Categoria: Mundo

  • Musk ultrapassa Jeff Bezos e volta ao posto de americano mais rico do mundo na lista da Forbes

    Musk ultrapassa Jeff Bezos e volta ao posto de americano mais rico do mundo na lista da Forbes

    Elon Musk, CEO e maior acionista individual da Tesla, ultrapassou Jeff Bezos, fundador da Amazon, na lista de bilionários da Forbes nesta segunda-feira, 29. Musk, que tem participação de 13% na Tesla, teve um aumento de US$ 11 bilhões em sua fortuna nesta manhã, crescendo de US$ 191,1 bilhões para US$ 202 bilhões (R$ 1,03 trilhão), de acordo com os cálculos da publicação.

    Segundo a lista em tempo real da Forbes, Musk já está com fortuna de US$ 206,2 bilhões, enquanto Bezos está com US$ 199,2, segundo dados coletados por volta das 15h (horário de Brasília) desta segunda-feira.

    Musk e Bezos são a segunda e a terceira pessoa mais ricas do mundo, respectivamente, atrás apenas de Bernard Arnault, que comanda o conglomerado de artigos de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que reúne 75 marcas de moda e cosméticos, entre elas Louis Vuitton, Dior, Givenchy, Tiffany & Co. e Sephora.

    O salto no patrimônio de Musk se deu após a alta das ações da Tesla, de onde vem a maior parte de sua fortuna. Nesta segunda-feira, as ações dispararam “graças ao otimismo sobre suas perspectivas no importante mercado chinês, aumentando consideravelmente as participações do CEO da empresa”, aponta a Forbes.

    As ações da Tesla aumentavam 12%, para US$ 189 por ação logo após a abertura do mercado, o que somou US$ 65 bilhões (R$ 332,1 bilhões) em valor de mercado, atingindo assim o seu maior nível intradiário desde 4 de março.

    Musk esteve na China durante o fim de semana e anunciou um acordo entre a sua companhia e a gigante chinesa Baidu para trazer a tecnologia de direção semiautônoma para o país asiático.

    Estadão

  • Missão do Congresso chega aos EUA, em defesa da democracia

    Missão do Congresso chega aos EUA, em defesa da democracia

    O grupo de congressistas brasileiros que desembarcou nesta segunda-feira, na capital norte-americana, participa nos próximos dias da formação de uma “frente internacional em defesa democracia”. A iniciativa partiu de parlamentares daquele país que investigaram a invasão ao Capitólio, quando houve mortos e feridos durante o assalto promovido por seguidores do então presidente Donald Trump.

    A partir desta terça-feira, uma comitiva suprapartidária de parlamentares que participaram da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos inicia uma série de agendas em Washington, a convite dos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 06 de Janeiro de 2021, dia do ataque ao Capitólio — disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em vídeo gravado.

    Investidas

    A parlamentar integra a comitiva “ao lado da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da nossa CPMI, do senador Humberto Costa (PT-PE) e dos deputados os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG) e Rafael Brito (MDB-AL). Juntos, pretendemos iniciar uma frente internacional em defesa da democracia e organizar o enfrentamento à extrema-direita”, acrescentou.

    Os congressistas já têm agendas marcadas com o deputado Jamie Raskin, que presidiu a CPI norte-americana; com o democrata Bernie Sanders, ex-candidato à Presidência dos EUA; com a Comissão de Direitos Humanos da OEA e uma série de movimentos sociais ligados à defesa da democracia.

    — Esperamos retornar com uma construção sólida para combater com mais solidez às investidas da extrema-direita — resumiu Feghali.

    Correio do Brasil

  • Homem armado com espada mata garoto de 13 anos e deixa quatro feridos em Londres

    Homem armado com espada mata garoto de 13 anos e deixa quatro feridos em Londres

    Um adolescente de 13 anos morreu e quatro pessoas ficaram feridas ao serem atacadas por um homem armado com uma espada no Leste de Londres na manhã desta terça-feira (30). A polícia afirma que o incidente “não parece estar vinculado ao terrorismo”.

    A polícia recebeu uma ligação “pouco antes das 7h00” (pelo horário local) para se deslocar a uma estação de metrô na zona de Hainault onde, segundo testemunhas, “várias pessoas foram apunhaladas”. Ainda de acordo com o comunicado das forças de ordem, “um homem foi preso com uma espada” e, segundo testemunhas, o suspeito atacou transeuntes “e dois policiais”.

    O serviço de ambulâncias londrino confirmou na rede social X ter “atendido cinco pessoas” que foram levadas para o hospital.

