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Início Site Página 11

Os novos judeus do Nordeste que redefinem a religião no Brasil e chamam atenção de Israel

Por
admin
-
25 de agosto de 2025
0

No Nordeste brasileiro, em Messejana, bairro pobre na periferia de Fortaleza, capital do Ceará, uma construção de tijolinhos com estrelas de Davi e candelabros na fachada destoa das casas vizinhas.

Antes de virar a sinagoga Beitel, em 2014, o edifício abrigava uma igreja evangélica que foi se tornando “cada vez mais judaica”, conta Flávio Santos, um dos líderes da comunidade e seu cantor litúrgico.

Negro e criado em uma família evangélica, Flávio personifica a jornada de vários bnei anussim — expressão que significa “os filhos dos forçados” em hebraico e se refere aos judeus compelidos a se converter ao cristianismo na Península Ibérica, no século 15.

Vários séculos depois, milhares de seus descendentes estão retornando ao judaísmo — um movimento com epicentro em bairros periféricos e pequenas cidades da região Nordeste.Como resultado, judeus convertidos fundaram nos últimos anos várias sinagogas Brasil afora, muitas delas em locais sem qualquer presença judaica até então.

O movimento já produz efeitos em Israel, onde parte desses convertidos passou a viver e até a servir no Exército, mas também vem enfrentando resistências em algumas comunidades judaicas tradicionais brasileiras.

A história é contada no documentário Os novos judeus do Nordeste: a tribo perdida do sertão, disponível no canal da BBC News Brasil no YouTube, resultado de uma expedição que percorreu mais de mil quilômetros em quatro Estados para retratar este fenômeno.

Flávio Santos diz que, em seus primórdios, a igreja evangélica em Messejana que viraria a sinagoga Beitel dava grande ênfase ao Antigo Testamento.

Depois, a comunidade aderiu ao judaísmo messiânico, que combina práticas judaicas com a adoração a Jesus, mas não é considerado parte do judaísmo pela maioria dos rabinos.

Até que, por volta de 2018, o grupo abandonou a fé em Cristo e aderiu ao judaísmo ortodoxo, corrente que eles consideram mais próxima da religião praticada nos tempos bíblicos.

Flávio diz que, para boa parte da comunidade, a adesão ao judaísmo significou um regresso à fé de seus antepassados. Como ele, muitos na sinagoga dizem ter descoberto vínculos com o judaísmo ao estudarem a história de suas famílias, montarem suas árvores genealógicas ou fazerem testes genéticos.

Flávio, no caso, diz ter percebido possíveis laços familiares com a religião ao analisar práticas de uma avó nascida no interior de Alagoas, como o costume de se banhar na sexta-feira à tarde e a recusa dela em apontar para estrelas com os dedos.

Para ele e outros bnei anussim, a primeira prática é uma reminiscência dos preparos para o shabat, o dia sagrado do judaísmo, enquanto o segundo estaria ligado ao medo que judeus tinham de serem denunciados durante a Inquisição, já que o aparecimento das estrelas marcava o fim do shabat.

A avó dele, porém, se definia como cristã e desconhecia qualquer vínculo com o judaísmo — algo que Flávio atribui aos séculos de repressão contra a religião.

Mulher com lenço na cabeça e livro religioso
Felix Lima/BBC – Cerimônia religiosa na sinagoga Beitel, em Messejana, na periferia de Fortaleza

Hoje, segundo ele, a sinagoga tem 45 membros já convertidos. Os trabalhos religiosos são orientados à distância por um rabino de Israel.

O movimento de retorno ao judaísmo no Nordeste teve seus primeiros capítulos nos anos 1960, quando pessoas nascidas católicas passaram a reivindicar laços sanguíneos e culturais com a religião e a frequentar sinagogas em cidades como Recife e Natal.

Os pioneiros do movimento eram conhecidos como “marranos”, antiga alcunha pejorativa que significa “porcos”, em espanhol, mas foi apropriada pelo grupo.

A novidade dos últimos anos é o surgimento de várias comunidades formadas só por judeus convertidos e a grande presença de ex-evangélicos entre seus membros.

No Recife, a tradicional Synagoga Israelita, fundada em 1926 por judeus do Leste Europeu e que foi frequentada pela família da escritora Clarice Lispector (1920-1977), hoje é dirigida e frequentada quase exclusivamente por bnei anussim.

O fenômeno coincide com uma aproximação cada vez maior entre igrejas evangélicas e Israel e com a popularização de testes genéticos, que têm apontado ancestralidade judaica em muitos brasileiros.

O movimento ocorre ainda em meio à explosão de cursos online sobre judaísmo e o papel de judeus e cristãos-novos na história do Brasil.

Felix Lima/BBC – Judia na Synagoga Israelita do Recife, hoje frequentada quase exclusivamente pela comunidade bnei anussim.

Quantos judeus há no Brasil?

Não há dados oficiais sobre a quantidade de convertidos ao judaísmo no Brasil, e o último Censo, de 2022, não apresentou informações sobre judeus em seu levantamento sobre religiões.

O Censo anterior, de 2010, contabilizou 107 mil, e a Confederação Israelita do Brasil (Conib) estima em 120 mil.

Há indícios, porém, de que o número esteja aumentando. Em 2021, uma pesquisa do Samuel Neamen Institute, um centro de estudos de Israel, estimou que 30 mil bnei anussim brasileiros se converteram ao judaísmo nos últimos anos.

Segundo a pesquisa, há ainda 4 milhões de brasileiros com ancestralidade judaica que poderiam se enquadrar na categoria bnei anussim, mas ainda não se converteram.

Para o escritor pernambucano Jacques Ribemboim, autor de livros sobre a história do judaísmo no Nordeste, o número de nordestinos com antepassados judeus pode ser ainda maior e superar até a população de Israel, de 10 milhões de habitantes.

