Categoria: Mundo

  • Ex-Miss Venezuela morre aos 24 anos após cirurgia na boca

    Ex-Miss Venezuela morre aos 24 anos após cirurgia na boca

    Wilevis Brito, ex-candidata ao Miss Venezuela, faleceu aos 24 anos nesta quinta-feira (11), em Caracas, capital do país. A jovem, que também era jornalista, locutora e modelo, sofreu complicações após uma cirurgia na boca realizada na segunda-feira (8).

    Wilevis havia sido internada para a remoção de um caroço no lábio superior, segundo informações do “The Sun”. O procedimento ocorreu em um hospital de Caracas.

    De acordo com amigos da modelo, a cirurgia não era estética, mas sim por uma questão de saúde. O objetivo era evitar complicações futuras relacionadas ao desgaste maxilofacial e ao caroço no lábio.

    Apesar da intenção e das precauções, Wilevis apresentou complicações após a operação e faleceu no hospital onde estava internada. A causa da morte ainda está sendo investigada pelas autoridades.

    Wilevis ficou conhecida principalmente por sua participação em concursos de beleza, tendo concorrido ao Miss Venezuela. Além disso, ela também atuou como jornalista, locutora e modelo, trabalhando em diversos programas de TV.

  • Lula fica em desvantagem nos Estados liderados pela direita

    Lula fica em desvantagem nos Estados liderados pela direita

    Uma nova rodada da pesquisa da consultoria Quaest, divulgada nesta quinta-feira, aferiu os índices de aprovação e reprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos quatro Estados brasileiros que concentram o maior número de eleitores que apoiam a direita e a ultradireita. Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná foram ouvidos, entre os dias 4 e 7 de abril, os entrevistados no levantamento opinaram também sobre o desempenho da gestão petista.

    Em São Paulo, Lula é aprovado por 50% dos eleitores. A reprovação é de 48%. Apenas 2% não souberam ou não quiseram responder. No Estado, o governo federal soma 32% de avaliações positivas, tem 37% de avaliações negativas e é considerado regular por outros 29%. Novamente, 2% não souberam ou não quiseram responder.

    A pesquisa em SP ouviu 1.656 eleitores. A margem de erro, nesse recorte, é de 2,4 pontos percentuais.

    Mineiros

    Em Minas Gerais, o terceiro mandato de Lula é aprovado por 52% dos entrevistados. Outros 47% reprovam a atual gestão. 1% não soube ou não quis responder.

    Na avaliação do trabalho, o governo petista tem a avaliação positiva de 34% dos eleitores mineiros. A negativa é 35%. Há também outros 30% que avaliam a atual gestão como regular.

    Para MG, a margem de erro da pesquisa é levemente maior, sendo de 2,5 pontos percentuais. No estado, foram feitas 1.506 entrevistas.

    Paranaenses

    O presidente registrou 54% de reprovação no Paraná. A atual gestão soma apenas 44% de aprovação no Estado do Sul do País. Há 2% que não responderam.

    Na pesquisa, o governo petista também aparece em desvantagem mais larga. São 41% os que avaliam a gestão como negativa e só 30% indicam avaliação positiva ao trabalho do governo. Outros 27% marcam a opção regular.

    No Paraná, a margem de erro da pesquisa, que entrevistou 1.121 eleitores, é de 2,9 pontos percentuais.

    Goianos

    A Quaest mostrou, ainda, que Lula tem 49% de aprovação em Goiás e 50% de reprovação. Apenas 1% não soube ou não quis responder.

    A avaliação, assim como no Paraná, é mais negativa (40%) do que positiva (32%). O grupo ‘regular’ soma 27%.

    No Estado, foram 1.127 entrevistas e a margem de erro estimada é de 2,9 pontos percentuais.

    Governadores

    A consultoria Quaest também divulgou outra rodada de pesquisas sobre as avaliações dos governadores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. No levantamento, os quatro políticos aparecem com índices de aprovação superiores aos de desaprovação, em contraste com a avaliação do presidente Lula.