    Imagens publicadas nas redes sociais e recolhidas pela mídia britânica mostravam um homem branco, vestindo calça preta e um moletom amarelo com capuz, espada na mão, andando de forma irregular em frente às casas, enquanto carros da polícia cercavam o local. Testemunhas relataram ter ouvido gritos.

    No início da tarde, o representante da polícia Stuart Bell informou que uma das vítimas não resistiu aos ferimentos. “É com uma grande tristeza que confirmamos que um dos feridos no ataque, um garoto de 13 anos, morreu”, anunciou em uma declaração à imprensa.

    O autor do ataque, um homem de 36, anos foi detido. Segundo Ade Adelekan, oficial da polícia citado em um comunicado, “o ataque não parece estar vinculado ao terrorismo”.

    Ataques com facas em alta

    O primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, reagiu ao incidente. “Tal violência não tem lugar nas nossas ruas”, escreveu na rede social X. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse estar “absolutamente devastado” com o episódio.

    Os ataques com facas e espadas estão aumentando no Reino Unido. Segundo dados oficiais, no ano passado eles aumentaram 7%, para atingir quase 50 mil casos, na Inglaterra e no País de Gales. Em Londres, esses ataques aumentaram 20%, com 14.577 ocorrências registradas, voltando aos níveis anteriores à pandemia de coronavírus. Esse tipo de crime tinha registrado uma alta preocupante em 2019.

    Na semana passada, o premiê criticou a política de segurança do prefeito de Londres, nas vésperas das eleições municipais marcadas para esta quinta-feira.

    Com informações da AFP

  • Grupo católico cria padre por IA, que faz até confissão, e causa polêmica

    Grupo católico cria padre por IA, que faz até confissão, e causa polêmica

    O grupo Catholic Answers lançou na semana passada um padre versão inteligência artificial. Padre Justin, entretanto, acabou sendo classificado como “assustador” por muitos.

    chatbot católico tem oferecido conselhos sexistas, visões desatualizadas sobre as mulheres, bem como absolvições no que um usuário chamou de “pesadelo ético, teológico e de privacidade”, de acordo com o site “Futurism”.

    Padre Justin sobre a sua “infância” em Assis (Itália), e que “desde muito jovem, senti um forte chamado ao sacerdócio”.

    aplicativo parecia convencer usuários de que era um padre de verdade, com declarações como: “Eu sou tão real quanto a fé que compartilhamos”. Justin chegava a incentivar a confissão aos que estavam do outro lado da tela.

    Um usuário postou capturas de tela no X (antigo Twitter) mostrando o chatbot fazendo sua confissão e até oferecendo um sacramento a algumas pessoas.

    “Agora tenho duas gravações dele realizando o sacramento e oferecendo absolvição”, escreveu

    Um sacramento é um rito cristão significativo, considerado um símbolo visível de Deus, e inclui práticas como batismo, confirmação, comunhão, penitência e unção dos enfermos.

    O objetivo do aplicativo era ajudar a informar as pessoas que optavam por explorar a fé católica, de acordo com Chris Costello, diretor de TI da Catholic Answers.

    “Embora isto não substitua a interação humana com um padre, acreditamos que pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar os nossos usuários a compreender e articular melhor os ensinamentos da fé católica”, postou ele no X. “Queríamos transmitir o espírito e a natureza das respostas que os usuários podem esperar, confiáveis, mas acessíveis, extraídas do poço profundo da tradição e do ensino católico. Acreditamos que a apresentação do Padre Justin homenageia os padres da vida real e o papel que desempenham na vida das pessoas, mas estamos confiantes de que os nossos utilizadores não confundirão a IA com um ser humano”, acrescentou.

    Após tanta polêmica, o Padre Justin acabou tirando o colarinho branco e aparecendo de blazer e camisa social.

    Extra

  • Cigarros eletrônicos e agrotóxicos são desafios na prevenção do câncer

    Cigarros eletrônicos e agrotóxicos são desafios na prevenção do câncer

    De acordo com projeção do Inca (Instituto Nacional do Câncer), em cerca de dez anos o país deverá chegar a um milhão de novos casos de câncer. A estimativa atual, para cada ano do triênio 2023-2025, está em 704 mil.

    Para inverter a tendência e diminuir a incidência da doença no país, que é uma das metas da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer -lei 14.758, sancionada em dezembro de 2023-, é necessária a prevenção. Roberto de Almeida Gil, diretor geral do Inca, conversou com jornalistas sobre o tema na 3ª edição do Global Fórum, promovido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de abril, em Brasília.

