Categoria: Política

  • PT quer processo ético disciplinar contra deputado que levou tapa

    PT quer processo ético disciplinar contra deputado que levou tapa

    O PT (Partido dos Trabalhadores) enviou na 5ª feira (21.dez.2023) uma representação ao Conselho de Ética da Câmara pedindo a abertura de processo ético disciplinar, por quebra de decoro parlamentar do deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES).

    Donato recebeu um tapa do também deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) durante a promulgação da Reforma Tributária na 4ª feira (20.dez.2023), no plenário da Casa. A agressão se deu depois que Donato insultou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A presidente do PT, Gleisi Hoffmann e o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu, alegam que o congressista da oposição “agrediu” o deputado Quaquá enquanto fazia o registro em vídeo do grupo de deputados que gritava “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Segundo a representação, Donato tentava derrubar o equipamento de filmagem para impedir o registro. Leia a íntegra do documento (PDF – 255 kB).

    Segundo o texto, os fatos narrados consistem em “ato intolerável e de extrema gravidade”. Assim, pede que sejam tomadas as devidas providências e aplicadas as sanções cabíveis.

    A representação precisa ser recebida pelo presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto (União-BA), e incluída na pauta para votação. Os deputados devem apresentar seus pareceres para decidir se serão aplicadas sanções, como punição ou até cassação de mandato.

    ENTENDA O CASO

    O deputado Washington Quaquá deu um tapa no rosto do também deputado Messias Donato no plenário do Congresso Nacional. A discussão se deu durante a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Reforma Tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estavam presentes.

    Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o início da discussão depois de deputados da oposição puxarem gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” pouco antes da fala do presidente. Nesse momento, Washington Quaquá se aproxima do grupo com o celular na mão e diz que vai apresentar uma ação no Conselho de Ética contra as manifestações.

    Messias Donato pede então para que Quaquá se afaste do grupo. O petista reage dando um tapa no rosto do congressista do Republicanos.

    Assista ao momento (1min39s):

    Ao Poder360, Washington Quaquá afirmou que estava tentando gravar o momento em que os “bolsonaristas” estavam xingando Lula e teria sido chamado de “ladrão” pelo congressista Nikolas Ferreira (PL-MG).

    Em resposta, Quaquá teria chamado Nikolas de “viadinho”. Nessa hora, Messias Donato pegou em seu braço. “Ele tenta pegar meu celular e me empurra. Aí ele toma um tapa no meio da cara”, disse o petista.

    “Dei 1, dou 2 e dou 3, não tem problema nenhum. Se me agredir, eu agrido eles. Os bolsonaristas estão acostumados a querer dar uma de machão e bater nos outros. Comigo a porrada canta. Então, dei-lhe um tapa na cara muito bem dado”, declarou.

    Poder360

  • Presidente do Conselho de Ética da Câmara diz que tapa na cara dado por petista é ‘grave’

    Presidente do Conselho de Ética da Câmara diz que tapa na cara dado por petista é ‘grave’

    O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), classificou como “grave” o tapa dado nessa quarta-feira, 20, pelo deputado Washington Quaquá (PT-RJ) em Messias Donato (Republicanos-ES).

    A agressão ocorreu durante a sessão de promulgação da reforma tributária, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio ao bate-boca, Quaquá gravava um vídeo quando chamou Nilokas Ferreira (PL-MG) de “viadinho”, um termo considerado homofóbico, e em seguida esbofeteou Donato.

    O petista alegou ter revidado uma agressão. Parlamentares bolsonaristas gritavam “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. “Esse deputado segurou minha mão e me empurrou. Tomou um tapa na cara”, afirmou Quaquá.

    Apesar de classificar o fato como “grave”, o presidente do Conselho de Ética da Câmara ponderou, no entanto, que ainda não chegou nenhuma representação sobre o assunto. “O Conselho só age sobre provocação”, acrescentou Leur em mensagem ao Estadão.

