Categoria: Segurança e Justiça

  • Pendências do STF para aposentados do INSS e trabalhadores em 2024

    Pendências do STF para aposentados do INSS e trabalhadores em 2024

    O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou para o final deste mês de fevereiro o julgamento da revisão da vida toda, que permite ao segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) usar todas as suas contribuições previdenciárias para o cálculo de benefício, não apenas as feitas após julho de 1994.

    A correção é aguardada há anos, mas não é o único processo pelo qual brasileiros esperam uma decisão. Confira outras sete ações que podem afetar a renda de aposentados e trabalhadores na ativa e estão para entrar na pauta da Corte em 2024.

    AS PRINCIPAIS AÇÕES EM DEBATE NO SUPREMO

    1 – REVISÃO DA VIDA TODA

    A revisão da vida toda deve voltar ao plenário do STF no dia 28 de fevereiro de 2024 e pode ter uma reviravolta. O julgamento será retomado com a inclusão na pauta da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 2.111, que pede a derrubada do fator previdenciário, aprovado pela lei 9.876, de 1999.

    Trata-se de uma ação em tramitação no Supremo há mais de 20 anos que contesta a implementação do fator e pode afetar a revisão da vida toda, caso o plenário aprove o voto do ministro Luís Roberto Barroso que derruba a regra de transição da lei de 99.

    A revisão da vida toda é aguardada por aposentados e pensionistas desde 2018, quando o caso chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). A correção possibilita ao segurado do INSS usar todas as contribuições antigas na aposentadoria, feitas antes de julho de 1994, quando passou a valer o Plano Real.

    Tem direito à correção o segurado que se aposentou nos últimos dez anos, desde que seja com as regras anteriores à reforma da Previdência, instituída pela emenda 103, em 13 de novembro de 2019. É preciso, ainda, que o benefício tenha sido concedido com base nas regras da lei 9.876, de 1999.

    O tema 1.012 (revisão da vida toda) chegou ao STF em 2020, após ser julgado procedente no STJ no ano anterior.

    A revisão foi aprovada no Supremo em dezembro de 2022, por 6 votos a 5, mantendo entendimento do STJ, de que, diante de mudança nas regras previdenciárias, o segurado tem direito de escolher a que lhe seja mais favorável.

    Porém, após o reconhecimento, a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS na Justiça, entrou com recurso para limitar os efeitos da decisão e o alcance do pagamento.

    2 – APOSENTADORIA ESPECIAL PARA VIGILANTES

    O Supremo pode julgar neste ano o tema 1.209, que trata sobre o direito de vigias e vigilantes à aposentadoria especial do INSS, que garante o benefício com menos tempo de trabalho.

    O Superior Tribunal de Justiça garantiu o direito, inclusive no caso de vigilantes que não portam arma de fogo no exercício da sua função, mas o INSS recorreu.

    Atualmente, todos os processos judiciais do tipo estão suspensos.

    A forma de provar a atividade de risco é por meio laudo ou formulário padronizado pelo INSS, como o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).

    O STJ definiu ainda que o tempo especial pode ser comprovado por meio de outras provas, por similaridade, utilizando laudo de outro colega.

    3 – DIREITO À PENSÃO POR MORTE DO MENOR SOB GUARDA

    A ação integra o tema 1.271 e deve determinar se crianças e adolescentes que estão sob guarda –ou seja, cujos responsáveis ainda não têm a tutela legal– podem receber a pensão em caso de morte do adulto responsável.

    O motivo do julgamento é que a reforma da Previdência de 2019 equiparou a filhos apenas o enteado e o menor tutelado, desde que haja dependência econômica do segurado que morreu.

    Crianças e adolescentes sob guarda, no entanto, não estariam amparados pela lei e ficariam sem o benefício.

    O STF já decidiu que o caso tem repercussão geral. Agora, aguarda-se o posicionamento final dos ministros. O STJ e a Justiça do Ceará, de onde vem o caso, definiram que negar a proteção social da pensão por morte ao menor fere o Estatuto da Criança e do Adolescente.