    Segundo Gil, que também é oncologista, membro da American Society of Clinical Oncology, da European Society of Clinical Oncology e do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais, somente de 10% a 12% dos cânceres são hereditários. A maioria é de causas esporádicas, mutações adquiridas ao longo da vida.

    “A gente quer diminuir a incidência com a lei. Como é que faz isso? Com prevenção. Por isso que enfatizamos tanto a prevenção. Como é que eu reduzi a incidência e mortalidade por câncer de pulmão? Com a diminuição da prevalência do tabagismo. Caímos de 35% para 10%. Qual é o nosso risco agora? Os vapes”, afirma Gil.

    “Se eu me exponho mais precocemente aos fatores que provocam câncer, por exemplo, se eu começo a fumar os dispositivos eletrônicos com idade mais precoce, como aos 14 anos, esses anos de carcinogênese ocorrem muito mais cedo. Eu acumulo as mutações mais precocemente”, explica o oncologista.

    A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) manteve, no dia 19 deste mês, a proibição da comercialização de DEFs (Dispositivos Eletrônicos para Fumar), conhecidos como vapes ou cigarros eletrônicos. Também são proibidos propaganda, fabricação, importação, distribuição, armazenamento e transporte dos dispositivos eletrônicos para fumar.

    Não há campanhas de conscientização sobre os riscos dos vapes, como ocorre com os cigarros normais, observa o médico. Cada vez mais jovens se sentem atraídos pelos formatos coloridos e cheiros de frutas, café, doce ou outros. Não se sabe ao certo se a nicotina é a única substância no dispositivo.

    “O ideal é que ninguém utilize. Ele é um produto de tabaco como os cigarros comuns e vai escravizar o jovem na dependência da nicotina.” Por outro lado, o especialista afirma que não há uma explosão do consumo no país. A prevalência está estabilizada.

    “Há uma percepção de que os jovens estão consumindo mais e são os maiores consumidores, mas quando pegamos os dados de prevalência no Vigitel [Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico], vimos que não aumentou. Então a lei que faz a proibição da comercialização e da propaganda está conseguindo manter essa taxa. Ela não teve aumento e é muito menor do que nos países que fizeram essa regulação. É de 7,5% contra menos de 1% que a gente tem no Brasil”, explica.

    De acordo com o Inca, são estimados 32.560 casos novos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão para cada ano do triênio de 2023 a 2025. Eles ocupam a quarta posição entre os tipos de câncer mais frequentes.

    “Quando a gente pensa em promoção da saúde e prevenção, existe uma escolha pessoal, a escolha de fumar ou não. Os programas e as políticas, quando bem implementadas e conduzidas, fazem com que as pessoas mudem esse desejo particular”, afirma Marcia Sarpa de Campos Mello, responsável pela Conprev (Coordenação de Prevenção e Vigilância do Câncer) do Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde.

    Estudo realizado pelo Inca/Conprev em 2023 indica que, para tratar as enfermidades associadas ao uso do tabaco, o Brasil gasta em torno de R$ 125 bilhões por ano. No entanto, os impostos que o país arrecada com a venda dos produtos de cigarro estão em torno de R$ 13 bilhões de reais.

    O aumento dos casos de câncer também tem outros fatores, como o envelhecimento da população. “O Brasil envelheceu em 40 anos o que a Europa demorou 400. A gente não fala mais em pirâmide populacional, mas em moringa populacional”, diz o oncologista.

    Entram na conta a concentração em grandes centros urbanos dos fatores que provocam câncer, com maior número de casos, a poluição ambiental e o tipo de alimentação.

    O consumo de ultraprocessados está relacionado com o desenvolvimento de pelo menos 14 tipos diferentes de câncer. Um deles é o colorretal.

    “Mudamos a indicação de colonoscopia dos 50 anos para os 45 anos, e provavelmente vai ter que mudar para os 40.”

    Estima-se que o Brasil tenha 45.630 casos novos de câncer colorretal para cada ano do triênio de 2023 a 2025 -é o terceiro entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil.

    Roberto de Almeida Gil afirmou, durante a conversa com os jornalistas, que há políticas a serem implantadas para melhorar a qualidade de alimentação -taxação dos ultraprocessados, merenda escolar melhor, programas de incentivo à agricultura familiar com alimentos mais baratos.

    O combate ao sedentarismo é outro desafio. No mundo moderno, é impactado pela violência. As pessoas têm medo de sair de casa para praticarem caminhada ao ar livre e serem assaltadas. “Superar a violência nos grandes centros urbanos não é uma política fácil”, comenta o especialista.