“Há no Nordeste brasileiro um potencial para algumas dezenas de milhões de descendentes de judeus que podem eventualmente voltar a se identificar com o judaísmo e a vontade de retomar a prática judaica”, afirma Ribemboim.

“É um fenômeno extraordinário”, acrescenta o escritor, ele próprio judeu, mas do ramo asquenazi, da Europa Oriental.

Felix Lima/BBC – Para o escritor Jacques Ribemboim, pode haver dezenas de milhões de nordestinos com ancestralidade judaica.

Convertidos no Exército israelense

Quando a BBC News Brasil esteve na sinagoga de Messejana, havia um visitante de destaque: um antigo membro da comunidade que hoje mora em Israel e é soldado do Exército israelense.

De férias no Brasil, o jovem não quis falar sobre a atuação como militar e pediu para não ter a identidade revelada, citando preocupações com a segurança.

Em uma rápida conversa, disse ter se convertido ao judaísmo há poucos anos e obtido a cidadania israelense por meio da aliá — nome do processo legal pelo qual qualquer judeu pode se tornar cidadão do país.

Membros da sinagoga afirmaram que há ainda outro ex-frequentador que hoje é militar em Israel. “Eles servem ao Estado de Israel, mas, mais que isso, servem ao povo judeu como um todo”, afirma Flávio Santos, o cantor litúrgico da sinagoga.

Questionado sobre críticas de que Israel usaria uma força desproporcional em Gaza, Santos atribuiu a responsabilidade pela guerra ao Hamas por ter atacado o território israelense, em 7 de outubro de 2023.

Cerca de 1,2 mil pessoas morreram no ataque do Hamas e outras 257 foram sequestradas. Já na resposta israelense morreram mais de 60 mil palestinos, incluindo 18,5 mil crianças e 9,8 mil mulheres, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

“É algo duro de assistir”, diz Flávio sobre a morte de civis palestinos. “Mas é uma questão de soberania nacional, de defesa da população.”

Felix Lima/BBC – Em Tibau (RN), primeiras conversões ao judaísmo ocorreram em 2016.

Mudança de país (e de nome)

Há casos de famílias inteiras de judeus convertidos nordestinos que hoje vivem em Israel, embora a maioria das pessoas migre sozinha.

Uma antiga frequentadora da sinagoga em Messejana que hoje mora em Israel é Shoshana Lima, de 25 anos.

Formada em Jornalismo na Universidade Federal do Ceará, ela visitou a sinagoga pela primeira vez em 2022 e se converteu no ano seguinte. Meses depois, mudou-se sozinha para Israel e se tornou israelense neste ano.

Shoshana diz que jamais soube de qualquer vínculo familiar com o judaísmo e que “se sentiu em casa” ao visitar a sinagoga pela primeira vez, em um momento em que estava em busca de uma religião e de “pertencer a uma comunidade”.

Ao migrar para Israel, a jovem teve a opção de trocar de nome. Ela escolheu Shoshana — que significa “rosa” ou “lírio” em hebraico — e abandonou o anterior, Suyane.

Em Israel, onde pretende se casar e trabalhar na área de tecnologia, Shoshana diz ter vivenciado uma liberdade inédita: “Não preciso explicar para ninguém por que eu não toco um homem ou por que uso as roupas que uso”.

Indagada sobre a decisão de se tornar israelense em um momento em que Israel é acusado por vários países de promover um genocídio em Gaza — acusação refutada pelo governo israelense —, ela afirma que boa parte do mundo tem uma visão maniqueísta sobre o conflito.

Em sua visão, Israel está agindo para evitar um novo ataque do Hamas. “Espero que haja paz, mas as pessoas precisam parar de ver essa guerra como preto no branco.”

Arquivo Pessoal – A jornalista Shoshana Lima se converteu ao judaísmo e hoje mora em Israel

Era de ouro do judaísmo

Engana-se, porém, quem pensa haver unidade política e um alinhamento automático entre os bnei anussim e o governo israelense.

O historiador Aldrey Ribeiro, de 31 anos, é o líder da sinagoga Branca Dias, fundada por judeus convertidos em Campina Grande, no interior da Paraíba.

O nome da sinagoga homenageia a luso-brasileira Branca Dias (1515-1589), condenada pela Inquisição por praticar o judaísmo em Olinda.

Para Aldrey, os palestinos também devem ter seu próprio Estado — uma posição que é rejeitada pelo governo de Israel e é minoritária entre a população israelense, segundo pesquisas recentes.

Ele diz ainda que metade de sua congregação tem posições de esquerda, e a outra metade, de direita — o que não é um problema para o grupo.

Para Aldrey, os bnei anussim são herdeiros da “era de ouro do judaísmo”, período em que judeus, cristãos e muçulmanos conviviam na Península Ibérica antes da Inquisição.

“Foi a época em que o judaísmo mais floresceu nas artes, nas ciências e na poesia, e o segredo para isso era saber dialogar com o outro”, afirma o historiador.

“Por carregar essa herança, nós, bnei anussim, sabemos conviver com diferenças.”

Felix Lima/BBC – Aldrey Ribeiro se formou em História para estudar origem judaica da família

Aldrey afirma ainda que, ao investigar o passado de sua família, fez testes de DNA que detectaram genes comuns entre populações judaicas e que, ao montar sua árvore genealógica, descobriu ser descendente de um rabino que viveu na Espanha no século 15.

Para ele, o retorno dos bnei anussim ao judaísmo é uma “reparação histórica”.

“A possibilidade de ser judeu foi roubada da gente, e isso é muito dolorido”, diz.

Felix Lima/BBC -Povoado Tapuia, na Paraíba, abriga vestígios de judaísmo, segundo historiador

Perseguidos pela Inquisição

Os judeus chegaram à Península Ibérica depois da destruição de Jerusalém pelo Império Romano, no ano 70, e viveram ali séculos de relativa liberdade religiosa.