    4 – APOSENTADORIA ESPECIAL DE POLICIAL CIVIL

    Em setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal decidiu que policiais civis que tenham preenchido os requisitos para a aposentadoria especial voluntária têm direito ao cálculo do benefício com base na regra da integralidade, conforme determina lei de 1985.

    Esses profissionais também podem ter direito à paridade com policiais da ativa, mas, neste caso, é necessário que haja previsão em lei complementar estadual anterior à promulgação da Emenda Constitucional 103/2019.

    A integralidade é o direito de se aposentar recebendo o último salário da ativa e a paridade garante ao servidor aposentado o mesmo reajuste dado aos profissionais que estiverem em exercício.

    O caso que chegou ao STF em 2018 é de uma policial de Itanhaém, litoral de São Paulo, que pedia a aposentadoria com as regras de integralidade e paridade da lei de 1985. No TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), a funcionária pública ganhou o direito à integralidade, mas perdeu a paridade.

    Tanto ela quanto a SPPrev (São Paulo Previdência) recorreram. O órgão previdenciário de SP quer que integralidade seja considerada como 100% da média salarial, e não com base no último salário.

    5 – REVISÃO DO FGTS

    O Supremo Tribunal Federal deixou para 2024 a decisão no processo que pede que a mudança no índice de correção do FGTS (fundo de garantia). O caso começou a ser julgado, mas houve pedido de vista do ministro Cristiano Zanin.

    A ação judicial questiona a constitucionalidade da correção do Fundo. O retorno atual do FGTS é de 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), que rende próxima de zero, deixando de repor as perdas do trababalhador.

    O pedido é para que a TR seja considerada inconstitucional e um índice de inflação passe a ser utilizado no FGTS. A revisão corrigiria perdas desde 1999, quando a TR foi implementada.

    Para o relator, ministro Luís Roberto Barroso, a correção do FGTS dever ser ao menos como a da poupança, mas somente a partir de 2025. Em 2024, deve ser distribuído 100% do lucro do fundo aos trabalhadores.

    Os resultados do FGTS têm sido distribuídos pela Caixa Econômica Federal desde 2017. Em 2023, 217 milhões de contas receberam quase R$ 13 bilhões, aumentando a rentabilidade do dinheiro.

    O voto de Barroso foi acompanhado por André Mendonça e por Kassio Nunes Marques. Em recurso, a AGU diz que, se a revisão for concedida, o impacto nas contas da União é de R$ 660 bilhões. Além disso, por ano, o Ministério da Fazenda calcula desembolsar R$ 8,6 bilhões a mais com o FGTS.

    6 – VÍNCULO DE TRABALHO ENTRE MOTORISTAS E APLICATIVOS

    O Supremo Tribunal Federal se prepara para analisar a existência de vínculo empregatício entre entregadores e aplicativos. O julgamento de uma reclamação levada ao STF pelo Rappi estava marcado para o início de fevereiro, mas foi adiado.

    O debate sobre o vínculo entre entregadores e apps levou a uma queda de braço entre o Judiciário trabalhista e o Supremo em 2023.

    O caso em análise é um recurso que contesta uma decisão da 2ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que reconheceu o o direito ao registro em carteira entre motociclita e um aplicativo de entrega. A relatoria da ação é do ministro Alexandre de Moraes.

    Os posicionamentos do STF sobre os motoristas de aplicativo têm tido como base definições da própria corte liberando a terceirização e outros tipos de contratação profissional, como o contrato PJ (Pessoa Jurídica).

    Outro caso em análise no STF trata sobre a Uber. O processo será julgado no plenário virtual e pode vincular de forma repetitiva as demais ações. Quando isso ocorre, a Justiça é obrigada a aplicar o mesmo entendimento em todos os processos do tipo no Brasil.

    7 – DEMISSÃO DE EMPREGADOS PÚBLICOS

    O STF também deve tomar uma decisão final sobre a constitucionalidade da demissão sem justa causa de servidores das empresas estatais e de sociedades de economia mistas admitidos por meio de concurso público.

    A repercussão geral da tese foi reconhecida, ou seja, a decisão do STF valerá para casos semelhantes em outros tribunais do país.