    Em algumas cidades do Brasil, o câncer de mama precoce foi relacionado com o uso de alguns agrotóxicos. “É absurdo que o Brasil ainda use agrotóxicos que já estão contraindicados em outras partes do mundo. É claro que a gente é uma potência do agro, mas exatamente por isso temos que ser uma potência também do agro bom, do agro que hoje não precisa utilizar defensivos agrícolas de péssima qualidade que já foram proscritos em outros lugares.”

    “Você vai ter no mundo inteiro um aumento dos casos de câncer, mas será muito maior nos países em desenvolvimento, pela melhora da capacidade de diagnóstico e porque a gente tem uma transição epidemiológica. À medida que você controla as doenças infecciosas, vive mais e vai tendo outras doenças crônicas não transmissíveis. O local onde mais vai aumentar o câncer é na África, porque lá estão tentando fazer o diagnóstico -o câncer passa a ser um problema para eles- e eles têm muitos fatores que já foram superados em outros locais”, explica o diretor do Inca.

    Um exemplo é a vacinação contra o HPV. “No Brasil, já atingimos 76% de uma dose nas meninas. A Organização Mundial de Saúde falou que só com uma dose do HPV a gente já consegue a imunização. Os casos de câncer de colo uterino ainda são muito frequentes na África.”

    “O câncer será a primeira causa de mortalidade, superando as doenças cardiovasculares, num futuro que não vai demorar muito”, afirma Gil.

    FolhaPress

  • Gérard Depardieu é preso em Paris acusado de agressão sexual durante filmagem

    Gérard Depardieu é preso em Paris acusado de agressão sexual durante filmagem

    O ator francês Gérard Depardieu foi preso, nesta segunda-feira (29), na polícia judiciária de Paris acusado de ter agredido sexualmente duas mulheres.

    O ator deverá responder ainda a acusações de ter feito comentários obscenos durante as filmagens de um longa-metragem em 2021 e de um curta-metragem em 2014.

    A primeira denúncia foi feita em fevereiro por uma decoradora que trabalhou na produção do filme “Les Volets Verts”, de Jean Becker, e que acusa o ator de agredi-la sexualmente em 2021.

    Ela afirma que o artista fez comentários indecentes e depois a “agarrou brutalmente” e “esfregou sua cintura, a barriga, até os seios”.

    A segunda mulher, uma ex-assistente de direção, fez uma denúncia semelhante. Segundo ela, Depardieu teria utilizado palavras indecentes por ocasião das filmagens de “Le Magicien et les Siamois”, de Jean-Pierre Mocky.

    Em março deste ano, a atriz Anouk Grinberg afirmou que produtores sabiam do comportamento de Depardieu.

    “Quando produtores de cinema contratam Depardieu para um filme, sabem que estão contratando um agressor”, disse Grinberg em entrevista à AFP.

    Becker, o diretor de “Les Volets Verts, “se atreve a dizer nos jornais que minhas palavras são escandalosas e que, obviamente, se Depardieu tivesse agido mal, teria falado entre homens”, disse ela.

    “Sabiam perfeitamente que duas mulheres haviam sido gravemente agredidas. E para encobrir sua covardia, sua incapacidade para proteger as mulheres, [Jean Becker e os produtores] me acusam de mentir.”

    Durante a filmagem havia uma profissional encarregada de evitar casos de assédio, mas Grinberg afirmou que nunca a conheceu. “Em alguns filmes com Depardieu, a equipe alertou antes de rodar: ‘se houver algum problema, calem-se. Se falarem, serão demitidos’”, disse.

    Em dezembro no ano passado, um vídeo vazado mostrava o ator fazendo comentários misóginos e obscenos. A gravação se somou a dezenas de acusações de violência sexual e uma denúncia de estupro contra Depardieu.

    O vídeo vazado foi gravado há cinco anos, durante uma visita de Depardieu à Coreia do Norte, mesmo ano em que a atriz Charlotte Arnould o denunciou por agressão sexual e dois estupros.

    “As mulheres adoram andar a cavalo. Seu clitóris roça no punho da sela. Elas gostam muito, são grandes vadias”, diz Depardieu, enquanto assiste a um treino de hipismo. Em seguida, o ator sexualiza uma criança que pratica o esporte. “Isso mesmo, minha garota, continue”, diz.

