Categoria: Política

  • PF investiga participação de deputada estadual em milícia do Rio

    PF investiga participação de deputada estadual em milícia do Rio

    Policiais federais fazem nesta segunda-feira (18) operação para investigar a participação da deputada estadual fluminense Lucinha (PSD) e uma assessora em milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro.

    A Operação Batismo, que está sendo realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio, cumpre oito mandados de busca e apreensão nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, na zona oeste, além do gabinete da parlamentar, na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

    A Justiça também determinou o afastamento imediato da deputada de suas funções políticas e a proibiu de frequentar o prédio da Alerj, no centro da cidade.

    As investigações mostram, segundo a PF, que a deputada e sua assessora faziam articulação política em benefício dos milicianos em órgãos públicos. A milícia é investigada por organização criminosa, tráfico de armas, homicídios, extorsão e corrupção.

    Agência Brasil está tentando contato com a assessoria da deputada.

  • Em decisão inédita e após Bolsonaro, TCU vai fiscalizar presentes de Lula

    Em decisão inédita e após Bolsonaro, TCU vai fiscalizar presentes de Lula

    Em uma decisão inédita, o TCU (Tribunal de Contas da União) vai fiscalizar os presentes recebidos pelo presidente Lula (PT) em 2023. A praxe é que o órgão fiscalize os presentes recebidos pelo presidente ao final do mandato, não durante.

    O ministro Augusto Nardes acolheu pedido apresentado pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF). A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL junto ao Tribunal.

    O Governo Lula ainda pode recorrer da decisão.

    Nardes contrariou recomendação feita pela área técnica do TCU para arquivar o assunto. Em sua decisão favorável ao pedido da Comissão, o ministro destacou que, embora a recomendação seja para que o Tribunal avalie, “em finais de mandato”, os presentes recebidos pelo presidente da República, “isso não impede a realização imediata de solicitações do Congresso ou de suas Comissões Técnicas em virtude do mencionado trabalho rotineiro” da Corte de fiscalizar os bens recebidos pelo chefe de Estado.

    O ministro também ressaltou que o pedido apresentado pela Comissão “tem lapso temporal bem definido” para “apurar a legalidade no recebimento, registro e destinação dos objetos tratados como presentes e brindes pela Presidência, no ano de 2023”. Para Nardes, aguardar até o fim do atual mandato de Lula para realizar a vistoria seria contrariar o pleito da Comissão e que, em 2027, quando seria a praxe para a inspeção, os deputados que nesta segunda-feira (18) compõem a Comissão, poderão não se reeleger.

    O objetivo da fiscalização é averiguar se o presidente incorporou ao seu acervo pessoal presentes que pertencem à União e são impessoais. O Planalto pode recorrer da decisão. A reportagem procurou o governo para pedir uma posição, mas não obteve retorno. Se a resposta for enviada, esta matéria será atualizada.

    JOIAS INCORPORADAS POR BOLSONARO

    Atualmente, o TCU apura supostas irregularidades cometidas por Jair Bolsonaro (PL), que incorporou ao seu acervo pessoal joias milionárias dadas à União ao fim de seu mandato. A defesa do ex-presidente nega qualquer ato ilícito.

    No começo deste mês, a área técnica do Tribunal recomendou que Bolsonaro devolva todos os presentes recebidos durante o mandato e que não foram registrados no acervo presidencial.

    O caso mais notável dos bens de Estado incorporados por Bolsonaro é um conjunto de joias recebido da Arábia Saudita. Faz parte do conjunto de itens colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, avaliados em R$ 5,1 milhões, que o governo do ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o país e estão sob custódia da Caixa Econômica Federal.

    O parecer recomenda que Bolsonaro entregue à Presidência “todos os itens de seu acervo documental privado, bem como os objetos recebidos a título de presentes em função da condição de presidente da República, que não foram devidamente registrados no Sistema InfoAP”.

    O relatório diz que a Caixa deve entregar os itens que estão sob sua custódia para o ex-presidente, que, em seguida, deve repassá-los diretamente para o governo. Já a pistola e o fuzil que Bolsonaro recebeu de presente dos Emirados Árabes devem ser entregues pela Polícia Federal diretamente à Presidência.