    Donato afirmou que registrará boletim de ocorrência sobre o incidente. A equipe do parlamentar também prepara uma representação ao Conselho de Ética. A ideia é que o Republicanos protocole o documento já nesta quinta-feira, 21, segundo a assessoria de Donato.

    O deputado Washington Quaquá (PT-RJ) deu tapa na cara de uma colega durante sessão do Congresso. FOTO: ZECA RIBEIRO/AGENCIA CAMARA Foto: DIV
    O deputado Washington Quaquá (PT-RJ) deu tapa na cara de uma colega durante sessão do Congresso. FOTO: ZECA RIBEIRO/AGENCIA CAMARA Foto: DIV© Fornecido por Estadão
    Ao discursar na tribuna do plenário da Câmara após as agressões, Donato chorou e disse ter se sentido muito humilhado. “Eu confesso que eu tenho medo, além das agressões físicas que foi um tapa no meu rosto, além das agressões psicológicas. Estou muito abalado psicologicamente”, relatou.
    Estadão
  • Câmara aprova projeto que regulamenta bets e retoma autorização para cassinos online

    Câmara aprova projeto que regulamenta bets e retoma autorização para cassinos online

    A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta (22) o projeto que regulamenta as apostas de alíquota fixa, como as chamadas bets, e devolveu ao texto a possibilidade de cassinos online. O texto vai à sanção ou veto do presidente da República.

    Para tentar vencer a resistência das bancadas evangélica e católica, o relator do projeto, Adolfo Viana (PSDB-BA), concordou com a mudança que havia sido feita pelo Senado e proibiu de forma expressa a instalação de máquinas físicas, como as de caça-níqueis.

    O texto-base do projeto foi aprovado por 292 votos a 114 na última sessão do ano —na madrugada do último dia antes do recesso parlamentar. Parte dos deputados participou da votação de forma remota.

    Diante dos apelos da bancada evangélica para que a votação fosse adiada para fevereiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o texto.

    “Se nós simplesmente não votarmos a regulamentação, os jogos deixam de existir? As pessoas deixam de jogar? As bets deixam de funcionar, de patrocinar times de futebol, programas de televisão, torneios e eventos? Não.”

    O projeto prevê uma alíquota de 12% sobre a arrecadação das casas de aposta descontado o pagamento dos prêmios. Já os apostadores devem pagar 15% ao ano quando o valor recebido for acima de R$ 2.112 —referente à faixa de isenção do Imposto de Renda.

    Na proposta enviada ao Congresso, o governo federal defendia a alíquota de 18% para as empresas e de 30% para os usuários sobre o valor do prêmio.

    O texto classifica como apostas de alíquota fixa os eventos “reais de temática esportiva” e também os “virtuais de jogos online” —dispositivo que inclui os games, ou eSports, e abre brecha para jogos de azar em ambiente virtual.

    Em sessão no último dia 12, os senadores aprovaram, inicialmente, a proposta com a permissão aos cassinos virtuais. Mas, após a votação do texto, a oposição conseguiu aprovar uma emenda do líder do PL, Carlos Portinho (RJ), excluindo a permissão.

    A oposição no Senado também conseguiu emplacar outra alteração, que impedia a comercialização das apostas de alíquota fixa em dispositivos físicos —mantida agora pelos deputados federais a pedido da bancada da bíblia.

    A proposta passou por diversas mudanças desde que foi apresentada pelo Ministério da Fazenda ainda como MP (medida provisória). Diante do embate entre as duas Casas sobre a tramitação de MPs, o tema passou a ser discutido via projeto de lei.

    Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, por exemplo, foi estipulada a outorga de R$ 30 milhões pelo prazo de três anos, foram turbinadas as verbas para ministérios controlados pelo centrão (Esporte e Turismo) em detrimento da área social e foi criado o dispositivo para cassinos online.