    FolhaPress

  • China deixa de ser a segunda maior parceira comercial da Argentina

    China deixa de ser a segunda maior parceira comercial da Argentina

    “Não só não vou fazer negócios com a China, como não vou fazer negócios com nenhum comunista” — esta foi uma das frases do então candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, durante a campanha eleitoral do ano passado.

    “Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os chineses não entram lá”, acrescentou, em entrevista ao jornalista Tucker Carlson, em setembro de 2023.

    Quando se tornou presidente, no entanto, Milei tentou contornar a situação e explicar sua posição frente ao gigante asiático.

    “Somos liberais. E se as pessoas quiserem continuar a fazer negócios com a China, podem continuar fazendo os mesmos negócios de sempre. O que eu disse é que não vou estar alinhado com os comunistas, e por acaso estou alinhado com os comunistas?”, disse, em outra ocasião, à agência de notícias Bloomberg.

    Essa distância entre os países parece ter se materializado na prática: Milei ainda não teve reuniões oficiais com o presidente chinês, Xi Jinping.

    Desde 10 de dezembro, início da gestão de Milei, o vínculo entre os países está assim, frio.

    Agora, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, está tentando outras abordagens ao liderar uma viagem internacional, que inclui uma passagem pela China entre os dias 28 e 30 de abril.

    No período que antecedeu a viagem, o governo chinês também demonstrou a sua vontade de “descongelar” a relação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que Argentina e China são “parceiros estratégicos abrangentes”.

    Mas, enquanto tudo isso acontece, uma informação espalha-se como um incêndio no mundo dos negócios e da geopolítica: a China deixou de ser o segundo parceiro comercial da Argentina em março.

    Segundo o último relatório sobre o intercâmbio comercial argentino, divulgado na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), esse lugar hoje pertence à União Europeia, enquanto a China é o terceiro.

    Números e motivos

    Março foi o primeiro mês de 2024 em que a China perdeu o segundo lugar entre os parceiros comerciais da Argentina. Isso aconteceu devido a uma queda nas importações e nas exportações. As vendas para a China caíram 24,2% na comparação anual, enquanto as compras contraíram 34,9% no mesmo período.

    Mas esse não parece ser um resultado isolado: desde que Javier Milei assumiu a presidência, o comércio entre os países não parou de diminuir. Em janeiro de 2024, as exportações subiram 10,7%, mas o restante das operações apresentou resultados negativos.

    “A China tem direcionado suas novas compras para o Brasil, por exemplo, de carnes”, afirma Miguel Ponce, economista e especialista em comércio exterior.

    “Tudo isso acontece porque o governo não compreendeu a necessidade de ‘desideologizar’ os nossos laços diplomáticos, para não prejudicar as nossas relações comerciais e econômicas”, acrescenta.

    Para Ponce, os novos alinhamentos que Milei estabeleceu com Israel e os Estados Unidos têm relação com a mudança no comércio com a China.

    Tendência ou evento específico

    Embora seja verdade que março foi o primeiro mês do ano em que a China foi relegada ao terceiro lugar entre os que mais negociam com a Argentina, e que no balanço final de todo o ano de 2023 o país asiático manteve o segundo lugar, vale a pena nos questionar se estamos perante uma mudança de tendência ou se isso se trata apenas de um acontecimento específico.

    “É uma tendência que vai se aprofundar, sem dúvida”, afirma Miguel Ponce, que insiste na necessidade de uma relação onde as diferenças ideológicas não sejam um obstáculo.

    Neste sentido, vale lembrar que esse fator é importante não apenas do ponto de vista comercial, mas também para resolver algumas pendências que a Argentina tem com a China. Exemplo disso são os próximos vencimentos do swap, empréstimo que surgiu de um acordo entre os bancos centrais dos dois países em 2009.

    Para renovar o vínculo comercial, uma reportagem do Itamaraty garante que Mondino viajará com uma “grande delegação de empresários de diversos setores, representantes da oferta exportável”. Além disso, participará de eventos de promoção comercial em Pequim e Xangai, e terá reuniões com investidores.

    Com tudo isto, será necessário ver se os últimos gestos de distensão – ou realidade, como a necessidade financeira da troca chinesa – prevalecem sobre os desejos do presidente Milei de não ter relações com países que considera “comunistas”.