    Folha de São Paulo

  • Serviços poderão ficar mais caros com reforma tributária

    Serviços poderão ficar mais caros com reforma tributária

    A reforma tributária poderá encarecer os serviços em geral. Sem cadeia produtiva longa, o setor se beneficiará menos de créditos tributários e será tributado com uma alíquota de IVA dual, estimada em 27,5%, mais alta que os atuais 9,25% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) cobrado sobre empresas com lucro presumido, situação que engloba a maioria das empresas prestadoras de serviço.

    Alguns tipos de serviço, no entanto, terão alíquota diminuída em 60%. Na primeira votação, em julho, a Câmara havia concedido a redução para serviços de transporte coletivo, de saúde, de educação, cibernéticos, de segurança da informação e de segurança nacional.

    O Senado incluiu na lista os segmentos de comunicação institucional e de eventos. Serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos serão isentos. Os serviços de transporte coletivo intermunicipal e interestadual migraram da alíquota reduzida para regime específico, com impostos a serem definidos apenas após a reforma tributária.

    O Senado também incluiu agências de viagem, serviços de saneamento e de telecomunicações em regimes específicos, que preveem sistema de coleta e alíquotas diferenciadas. Os senadores proibiram ainda a incidência do Imposto Seletivo sobre os serviços de energia e de telecomunicações.

    Na segunda votação na Câmara, na sexta-feira (15), os deputados retiraram os seguintes segmentos dos regimes específicos: saneamento básico, concessão de rodovias, transporte aéreo, microgeração e minigeração de energia, telecomunicações e bens e serviços “que promovam a economia circular”.

    Em audiência na Câmara dos Deputados no fim de junho, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que outros elementos deverão compensar as alíquotas mais altas. Primeiramente, ele citou o crescimento econômico decorrente da reforma tributária como fator de geração de empregos e de negócios.

    Além da expansão da economia, Appy afirmou que o fim da cumulatividade (tributação em cascata) trará ganhos às empresas de serviços, que poderão usar créditos tributários não aproveitados atualmente. Ele também citou a simplificação do sistema e a redução do litígio e do custo do investimento como fatores que estimularão os serviços. Na cerimônia de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, no último dia 4, o secretário disse que a carga tributária para alguns tipos de serviço cairá de 7% a 13% com a reforma tributária.

    Serviços de internet

    Assim como para os serviços em geral, as empresas de streaming (exibição de vídeos, filmes e séries) de internet pagarão alíquota maior. O mesmo ocorre com aplicativos de transporte e de entrega de comidas. O Ministério da Fazenda assegura que a redução do preço da energia elétrica compensará esses aumentos, resultando em pouco impacto para o consumidor.

    Imposto Seletivo

    A reforma tributária institui a possibilidade de criação do Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Na prática, essa tributação atingirá bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos com excesso de açúcar ou de sal.

    Assim como o IVA dual, a alíquota do Imposto Seletivo será determinada posteriormente à reforma tributária. Para os cigarros e as bebidas alcoólicas, não deverá haver grandes alterações de preços, porque esses produtos há décadas pagam grandes alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como política de saúde pública.

    Para os demais produtos com riscos sanitários e ambientais, o Imposto Seletivo resultará em encarecimento. A inclusão dos agrotóxicos e defensivos agrícolas, no entanto, ainda será discutida em lei complementar. Para facilitar a aprovação da reforma tributária pela bancada ruralista, o governo concordou em excluir do Imposto Seletivo os insumos agrícolas, inclusive os agrotóxicos, que se beneficiam da alíquota de IVA reduzida em 60%.

    O Senado tinha incluído o Imposto Seletivo sobre armas e munições, exceto as compradas pela Administração Pública. No entanto, na aprovação do último destaque no segundo turno de votações nesta sexta-feira, a Câmara retirou o tributo sobre esses produtos.