Até que, em 1492, eles foram expulsos da Espanha por reis católicos que buscavam a unificação religiosa do reino.

Cinco anos depois, foi a vez de Portugal obrigá-los a deixar o país ou a se converter ao cristianismo.

Mesmo após a conversão, no entanto, muitos continuaram a ser perseguidos pela Inquisição, tribunal criado pela Igreja Católica no século 12 para punir heresias.

Segundo o pesquisador Jacques Ribemboim, muitas famílias cristãs-novas viram então no Brasil uma chance de praticar o judaísmo às escondidas.

Em Olinda, uma das maiores cidades do Brasil nos primórdios da colonização, os cristãos-novos chegaram a compor entre um terço e metade da população local, afirma Ribemboim.

O grupo pôde até professar o judaísmo abertamente por um curto período, no século 17, quando holandeses assumiram o controle de boa parte da região Nordeste e estabeleceram um regime de maior tolerância religiosa.

Em 1654, porém, com a expulsão dos holandeses, os judeus foram obrigados a voltar à cristandade.

“Então, eles começam a se interiorizar, e só ficou alguma prática judaica, aqui e ali, em algum bolsão remoto dos sertões brasileiros”, diz Ribemboim.

Para ele, é possível que algumas dessas práticas judaicas tenham sobrevivido nas famílias bnei anussim atuais, mas os vários séculos transcorridos impedem uma comprovação categórica dos vínculos. “Como pesquisador, tenho de tratar essas possíveis conexões como hipóteses.”

Felix Lima/BBC-Grupos bnei anussim dizem ter herdado tradições judaicas de seus antepassados

Judeus convertidos brasileiros em Israel

Não se sabe quantos brasileiros convertidos ao judaísmo moram em Israel, porque os dados do governo israelense não diferenciam judeus convertidos de não convertidos.

Segundo o governo de Israel, 257 brasileiros se tornaram cidadãos israelenses em 2024 — número próximo ao da média histórica, mas abaixo ao de anos anteriores à guerra em Gaza.

Não há dados sobre quantos membros do Exército israelense nasceram no Brasil.

Comunidades visitadas pela BBC News Brasil estimaram em “algumas centenas” os bnei anussim brasileiros que hoje moram em Israel.

Líderes comunitários disseram que a maioria dos bnei anussim não pretende deixar o Brasil, mas que a presença do grupo em Israel poderia ser maior não fossem algumas barreiras enfrentadas pelo grupo.

O comerciante Antonio Fabiano de Oliveira Cavalcante é o líder da comunidade judaica ortodoxa de Tibau, cidade com 5,6 mil habitantes no litoral do Rio Grande do Norte.

Fundada em 2014, a sinagoga da cidade tem cerca de 40 membros e um redário para hospedar integrantes durante o shabat. Em períodos de festas, alguns chegam a passar três dias seguidos dentro da sinagoga.

A própria comunidade abate os animais que consome, seguindo os ritos da lei dietética judaica, e hoje todos os meninos são circuncidados oito dias após nascerem, conforme manda a Lei Judaica.

As rezas na sinagoga são em hebraico e em ladino, antiga língua dos judeus sefarditas, mas têm um quê regional: alguns cantos litúrgicos ganharam a melodia de clássicos da música nordestina, como Asa Branca, de Luiz Gonzaga, e Eu só quero um xodó, de Dominguinhos.

Outra particularidade dos bnei anussim nordestinos são as vestimentas do dia a dia. Enquanto muitos judeus ortodoxos do ramo asquenazi (Leste Europeu) costumam vestir ternos escuros e chapéus, os bnei anussim têm como referência as roupas mais leves do judaísmo sefardita, mais adequadas aos trópicos.

Felix Lima/BBC- Comunidade judaica em Tibau (RN) tem mais de 40 integrantes.

Apesar do rigor com que o grupo diz viver a religião, Antonio Fabiano afirma que algumas pessoas no Brasil ainda questionam seu judaísmo.

Ele afirma que a principal dificuldade da comunidade é enviar os jovens para um período de estudos em Israel — prática comum entre judeus de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

Há vários programas de estudos em Israel financiados pelo governo israelense. A seleção para parte desses programas é feita pela Agência Judaica, órgão ligado ao Ministério do Interior israelense com escritórios no Brasil.

A agência também faz uma triagem dos judeus interessados em fazer a aliá e migrar legalmente para Israel com as despesas custeadas pelo governo israelense.

Antonio Fabiano afirma, porém, que bnei anussim não filiados a congregações judaicas tradicionais ainda são barrados nas seleções, o que os obriga a buscar outros caminhos e a bancar a viagem do próprio bolso.

A BBC News Brasil questionou a Agência Judaica e o Ministério do Interior israelense sobre queixas de que os bnei anussim estariam sendo preteridos nas seleções, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Em um processo judicial recente, o ministério israelense expressou a preocupação de que pessoas de países pobres estejam usando possíveis laços com o judaísmo como desculpa para migrar para Israel e obter vantagens econômicas.

Felix Lima/BBC – Educadora Jacqueline Passy discursa na sinagoga Branca Dias, em Campina Grande

A educadora Jacqueline Passy, uma judia nascida no Rio de Janeiro que há mais dez anos assessora grupos bnei anussim,diz compreender que o movimento desperte receios em Israel.

“Eles pensam: ‘Onde vamos botar 40 milhões de pessoas?'”, diz Passy, citando uma das estimativas mais elevadas da população bnei anussim no Brasil.

Mas ela diz acreditar que os temores estão diminuindo conforme Israel percebe que o grupo pode contribuir com o país e não pretende imigrar em massa.

“São pessoas que querem botar a mão na terra, e Israel precisa dessa gente”, defende Passy.