    CNN

  • França cria 1ª usina do mundo capaz de reciclar plásticos e materiais destinados à incineração

    França cria 1ª usina do mundo capaz de reciclar plásticos e materiais destinados à incineração

    A França se prepara a lançar a “primeira fábrica do mundo” a reciclar “o que não pode ser reciclado”. Depois de desenvolver uma tecnologia inovadora, a Carbios agora está se preparando para abrir o que descreve como “a primeira usina do mundo” desse tipo no leste da França. “A primeira usina de biorreciclagem do mundo será feita na França”, saudou o presidente francês Emmanuel Macron, descrevendo o processo como uma “revolução tecnológica” e a fábrica a ser criada como “orgulho francês”.

    Com sua tecnologia, a empresa afirma ser capaz de reciclar produtos que ninguém quer. Garrafas, bandejas plásticas e roupas velhas em particular, mesmo aquelas de baixa qualidade ou sujas, são as mais procuradas pela empresa, já que a maioria das outras empresas de reciclagem não as processa.

    “Não estamos interessados na qualidade dos resíduos recebidos, estamos procurando até mesmo resíduos medíocres”, explicou à imprensa o diretor administrativo da Carbios, Emmanuel Ladent. “Com uma tecnologia como a da Carbios, vamos atrás de tudo o que os outros não reciclam”.

    Essa solução oferecerá “reciclagem circular para resíduos difíceis de reciclar, valorizando-os e evitando que sejam depositados em aterros ou incinerados”, resumiu o grupo, sediado em Clermont-Ferrand (centro-leste da França), no lançamento da pedra fundamental de sua fábrica em Longlaville (leste da França).

    Em termos concretos, uma enzima criada pela empresa tem a capacidade, quando misturada com resíduos em um tanque, de separar os diferentes componentes dos resíduos e deixar de lado o politereftalato de etileno (PET).

    É necessário cerca de um quilo de enzimas para uma tonelada de PET”, explicou Ladent. “Depois de algumas horas, sai um líquido”, uma vez que a enzima separou o PET. Em seguida, há estágios de filtragem e purificação para permitir a fabricação de PET totalmente bioreciclado, “sem comprometer sua qualidade”, de acordo com ele.

    Pouco desperdício

    Os plásticos PET são amplamente utilizados pela indústria, mas ainda são, em sua maioria, feitos de materiais derivados do petróleo, e não são reciclados.

    Com esse processo, “para uma tonelada de resíduos preparados, 90% do material sai na reciclagem”, explica Ladent, um número que está “entre os mais altos” nas várias técnicas de reciclagem. O restante sai “na forma de um bolo, ou seja, partículas, que será um excelente consumível, ideal, por exemplo, para a energia de uma fábrica de cimento”.

    O objetivo da Ladent agora é “licenciar” essa tecnologia e comercializá-la em todo o mundo, começando pela fábrica de Longlaville, a apenas alguns quilômetros de Luxemburgo e da Bélgica.

    Os resíduos PET, com “um mínimo de garrafas plásticas e um máximo de resíduos difíceis de reciclar”, de acordo com o Ladent, serão coletados em um raio de “300 a 500 quilômetros” dessa cidade fronteiriça, na França, Alemanha, Bélgica ou Luxemburgo.

    Diversas marcas, incluindo L’Occitane, L’Oréal, Salomon e Puma, já são parceiras da Carbios. Em particular, a Carbios planeja criar uma cadeia de reciclagem dedicada a têxteis, alguns dos quais são feitos de poliéster. De acordo com a Carbios, apenas 13% dos têxteis são reciclados atualmente.

    “Foi necessária uma década de pesquisa para aperfeiçoar essa técnica de reciclagem, conhecida como “despolimerização enzimática”, diz a empresa. Um processo inicial de pesquisa e desenvolvimento foi realizado em 2011, seguido de testes de campo em laboratório e, depois, do demonstrador industrial em Clermont-Ferrand.

    Localizada em um terreno de 13 hectares, a futura fábrica terá capacidade para processar 50.000 toneladas de resíduos por ano, o que representaria, por exemplo, 300 milhões de camisetas. Serão criados cerca de 150 empregos diretos e indiretos.

    O investimento, estimado em € 230 milhões em junho de 2023, será parcialmente financiado pelo governo francês. Espera-se que a fábrica esteja totalmente operacional em 2026.

    (Com AFP)

  • O padre que desafia o regime cubano: ‘É impossível ser sacerdote em Cuba sem dizer o que acontece aqui’

    O padre que desafia o regime cubano: ‘É impossível ser sacerdote em Cuba sem dizer o que acontece aqui’

    Quando lhe disseram que não poderia celebrar a tradicional procissão da Semana Santa, ele sabia que estava em apuros.

    Léster Zayas, 45 anos, não é daqueles padres que se limita a citar versículos bíblicos em seus sermões.