    No Senado, a autorização foi ampliada para cinco anos e o projeto passou a contemplar Saúde e Defesa no bolo da arrecadação. A alíquota das empresas caiu de 18% para 12% e, em contrapartida, foi criado um percentual específico para apostadores, de 15%.

    Viana manteve o prazo de outorga definido pelos senadores (de 5 anos em vez de 3), além das alíquotas para operadores e ganhadores.

    As bets foram autorizadas por meio de projeto de lei no final de 2018, ainda sob o governo Michel Temer (MDB). Após essa etapa, o tema precisaria ter sido regulamentado pelo Executivo, o que não aconteceu durante os quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL).

    Atualmente, as empresas de apostas esportivas que atuam com o público nacional funcionam em uma zona cinzenta da legislação: com sede no exterior, mas com usuários brasileiros e sem pagar impostos no país.

    O limbo legal permitiu a proliferação de empresas no país, mesmo sem legislação específica ou fiscalização, e contribuiu para o surgimento de escândalos de corrupção —como o que culminou na prisão de uma organização criminosa pela manipulação de resultados do Campeonato Brasileiro.

    Na aposta de quota fixa, o apostador de um jogo de futebol, por exemplo, ganha se acertar o resultado final ou alguma condição da partida, como pênaltis.

    A regulamentação das apostas esportivas é o último item do pacote enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso para elevar as receitas em 2024 e reduzir o déficit nas contas públicas. Nesta quarta (20), o Senado aprovou a medida provisória que altera as regras para benefícios do ICMS.

    A lista de Fernando Haddad (PT) incluía ainda a reforma tributária, promulgada nesta quarta, e o projeto de lei sobre a tributação de recursos em fundos exclusivos (usados por super-ricos) e offshores (com sede no exterior).

    Já o projeto que corta benefícios tributários do JCP (juro sobre capital próprio), remuneração paga por empresas a acionistas, foi incluído na MP do ICMS, e aprovado também nesta quarta pelo Senado.

    Como mostrou a Folha, a pasta ficou positivamente surpresa com o resultado da chamada prévia para que empresas manifestassem interesse em participar do mercado de apostas, com mais de 130 demonstrações de intenção.

    As apostas esportivas terão sua gestão dividida entre Esportes e o Ministério da Fazenda, que ficará responsável pela arrecadação. O secretário do tema deve ser o advogado José Francisco Manssur, que integra a equipe de Haddad.

    FOLHA DE SÃO PAULO

  • Fim da reeleição entra na mira de Pacheco para 2024

    Fim da reeleição entra na mira de Pacheco para 2024

    Presidente do Senado pretende avançar com a PEC que acaba com a reeleição no primeiro semestre de 2024

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira, 20, que pretende avançar no ano que vem com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil. Além da regulamentação da reforma tributária, Pacheco afirmou que a discussão sobre a reeleição será uma das prioridades da Casa no primeiro semestre de 2024.

    “Nós tivemos um ano muito produtivo e temos desafios para o ano que vem. Nós temos uma pauta que eu considero importante que é a discussão sobre a reeleição no Brasil. Está no momento de a gente fazer uma reflexão [se a reeleição] foi positiva para o Brasil”, disse Pacheco.

    Segundo o presidente do Senado, a PEC sobre a reeleição vai na linha das propostas discutidas pela Casa que tratam sobre o “equilíbrio dos poderes”“Existe uma série de medidas sobre o equilibro de poderes, assim como foi a PEC das decisões monocráticas e a discussão sobre o mandato dos ministros do STF. Claramente respeitando o que for vontade da maioria, mas acho que são transformações positivas para a sociedade”, completou Pacheco.

    O que é a PEC da reeleição?

    A reeleição dos presidentes, governadores e prefeitos foi uma novidade instituída em 1997. Em discussão no Senado, a PEC de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) acaba com essa possibilidade e aumenta os mandatos para cargos executivos de quatro para cinco anos.