Ela diz que já prestou consultoria a milhares de bnei anussim, dos quais 70 hoje são cidadãos israelenses. Para atender o grupo, ela criou uma escola online sobre judaísmo, a Raízes Judaicas do Brasil.

A BBC News Brasil também procurou a Confederação Israelita do Brasil (Conib) para saber a posição da entidade sobre o movimento bnei anussim e as reclamações de comunidades quanto à falta de diálogo com instituições judaicas tradicionais.

Em nota, a Conib não comentou as críticas, mas disse ver “com satisfação esse grande movimento de apoio e pertencimento ao judaísmo e a Israel”.

“A relação do nosso país com o judaísmo é profunda e muito antiga, e esse fenômeno religioso é mais uma prova disso”, afirmou a confederação.

Felix Lima/BBC – Legenda da foto,Moradora do povoado Caracolzinho (PB), onde historiador Aldrey Ribeiro diz ter encontrado vestígios de judaísmo

Barrado à porta da sinagoga

Os bnei anussim citam ainda outros problemas na convivência com congregações judaicas tradicionais.

Aldrey Ribeiro, o historiador que lidera a sinagoga em Campina Grande, descreve um episódio que diz ter vivido há alguns anos durante uma visita a São Paulo.

Acompanhado por um grupo de judeus paulistanos, ele pretendia visitar uma grande sinagoga, que prefere não nomear.

À porta, porém, diz ter sido barrado pelo segurança. “Ele perguntou meu sobrenome, e eu falei com todo orgulho: ‘Ribeiro’. Então, ele falou: ‘Não entra’.”

Já os outros judeus que o acompanhavam, todos de famílias judias de imigração recente, puderam entrar, segundo o historiador.

Ribeiro diz que o segurança não explicou a decisão e que ele saiu de lá constrangido e envergonhado.

Para o historiador, o episódio ilustra o “preconceito” com que, segundo ele, os bnei anussim ainda são tratados por parte da comunidade judaica brasileira, algo que também se manifesta nos obstáculos à conversão em congregações tradicionais, diz Ribeiro.

Vários líderes do movimento disseram à BBC News Brasil que tiveram de buscar rabinos estrangeiros, porque encontraram portas fechadas em muitas sinagogas brasileiras.

Já rabinos brasileiros de diferentes correntes apontam dificuldades para acolher o grupo, entre os quais a sobrecarga de funções e preocupações com a segurança.

Felix Lima/BBC – O rabino João Medeiros é um dos precursores do movimento de retorno ao judaísmo

Lei do Retorno

Em parte, as dificuldades enfrentadas pelos bnei anussim refletem disputas em torno de quem tem o poder de fazer conversões no judaísmo e as fronteiras entre religião e laicidade no Estado de Israel.

A Lei do Retorno de Israel, de 1950, estabelece que todo judeu tem o direito de migrar para Israel e obter a cidadania israelense. O país considera como judeu quem tenha ao menos algum avô ou avó judia ou que tenha se convertido à religião.

Vários bnei anussim entrevistados pela reportagem foram convertidos ao judaísmo por Chaim Amsalem, um rabino que também construiu uma carreira política em Israel.

Nascido em 1959 em uma família sefardita na Argélia, Amsalem migrou para Israel com a família na infância e foi ordenado rabino em 1980.

Ele foi membro do Parlamento Israelense entre 2006 e 2013 pelo partido religioso Shas e ganhou fama ao defender um processo mais simples para a conversão de judeus.

Para Amsalem, essa é uma questão central para a sobrevivência de Israel e do judaísmo. “Somos 20 milhões [de judeus] no mundo hoje, mas podemos nos tornar 200 milhões”, ele diz à BBC News Brasil.

“Se você é um povo grande, você é um povo mais forte.”

Amsalem diz já ter convertido entre 2 mil e 3 mil bnei anussim brasileiros, que ele considera “ovelhas desgarradas que precisamos trazer de volta ao rebanho”.

“Toda pessoa que pense que tem origem judaica pode entrar no judaísmo. Hoje, para mim, essa é a missão mais importante que pode existir no mundo judaico.”

Zera Israel – O rabino Chaim Amsalem (à esq.) com o presidente de Israel, Isaac Herzog

Disputas na Justiça

As posições do rabino, no entanto, atraíram críticas de outros religiosos, que viam seus critérios para conversões como permissivos demais, e ele acabou expulso do partido em 2012.

Desde então, Amsalem dirige a Zera Israel, fundação dedicada a trazer de volta para o judaísmo descendentes de judeus espalhados pelo mundo.

Mas o que aconteceria se todos os brasileiros com ancestralidade judaica resolvessem se converter e morar em Israel?

“Seria bom”, diz Amsalem. “Os bnei anusim não são menos importantes para o povo judeu.”

Em 2022, uma corte em Israel decidiu que uma mulher estrangeira convertida por Amsalem tinha direito à cidadania israelense — decisão que, em tese, abre o caminho para que todos os brasileiros convertidos por ele também solicitem a cidadania israelense.

Mas a decisão não mudou a postura do governo de Israel, que continua recusando as conversões de Amsalem e privilegiando os processos chancelados pelo Rabinato-Chefe do país, controlado por rabinos ortodoxos que romperam com o argelino.

Isso faz com que, para pleitear a cidadania, os convertidos por Amsalem precisem entrar na Justiça israelense ou validar a conversão em algum tribunal rabínico aceito pelo governo do país.

Segundo o rabino, as resistências a seu trabalho refletem um esforço do Rabinato-Chefe em manter um controle exclusivo sobre as conversões.

Procurado pela BBC News Brasil, o Rabinato-Chefe de Israel não respondeu as críticas de Amsalem nem sua recusa em aceitar as conversões do rabino.

Amsalem não é o único religioso em Israel a questionar o Rabinato-Chefe, cujo poder vem sendo limitado por decisões da Justiça do país.