    A ação foi apresentada por um grupo de funcionários demitidos do Banco do Brasil em 1997. Eles pedem que o banco seja condenado a reintegrar-lhes a seus empregos e a pagar-lhes o valor dos salários que deixaram de receber.

    Folha De São Paulo

  • Moraes dá cinco dias para Zema se explicar sobre vídeo falando de vacinas ao lado de bolsonaristas

    Moraes dá cinco dias para Zema se explicar sobre vídeo falando de vacinas ao lado de bolsonaristas

    Alexandre Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), deu prazo de cinco dias para que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se explique sobre vídeo em que aparece ao lado de parlamentares bolsonaristas afirmando que não vai cobrar cartão de vacinação para matrícula de crianças na rede estadual de ensino.

    A prática é comum e tem como objetivo garantir a imunização da população infantil contra doenças como poliomielite, sarampo, catapora e, agora, Covid-19. A obrigatoriedade da aplicação de vacinas está prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

    No vídeo, publicado nas redes sociais, Zema aparece ao lado do senador Cleitinho (Republicanos-MG) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), ambos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que, no estado, todo aluno, vacinado ou não, terá acesso à escola.

    A decisão foi tomada pelo ministro Moraes dentro da Reclamação 65.586 apresentada à Corte por quatro parlamentares de Minas Gerais do PSOL: a deputada federal Célia Xacriabá, a deputado estadual Bella Gonçalves, e as vereadoras por Belo Horizonte Iza Lourenço e Cida Falabella.

    A argumentação das parlamentares é que o anúncio do governador fere a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 754, relatada pelo ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski que trata da vacinação no país.

    A decisão do ministro Moraes é desta quinta (15). O prazo dado pela Corte, porém, passa a valer a partir da notificação do governador. A reportagem entrou em contato com o Palácio Tiradentes e aguarda retorno.

    O vídeo foi publicado em 4 de fevereiro. “Aqui em Minas, todo aluno, independente de ter ou não vacinado, terá acesso às escolas”.

    Quatro dias depois, ao participar de anúncio de investimentos do governo federal em Minas, ao lado do presidente Lula, Zema foi vaiado e ouviu gritos de “vacina, sim” de integrantes de movimentos sociais que participavam da cerimônia, em Belo Horizonte.

    Folha de S.Paulo

    Folha de São Paulo

  • Notificação extrajudicial causa protesto do senador Amin: há cinco anos projetos de julgamento de ministros do STF estão na gaveta

    Notificação extrajudicial causa protesto do senador Amin: há cinco anos projetos de julgamento de ministros do STF estão na gaveta

    Como a informação está contida no site do Senado Federal, com documentos comprobatórios, não há como se considerar Fake News um protesto apresentado ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, pelo combativo e atuante senador catarinense Esperidião Amin. Ele encaminhou ofício pedindo posição oficial da Advocacia do Senado, sobre notificação extrajudicial que recebeu, dirigida a todos os 81 senadores, de um escritório de advocacia (não citou o nome), exigindo explicações para o fato dos membros do Poder não colocarem em pauta votação sobre impeachment de ministros do STF. É mais um rolo da nossa política, que envolve medidas extremas do Supremo Tribunal e principalmente do ministro Alexandre de Moraes, que têm causado reações em parte importante da sociedade brasileira, enquanto o Senado continua silente. No ofício enviado a Pacheco, o ex-governador de Santa Catarina cobra “reposta ou manifestação à reclamação contida na Notificação Extrajudicial recebida, que aponta a omissão dos 81 senadores no descumprimentos de artigos constitucionais e do Regimento Interno do Senado, que determina como competência privativa do Senado em processar e julgar ministros do STF nos crimes de responsabilidade”. A notificação aos senadores, explica, é, por simplesmente, se omitirem perante os procedimentos monocráticos dos Presidentes do Senado, quando este arquivar um pedido de impeachment em desfavor de um Ministro do Supremo”.