    Em São Paulo, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebeu a aprovação de 62% dos entrevistados. Outros 29% disseram que desaprovam a gestão Tarcísio, enquanto 9% não souberam ou não responderam.

    Já em Minas, o mandato de Romeu Zema (Novo) é aprovado, também, por 62%. A desaprovação do governador mineiro, por sua vez, alcançou 31%. Neste quadro, 7% não souberam ou não responderam.

    Aprovação

    Segundo o estudo, os maiores índices de aprovação foram registrados pelos governos de Ratinho Junior (PSD), no Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás.

    O governo paranaense alcançou 79% de aprovação, enquanto a desaprovação ficou em 17%. Entre os entrevistados, 4% não souberam ou não responderam.

    A gestão de Caiado, por sua vez, obteve 86% de aprovação. Por outro lado, 12% disseram que desaprovam o mandato do governador goiano. Neste quadro, 2% não souberam ou não responderam.

    A pesquisa Quaest foi realizada entre 4 e 7 de abril. Para São Paulo, foram ouvidas 1.656 pessoas, enquanto em Minas foram entrevistadas 1.506 pessoas. No Paraná, as pessoas ouvidas somaram 1.121, enquanto em Goiás totalizaram 1.127. Considerando a média entre os Estados, a margem de erro da pesquisa ficou na casa dos 2,7%.

    Correio do Brasil

  • Bilionária pode ser condenada à morte por fraude de R$ 220 bi no Vietnã

    Bilionária pode ser condenada à morte por fraude de R$ 220 bi no Vietnã

    No Vietnã, Truong My Lan é acusada de contrair empréstimos da ordem de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 222 bilhões) no Saigon Commercial Bank (SCB) — e, de acordo com os promotores, US$ 27 bilhões (R$ 137 bilhões) podem nunca ser recuperados.

    É o julgamento mais midiático já realizado no Vietnã, condizente com uma das maiores fraudes bancárias que o mundo já testemunhou.

    No banco dos réus do tribunal de Ho Chi Minh, está uma empreiteira de 67 anos, suspeita de desviar dinheiro de um dos maiores bancos do Vietnã durante um período de 11 anos.

    As autoridades comunistas, habitualmente reservadas, têm sido estranhamente francas sobre este caso, entrando em detalhes minuciosos na comunicação com a imprensa. Elas dizem que intimaram 2,7 mil pessoas para testemunhar. Há ainda 10 promotores estaduais e cerca de 200 advogados envolvidos.

    As evidências estão em 104 caixas que pesam seis toneladas no total. Oitenta e cinco réus estão sendo julgados com Truong My Lan, que nega as acusações. Ela e outras 13 pessoas podem ser condenadas à pena de morte.

    “Acho que nunca houve um julgamento midiático como este na era comunista”, diz David Brown, oficial aposentado do Departamento de Estado dos EUA com longa experiência em Vietnã.

    “Certamente, não houve nada com esta dimensão.”

    O julgamento é o capítulo mais dramático até agora na campanha anticorrupção “Blazing Furnaces” (que pode ser traduzido como “Fornalha Ardente”), liderada pelo secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong.

    Ideólogo conservador adepto da Teoria Marxista, Nguyen Phu Trong acredita que a revolta popular em relação à corrupção desenfreada representa uma ameaça existencial ao monopólio de poder do Partido Comunista. Ele começou a campanha para valer em 2016, depois de manobrar o então primeiro-ministro pró-mercado para manter o cargo mais alto do partido.

    Como consequência da campanha, dois presidentes e dois vice-primeiros-ministros foram forçados a renunciar, e centenas de autoridades foram punidas ou presas. Agora, uma das mulheres mais ricas do país pode se juntar a eles.

    Truong My Lan vem de uma família sino-vietnamita de Ho Chi Minh, antiga Saigon. A cidade é há muito tempo o motor comercial da economia vietnamita, o que remonta aos seus dias como capital anticomunista do Vietnã do Sul, com uma grande comunidade étnica chinesa.