Em 2021, a Suprema Corte de Israel considerou que conversões feitas por rabinos das correntes reformista e conservadora, ambas desvinculadas do Rabinato-Chefe, também eram válidas para a obtenção da cidadania.

Conversões proibidas

Felix Lima/BBC -Redário que abriga membros da sinagoga de Tibau (RN) durante o dia de descanso.

A conversão de milhares de bnei anussim brasileiros ao judaísmo é um tema controverso entre diferentes congregações judaicas no Brasil.

Um dos representantes no Brasil do Chabad, um dos maiores movimentos no judaísmo ortodoxo no mundo, o rabino Shamai Ende diz à BBC News Brasil que, há várias décadas, conversões estão proibidas no país — e que, portanto, ele considera inválidos os procedimentos do rabino Amsalem.

Segundo Ende, as proibições aconteceram porque muitas pessoas se converteram ao judaísmo no país com “segundas intenções”.

“Pessoas que querem fazer a conversão para serem auxiliadas pela comunidade… isso são segundas intenções”, exemplifica Ende.

Há várias organizações filantrópicas judaicas que oferecem assistência a judeus em situação vulnerável.

Ende afirma ainda que os bnei anussim são livres para viver como judeus, mas que “devem fazer tudo na comunidade deles — escolas, sinagogas etc. — para não ficarem dependendo das [nossas] comunidades ortodoxas”.

“O povo judeu não é proselitista, não fazemos questão de trazer outros para dentro do judaísmo”, diz o rabino.

Questionado sobre o caso do líder bnei anussim que diz ter sido barrado em uma sinagoga em São Paulo, Ende afirmou que as congregações não podem permitir a entrada de desconhecidos.

“Estamos vivendo uma época de antissemitismo muito grande e muitos que tentam entrar na sinagoga como judeus, na verdade, são terroristas.”

Felix Lima/BBC-Rezas nas sinagogas de Tibau são em hebraico ou ladino, antiga língua de judeus sefarditas da Península Ibérica

Em outras congregações judaicas não ortodoxas, o fenômeno bnei anussim é visto mais favoravelmente, e várias delas realizam conversões de membros do grupo, ainda que admitam não conseguir atender à demanda.

Rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP), que segue o judaísmo liberal e se apresenta como a maior comunidade judaica do país, Ruben Sternschein diz considerar positivo que alguém queira se tornar judeu, “desde que isso seja autêntico e traga um bem para si e os que estão à volta”.

Segundo Sternschein , a CIP tem acolhido vários bnei anussim, e ele próprio esteve em Natal em 2022 para iniciar o processo de conversão de algumas famílias na cidade.

O rabino afirma, porém, que o fenômeno apresenta um grande desafio para sua congregação, “porque cada caso [de conversão] é um caso e porque a comunidade tem que cuidar de muitas outras coisas”.

Sternschein diz que, entre outras funções, os rabinos da CIP acompanham um grupo de 500 jovens e dão suporte espiritual a idosos hospitalizados.

Questionado sobre possíveis casos de preconceito contra os bnei anussim em comunidades judaicas tradicionais, ele disse que as queixas podem ter fundamento.

“Os judeus somos um dos exemplos dos coletivos minoritários mais discriminados na história da humanidade, mas nem sempre a pessoa que mais sofreu alguma coisa é a que tem mais força para evitar que isso aconteça”, diz Sternschein.

Ele afirma, porém, que essa postura não é exclusiva dos judeus: “Vivemos numa sociedade em que a desumanização é instantânea, e todos precisamos trabalhar nisso constantemente, não só os judeus”.

Profecias do fim dos tempos

Apesar das resistências em parte da comunidade judaica, o movimento de retorno ao judaísmo já viu um de seus precursores chegar ao posto de rabino.

João Fernandes Dias de Medeiros, de 91 anos, oficializou sua adesão à fé judaica nos anos 1960, após passagens pelas Igrejas Metodista e Presbiteriana.

Em 2006, ele foi aclamado rabino da sinagoga Brás Palatnik, fundada em Natal em 1925 por judeus do leste europeu.

Ainda assim, Medeiros relata que sua autoridade já foi contestada dentro da própria comunidade.

Certa vez, um integrante insistia em chamá-lo de “amigo” em vez de “rabino”. Ao questionar a postura, Medeiros ouviu do colega que, para ele, Medeiros “não era nem judeu, nem rabino”.

Diante da afirmação, diz ter reagido “com grosseria”.

“Ninguém depende, para o retorno ao judaísmo, de uma corte rabínica ou de receber autorização”, defende Medeiros.

Para ele, congregações que se recusam a acolher os bnei anussim “estão perdendo o bonde da história”.

Medeiros associa o movimento de retorno ao cumprimento de profecias judaicas sobre o fim dos tempos.

“O Eterno prometeu, como castigo aos judeus que transgrediram, que iria dispersá-los por todos os países, mas, no final dos tempos, iria trazê-los de volta”, diz.

“O retorno está acontecendo.”

BBC

Escritório Nelson Wilians entra no radar da CPMI do INSS

Por
admin
-
25 de agosto de 2025
0

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que começa oficialmente seus trabalhos nesta terça-feira (26), pretende avançar nas investigações sobre o advogado Nelson Wilians, um dos mais famosos do país. Senadores apresentaram requerimentos para que ele seja convocado a depor e tenha seu sigilo bancário quebrado.

O motivo são transações financeiras consideradas suspeitas pelo Coaf e encaminhadas à PF (Polícia Federal), que apontam movimentações do seu escritório na ordem de R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2023, além de sua relação com o empresário Maurício Camisotti e com a Ambec — uma das principais entidades investigadas —, ambos clientes de Wilians. Camisotti também é alvo de seis pedidos de convocação e outro requerendo a quebra de seu sigilo.

O montante bilionário de R$ 4,3 bilhões justifica o pedido de convocação de Nelson Wilians, feito, por exemplo, pela deputada Bia Kicis (PL-DF).

“Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o escritório do advogado Nelson Willians movimentou cerca de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas no período de 2019 a 2024. Grande parte das transações envolveu o empresário Maurício Camisotti, alvo da operação da Polícia Federal, sendo investigado como um dos beneficiários finais das fraudes dos descontos indevidos no contracheque dos aposentados”, afirma ela no requerimento.

Os pedidos foram feitos apesar de o advogado não ter sido alvo direto da operação que revelou as fraudes na entidade. Mas diante da suspeita dos investigadores de que tenha havido lavagem de dinheiro, os senadores passaram a mirar o escritório.

“Longe de ser um personagem periférico, o Sr. Willians emerge das investigações da Polícia Federal e de relatórios de inteligência como um possível epicentro financeiro de uma complexa rede sob suspeita. (…) Ignorar um sinal de tamanha magnitude seria uma grave omissão desta Comissão, que tem o dever de seguir o rastro do dinheiro para desvendar a arquitetura completa da fraude bilionária que lesou milhões de aposentados”, diz um dos requerimentos, apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF).

Ele menciona especificamente o pagamento de R$ 15,5 milhões de Wilians a Camisotti.

“As justificativas para tal transação são conflitantes e inverossímeis: enquanto Willians alega a compra de um imóvel e um incomum adiantamento de honorários, Camisotti afirma tratar-se de um empréstimo”, começa o parlamentar.

“Essa flagrante contradição é mais do que uma simples inconsistência; é um forte indício de uma tentativa deliberada de ofuscar a real natureza de uma transação que pode representar desde a distribuição de lucros ilícitos até a lavagem de capitais em larga escala. A única forma de penetrar essa cortina de fumaça é através da análise detalhada de seus dados bancários e fiscais”, continua.

Procurado pela CNN, o escritório de Nelson Wilians afirmou que o advogado não é investigado em nenhum processo judicial, bem como não possui vínculo ou participação com a investigação.

“A relação profissional com o Sr. Maurício Camisotti sempre se deu nos limites estritos da advocacia: cliente e advogado, sem qualquer vínculo societário ou comercial. Negócios privados, como um empréstimo anteriormente realizado e a aquisição de um imóvel em 2022, foram operações legais, devidamente declaradas e sem relação com a atividade do escritório, além de anteriores ao objeto da investigação”, diz a nota.

O comunicado ainda descarta haver crime na menção no relatório do Coaf. “As movimentações mencionadas foram legítimas e compatíveis com a estrutura do escritório, com mais de 25 anos de atuação. O valor referido abrange um período de seis anos, contemplando débitos e créditos.”

“Quanto à AMBEC, a atuação do escritório restringiu-se a demandas consumeristas, em contrato que durou aproximadamente 90 dias e foi encerrado no início de 2023”, acrescenta.

Ainda na nota, os representantes reiteram compromisso com a legalidade e a ética, colocando-se a disposição para demais esclarecimentos.

A CNN também procurou Maurício Camisotti e aguarda uma posição.

CNN

Seleção Brasileira: o que você precisa saber sobre convocação de Ancelotti

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25 de agosto de 2025
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O técnico Carlo Ancelotti fará nesta segunda-feira (25), na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a convocação dos jogadores que defenderão a Seleção Brasileira nas duas últimas rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo.

O Brasil, que já está classificado para o Mundial do ano que vem, enfrentará Chile e Bolívia.

Abaixo você encontra tudo o que precisa saber sobre a convocação de Ancelotti, a segunda desde que o treinador assumiu o comando da equipe nacional.

Horário e onde assistir à convocação da Seleção

O anúncio da lista de convocados está marcado para as 15h30 (de Brasília) desta segunda-feira, e será realizado na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

O canal da CBF no YouTube transmitirá a convocação ao vivo.

Quando e onde serão os jogos

O Brasil enfrenta o Chile no próximo dia 4 de setembro, no Maracanã — sede escolhida pelo próprio Ancelotti. No dia 9, a Seleção encara a Bolívia na cidade de El Alto, que fica a mais de 4 mil metros de altitude.

Estas serão as duas últimas partidas das Eliminatórias Sul-Americanas.

Situação do Brasil nas Eliminatórias

A Seleção Brasileira ocupa atualmente a terceira posição nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, com 25 pontos, dez a menos que a líder e atual campeã mundial Argentina.

Em 16 partidas do classificatório, o Brasil, que já garantiu vaga no Mundial de 2026, soma 7 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, com 21 gols marcados e 16 sofridos.

Contratado em maio, Carlo Ancelotti comandou a equipe em dois jogos: empate sem gols contra o Equador, em Guayaquil, e vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo.

Nomes da pré-lista de Ancelotti

A CNN Brasil teve acesso a 23 nomes que fazem parte da pré-lista de Carlo Ancelotti. São seis jogadores que atuam na Europa e outros 17 que jogam no futebol nacional:

  • Neymar (Santos)
  • Rodrygo (Real Madrid)
  • Raphinha (Barcelona)
  • Éder Militão (Real Madrid)
  • Kaio Jorge (Cruzeiro)
  • Marcos Antônio (São Paulo)
  • Paulo Henrique (Vasco)
  • Vitinho (Botafogo)
  • Alex Telles (Botafogo)
  • Alexsandro (Lille)
  • Andrey Santos (Chelsea)
  • Gabriel Brazão (Santos)
  • Danilo (Botafogo)
  • Samuel Lino (Flamengo)
  • João Pedro (Chelsea)
  • Alex Sandro (Flamengo)
  • Léo Ortiz (Flamengo)
  • Léo Pereira (Flamengo)
  • Jean Lucas (Bahia)
  • Matheus Pereira (Cruzeiro)
  • Kaiki (Cruzeiro)
  • Fabrício Bruno (Cruzeiro)
  • Hugo Souza (Corinthians)

CNN

Moraes manda PGR se manifestar sobre explicações da defesa de Bolsonaro

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25 de agosto de 2025
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu, nesta segunda-feira (25), o prazo para que a PGR (Procurdoria-Geral da República) se manifeste sobre os esclarecimentos prestados pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação aos descumprimentos de medidas cautelares.