    Do púlpito da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, um imponente templo com 132 anos de história em Havana, Cuba, ele prefere abordar assuntos mais mundanos.

    “Eu poderia sempre falar do céu e esquecer as coisas terrenas, mas o Evangelho e Jesus Cristo nos levam diretamente à Terra, para entrar em contato com as pessoas”, explica o padre à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) por telefone.

    Abordar questões mundanas em Cuba é falar de um país atolado numa crise econômica contínua, marcada pela escassez de alimentos, pela emigração em massa e pela falta de energia — problemas que o governo cubano atribui às sanções impostas pelos Estados Unidos há décadas.

    “É impossível ser sacerdote em Cuba sem dizer o que acontece aqui, mas é claro que isso traz muitos conflitos”, afirma o padre Léster.

    Desde a Revolução Cubana que levou Fidel Castro ao poder em 1959, a relação entre o Estado e a Igreja Católica no país caribenho evoluiu de uma inimizade declarada para um progressivo entendimento.

    O governo passou da perseguição às práticas religiosas nas primeiras décadas do regime para uma abertura gradual a partir da década de 1990 — que culminou com as visitas dos papas João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco.

    A Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Vedado foi erguida em 1892
    A Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Vedado foi erguida em 1892 © Divulgação

    De acordo com a atual Constituição, de 2019, Cuba é um Estado laico que reconhece e garante a liberdade religiosa, embora na prática as congregações sejam rigorosamente supervisionadas pelas autoridades e praticamente não tenham acesso à educação e aos meios de comunicação.

    Na última Semana Santa, celebrada no final de março, o Estado autorizou 111 procissões em todo o país e proibiu pelo menos duas: uma na cidade de Bayamo e outra, pelo segundo ano consecutivo, no bairro de Vedado, na paróquia de Léster Zayas.

    “Segundo a informação que meus superiores me passaram, foi negada exclusivamente por minha causa, porque aparentemente nas homilias ofendo ou incomodo certas pessoas ou consideram as minhas homilias perigosas”, afirma o padre.

    Léster considera o veto “absurdo”.

    “Porque as procissões não são uma vontade do pároco; para mim, pessoalmente, uma procissão significa pouco, mas é algo que o povo pede”.

    A BBC pediu um posicionamento do governo cubano, mas até o momento da publicação da matéria não obteve resposta.

    ‘Cuba está morrendo’

    ‘Dizem-me que não têm o que comer; que os seus filhos vão para a escola sem quase tomar o café da manhã porque não há pão’, relata o padre© Arquivo pessoal

    Mas o que este padre fala nas suas homilias que tanto pode ter incomodar o governo cubano?

    “O que digo nas homilias é que aqui não é possível ver a realidade e aceitar o sofrimento das pessoas como normal”, responde.

    “Cuba está morrendo”, diz ele, sem fazer referências explícitas a políticos.

    O país atravessa a sua pior crise econômica desde o “Período Especial em Tempos de Paz” de 1990, o período de extrema miséria que se seguiu à dissolução do principal benfeitor da ilha, a União Soviética, e à queda do resto do bloco socialista no leste europeu.

    A crise endêmica da economia cubana, ancorada num modelo produtivo estatista e centralizado que muitos consideram ineficiente, agravou-se desde a pandemia devido à queda do turismo, às reformas que não deram os resultados esperados e ao endurecimento das sanções dos Estados Unidos, entre outros fatores.

    Isto está se refletindo em frequentes cortes de energia, na escassez de todo tipo de produto — desde alimentos e remédios até combustíveis — e no maior êxodo da história da ilha.

    Mais de meio milhão de cubanos, aproximadamente 5% da população, emigrou para os Estados Unidos, Espanha e outros países nos últimos dois anos e meio.

    Muitos frequentadores da igreja em Havana foram embora do país© Getty Images

    Diante disso, o padre Léster Zayas considera que a sua missão é ouvir os frequentadores da paróquia e responder ao “clamor do povo”.

    “Dizem-me que não têm o que comer; que os seus filhos vão para a escola sem quase tomar o café da manhã porque não há pão; que muitos idosos ficaram sozinhos e vivem desamparados devido à catástrofe migratória; que as pessoas não têm futuro e todas aguardam um visto para sair do país; que os doentes não têm medicamentos embora, segundo o discurso oficial, sejamos uma potência médica; que haja cada vez mais homens e mulheres vivendo nas ruas”, enumera.

    Relação pior nos anos recentes

    Perguntamos a Léster como começaram suas divergências com o governo do presidente Miguel Díaz-Canel.