    Heranças

    Atualmente, as heranças e doações no Brasil pagam Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Cada estado define a alíquota, mas o imposto médio correspondia a 3,86% em 2022, sem progressividade (alíquotas maiores para heranças maiores) na maioria das unidades da Federação.

    A reforma tributária estabelecerá que a alíquota será progressiva, para que as famílias mais ricas paguem mais e também permitirá a cobrança sobre heranças e doações vindas de outros países. Para facilitar as negociações, no entanto, o relator Aguinaldo Ribeiro isentou a transmissão para entidades sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos. Uma lei complementar definirá as condições para essas isenções.

    Cashback

    A reforma prevê a possibilidade de cashback, devolução parcial do IVA dual a mais pobres, a ser definido por meio de lei complementar. Ainda não está claro se o mecanismo abrangerá apenas as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou se abrangerá limite maior de renda, como famílias com renda de até três salários mínimos.

    No Senado, o mecanismo foi aperfeiçoado. As famílias mais pobres também receberão cashback na conta de luz e no botijão de gás. Nos dois casos, o ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto na conta de luz ou como abatimento na compra do botijão. Os detalhes serão regulamentados pela lei complementar.

    Em audiência pública na Câmara dos Deputados em março, Appy apresentou sugestões sobre como ocorreria essa devolução . Segundo ele, o cashback poderia ter como base o Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitido na nota fiscal, com o valor da compra e a inscrição no Cadastro Único sendo cruzadas para autorizar a devolução.

    O secretário citou o exemplo do Rio Grande do Sul, que implementou um sistema de devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2021 a famílias inscritas no Cadastro Único com renda de até três salários mínimos, por meio de um cartão de crédito.

    Inicialmente, o governo gaúcho devolvia um valor fixo por família e agora começou a devolver por CPF, com base no cruzamento de dados entre o valor da compra e a situação cadastral da família. Em locais remotos, sem acesso à internet, Appy sugeriu um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

    Dinheiro Rural

  • Haddad comemora aprovação de reforma após ‘40 anos’ e prevê alíquota do IVA ‘em torno de 27,5%’

    Haddad comemora aprovação de reforma após ‘40 anos’ e prevê alíquota do IVA ‘em torno de 27,5%’

    ministro da FazendaFernando Haddad, comemorou nesta sexta-feira, 15, a votação final em primeiro turno da reforma tributária na Câmara, mas salientou que ainda muitos desafios pela frente. O ministro diz esperar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja promulgada ainda este ano e que 2024 vai começar já sob um sistema tributário novo.

    Ele fez questão de reforçar que a alíquota-padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que a reforma tributária vai implementar será menor que a existente atualmente. Ele reafirmou que ela ficará em torno de 27,5%. A definição de uma alíquota ainda vai depender da regulamentação dos regimes com tratamento específico.

    “A alíquota nova será menor que a de hoje e penso que ninguém deveria ter dúvida quanto a isso”, disse o ministro. “Vamos avaliar o impacto, mas deve ficar em torno disso, 27,5%. Quanto mais eficiência e transparência e quanto menos litigiosidade e sonegação, tudo isso vai contribuir para a alíquota padrão ser cada vez mais adequada”, afirmou.

    Haddad fez afirmação em entrevista à imprensa no começo da noite. Ele disse que enviou mensagem de agradecimento aos relatores da reforma tributária nas duas casas legislativas, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Eduardo Braga (MDB-AM), e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deve ter ligado ou vai ligar para os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agradecê-los pelo empenho para que a proposta da reforma tributária chegasse à votação.

    “Eu penso que hoje é um dia importante para o Brasil porque são 40 anos que se fala de reforma tributária no Brasil. Já houve várias tentativas, nossos governos no passado, o governo Lula por duas vezes, sendo que uma delas apoiada por todos os governadores, e ainda assim essas iniciativas não foram aprovadas”, disse Haddad, que classificou a PEC atual como “arrojada”.

    O Brasil, segundo o ministro, amadureceu nos últimos 40 anos, e sabe que precisava enfrentar essa agenda. Na avaliação dele, é a mais importante das reformas porque organiza o sistema produtivo e coloca o País em compasso com o que tem de mais moderno no mundo.

    Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária na Câmara; texto está em discussão Foto: VINICIUS LOURES / AGÊNCIA CÂMARA
    Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária na Câmara; texto está em discussão Foto: VINICIUS LOURES / AGÊNCIA CÂMARA© Fornecido por Estadão
    “E eu penso que o texto básico aprovado na Câmara, pelo que ouvi dos senadores, será promulgado ainda este ano. Temos totais condições de já no ano que vem encaminhar para o Congresso Nacional as leis que vão regulamentar os dispositivos constitucionais, mas já com grande parte das decisões já tomadas”, disse o ministro.

    Haddad também fez questão de cumprimentar o secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, que idealizou o projeto com seus colegas ainda no setor privado.

    “Sei que nossa jornada não termina, demos passos importantes com a MP 1185 (da Subvenção do ICMS), teremos novas medidas para serem anunciadas no ano que vem”, disse o ministro.

    Ele voltou a dizer que a atual gestão recebeu o País muito desorganizado devido ao processo eleitoral de 2022 e um Orçamento que inspira ainda muitos cuidados. “Mas acredito que, pelos indicadores da economia, estamos terminando o ano com bons resultados”, avaliou.

    Estadão

  • Com voto de Nunes Marques, TSE forma maioria para cassar mandato de deputado que deu título de cidadão goiano a Bolsonaro

    Com voto de Nunes Marques, TSE forma maioria para cassar mandato de deputado que deu título de cidadão goiano a Bolsonaro

    Um dos maiores defensores da direita no Brasil e apoiador do Bolsonaro, o deputado goiano Fred Rodrigues, teve seu mandato cassado em Plenário Virtual promovido pela ministra Carmem Lúcia.

    Em agosto Fred Rodrigues concedeu o título de cidadão goiano ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em setembro Carmem Lúcia colocou o julgamento em pauta.
    O julgamento foi considerado atípico pois no Plenário Virtual (que é um julgamento online onde os acusados não podem se defender presencialmente) só são levadas causas simples que não ensejam cassação de mandato.
    O ministro Nunes Marques chegou a pedir vista do processo e esperava-se que ele levasse o julgamento ao plenário físico, mas a devolveu logo depois sem analisar a defesa de Fred Rodrigues. Nunes Marques acompanhou o relatório de Carmem Lúcia que também não analisou as preliminares do Deputado. Se limitando a acompanhar as razões do Ministério Público Eleitoral que foram todas rejeitadas no TRE Goiano.

    Fred Rodrigues venceu todas as ações no TRE-GO após o Tribunal reconhecer que o Deputado havia sido prejudicado em seu direito de ampla. À época a vice-presidente do Tribunal Regional disse em seu voto que questões técnicas não podem ficar acima do voto popular.
    Fred Rodrigues teve 42.784 votos para sua eleição de deputado. Foi o mais votado da capital, Goiânia, e 8°no geral. Além disso fez a campanha mais barata dos 41 deputado e optou por não usar fundão eleitoral.
    Com a decisão do TSE, a cadeira de Fred será ocupada por Cristóvão Tormim de Luziânia que teve 17 mil votos e responde a processos por Corrupção, Nepotismo, Improbidade e Assédio Sexual.
    Qualquer um dos sete ministros do TSE poderia pedir para que o julgamento fosse para o plenário físico onde a defesa é feita presencialmente. Nenhum o fez, optando todos pelo voto online, sem análise dos argumentos da defesa.
    Juristas têm criticado a falta de publicidade, transparência e o cerceamento de defesa do Plenário Virtual.
    O processo contra Fred Rodrigues foi colocado em pauta junto com 70 outros processos.