    O texto original da PEC, ainda sem relator, prevê em seu segundo artigo que a nova regra não alcançaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os atuais governadores. Ou seja, o artigo serve de cláusula de transição e instrumento para vencer resistências de parlamentares aliados dos chefes de governo hoje com direito à reeleição.

    Pacheco acredita que essas mudanças seriam importantes para evitar um “estado eleitoral permanente” e permitir que os mandatários tomem decisões sem se preocuparem com a busca por popularidade.

    O Antagonista

  • Jantar de Lula com ministros do STF tem clima de confraternização e ausência de Mendonça e Cármen

    Jantar de Lula com ministros do STF tem clima de confraternização e ausência de Mendonça e Cármen

    O jantar organizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na casa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, nesta terça-feira, 19, teve ampla adesão entre os ministros da Corte e funcionou como uma “confraternização de natal”, nas palavras de interlocutores dos presentes.

    Apenas dois magistrados não compareceram ao chamado do chefe do Executivo: o ministro André Mendonça e a ministra Cármen Lúcia, que justificaram a ausência por estarem em viagem. O presidente foi acompanhado da primeira-dama, Janja Silva e do advogado-geral da União, Jorge Messias.

    Recém-aprovado para ocupar uma vaga na Corte a partir do ano que vem, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também compareceu. O futuro magistrado é hoje um dos principais elos entre o governo e o STF. Sua indicação à Corte, além de agradar Lula, foi avalizada pelos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

    Lula convidou os ministros com o objetivo de estreitar as relações com os membros Corte. Barroso se disponibilizou a fazer na sua casa. Cada vez mais emparedado por deputados e senadores, o presidente depende dos magistrados para conter derrotas sofridas pelo governo no Congresso.

    Está na mira do Planalto a atuação do STF para reverter a derrubada dos vetos de Lula ao marco temporal de terras indígenas e à desoneração da folha de pagamento. Os dois projetos encampados pelo Congresso, em enfrentamento aberto a Lula, atingem pontos centrais para o governo na busca por arrecadação, na área econômica, e proteção das comunidades tradicionais, nas áreas ambiental e social.

    Antes do início do jantar, Barroso afirmou que o encontro foi pedido por Lula para realizar uma “conversa institucional”. A reunião, porém, teve contornos de confraternização de final de ano com a presença de familiares dos ministros.

    A maioria dos ministros foi acompanhada das esposas, como Alexandre de Moraes, que levou a companheira Viviane Barci. Luiz Fux, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Jorge Messias foram sem as esposas.

    O presidente do STF estava acompanhado da filha, Luna Barroso. O magistrado recebeu Lula pessoalmente na porta de casa e o apresentou à filha. “O senhor conheceu a mãe dela”, disse Barroso.

    O buffet de entrada teve salgadinhos e canapés de queijo com tomate e requeijão na entrada. Alguns ministros do STF levaram garrafas de whisky de sua reservas pessoais.

    Jantar marca aproximação entre Lula e Nunes Marques

    A presença de Kassio Nunes Marques no evento chancela a aproximação entre o ministro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o Palácio do Planalto. Lula fez diversos gestos recentemente ao magistrado, como indiciar o seu aliado João Carlos Mayer para a vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

    Durante a cerimônia de posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na última segunda-feira, 17, Lula conversou ao pé do ouvido com Kassio antes de deixar o evento. A mesma relação, em contrapartida, não foi construída com André Mendonça. O ministro, que fez parte do governo Bolsonaro, ainda é resistente à aproximação com o Planalto. O jantar era tido como uma oportunidade de Lula encurtar a distância com o magistrado.

    Evento teve forte esquema de segurança

    Barroso mobilizou um forte esquema de segurança para o jantar. Mais de 20 agentes, entre policiais judiciais e federais, protegeram a entrada da casa do ministro no Lago Sul, que fica numa região nobre de Brasília.

    Viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal e da Polícia Judicial do STF foram posicionadas na entrada da rua para monitorar o entra e sai de convidados, moradores e transeuntes.