    BBC

  • Justiça da Espanha nega recurso para que Daniel Alves volte para a cadeia

    Justiça da Espanha nega recurso para que Daniel Alves volte para a cadeia

    O Tribunal de Justiça de Barcelona rejeitou nesta quarta-feira (10) os recursos que pediam a volta de Daniel Alves para a cadeia, com isso ele seguirá em liberdade até que aconteça o julgamento final do caso. Os pedidos contra a fiança e a liberdade provisória haviam sido feitos pelo Ministério Público espanhol e pela defesa da jovem, que acusa o brasileiro de estupro.

    Ministério Público espanhol e defesa da jovem, que acusa o brasileiro de estupro, haviam pedido que ele retornasse à cadeia até a decisão final sobre o caso

    O Tribunal anunciou que “todas as circunstâncias já foram analisadas na resolução impugnada, bem como os seus laços familiares, sem que tenha acontecido novo elemento que levaria à sua reconsideração. Não é este o momento de avaliar, como refere o Ministério Público em recurso, as diferentes declarações do arguido em inquérito, uma vez que estas foram objeto de exame na sentença que deu origem à sua sentença.”

    No dia 20 de março, Daniel Alves foi condenado em primeira instância a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma mulher em dezembro de 2022.

    Cinco dias depois da decisão, a defesa do ex-jogador conseguiu a liberdade provisória dele, mediante ao pagamento de uma fiança no valor de 1 milhão de euros, aproximadamente R$ 5,5 milhões, a entrega dos passaportes brasileiro e europeu dele, e do compromisso de que Daniel se apresente à Justiça semanalmente.

    O ex-jogador ficou preso preventivamente de 20 de janeiro de 2023 até 25 de março.

    (R7)

  • Petrobras: decisão sobre pagamento dos dividendos extraordinários está atrelada ao plano de investimentos

    Petrobras: decisão sobre pagamento dos dividendos extraordinários está atrelada ao plano de investimentos

    A decisão sobre o pagamento integral ou parcial dos dividendos extraordinários da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) está atrelada ao plano de investimentos da estatal.

    O governo, conforme apurou o Broadcast, ainda não definiu de que forma fará a distribuição e o assunto poderá acabar sendo definido pelo conselho administrativo da empresa.

    “O que está em pauta desde sempre é se falta liquidez para o plano de investimentos, disse fonte. Nesta tarde, Haddad afirmou que o caixa da petroleira está robusto, mas lembrou também que o plano da empresa é um desafio, porque a companhia estava “dilapidada”.

    Informações BDM

  • Sem citar Musk, Lula diz que “bilionário” deve aprender a viver na Terra

    Sem citar Musk, Lula diz que “bilionário” deve aprender a viver na Terra

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (9.abr.2024) que “bilionário” que tenta “fazer foguetes” para sair da Terra terá de aprender a viver no planeta e gastar fortuna para proteger o meio ambiente. A fala é uma clara alusão ao empresário Elon Musk, dono do X e também da SpaceX. “Tem até bilionário tentando fazer foguete, tentando fazer viagem para ver se encontra algum espaço lá fora. Não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui. E vai ter que utilizar muito dinheiro que tem para ajudar a preservar isso aqui”, afirmou durante o lançamento de um programa de à Amazônia, no Palácio do Planalto.

    Presidente criticou quem fica “tentando fazer foguete” em clara alusão à SpaceX do empresário; assista à declaração do petista

    Antes de fazer a referência indireta a Musk, Lula declarou que até hoje há pessoas que não entendem a importância de se proteger o meio ambiente e as florestas. “Hoje, nós temos gente que não acredita que o desmatamento, que as queimadas prejudicam o planeta terra. E muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas para a manutenção da qualidade de vida nessa casa enorme que é o nosso planeta. Não tem para onde fugir”, falou.