    Jornal da Cidade On Line

  • Deputado ucraniano invade reunião e explode duas granadas no local

    Deputado ucraniano invade reunião e explode duas granadas no local

    Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra o momento em que o deputado ucraniano Serhii Batryn invadiu uma reunião da prefeitura de Transcarpátia, cidade localizada em Zekarpattia, no oeste do país e explodiu pelo menos três granadas, matando uma pessoa e deixando ao menos outras 26 feridas.

    https://twitter.com/i/status/1735653097265860848

     

    O que aconteceu:

    • O episódio foi registrado pelas câmeras de segurança do local. O deputado integra o mesmo partido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não se manifestou sobre o ocorrido até o momento;
    • O Serviço de Segurança da Ucrânia abriu uma investigação para apurar a motivação do caso;
    • De acordo com o portal “Kyiv Independent”, não está claro até o momento se o deputado se feriu ou morreu no ocorrido. Dentre os feridos, há seis em estado grave;
    • O episódio ocorreu no momento em que o governo ucraniano tenta angariar mais verbas do Ocidente para financiar uma operação de contra ofensiva em territórios dominados por tropas russas.
  • Congresso derruba veto de Lula e reafirma tese anti-indígena do marco temporal

    Congresso derruba veto de Lula e reafirma tese anti-indígena do marco temporal

    Lula vetou a tese do marco temporal, defendida por ruralistas, que prejudica a demarcação de terras indígenas. Contudo, o cenário virou

     O Congresso Nacional derrubou hoje (14) vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a Lei 14.071/2023 que estabelece condições para o reconhecimento, demarcação, uso e gestão de terras indígenas, o chamado marco temporal. Em seguida, em nova derrota do governo no Parlamento, os congressistas também derrubaram a desoneração da folha de pagamento. Este último, contudo, já era esperado mesmo pela base.

    A sessão começou 10h e ainda segue, com a análise de 39 vetos presidenciais. Nas redes sociais, povos indígenas, movimentos sociais, ambientalistas e ativistas cobraram do Congresso “respeito ao veto”. Contudo, o lobby dos ruralistas em aliança com o amplo espectro do Centrão e da extrema direita derrotou o interesse dos indígenas. Foram 60 votos de senadores para derrubar o veto e 13 para manter. Na Câmara, 378 deputados votaram pela derrubada e 78 com o governo. Bolsonaristas comemoraram aos gritos de “surra”.

    Pela tese do marco temporal, os povos originários só têm direito às terras ocupadas na precisa data de promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. A medida ignora decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 27 de setembro deste ano. A corte declarou inconstitucional o marco temporal e garantiu a proteção aos direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam independentemente de um marco temporal.

    Marco temporal

    Em uma tentativa de proteger o interesse dos indígenas, o presidente Lula tentou pelo meio que tinha, o veto sobre o tema. Na ocasião, o governo acatou os pedidos do Ministério dos Povos Indígenas e da sociedade.

    Lula também vetou trechos da legislação que previa a possibilidade de cultivo de transgênicos e de atividade garimpeira em terras indígenas. Assim como retirou a medida que possibilitava a construção de rodovias em áreas indígenas, o pagamento de indenização para ocupantes de terras indígenas e o que permitia o contato com povos isolados. Os vetos desagradaram, porém, a bancada ruralista, que desde então articula para derrubar as mudanças feitas pelo presidente.

    Acordo frustrado

    De acordo com a Folha de S. Paulo, nesta terça (12), a base do governo no Congresso se reuniu com os ruralistas e a oposição. A ideia era fazer um acordo parcial para manter de parte dos vetos. O acordo teria sido fechado com o compromisso de manter vedado o uso de transgênicos. Além disso, a revisão de demarcações por “aculturamento” e a flexibilização do contato com indígenas isolados.

    No entanto, nomes ligados à bancada o agronegócio reclamaram depois da reunião, segundo o jornal, que não concordaram com a posição. “O marco temporal nós vamos destacar e vamos derrubar”, chegou a assegurar o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ainda na terça.

    Desoneração

    Senadores e deputados também derrubaram o veto de Lula à desoneração da folha de pagamento que atinge 17 setores da economia. O Congresso havia prorrogado o benefício que acabaria no final do ano. Contudo, Lula vetou a pedido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O veto já era esperado mesmo por aliados de Lula, que agora tentarão costurar um novo projeto para tentar amenizar o rombo fiscal ocasionado pela queda na arrecadação destes setores. O impacto calculado é de R$ 18 bilhões por ano.