    Estadão

  • Michelle Bolsonaro rifa vestido usado na posse de Javier Milei

    Michelle Bolsonaro rifa vestido usado na posse de Javier Milei

    A peça de tom branco que foi confeccionada pela marca de luxo Pawlick

    Nesta quarta-feira (20/12), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro rifou o Michelle Bolsonaro  usado por ela na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. A venda tem como objetivo ajudar uma instituição de caridade. Detalhes do look de Michelle Bolsonaro que roubou a cena em posse na  Argentina

    A peça de tom branco que foi confeccionada pela marca de luxo Pawlick, foi arrematada em sorteio promovido durante uma live no perfil de Michelle no Instagram. Com a ação, a  presidente do PL (Partido Liberal) Mulher conseguiu arrecadar R$43.000.

    Michelle informou que o “vestido é simbólico, é uma doação”, porque o objetivo era ajudar o lar de acolhimento de pessoas com necessidades específicas. Ela também convidou as pessoas a visitarem a instituição localizada em Brasília.

    O valor arrecadado com o leilão será doado à Vila do Pequenino Jesus e destinado ao pagamento da 2ª parcela do 13º salário dos 140 funcionários e outras despesas da organização.

    O Hoje

  • Promulgada reforma tributária, Caiado deve ir ao Supremo contra o texto

    Promulgada reforma tributária, Caiado deve ir ao Supremo contra o texto

    Governador não escondeu sua insatisfação com o texto desde o início e deve judicializar a PEC no Supremo

    “Eu fui o único governador que fez um périplo pelo Brasil e mostrei o quanto a reforma tributária vai promover um prejuízo”, afirmou Ronaldo Caiado (UB) em coletiva de imprensa na semana passada no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Durante  lançamento de programa do governo estadual que promete facilitar a atividade econômica em Goiás, o governador ainda acentuou o discurso e fez uma aposta. “Eu, sinceramente, vou dizer mais claro a vocês, nem acredito que essa reforma vai ser aprovada. Até o Maílson da Nóbrega (ex-ministro da Fazenda), que veio aqui me criticar, já voltou atrás e disse: ‘Olha, essa daí vai ser um desastre’”, disse aos jornalistas.

    A fala de Caiado, no entanto, ocorreu na quinta-feira (14), um dia antes de a Câmara dos Deputados dar aprovação final à reforma tributária, que unifica cinco impostos  sobre consumo e torna o Brasil um dos países que adotam o Imposto Sobre Valor Agregado, conhecido como sistema IVA. A proposta de emenda à Constituição 45/2019 (PEC) foi aprovada em primeiro turno por 371 a 121 votos. Em seguida, no segundo turno, o texto foi aprovado por 365 a 118. Alterações constitucionais precisam de pelo menos 308 votos — o que colocou a PEC em posição de vantagem. Dos 17 parlamentares goianos, 10 foram favoráveis e sete contrários.

    A promulgação da reforma, prevista para esta quarta-feira (20), já agita o ânimo de diversos setores e lideranças políticas e econômicas. Pelas redes sociais, o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que a medida que simplifica os tributos promoverá ganhos para o país. “Vamos promulgar essas regras que, tenho certeza, vão impulsionar a economia e criar condições para que nosso país retome o caminho de crescimento consistente, com geração de emprego e redução da desigualdade social. Aguardada há 40 anos, a medida promove justiça tributária para cobrar mais de quem ganha muito e menos de quem ganha pouco”, destacou.

    Ao jornal O Hoje, a advogada tributarista Eléia Alvim ressalta que é importante distinguir o texto que foi aprovado do texto que foi discutido. “Existia um texto base, que foi passando por alterações nas casas legislativas, com ajustes e emendas. O que vai à promulgação é esse texto alterado que, em si, não vem de muitos anos; foi solidificado mesmo em agosto. A discussão [sobre a reforma] é antiga, mas o texto [aprovado] é recente”, explica.