    “TRETA COM MUSK” No domingo (7.abr), o ministro Alexandre de Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais, protocolado em julho de 2021, que investiga grupos por condutas contra a democracia. O ministro também abriu um novo inquérito para apurar a conduta do empresário. Moraes quer que seja investigado o crime de obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e em incitação ao crime”.

    Poder 360

  • Em pronunciamento Papa Francisco critica teoria de gênero, aborto e mudança de sexo

    Em pronunciamento Papa Francisco critica teoria de gênero, aborto e mudança de sexo

    O Vaticano publicou nesta 2ª feira (8.abr.2024) documento em que enquadra o aborto e as cirurgias para mudança de sexo como “ameaças à dignidade única” do ser humano. O texto também engloba questões como pobreza, guerra, abuso sexual e pena de morte entre os fatores que simbolizam graves violações aos direitos básicos dos indivíduos. Intitulada de “Dignidade Infinita”, a carta conta com 20 páginas que concentram o posicionamento oficial da Igreja Católica frente a pontos ligados aos direitos humanos e à justiça social, além da bioética e da violência na internet. É assinada pelo Papa Francisco.

    Em nova carta, Papa menciona os procedimentos entre tipos de violações aos direitos humanos; pobreza e abuso sexual também estão na lista.

    O documento conta com uma sessão apenas para falar do aborto. Parte do princípio de que a dignidade de cada ser humano é válida “desde o momento da concepção”. Em seguida, diz que o mundo enfrenta uma crise moral ao dar vazão a discussões em torno da legalização do aborto. “A aceitação do aborto na mente popular, no comportamento e até na própria lei é um sinal revelador de uma crise extremamente perigosa do sentido moral, que se torna cada vez mais incapaz de distinguir entre o bem e o mal, mesmo quando o direito fundamental para a vida está em jogo. Perante uma situação tão grave,  precisamos agora mais do que nunca de ter a coragem de olhar a verdade nos olhos e de chamar as coisas pelo seu nome próprio, sem ceder a compromissos convenientes ou à tentação do auto-engano”, diz o texto.

    A carta ainda condena o uso dos termos “interrupção da gravidez” para tratar do procedimento. Afirma que o substitutivo tenta “atenuar” a sua gravidade. Conclui dizendo que, ao prever o aborto legal em suas leis, os países abrem espaço para se questionar “todas as bases sólidas e duradouras para a defesa dos direitos humanos”.

    Em uma outra parte intitulada de “Teoria do Gênero”, o texto diz que a tentativa dos indivíduos de “autodeterminar-se” –em referência às cirurgias de mudança de sexo– é uma “tentação milenar de fazer-se Deus”. O trecho contrasta com um parágrafo anterior, que defende o respeito e a dignidade de todo ser humano, “independentemente da sua orientação sexual”.

    “É no corpo que cada pessoa se reconhece gerada pelos outros e é através dos seus corpos que homens e mulheres podem estabelecer uma relação amorosa capaz de gerar outras pessoas. Ensinando sobre a necessidade de respeitar a ordem natural da pessoa humana, o Papa Francisco afirmou que ‘a criação é anterior a nós e deve ser recebida como um dom’”, diz parte do texto que condena as cirurgias de mudança de sexo.

    A íntegra do texto foi publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé responsável pelo dogma acerca dos casos que configuram “violações graves” da dignidade humana. A publicação foi feita em comemoração ao 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Segundo comunicado do Vaticano, tem a intenção de reafirmar “a natureza indispensável da dignidade da pessoa humana na antropologia cristã”.

    Poder360

  • Musk joga água no moinho da extrema direita no Brasil já de olho na eleição de Trump

    Musk joga água no moinho da extrema direita no Brasil já de olho na eleição de Trump

    Controverso bilionário não faz provocação gratuita, avalia STF, mas gesto calculado junto ao bolsonarismo para desafiar instituições.

    A ameaça de desobediência de ordens judiciais da Suprema Corte do Brasil disparada pelo controverso bilionário Elon Musk não foi lida nem como galhofa nem como bobagem para atiçar as redes sociais. Nos tribunais superiores e nos estamentos mais altos da política, a artilharia foi recebida com a gravidade que inspira.