A partir do momento em que a PGR foi notificada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá 48 horas para se manifestar sobre o assunto.

No documento, o órgão poderá fazer pedidos a Moraes ou apenas dar ciência sobre os esclarecimentos de Bolsonaro.

A manifestação da PGR ocorrerá após a divulgação do relatório da PF (Polícia Federal) que indiciou Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O relatório aponta que Bolsonaro descumpriu diversas medidas cautelares determinadas pelo Supremo. Além disso, os investigadores identificaram indícios de uma possível tentativa de fuga para a Argentina, com base em um documento de pedido de asilo político encontrado no celular de Bolsonaro. Segundo a PF, o arquivo — uma minuta sem data nem assinatura — foi elaborado após o início das investigações e poderia viabilizar sua saída do país.

Na última sexta-feira (22), a defesa do ex-presidente apresentou os esclarecimentos em um documento de 12 páginas. Segundo os advogados, a PF fez uso político contra Bolsonaro, negou a tentativa de fuga e afirmou que não descumpriu as medidas cautelares.

Segundo os advogados, Jair Bolsonaro tem cumprido todas as determinações judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de viajar ao exterior e a participação em audiências.

A defesa do ex-presidente também pediu ao Supremo a reconsideração da decisão que determinou sua prisão domiciliar.

Bolsonaro está proibido de usar celular, ter contato com Eduardo Bolsonaro e, com algumas exceções, pode receber visita apenas sob autorização judicial.

CNN

Vice de Maduro discute ameaça dos EUA com chanceler da Rússia

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22 de agosto de 2025
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Na Venezuela, a vice do regime de Nicolás Maduro, Delcy Rodríguez, conversou com o chanceler russo Sergei Lavrov sobre a escalada de tensão com os Estados Unidos.

“Discutimos aspectos de nossa agenda bilateral e o curso benéfico de nossa cooperação”, afirmou Rodríguez em comunicado publicado nas redes sociais.

“Expressei especialmente minha gratidão pelo apoio incondicional da Rússia à Venezuela diante das crescentes ameaças do governo dos EUA de atacar o presidente Nicolás Maduro Moros e nosso povo. Também expressei nosso apoio aos esforços nas negociações de paz, no âmbito da luta da Rússia contra o neofascismo”, acrescentou.

“Concordamos com a necessidade de continuar defendendo o direito internacional e fortalecendo fóruns multilaterais, como o Grupo de Defesa da Carta da ONU, para avançar na construção de uma nova ordem mundial multicêntrica e multipolar. Viva as relações Rússia-Venezuela!”, concluiu.

Maduro ordena que milicianos se apresentem em quartéis

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta sexta-feira (22) que milicianos se apresentem em quartéis a partir de sábado (23).

“É importante aprender lições com o processo histórico que vivemos: a união do Poder Popular, do Poder Militar e do Poder Policial é a garantia da vitória. Por isso, convoco um processo de alistamento nacional para a Milícia Bolivariana no próximo sábado, 23 de agosto, e domingo, 24 de agosto, nas sedes dos quartéis militares, praças públicas e nas 15.751 bases populares de defesa integral”, disse Maduro em um comunicado divulgado no Telegram.

O ditador também afirmou que que se orgulha do papel desempenhado pelos milicianos, pelo seu patriotismo e pelas qualidades humanas. “Vocês merecem o reconhecimento que a Pátria põe no peito para continuar a batalha”, disse ele.

Maduro anunciou na segunda-feira (18) o envio de mais de 4,5 milhões de milicianos para cidades de todo o território do país como parte de um “plano de paz” do governo. O líder venezuelano afirma que o objetivo é garantir “soberania, integridade territorial, unidade nacional e segurança”.

O chavista também anunciou que criará três zonas de desenvolvimento e segurança na fronteira com a Colômbia, sem dar detalhes de como funcionarão.

A convocação acontece em meio ao envio de navios de guerra para a região pelos Estados Unidos. Segundo autoridades, o objetivo é combater cartéis de drogas da região.

Nicolás Maduro condenou a mobilização militar dos EUA no Caribe como uma “ameaça à paz regional” e uma violação do direito internacional.

CNN

Mendonça critica “ativismo judicial” e defende respeito à Constituição

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22 de agosto de 2025
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O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), criticou o “ativismo judicial” e cobrou compromisso do Judiciário com a Constituição. Segundo ele, a Corte e os magistrados não podem atuar como criadores de leis.

“Eu tenho meus valores, minhas pré-compreensões, mas devo servir a lei e a constituição. O que significa que o Judiciário não pode ser o fator de criação e inovação legislativa. O Estado de Direito impõe a alta contenção, o que se contrapõe o ativismo judicial“, destacou Mendonça em evento do 24º Fórum Empresarial do Lide, no Rio de Janeiro.

Para o ministro, o Estado de Direito deve ser concebido como um sistema de freios e contrapesos, no qual a lei e a racionalidade funcionam como fatores de estabilidade e não de crise.“Esse Estado é onde as leis governam, não a vontade ou os interesses pessoais. O arbítrio deve ser contido e a Justiça, presente.”

“Liberdade de expressão não é apenas uma dimensão de um direito individual, tem uma dimensão pública, porque sem liberdade de expressão e opinião, não há democracia”, enfatizou o magistrado.

Citando o jurista italiano Luigi Ferrajoli, Mendonça apontou que há um “colapso da capacidade reguladora da lei” e uma crise no respeito entre os Poderes. Nesse contexto, defendeu que cabe ao Judiciário atuar com responsabilidade e autocontenção.