    O governador de Goiás, que demonstrou reiteradamente de forma pública a insatisfação com relação ao texto da PEC, deve buscar, agora, a judicialização da reforma tributária no Supremo Tribunal Federal (STF), algo que ele próprio vocalizou em diversas oportunidades desde que tema começou a ser tratado como prioridade para o ano de 2023 pelo Congresso Nacional. Caiado chegou a repetir a promessa ao ser questionado pelo jornal O Hoje na coletiva de imprensa na semana passada. “Como governador de estado, eu vou recorrer ao Supremo Tribunal Federal diante daquilo que é o ponto que revoga uma cláusula pétrea da Constituição Brasileira que é a autonomia do governador, do ente federado — Goiás. Eu não posso admitir que sejamos geridos amanhã por um comitê, uma agência montada em Brasília”, declarou.

    Sobre a “agência montada em Brasília”, a advogada Eléia Alvim compara a um banco a forma de gestão que o comitê deverá ter com relação aos estados. “Ao fazer a gestão da receita, o comitê funciona como um banco. Ele vai cuidar do seu dinheiro, mas não vai dizer onde você deverá aplicá-lo”, diz.

    Alegando inconstitucionalidade do texto, Caiado poderá assinar petição da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) elaborada pela Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) que, com as instruções adequadas, seguirá para ser protocolada no STF. Para especialistas ouvidos pelo O Hoje, a ação do governador apresenta legitimidade e tem pertinência, mas pode encontrar dificuldades de prosperar.

    O procurador federal e professor de direito constitucional Bruno Pontes afirma que Caiado tem legitimidade para apresentar a peça ao Supremo, especialmente pela diminuição da autonomia dos estados. “A reforma tributária de fato concentrou um pouco mais a competência da União porque criou um comitê gestor federal para coordenar a fiscalização do Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS) — que substituiu o ICMS. Além disso, não se sabe se haverá perda de arrecadação do estado ao longo do tempo”, diz.

    Pontes atenta para o fato de que não houve abolição da federação e o Senado manteve uma considerável autonomia dos estados ao garantir que a fiscalização, cobrança e representação administrativa ou judicial relacionada ao tributo serão realizadas pelas administrações tributárias e procuradorias dos entes federados.

    Com a reforma tributária, de acordo com o texto aprovado, estados e municípios poderão definir hipóteses para delegar ou compartilhar acerca das competências. Ficará a cargo do comitê gestor a coordenação das atividades administrativas. “O Senado também retirou a possibilidade de iniciativa de lei pelo comitê gestor e definiu que a representação do comitê será feita por integrantes das carreiras da administração tributária e das procuradorias de estados e municípios. Além disso, incluiu a possibilidade de o Congresso Nacional convocar o presidente do comitê e solicitar informações, como já acontece com ministros de Estado”, explica o professor.

    O Hoje

  • Rogério Cruz diz que obra do BRT será entregue ainda em 2023

    Rogério Cruz diz que obra do BRT será entregue ainda em 2023

    Em café da manhã com profissionais da imprensa, nesta quarta-feira (20/12), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, apresentou um balanço das ações da prefeitura em 2023 e respondeu a diversas perguntas dos jornalistas, inclusive sobre as obras do BRT e a situação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).

    “Nós estamos confiando que a empresa entrega a obra até o final de 2023″, garante o prefeito. “A partir do momento que eles entregam a obra para a prefeitura, a CMTC recebe a obra e repassa para a RedeMob, que vai fazer a instalação dos equipamentos. Após isso, quem assume as estações é a RedeMob e os ônibus começam a rodar”, afirma Cruz.

    Segundo ele, não há uma data certa para que a operação dos terminais comece de fato, pois isso vai depender da RedeMob. Segundo o prefeito, funcionários do consórcio já estão ocupando as estações do sistema BRT e que a obra está “em fase final” de execução.