    “Não acho que foi casca de banana, não”, avalia um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “É parte da retomada da extrema direita no Brasil”, concluiu.

    Para integrantes do STF, Musk age para jogar água no moinho da extrema direita, alimentando com sua própria rede social teorias da conspiração que amparam, por exemplo, a tese de que há “uma ditadura da toga” no Brasil.

  • Deputados dos EUA pedem a Biden que retire sigilo de documentos sobre ditadura brasileira

    Deputados dos EUA pedem a Biden que retire sigilo de documentos sobre ditadura brasileira

     Um grupo de 16 congressistas americanos assinou uma carta ao presidente Joe Biden nesta quinta-feira (4) solicitando a retirada de sigilo de 13 documentos confidenciais dos EUA sobre a ditadura militar brasileira.

    Os arquivos datam de 30 de março, véspera do golpe, a 9 de abril de 1964, mostra o pedido ao qual a Folha teve acesso antecipado. A seleção foi feita por organizações brasileiras envolvidas em uma campanha desde o ano passado para que Washington libere os documentos.

    A carta, enviada também ao secretário de Estado, Antony Blinken, usa duas efemérides para reforçar seu pedido: os 60 anos do golpe, completos no último domingo, e os 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e EUA, celebrados no próximo mês.

    “A queda da democracia brasileira e a subsequente ditadura foram marcadas por atrocidades e pelo abuso sistemático dos direitos humanos. A transparência sobre o papel dos EUA no golpe e na ditadura é uma parte fundamental do processo de verdade e reconciliação para este período sombrio”, diz à Folha a deputada Nydia Velázquez, que capitaneou a iniciativa em conjunto com a colega Susan Wild.

    Todos os signatários da carta enviada nesta quinta são do Partido Democrata. Estão na lista Alexandria Ocasio-Cortez, um dos nomes de maior projeção da esquerda dos EUA, Rashida Tlaib, a única palestino-americana do Congresso, e Jim McGovern, co-presidente da Comissão de Direitos Humanos que recentemente barrou uma audiência sobre Brasil com a presença de bolsonaristas.

    Completam a lista os deputados Jamaal Bowman, Cori Bush, Greg Casar, Joaquin Castro, Chuy García, Raúl Grijalva, Hank Johnson, Barbara Lee, Janice Schakowsky, Juan Vargas e Jamie Raskin.

    Na carta, os congressistas apontam que, no aniversário de 50 anos do golpe no Chile, em agosto do ano passado, os EUA retiraram o sigilo de documentos relacionados ao início da ditadura de Augusto Pinochet.

    “Acreditamos que um esforço comparável relacionado ao Brasil é tão oportuno quanto necessário. A desclassificação de documentos relacionados ao período da ditadura brasileira não só enriquecerá o conhecimento histórico, mas também fortalecerá o compromisso dos EUA com os valores democráticos e os direitos humanos”, escrevem.

    Em julho de 2023, um grupo formado por 14 organizações brasileiras e 2 americanas enviou um pedido semelhante a Biden, sem sucesso. Entre as entidades estão Artigo 19, Comissão Arns, Instituto Vladimir Herzog e Washington Brazil Office (WBO).

    Velázquez promoveu, em parceria com o WBO, uma audiência virtual no Congresso americano sobre a desclassificação dos documentos em dezembro passado.

    Procurado pela Folha na época, o Departamento de Estado afirmou que a desclassificação de documentos é um processo complexo e que envolve diversas agências, “durante o qual nós devemos considerar muitos fatores relacionados a segurança nacional, proteção de fontes e métodos, e outros riscos e benefícios de divulgar informações específicas”.

    A participação dos EUA já foi documentada por historiadores. O embaixador dos EUA no Brasil em 1964, Lincoln Gordon, propôs o envio de uma força naval para a costa brasileira para ajudar as tropas que derrubariam João Goulart (1961-1964), na Operação Brother Sam. A ação foi aprovada pelo governo Lyndon Johnson, mas Goulart caiu antes que os navios chegassem.