    Em suas redes sociais, o senador catarinense (que é grande amigo pessoal e parceiro político do rondoniense Jaime Bagattoli, a quem trata como se fosse também um senador de Santa Catarina) cobrou: “me sinto constrangido por receber isso individualmente, identificado e com vários apoios. Mas ao solicitar que a Advocacia do Senado aprecie isso coletivamente, eu não posso deixar de dizer que, nos últimos cinco anos, nenhum desses requerimentos de impeachment, alguns com milhões de assinaturas, tiveram tramitação”. Na análise da situação, por fim, o parlamentar fez mais um pedido ao presidente Rodrigo Pacheco. “Nesse sentido, tenho, insistentemente, desde 2019, reiterado a Vossa Excelência que coloque em votação o PRS número 11, de 2019, do nobre senador Lasier Martins, que cria procedimentos para apreciação de denúncias aos ministros do Supremo e do Procurador Geral da República, evitando a decisão monocrática sobre essas denúncias”. Até esta quinta, Rodrigo Pacheco não havia respondido. Quem conhece a história sabe que é daqueles temas que irão diretamente para a gaveta. Rodrigo Pacheco quer tudo na vida, menos enfrentar o STF. Por que será?

    Newsrondonia

  • Desembargadores Luiz Cláudio Veiga Braga e Ivo Fávaro são eleitos presidente e vice do TRE-GO

    Desembargadores Luiz Cláudio Veiga Braga e Ivo Fávaro são eleitos presidente e vice do TRE-GO

    Os desembargadores Luiz Cláudio Veiga Braga e Ivo Fávaro foram eleitos, respectivamente, presidente e vice-presidente (cumulado com corregedor-geral) do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), em sessão realizada pela Corte Eleitoral na tarde dessa quinta-feira (15).

    Os cargos são referentes ao biênio 2024/2026. A escolha, unânime, foi realizada de forma secreta, por meio de urna eletrônica, e envolveu os sete integrantes do TRE-GO. A sessão solene de transmissão dos cargos está marcada para o dia 30 de abril.

    Tribunais Eleitorais

    A Justiça Eleitoral é responsável pelo cadastro dos eleitores, constituição de juntas e zonas eleitorais e a apuração de resultados e diplomação dos eleitos no âmbito estadual. O TRE também deve esclarecer dúvidas em relação às eleições e julgar apelações quanto às decisões dos juízes eleitorais.

    Neste ano, as eleições municipais no Brasil estão agendadas para o dia 6 de outubro, quando o eleitor vai escolher ocupantes para os postos de prefeito e vereador. No município que houver segundo turno das eleições, a data para votação será dia 27 de outubro.

    Composição do Pleno

    De acordo com a Constituição Federal, os Tribunais Eleitorais são compostos de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; de dois juízes, dentre magistrados de carreira, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; e por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

    Rota Jurídica

  • PSOL questiona lei de Goiás obriga gestante a ouvir batimentos cardíacos do feto antes do aborto

    PSOL questiona lei de Goiás obriga gestante a ouvir batimentos cardíacos do feto antes do aborto

    O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7597, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra lei que institui a Campanha de Conscientização contra o Aborto para as Mulheres no Estado de Goiás. A ação foi distribuída ao ministro Edson Fachin.

    Entre outros pontos, a Lei estadual 22.537/2024 estabelece a data de 8 de agosto como o “Dia Estadual de Conscientização contra o Aborto” e prevê diretrizes para a campanha, tais como a realização de palestras e seminários sobre os riscos da prática, a prestação de assistência psicológica e social às mulheres grávidas que queiram abortar, priorizando a manutenção da vida do feto, e o oferecimento a mulher de exame de ultrassom com os batimentos cardíacos do nascituro.

    Segundo a legenda, a lei tem o objetivo de impedir o acesso de gestantes ao procedimento de aborto, mesmo nas hipóteses legais, desencorajando-as a obter os serviços previstos em lei, bem como “as submete à tortura mediante a visualização do exame de ultrassonografia”. Para o PSOL, a lei viola os atuais entendimentos sobre justiça reprodutiva, que impõem ao Estado o dever de garantir todas as condições necessárias para que as mulheres exerçam suas escolhas.