    Comurg
    Sobre o projeto e integralização da Comurg e da terceirização da coleta de lixo, o prefeito afirma estar aguardando os avanços da conversa com o Ministério Público de Goiás (MPGO) para “chegarmos a um acordo dentro da ação comum”.

    “A questão da terceirização, a licitação será no dia 29 de dezembro e acreditamos que, tudo correndo bem, até meados de fevereiro já tenhamos aí as empresas escolhidas na licitação já movimentando Goiânia”, aponta.

    Balanço
    A Prefeitura de Goiânia também lançou nesta quarta uma plataforma on-line com todos os dados e informações sobre as ações executadas pela gestão municipal que pode ser acessada por qualquer cidadão. “Essa plataforma é um site de informações justamente tanto para o cidadão como para os jornalistas. Toda a informação será atualizada em tempo real para que a população possa acompanhar de perto”, informa.

    A Redação

  • Base do governo garantiu vitória bolsonarista no imposto das armas

    Base do governo garantiu vitória bolsonarista no imposto das armas

    Destaque do PL derrubou aumento de imposto também para munições; ao todo, 106 deputados da base do Planalto votaram a favor da mudança proposta pelo partido de Jair Bolsonaro

    No limiar da aprovação da reforma tributária, na Câmara, na última sexta-feira (15/12), a oposição bolsonarista obteve sua única vitória na tramitação do texto, e com o apoio expressivo da base do governo. Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiram, com um destaque, na votação do último item da reforma, excluir a incidência de uma maior de taxação de imposto na aquisição de armas e munições.

    O destaque é instrumento que permite separar uma parte do texto e votá-la isoladamente. Esse imposto foi criado para desestimular o consumo de certos bens e serviços. Para derrotar os bolsonaristas nessa votação eram necessários 308 votos. Os favoráveis a manter a taxação para armamento alcançaram 293. Faltaram 15 votos. O apoio dos governistas à causa bolsonarista foi maciço: 106 deputados de oito partidos da base do Palácio do Planalto endossaram o destaque contra mais imposto para as armas apresentado pelo PL.

    Entre esses teve até o voto de um petista, Josias Gomes (PT-BA), que descumpriu a orientação de seu partido e ajudou a garantir o único triunfo do grupo do ex-presidente na reforma tributária. Gomes foi procurado pelo Correio, mas não se manifestou. O espaço segue em aberto.

    Outros três deputados do PT não votaram, casos de Jorge Solla (BA), Marcon (RS) e Rogério Correia (MG). Assim, ajudaram na aprovação do destaque do PL. Os outros 64 parlamentares petistas se posicionaram pela manutenção de incidência maior de imposto para armas e munições.

    Nada menos que quatro líderes dos maiores partidos de apoio ao governo na Câmara também não votaram, alguns deles presentes no plenário naquela noite. E de legendas que ocupam ministérios na Esplanada. São eles: Isnaldo Bulhões, do MDB, Antônio Britto, do PSD, Elmar Nascimento, do União, e Hugo Motta, do Republicanos.

    Contra e a favor

    Ao todo, dos cinco grandes partidos de sustentação do governo, excluídas as legendas de esquerda, 103 votaram com os bolsonaristas e 128 foram com o governo e a orientação de suas lideranças no painel. O União e o PSD deram até mais votos para derrubar o imposto das armas do que mantê-lo: no União, foram 31 contra a 25 a favor do imposto e no PSD, 21 contra e 18 a favor.

    No Republicanos, 17 dos 40 que votaram se manifestaram a favor do destaque; no MDB, 12 dos 40; e no PP, 22 dos 51.

    Chamou a atenção que até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez questão de votar e a sua opção foi a do governo, pelo aumento de armas.