    Rede Brasil Atual

  • Congresso derruba veto à desoneração em nova derrota de Lula e Haddad

    Congresso derruba veto à desoneração em nova derrota de Lula e Haddad

    O Congresso Nacional derrubou, nesta quinta-feira (14), o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto da desoneração da folha de pagamento.

    O veto integral à proposta, revelado pelo Painel SA no final de novembro, causou revolta entre parlamentares —a proposta foi aprovada por mais de 400 deputados na Câmara e simbolicamente, no Senado.

    Após a decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a prometer que o governo enviaria uma proposta alternativa à desoneração.

    Até esta quarta-feira (13), membros da base do governo no Congresso ainda prometiam que uma nova medida seria apresentada, para tentar ao menos adiar a derrubada do veto para a próxima semana.

    No fim, a medida sequer foi apresentada, até o início da sessão do Congresso nesta quinta e o veto, de fato, acabou derrubado.

    A desoneração da folha de pagamento vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha de S.Paulo, empresa que edita a Folha de S.Paulo. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros.

    Na quarta-feira (13), o autor da proposta da desoneração, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), teceu críticas ao governo pela forma como lidou com a proposta.

    “O governo perdeu a condição de poder impor condições para que se possa derrubar o veto. O governo foi omisso durante dez meses de tramitação do projeto”, afirmou. “A proposta do governo é bem-vinda para que a gente possa avaliar, mas depois de derrubado o veto”, disse.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo em outubro, o Ministério da Fazenda já havia avisado o Palácio do Planalto que iria defender o veto total ao projeto. O argumento era que, desde a reforma da Previdência, ficou vedado adotar medidas que possam reduzir a arrecadação de recursos do fundo que banca as aposentadorias. Por isso, a prorrogação da desoneração seria inconstitucional.

    A desoneração da folha começou no governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, e teve sucessivas prorrogações. A medida permite que os setores desonerados paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência Social e outras contribuições.

    Para compensar a prorrogação da desoneração, o projeto também estende, pelo mesmo período, o aumento de 1% na alíquota da Cofins-Importação —pela lei atual o prazo termina em dezembro.

    O Congresso também reestabeleceu o trecho que prevê benefícios para municípios brasileiros. O veto de Lula eliminava a redução de 20% para 8% da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concedida às prefeituras que não têm regimes próprios de Previdência. A regra vale para cidades com até 142,6 mil habitantes.

    A prorrogação da desoneração da folha para os 17 setores econômicos representa uma redução de R$ 9,4 bilhões no pagamento de tributos dessas empresas.

    Os setores beneficiados defendiam em manifesto que a manutenção da desoneração não somente aumentou o emprego formal como também resultou em incremento da competitividade desses setores na economia brasileira.

    VEJA OS 17 SETORES AFETADOS PELA DESONERAÇÃO

    calçados

    call center

    comunicação

    confecção e vestuário

    construção civil

    couro

    empresas de construção e obras de infraestrutura

    fabricação de veículos e carrocerias

    máquinas e equipamentos

    projeto de circuitos integrados

    proteína animal

    têxtil

    tecnologia da informação

    tecnologia de comunicação

    transporte metroferroviário de passageiros

    transporte rodoviário coletivo

    transporte rodoviário de cargas

    Folha de São Paulo

  • Prefeito Rogério assina cessão de área à Saneago para ampliação da rede de esgoto da Região Noroeste

    Prefeito Rogério assina cessão de área à Saneago para ampliação da rede de esgoto da Região Noroeste

    Obra da Estação Elevatória de Esgoto Sanitário Recanto do Bosque, no valor de R$ 35 milhões, vai proporcionar implantação de 15 mil novas ligações, com alcance de cerca de 50 mil pessoas

    O prefeito Rogério assinou, na manhã desta quinta-feira (14/12), termo de cessão de uso de imóvel público à Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago). O município, sob assistência da Procuradoria-Geral do Município (PGM), cede parte da Área Pública Municipal (APM 27), com superfície de 225 metros quadrados, localizada na Alameda Meia Ponte, para obra da Estação Elevatória de Esgoto Sanitário (EEE) Recanto do Bosque.