    Princípios constitucionais

    O partido político alega que a norma atenta contra o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e os direitos de mulheres à autonomia, à liberdade, à igualdade, à saúde e a não serem submetidas à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Sustenta, ainda, que a lei estadual disciplinou matérias de direitos civil e diretrizes e bases da educação, cuja competência legislativa privativa é da União.

    Processo relacionado: ADI 7597

    Rota Jurídica

  • Perícia sobre fuga em Mossoró deve ser concluída até sexta, diz secretário de Políticas Penais

    Perícia sobre fuga em Mossoró deve ser concluída até sexta, diz secretário de Políticas Penais

    Além da recaptura dos foragidos, a força-tarefa tem como missão ‘tornar esse fato irrepetível’, como afirmou André Garcia

    A perícia revelando a dinâmica da fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) deve ser finalizada até esta sexta-feira (16), afirmou o secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, em coletiva de imprensa desta quinta-feira (15). De acordo com Garcia, além da recaptura dos foragidos, a força-tarefa tem como missão “tornar esse fato irrepetível”.

    “Adotar todas as medidas necessárias para que o evento como esse se encerre com a recaptura dos dois foragidos é prioridade número um. A partir da solução do problema imediato, partimos concomitantemente com a mesma energia para tornar esse fato irrepetível. Essa é a determinação. Não há a possibilidade que a gente saia daqui com alguma fragilidade ou alguma chance de um evento dessa natureza ocorrer no sistema penitenciário federal”, detalhou o secretário.

    Por questões de segurança e estratégia, Garcia não quis confirmar a forma com que os dois homens fugiram do local e se houve, de fato, facilitação por parte de servidores da própria carceragem. Segundo ele, a dinâmica será precisa “na medida que houver a conclusão da perícia”. “Todos os policiais estão esperançosos em ter algo mais claro, nos próximos dias, nas próximas horas, e que nos permita um desfecho desse episódio. Tudo o que falar em relação ao que está sendo feito pode atrapalhar nosso trabalho”, completou.

    Apesar de não entrar em detalhes, na avaliação do secretário, houve falha na segurança. “Não há possibilidade de se ter em uma unidade prisional uma fuga se os procedimentos de segurança forem observados”. A força-tarefa também conta com revisão dos procedimentos em todas as unidades de prisões federais, além de uma instauração de um processo administrativo para apurar responsabilidades.Mais cedo, a direção do Sistema Penitenciário Federal suspendeu as visitas sociais e os banhos de sol dos presos no presídio federal de Mossoró (RN). Além disso, o texto limita o acesso às dependências prisionais, incluindo as áreas de inclusão. Como justificava para a ação, o governo cita “a necessidade de esclarecimento dos fatos” que resultaram na fuga, além dos procedimentos internos. Na prática, a unidade passa a funcionar no nível dois de segurança.

    Fuga

    A fuga ocorreu durante a madrugada de quarta-feira (14). É o primeiro incidente na história do sistema penitenciário federal, que engloba cinco presídios de segurança máxima. Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Ambos são naturais do Acre e estavam detidos no local desde 27 de setembro de 2023.

    Segundo fontes, ambos os indivíduos têm vínculos com o Comando Vermelho, uma facção liderada por Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na mesma unidade. Eles foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após sua participação em uma rebelião ocorrida no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. Esse ato resultou na morte de cinco detentos, sendo três deles decapitados.

    A Polícia Federal enviou ao local um avião com drones para ajudar nas buscas pelos prisioneiros. Em nota, as secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Rio Grando do Norte informaram que entraram em contato com as secretarias de segurança pública dos estados vizinhos (Ceará e Paraíba), para realizar ações integradas de reforço policial nas divisas entre os estados.

    R7

     

  • Fotos de prédio de 19 andares que foi evacuado no litoral de SP após colapso

    Fotos de prédio de 19 andares que foi evacuado no litoral de SP após colapso

    Edifício com 133 apartamentos na Praia Grande sofreu um colapso estrutural em colunas do subsolo

    Um prédio residencial com 133 apartamentos na Praia Grande, litoral paulista, foi evacuado no início da tarde desta terça-feira (13) depois que técnicos da Defesa Civil identificaram um colapso estrutural em três colunas da edificação. O problema foi constatado no subsolo.