    Correio Braziliense

     

  • Papa Francisco autoriza bênção a casais do mesmo sexo, mas mantém doutrina sobre casamento

    Papa Francisco autoriza bênção a casais do mesmo sexo, mas mantém doutrina sobre casamento

    Papa Francisco aprovou formalmente a permissão para sacerdotes abençoarem casais do mesmo sexo, com um novo documento que detalha uma mudança significativa na política do Vaticano, insistindo que as pessoas que procuram o amor e a misericórdia de Deus não devem ser sujeitas a “uma análise moral exaustiva” para recebê-lo.

    O documento do escritório de doutrina do Vaticano, divulgado nesta segunda-feira, 18, contém uma carta que Francisco enviou a dois cardeais conservadores e que foi publicada em outubro. Nesta resposta preliminar, Francisco sugeriu que tais bênçãos poderiam ser oferecidas em algumas circunstâncias, contanto que não se confunda o ritual com o sacramento do casamento.

    O novo documento repete essa condição e a desenvolve, reafirmando que o casamento é um “sacramento vitalício entre um homem e uma mulher”. Ele sublinha que as bênçãos em questão devem ser de natureza não litúrgica e não devem ser conferidas ao mesmo tempo que uma união civil, por meio de rituais definidos ou mesmo com as roupas e gestos próprios de um casamento. Mas diz que os pedidos de tais bênçãos para casais do mesmo sexo não devem ser negados.

    O texto oferece definição extensa e ampla do termo “bênção” nas escrituras católicas para insistir que as pessoas que procuram um relacionamento transcendente com Deus e procuram o seu amor e misericórdia não devem ser sujeitas a “uma análise moral exaustiva” como pré-condição para recebê-la.

    “Em última análise, uma bênção oferece às pessoas um meio de aumentar a sua confiança em Deus”, afirma o documento. “O pedido de bênção, portanto, expressa e alimenta a abertura à transcendência, à misericórdia e à proximidade de Deus em mil circunstâncias concretas da vida, o que não é pouca coisa no mundo em que vivemos”. Ele acrescentou: “É uma semente do Espírito Santo que deve ser nutrida, não impedida”.

    O Vaticano afirma que o casamento é uma união indissolúvel entre homem e mulher. Como resultado, se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2021, a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano disse categoricamente que a Igreja não poderia abençoar as uniões de dois homens ou duas mulheres porque “Deus não pode abençoar o pecado”.

    Esse documento criou um clamor – pelo qual parece que até Francisco foi surpreendido, apesar de ter aprovado tecnicamente a sua publicação. Logo após a divulgação, o pontífice demitiu o funcionário responsável por ela e começou a lançar as bases para uma reversão.

    No novo documento, o Vaticano disse que a Igreja deve evitar “esquemas doutrinários ou disciplinares, especialmente quando conduzem a um elitismo narcisista e autoritário pelo qual, em vez de evangelizar, se analisa e classifica os outros, e em vez de abrir a porta à graça, esgotamos as nossas energias na inspeção e verificação.”

    O texto também sublinhou que as pessoas em uniões “irregulares” – homo, bi ou heterossexuais – estão em um estado de pecado. Mas diz que isso não deveria privá-los do amor ou da misericórdia de Deus. “Assim, quando as pessoas pedem uma bênção, uma análise moral exaustiva não deve ser colocada como pré-condição para concedê-la”, afirma o documento.

    Francisco, que completou 87 anos neste domingo, 17, e tem uma década de pontificado, é conhecido por acenos a maior inclusão na Igreja Católica de grupos LGBT+, dos mais pobres e também pela preocupação com a crise climática.

    ‘Grande passo em frente’

    O reverendo americano James Martin, que defende maior acolhida para os católicos LGBT+, elogiou o novo documento como um “grande passo em frente” e uma “mudança dramática” na política do Vaticano para 2021.

    Ele disse que o novo documento “reconhece o desejo profundo de muitos casais católicos do mesmo sexo pela presença de Deus e pela ajuda nos seus relacionamentos de compromisso”.

    “Juntamente com muitos padres católicos, terei agora o prazer de abençoar os meus amigos em casamentos entre pessoas do mesmo sexo”, disse Martin./AP