culpa não é delas ou que lhes falta autocontrole. Por exemplo, “se o seu córtex frontal se desenvolveu desta forma e não daquela, não é que você seja preguiçoso”.

    “Para a maioria das pessoas, isso deveria ser uma ótima notícia, porque é toda uma sociedade que foi construída em torno da ideia de que você deveria se sentir muito mal consigo mesmo ou com coisas sobre as quais não tem controle”.

    Na verdade, ele acredita que a ideia de que não somos os donos do nosso destino pode ser uma visão bastante “libertadora e humana”.

    Reações

    Embora ao longo da história tenha havido alguns céticos do livre arbítrio, também há muitos que, dentro e fora da academia, defendem a sua existência.

    O livro de Sapolsky gerou reações distintas.

    Adam Piovarchy, pesquisador da Universidade de Notre Dame, escreveu um artigo no site de notícias científicas The Conversation intitulado: “Professor de Stanford diz que a ciência prova que o livre arbítrio não existe. Veja por que ele está errado.”

    Piovarchy sustenta que Sapolsky comete o erro de assumir que as questões sobre o livre arbítrio “são respondidas simplesmente observando o que a ciência diz”, e ele acrescenta que o livre arbítrio é também uma questão metafísica e moral, algo que os filósofos vêm estudando há muito tempo.

    John Martin Fischer, filósofo e professor da Universidade da Califórnia, especialista em livre arbítrio, também questiona a abordagem do neurocientista.

    “Sapolsky deseja abrir nossos olhos para o que ele considera nossas falsas crenças de que somos livres e moralmente responsáveis, e até mesmo agentes ativos, três aspectos centrais e fundamentais da vida humana e de nossa navegação através dela”, escreveu Fischer em uma resenha publicada pela Universidade de Notre Dame. Segundo ele, o cenário é muito diferente se o problema é abordado pela perspectiva da filosofia. “A ciência, claro, é relevante; mas isso não torna o livre arbítrio uma questão científica.”

    Sapolsky não vê as coisas dessa forma: “de certa forma, só a ciência tem algo a dizer sobre isso”, ele me diz, pois é o que nos ajuda a “entender como você se tornou a pessoa que é agora”.

    Para o escritor Oliver Burkeman, o autor demonstra em sua obra que enfrentar a inexistência do livre arbítrio “não precisa nos condenar à amoralidade ou ao desespero”.

    Em resenha do livro, publicada no The Guardian, Burkeman afirma que quando o cientista aborda como deveríamos viver sem livre arbítrio, sua “visão de mundo humanista vem à tona”.

    “Alguns argumentam que perceber que nos falta liberdade pode nos transformar em monstros morais. Mas ele argumenta de forma comovente que é na verdade uma razão para viver com perdão e compreensão, para ver ‘o absurdo de odiar alguém por qualquer motivo’.”

    Keiran Southern escreveu no The Times que “se as ideias de Sapolsky fossem amplamente aceitas, elas levariam a mudanças sociais profundas, principalmente no sistema de justiça criminal”.

    Talvez Sapolsky queira convencer de que o livre arbítrio não existe, mas se não conseguir, pelo menos convida a pensar que é possível que haja menos livre arbítrio do que se supõe.

    “Já sabemos o suficiente para compreender que o número infinito de pessoas cujas vidas são menos afortunadas que as nossas não merecem ser ignoradas”, escreveu o cientista.

    BBC

  • Simone Mendes vende mansão de R$ 10 milhões para criminosos russos

    Simone Mendes vende mansão de R$ 10 milhões para criminosos russos

    Simone Mendes vendeu sua mansão em Fortaleza por R$ 10 milhões para criminosos russos. O grupo que comprou o imóvel foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que apreendeu US$ 223.944 dólares, R$ 55 mil reais, relógios de luxo e aparelhos celulares.Simone Mendes relembra 'profecia' sobre retirada de útero após nascimento da segunda filha

    A assessoria da cantora esclareceu a situação em um comunicado nesta quarta-feira (28). Foi informado que a venda da casa aconteceu de forma regular e que seguiu as legislações brasileiras.

    “A RSS Produções artísticas e entretenimento, escritório responsável pelo gerenciamento de carreira da artista Simone Mendes, vem a público esclarecer que a venda do imóvel da artista, em Fortaleza, ocorreu de forma regular e dentro da legislação brasileira”, diz a nota.

    Além disso, afirmam que Simone Mendes não esteve envolvida diretamente na negociação da venda do imóvel: “A operação de venda fora intermediada por uma imobiliária local, jamais tendo a artista e seu marido qualquer contato pessoal e/ou presencial com os compradores”.

    Veja como é a mansão de R$ 10 milhões que Simone Mendes vendeu a criminosos  russos

    PaiPee

  • Filho de Donald Trump recebe carta com pó branco e ameaça de morte

    Filho de Donald Trump recebe carta com pó branco e ameaça de morte

    O filho do ex-presidente Donald Trump recebeu uma carta com um pó branco suspeito na segunda (26).

    A carta foi enviada para a casa de Donald Trump Jr. na Flórida, nos EUA. Ele abriu a carta, que também continha uma ameaça de morte e acionou os serviços de emergência.Image

    Agentes com trajes de segurança recolheram o material, que foi enviado para análise. O resultado foi inconclusivo, mas as autoridades acreditam que o pó não ofereça nenhum risco, afirmou Andrew Surabian, porta-voz de Trump Jr., à CNN.

    O caso é investigado pela polícia de Júpiter e pelo Serviço Secreto dos EUA. Trump Jr. é um dos principais substitutos do pai em campanha e eventos.

    É a segunda vez que uma carta com pó branco é enviada para o filho de Trump. Em 2018, sua esposa foi internada após abrir um envelope com a substância não identificada. A polícia descobriu depois que o pó não era perigoso.

    O uso de pó branco em ataques é relatado nos EUA desde 2001, segundo a mídia americana. As cartas com pó já foram enviadas para o gabinete de dois senadores e à imprensa e mataram cinco pessoas.