    Como ação emergencial, as equipes responsáveis pela obra colocaram inúmeras estacas de ferro na garagem do prédio, que vão do chão ao teto, e auxiliam na sustentação do edifício.

    Em entrevista à CNN, o tenente-coronel Maxwell de Souza, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo, disse que o edifício “não corre risco de desabar”.

    “Ao longo das últimas horas, não houve novos abalos. Nenhum novo dano em outra estrutura, em outra coluna. Então, é uma situação segura”, explicou o porta-voz.

    Segundo o porta-voz, moradores relataram ter ouvido “barulhos como se fossem de explosões”.

    Na edificação, aconteceu um cisalhamento, que causou a explosão do concreto que cerca as ferragens nas colunas. “Voa concreto para todo lado e as vigas ficam à mostra”.

    Coluna danificada em prédio localizado na Praia Grande, litoral de São Paulo Crédito: Divulgação/Defesa Civil

    Segundo o tenente-coronel, apenas um laudo “vai poder apontar o que de fato causou esse abalo nessas colunas”.

  • Bolsonaro pede ao STF devolução de passaporte para ir a evento nos EUA com Trump

    Bolsonaro pede ao STF devolução de passaporte para ir a evento nos EUA com Trump

    O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução do seu passaporte para que ele possa participar de um evento conservador nos Estados Unidos na próxima semana que terá a presença do ex-presidente dos EUA Donald Trump.

    O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa Bolsonaro, disse à Reuters que o pedido foi apresentado ao Supremo para que Bolsonaro possa participar da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), que ocorrerá de 21 a 24 de fevereiro. Trump, que deve concorrer a um novo mandato presidencial em novembro, é anunciado na página do evento como a principal estrela do encontro.

    Bolsonaro teve o passaporte apreendido em operação da Polícia Federal na semana passada, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito de inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado orquestrada durante o seu governo.

    O ex-presidente também foi proibido pelo Supremo de manter contato com os demais investigados na operação, como os ex-ministros da Defesa Walter Braga Netto e Paulo Nogueira Batista; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.

    Quatro pessoas foram presas na operação, incluindo o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins.

    Alvo de uma série de investigações pelo STF e inelegível de concorrer até 2030 por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro recentemente fez uma convocação pública pelas redes sociais para um ato em sua própria defesa para o dia 25 deste mês, domingo, na Avenida Paulista.

    Reteurs

  • Relembrando….Arquivado na Justiça Eleitoral, mensalinho do PT no Twitter entra no foco da CPI das Fake News

    Relembrando….Arquivado na Justiça Eleitoral, mensalinho do PT no Twitter entra no foco da CPI das Fake News

    A investigação do esquema de pagamento de influenciadores de redes sociais para propagação de notícia para políticos do PT não tem avançado na Justiça Eleitoral nos estados, mas o chamado “mensalinho do PT no Twitter” será uma das frentes de apuração da CPI das Fake News

    A investigação do esquema de pagamento de influenciadores de redes sociais para propagação de notícia para políticos do PT não tem avançado na Justiça Eleitoral nos estados, mas o chamado “mensalinho do PT no Twitter” será uma das frentes de apuração da CPI das Fake News.

    O comando da comissão deve pedir que a Polícia Federal e os tribunais regionais eleitorais entrem no caso e ainda auxiliem com dados e investigações. A O Antagonista, o presidente da CPI, senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, disse que não descarta indiciamentos sobre o caso a depender do resultado das apurações.

    Empresas ligadas ao ex-deputado federal Miguel Corrêa, do PT de Minas Gerais, teriam fechado contratos milionários com pelo menos uma dezena de políticos nas eleições de 2018 que pagaram para participarem de um espécie de game. Para ganhar pontos no jogo, os influenciadores convidados a baixar o aplicativo deveriam compartilhar conteúdo positivo sobre os candidatos nas redes sociais.

    A Justiça Eleitoral em Minas rejeitou uma ação contra Corrêa sob argumento de que, como ele não chegou a ser eleito ao Senado, não haveria como prosseguir com o processo porque a única sanção aplicável seria a cassação ou rejeição do diploma, portanto, a punição não poderia ser aplicada.