    A assinatura do termo se dá em conformidade com a Lei nº 10.888, sancionada pelo prefeito Rogério em janeiro deste ano, que autorizou a desafetação e cessão de uso da área pública para instalação da EEE Recanto do Bosque. A obra, no valor de R$ 35 milhões, vai proporcionar a implantação de 15 mil novas ligações, com alcance de cerca de 50 mil pessoas.

    “Goiânia é uma cidade que desenvolveu muito e o Poder Público precisa acompanhar esse desenvolvimento e crescimento da cidade. Nossa parceria com a Saneago é para que possamos dar pleno acesso aos moradores. Falta muito pouco para que o saneamento e a água cheguem totalmente à população da cidade de Goiânia”, destaca o prefeito, ao mencionar a importância do acordo com a Saneago, orientado pelo Plano Municipal de Saneamento Básico, para a universalização dos sistemas na Capital.

    “Nós temos uma parceria extremamente positiva aqui com a Prefeitura de Goiânia para cuidar da água e do esgoto da cidade. Há muitas obras em execução na Capital e, hoje, a Prefeitura cede o uso de uma área na Região Noroeste, região onde nós estamos expandindo as redes de esgoto, que ainda tem áreas lá que não são atendidas. O intuito é atender a população, por isso estamos juntos, Prefeitura, Estado, Saneago, levando benefícios a todos”, destaca o diretor-presidente da Saneago, Ricardo José Soavinski.

    A parceria entre a Prefeitura de Goiânia e a Saneago se estabelece por meio do Contrato de Programa para prestação dos serviços de água tratada e esgotamento sanitário no município. A regulação, controle e fiscalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário prestados no município são realizados pela Agência de Regulação de Goiânia (AR).

    O presidente da AR, Hudson Novaes, explica como a parceria para a obra da EEE Recanto do Bosque beneficia a Saneago com redução de custos. “A partir da cessão de uma área, o custo da Saneago diminui. O prefeito Rogério auxilia para que a tarifa fique mais baixa, o que reflete em um progresso para o município, e, em contrapartida, a AR fiscaliza e não deixa que isso seja um ganho financeiro à Saneago”, pontua.

    “Conforme já há estudos que demonstram, o sistema de saneamento básico está praticamente universalizado em Goiânia. No entanto, para a continuidade da execução desse projeto e acompanhar o crescimento da população, essas parcerias são ainda necessárias, os termos de cessão de uso, para que possa continuar tendo a expansão e dando segurança hídrica para as pessoas”, afirma o procurador-geral do Município, José Carlos Issy.

  • PF prende membro do PCC que planejava sequestar políticos

    PF prende membro do PCC que planejava sequestar políticos

    Dudinha é alvo da operação que visa coibir um plano da facção para sequestrar autoridades

    A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (14/12), Eduardo Marcos da Silva, conhecido como Dudinha, braço direito do chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola. Dudinha é alvo da operação que visa coibir um plano da facção para sequestrar autoridades.

    Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. Foram apreendidas duas pistolas 9mm, um colete balístico e quatro veículos de luxo.

    De acordo com as investigações, o criminoso integra a sintonia restrita da organização, uma célula que trata de assuntos sigilosos e relevantes para a cúpula da facção, formada por membros de extrema confiança do comando e com elevado poder decisório.

    A ação da PF é um desdobramento da Operação Sequaz, deflagrada em março deste ano. À época, a PF descobriu um plano do PCC para sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (UB-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

    Fontes da PF afirmam que ainda não é possível afirmar quais autoridades seriam alvo de um suposto novo plano de ataque. Contudo, a primeira fase da investida policial, os investigadores encontraram informações sobre as residências oficiais dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além do senador Sergio Moro (UB-PR).

    O HOJE