    Também está registrado o conhecimento dos EUA das violações de direitos pelo regime. Arquivos da embaixada americana de 1975-1976 publicadas pelo WikiLeaks apontaram que a Casa Branca sabia das violações de direitos humanos, mas minimizavam como exceções para justificar a continuidade do apoio e de treinamento militar das forças brasileiras. Os Estados Unidos também deram apoio à Operação Condor, que criou uma rede para operações coordenadas de repressão nas ditaduras do Cone Sul.

    *VEJA OS DOCUMENTOS LISTADOS NA CARTA PARA QUE O SIGILO SEJA RETIRADO:

    Título – Assunto

    São Paulo 212 Withdrawal – Março 30, 1964, “From São Paulo”

    Rio 2114 withdrawal – Março 30, 1964, “National Security Info”

    Rio 2121 withdrawal – Março 31, 64, “National Security Info”

    Brasília 131 Withdrawal – Abril 1, 64, “National Security Info”

    Rio 2143 withdrawal – Abril 1, 64, “National Security Info”

    Rio 2128 withdrawal – Abril 3, 64, “National Security Info

    Systematic review withdrawal card no. POL35-6 – Abril 4, 1964, “National Security Info”

    Golpe Withdrawal – Abril 4, 64, “National Security Info”

    Systematic review withdrawal card no. POL35-5 – Abril 6, 64, “National Security Info”

    Systematic review withdrawal card no. POL35-4 – Abril 8, 64, “National Security Info”

    Systematic review withdrawal card no. POL35-4 – Abril 8, 64, “National Security Info”

    Systematic review withdrawal card no. POL35-3 – Abril 8, 64, “National Security Info”

    Rio 2223 withdrawal notice – Abril 9, 1964, From Rio

    Folha de São Paulo

  • Imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque a cada três dias em 2023

    Imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque a cada três dias em 2023

    Em 2023, o Relatório da ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão registrou, mais uma vez, o assassinato de um profissional de comunicação, após receber ameaças pelas denúncias que publicava em seu blog sobre irregularidades no município onde vivia e na gestão política da região. Thiago Rodrigues foi morto com nove tiros durante uma festa de confraternização em Vicente de Carvalho (SP).

    Execuções desse tipo não são raridade no Brasil. Desde 2012, quando a ABERT começou a apurar os casos de violências sofridas por jornalistas brasileiros, foram contabilizados 26 assassinatos de profissionais da imprensa, a maioria por arma de fogo. Apenas em 2019 e 2021 não houve registros de jornalistas mortos pelo exercício da atividade profissional.

    O relatório da ABERT computou ainda 111 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 163 jornalistas e veículos de comunicação. Apesar da redução de 19% no número de registros e de 23,11% na quantidade de vítimas, os números apontam que a cada três dias a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque.

    Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (4), em Brasília, pelo presidente da ABERT, Flávio Lara Resende.

    De acordo com o levantamento, as agressões físicas lideraram os registros de violações ao trabalho jornalístico. Pelo menos 45 casos foram contabilizados, 40% do total. O número de profissionais que foram alvo de agressores subiu para 80, um aumento de 8,11% em relação ao ano anterior.

    A cobertura política esteve em xeque e, ao relatar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e em dias subsequentes, a imprensa enfrentou a fúria de manifestantes que agrediram, ameaçaram e insultaram profissionais dos mais variados veículos de comunicação.

    Casos de atentados, injúria e furtos cresceram substancialmente em 2023: 50%, 200% e 600%, respectivamente.

    Ameaças a comunicadores e censuras se mantiveram estáveis em relação a 2022.

    Entre as violências não letais com redução de casos estão intimidações (-56%), ofensas (-68%), ataques e vandalismos (-40%) e crimes de importunação sexual (-25%).