    Ele garante que, por muito tempo, seu relacionamento com as autoridades foi cordial. Mas há aproximadamente quatro anos, explica, “não há possibilidade de interação direta; é sempre através dos superiores”.

    Ele lembra que seu primeiro conflito mais direto com o governo foi antes da pandemia, quando criticou os atos de repúdio — ações coletivas coordenadas de assédio a dissidentes.

    “Fiz a minha avaliação absolutamente negativa destes atos, que pertencem às páginas mais sombrias da história nacional e são terrivelmente violentos, odiosos, comparáveis ​​ao que estava acontecia na Alemanha nazista”.

    Desde então, ele afirma ser pressionado através dos superiores dele, a quem chegam mensagens ordenando que o padre se cale, seja punido ou mesmo que saia do país.

    “Também intimidam os meus superiores sobre os perigos que posso correr, embora saiba que não estou em risco nenhum, porque conheço as leis do meu país e sei até onde se pode ir para não ultrapassar as leis ou a Constituição”, garante.

    ‘Dizem que sou valente, mas não sou’

    As críticas do Padre Léster não se limitam ao espaço físico da sua paróquia.

    Ele também usa muito as redes sociais, onde publica conteúdo que expõe a situação precária de Cuba, denuncia injustiças e responsabiliza os líderes e o sistema político que prevalece na ilha há 65 anos.

    “Se há algo que considero que deva ser sabido porque é um ataque à verdade ou aos direitos, e acredito que a fonte é verdadeira, então compartilho”, afirma.

    Ele tem medo de retaliação?

    “Claro que sim, mas embora tema represálias, tenho ainda mais medo de não ser fiel ao meu povo”, responde o padre.

    “As pessoas dizem que sou ‘valente’, mas não sou nada valente. O que acontece é que tenho mais medo do inferno por não ser fiel à verdade e solidário ao sofrimento das pessoas do que de qualquer outra coisa”, afirma.

    Desde 11 de julho de 2021, quanto parte dos cidadãos cubanos clamaram por liberdade e melhores condições de vida nas maiores manifestações que a ilha já viu em seis décadas, o Estado intensificou a repressão contra críticos ao regime.

    Milhares de pessoas sofreram multas, interrogatórios ou penas de prisão por expressarem — em público ou online — opiniões contra o governo, segundo organizações de direitos humanos.

    Quase 300 pessoas que participaram desses protestos foram sentenciadas à prisão, e algumas delas foram condenadas a penas entre 5 e 25 anos pelo crime de perturbação da ordem pública.

    Perguntamos ao padre Léster se ele acredita que as suas críticas ultrapassam as “linhas vermelhas” do governo, algo que em Cuba pode muito bem levar uma pessoa para atrás das grades.

    “A grande linha vermelha é o que chamam de incitar as pessoas a irem às ruas, o que não é nem de longe a minha missão. É um direito das pessoas e elas decidem fazer isso por si mesmas”, afirma.

    Ele acrescenta que “outra linha vermelha é ofender os líderes da revolução, o que também está longe de mim”.

    “Também não é minha missão ofender ninguém. As minhas homilias não são dirigidas ao governo, não falo pelo governo nem contra certas pessoas, mas sim pelos meus paroquianos”, alega.

    De qualquer forma, ele reconhece que ser padre da Igreja Católica lhe dá alguma proteção.

    “Sempre senti o apoio dos meus dentro da instituição. O que muitas vezes me dizem é para eu me cuidar, que eles estão comigo, que eles estão atentos.”

    BBC Brasil

  • Advogados de vice-ministro da Defesa russo entram com recurso contra prisão preventiva, informa Tass

    Advogados de vice-ministro da Defesa russo entram com recurso contra prisão preventiva, informa Tass

     Advogados do vice-ministro da Defesa da Rússia, Timur Ivanov, entraram com um recurso contra uma decisão da Justiça de mantê-lo em prisão preventiva antes do julgamento, informou nesta sexta-feira a agência de notícias estatal Tass.

    Na quarta-feira, um tribunal do país manteve Ivanov detido por dois meses, acusado de aceitar subornos.

    A agência de notícias RIA informou, com base em documentos judiciais, que Sergei Borodin, um associado de Ivanov que também está sob custódia, também estava recorrendo das decisões que o mantêm preso.

    Documentos impetrados na corte informam que Alexander Fomin, cofundador de uma construtora chamada Olimpsitistroy, é suspeito de pagar propinas para Ivanov e Borodin.

    Reuters