    Em outra ação que poderia provocar a inelegibilidade de Corrêa, o TRE mineiro julgou se o caso poderia se enquadrar em abuso de poder econômico, além de arrecadação e gastos ilícitos de recursos. Os desembargadores avaliaram que não há provas nos autos de que o aplicativo alcançou um número expressivo de eleitores a ponto de desequilibrar o pleito. Uma perícia informou que o aplicativo foi baixado por ao menos 1.000 pessoas.

    Em relação aos influenciadores, os magistrados consideraram que não ficou evidenciado o benefício ao ex-deputado. Isso porque ele não foi citado em e-mails dirigidos supostamente a influenciadores digitais, contendo o resumo das matérias que deveriam ser divulgadas em suas redes sociais, referentes às pautas políticas de esquerda, havendo referência a certos candidatos (Wellington Dias, Fernando Haddad, Manuela D’Ávila, Luiz Marinho, Lindbergh Farias, Décio Lima e Gleisi Hoffmann).

    O Ministério Público Eleitoral recorreu e o processo ainda está em fase de admissão pelo TSE.

    A falta de provas também foi a justificativa da Justiça Eleitoral no Piauí para rejeitar uma ação contra o governador Wellington Dias (PT). O mensalinho do PT no Twitter estourou justamente pelo caso de Dias, sendo que a  jornalista Paula Holanda, militante de esquerda e influenciadora digital, revelou no Twitter ter sido convidada, em troca de dinheiro, pela Lajoy a promover em seu perfil conteúdo de esquerda. Ela, porém, disse que se recusou a fazer postagens sobre Dias.

    O juiz auxiliar Geraldo Meneses considerou que “não há prova idônea de que a coligação e/ou o candidato representados contrataram influenciadores digitais ou a Lajoy a fim de expandir a audiência de conteúdos no twitter”.

    A situação da campanha de Dias ainda é discutida em outra ação no TRE.

    O caso de Luiz Marinho, que concorreu ao governo de São Paulo pelo PT, também foi encerrado, mas por questão processual. Não houve discussão sobre o mérito do caso.
    O Antagonista , publicado em 16.02.2020
  • Indícios de corrupção contra Moro são ponto lateral em processo de cassação

    Indícios de corrupção contra Moro são ponto lateral em processo de cassação

    Embora o PT de Lula e PL de Jair Bolsonaro apontem indícios de corrupção nos gastos da pré-campanha do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), é o suposto abuso de poder econômico pelo ex-juiz da Lava Jato que forma o eixo central do processo movido pelas duas siglas na Justiça Eleitoral do Paraná.

    Isso tem ligação com a natureza do processo, que é uma Aije (ação de investigação judicial eleitoral) proposta pelos dois partidos.

    O advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, diz que a ação contra Moro se propõe a apontar provas de abuso de poder econômico nos termos do artigo 30-A da “Lei das Eleições” (lei 9.504/1997) e artigo 22 da “Lei das Inelegibilidades” (lei complementar 64/1990).

    Já a apuração de eventuais crimes eleitorais (como caixa 2 ou apropriação indebita eleitoral) ou crimes comuns (como lavagem de dinheiro) caberia ao Ministério Público, que poderia propor uma ação penal pública.

    “A competência é do Ministério Público. Nós podemos representar criminalmente denunciando ao MP [Ministério Público] ou o próprio TRE já pode mandar os autos para o MP analisar. Mas, nestas hipóteses, quem propõe a denúncia é o MP, e quem toca o inquérito é a Polícia Federal”, explica.

    Na ação, os partidos apontam suposto abuso de poder econômico e, por isso, pedem a cassação do mandato de Moro. Mas também defendem que os indícios de corrupção sejam apurados.

    Os indícios de corrupção mencionados pelas siglas na ação estão ligados principalmente ao contrato de serviços jurídicos feito entre a União Brasil e o escritório do advogado Luis Felipe Cunha (União Brasil), que é amigo de quase 20 anos de Moro e se tornou seu primeiro suplente no Senado.