    Os ataques virtuais estão em um capítulo à parte. Levantamento da BITES – empresa de análise de dados para decisões estratégicas – revela que, apesar da queda no número de agressões virtuais dirigidas aos profissionais e veículos de comunicação em 2023, a imprensa brasileira sofreu 2,9 mil ataques por dia, ou dois ataques por minuto nas redes sociais.

    Desde o início da medição dos ataques virtuais pela ABERT, em 2019, a mídia brasileira sofreu 10 milhões de agressões de todos os níveis dentro das redes sociais a partir de posts publicados no Instagram, X (antigo Twitter) e Facebook.

    “O poder de corrosão da democracia, com os efeitos tóxicos da desinformação e discursos de ódio espalhados nas redes sociais, deve ser combatido com a regulamentação e responsabilização das plataformas digitais, em defesa do aprimoramento da nossa sociedade, da liberdade de expressão e do Estado Democrático de Direito”, afirma Lara Resende.

    Seguindo a tendência dos relatórios divulgados anteriormente, as decisões judiciais, 22 ao todo, não entraram na contagem de violência não letal em 2023. Do total, 13 foram favoráveis e nove contrárias à imprensa.

    A retirada do ar de reportagens ou citação de nomes, geralmente dos alvos das matérias, continua sendo o recurso mais comum na justiça.

    Em uma das ações – um exemplo de assédio judicial e processual – o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu mais de 40 ações idênticas ajuizadas em vários municípios por magistrados do Paraná contra jornalistas da Gazeta do Povo, após publicação, em 2016, de reportagens sobre remunerações acima do teto constitucional recebidas por juízes, promotores e procuradores do estado.

    Em outra ação, a ABERT também teve papel fundamental para que a decisão judicial de primeira instância fosse revertida e a censura evitada: a suspensão do acórdão que autorizava a cobrança das emissoras de rádio pela transmissão dos jogos do Club Athletico Paranaense.

    Para Lara Resende, “estes são apenas alguns exemplos de decisões de instâncias superiores que reconhecem a importância da informação de interesse público e o direito da população de ser informada”.

    O Brasil no mundo

    As zonas de guerra e conflito armado foram mortais para jornalistas que trabalharam em coberturas como as crises Israel-Palestina e Ucrânia-Rússia em 2023. Dados da Organização das Nações Unidas para Ciência e Cultura (Unesco) apontam que os assassinatos de profissionais da imprensa quase dobraram em comparação com os últimos três anos.

    Segundo a Unesco, a violência no Oriente Médio foi responsável pela maioria das mortes de jornalistas relacionadas com conflitos.

    O estudo revela ainda que houve um declínio significativo nos assassinatos fora das zonas de guerra. Na América Latina e no Caribe, especialmente, foram relatados 15 assassinatos, número bem mais baixo se comparado com os 43 registros de 2022.

    Na análise sobre as diferentes formas de ameaças à imprensa, o aumento global da violência contra jornalistas durante períodos eleitorais chama a atenção da Unesco, que alerta para o fato de, em 2024, 2,6 bilhões de pessoas irem às urnas em mais de 60 países.

    Brasil apresenta situação “problemática” para jornalistas

    Já o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), que avalia as condições do jornalismo em 180 países e territórios, indica que a situação é “muito grave” em 31 países, “difícil” em 42 e “problemática” em 55, sendo “boa” ou “relativamente boa” em 52 países. De acordo com o estudo, as condições para o exercício do jornalismo são ruins em 7 de cada 10 países e satisfatórias em apenas 3 de cada 10 países.

    Pelo 7º ano seguido, a Noruega mantém o primeiro lugar entre os países com melhores condições para o exercício do jornalismo.

    O Brasil aparece em 92º lugar, classificação que indica situação problemática para o jornalismo, e o trio final, onde as condições para a imprensa são muito graves, é formado exclusivamente por países asiáticos: Vietnã (178º), China (179º) e Coreia do Norte (180º).

    O Relatório da ABERT pode ser acessado clicando aqui.