    PT e PL acham suspeito o contrato, já que o escritório de Cunha até então não atuava na área do direito eleitoral. O valor do contrato também foi considerado alto —R$ 1 milhão para um período de quatro meses, de abril a julho de 2022.

    Os partidos de oposição a Moro defendem que haja uma investigação mais aprofundada sobre o destino do dinheiro. Para o PT e o PL, Moro pode ter usado os recursos para um “autofinanciamento oculto e antecipado” para sua campanha ou para pagar despesas pessoais. Ele nega qualquer irregularidade.

    Para o advogado do PT, Luiz Eduardo Peccinin, Moro “contratou o amigo como suposto advogado e triangulou esses recursos”. Peccinin deu a declaração à imprensa logo após a audiência na qual Moro prestou depoimento ao relator do caso, o juiz Luciano Falavinha, em dezembro.

    Ao juiz Moro justificou que o valor também abrangia pagamentos ao escritório do advogado Gustavo Guedes, que não teria sido contratado diretamente pela União Brasil em razão de uma resistência do presidente da sigla, Luciano Bivar.

    Guedes, responsável hoje pela defesa de Moro na Justiça Eleitoral, confirma a versão e diz que Cunha subcontratou seu escritório.

    “Houve por parte do partido a informação de que não gostariam de me contratar pelo fato de eu ter assinado contra o PSL [hoje União Brasil] uma ação de desfiliação de justa causa da Joice Hasselmann”, disse Guedes, em janeiro, em entrevista à Folha de S.Paulo.

    “Na época, eu tinha a informação de que este apontamento teria vindo do próprio Bivar. Depois o Bivar disse em entrevista que não falou. Mas, alguém disse internamente lá. Se alguém usou o nome do Bivar porque não gosta de mim, não sei. O fato é que isso foi dito lá atrás. Respeito o Bivar, não tenho nada contra ele. Mas entendi a resistência como compreensível”, afirmou o advogado.

    Segundo ele, a alternativa encontrada, e que teria recebido o aval da própria sigla, foi a parceria com o escritório de Cunha, que pretendia começar a atuar na área eleitoral.

    “Eu não vou apontar valores, mas recebi uma parte significativa deste pagamento de R$ 250 mil por mês”, disse Guedes. “Ele prestou serviços comigo. Não foram só quatro pareceres. Foram dezenas de documentos que a gente produziu, entre coisas para o partido e defesas do Moro. E eu acho que o Felipe [Cunha] teve outras prestações de serviço também”, continuou ele.

    Ao longo da audiência conduzida pelo juiz Luciano Falavinha em dezembro, o contrato foi o tema da maioria das perguntas feitas pelo magistrado ao senador.

    Falavinha ainda não divulgou seu voto sobre o caso, mas já informou ter concluído a análise do processo, em 30 de janeiro. Agora ele aguarda a formação completa do colegiado da corte regional para colocar o assunto na pauta de julgamentos.

    Uma das sete cadeiras de juízes está vaga desde o final de janeiro. A expectativa é que a posse do sétimo membro ocorra nos próximos dias, após indicação de um nome pelo presidente Lula com base em uma lista tríplice.

    A ação motivada por representação dos partidos PL e PT sustenta que o ex-juiz da Lava Jato fez gastos excessivos durante o período da pré-campanha eleitoral ligada ao pleito de 2022, o que teria trazido desequilíbrio para a disputa.

    Moro se filiou ao Podemos no final de 2021 de olho na disputa presidencial. Em março de 2022, abandonou o partido, anunciando filiação à União Brasil e uma candidatura ao Senado por São Paulo. Em junho, depois da Justiça Eleitoral barrar a troca de domicílio eleitoral para São Paulo, anunciou que seria candidato ao Senado pelo Paraná.

    Por isso, os partidos opositores apontam que os gastos de pré-campanha, voltados inicialmente para a disputa ao Palácio do Planalto, tornaram-se “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

    Já a defesa de Moro nega que tenha feito gastos excessivos e sustenta que as despesas realizadas entre novembro de 2021 até início de junho de 2022 nem poderiam ser consideradas, justamente porque o pré-candidato almejava outros cargos.

    Folha de São Paulo