“O ativismo suprime, desconsidera e supera os consensos sociais pelos representantes eleitos, implica na superação da vontade democrática, implica no enfraquecimento do Estado Democrático e dos demais poderes”, disse.

Mendonça acrescentou que, em um Estado de Direito sólido, o Judiciário não deve ter a prerrogativa de dar nem “a primeira nem a última” palavra. Para ele, decisões judiciais precisam gerar paz social, segurança e estabilidade, e não medo ou incerteza.

“Precisamos fazer um compromisso público de que o bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo. Que suas decisões gerem paz social. E que o bom político viva para servir, e não para se servir”, concluiu.

*Publicado por João Scavacin, da CNN

ONU pede e Brasil nega subsídio em hospedagens na COP30

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22 de agosto de 2025
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Autoridades brasileiras participaram hoje de nova reunião da ONU pela UNFCCC, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, para responder a críticas e questionamentos sobre problemas envolvendo a cidade-sede da COP30, marcada para novembro em Belém.

Durante a reunião, foi anunciada a criação de uma força-tarefa conjunta envolvendo integrantes da Secretaria Extraordinária de COP30 do governo federal, da presidência da COP30 e dos ministérios do Turismo, das Relações Exteriores e do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

“Hoje ficou claro que a COP30 será em Belém. E essa força-tarefa começa dando atendimento aos 72 países que fazem parte de dois grupos que têm menos recursos, nas classificações da ONU. Faremos um diálogo direto com esses países para assegurar que confirmem suas reservas tão logo quanto possível”, disse André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

Subsídio em hospedagens negado

Segundo divulgado em coletiva de imprensa após a reunião, o Brasil negou um pedido de autoridades da ONU para contribuir com um subsídio no valor das hospedagens.

“O governo brasileiro já está arcando com custos significativos para a realização da COP, então, por isso, não há como subsidiar delegações de países e, inclusive, delegações de países que são mais ricos que o Brasil”, afirmou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

“Não cabe, do nosso ponto de vista, do governo brasileiro, não cabe aos brasileiros fazer subsídios a outros países. Reafirmamos também nosso apoio para que a ONU use o auxílio que eles já dão aos países mais pobres com o mesmo valor que eles já dão em outras cidades brasileiras”, completou a secretária.

O governo brasileiro confirmou que, até o momento, 39 países já concluíram as reservas de acomodação pela plataforma oficial e mais oito nações confirmaram a vinda negociando hospedagem de forma direta com hotéis. A expectativa é que as mais de 190 delegações, que manifestaram o interesse em participar da conferência, de fato consigam comparecer em Belém.

Intervenções no setor privado

As autoridades brasileiras também explicaram à ONU e às demais partes envolvidas na COP que existe, na legislação do país, um limite de intervenção no setor privado, que está sendo respeitado. E que, por isso, não é possível forçar uma diminuição de preços.

“Em um país da nossa característica de democracia, que tem regras de mercado, não é possível intervir, mas atuamos de acordo com a legislação. O que foi feito, no começo de junho, foi abrir um processo administrativo para apurar possíveis abusos”, disse o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.

CNN

Tarifaço: BNDES anuncia R$ 10 bi extras a empresas que não foram afetadas

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22 de agosto de 2025
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O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, anunciou a liberação de mais R$ 10 bilhões em crédito para as empresas que não foram impactadas pelo tarifaço de 50% dos Estados Unidos, mas que tiveram alguma perda de faturamento por conta das novas taxas impostas pelo governo norte-americano desde o começo do ano.

Ao todo, o banco vai operar R$ 40 bilhões em linhas de crédito direta e indireta com garantia para atender aos setores que foram afetados em diferentes escalas.

Para o giro emergencial complementar, serão aceitas empresas de todos os portes e qualquer percentual de tarifa, mesmo as já atendidas pelas linhas do FGE (Fundo de Garantia à Exportação).

Os valores serão destinados a financiamento para gastos operacionais gerais e financiamento para busca de novos mercados.

O anúncio foi feito em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22).

Condições Financeiras

  • Taxa de juros (LCD): 1,15% a.m. + spread bancário;
  • Prazo: até cinco anos, incluindo até um ano de carência;
  • Giro Diversificação Complementar: financiamento para busca de novos mercados;
  • Taxa de juros (FAT Cambial): 0,29% a.m. + variação do dólar + spread bancário;
  • Prazo: até sete anos, incluindo até um ano de carência.

CNN

Funcionários da Caixa são alvo da PF por golpe de R$ 110 mi

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21 de agosto de 2025
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21/8), a 2ª Fase da Operação Oasis 14, para desarticular uma organização criminosa responsável por golpe envolvendo fraudes milionárias contra o sistema financeiro nacional e programas sociais. A ação contou com apoio da Caixa Econômica Federal (CEF).

Cerca de 140 policiais federais saíram às ruas para cumprir 26 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão em oito cidades do Rio de Janeiro e na capital paulista.

As investigações começaram em maio de 2024 e revelaram um esquema de alta complexidade, responsável por prejuízo estimado em mais de R$ 110 milhões ao sistema financeiro.

O grupo criminoso utilizava mais de 330 empresas de fachada, além de recorrer a “laranjas” de baixa renda e até a sócios fantasmas. A fraude contava com o envolvimento direto de seis funcionários da Caixa Econômica Federal e quatro de bancos privados, que facilitavam a abertura de contas e a concessão de empréstimos fraudulentos.

O esquema incluía a simulação de movimentações financeiras, o uso de imóveis reais como fachada para empresas fictícias e a abertura de contas fraudulentas em nome de laranjas.

Com apoio de bancários cooptados pela quadrilha, eram concedidos empréstimos vultosos sem garantias reais. Somente em prejuízos diretos à Caixa, já foram documentadas 200 operações de crédito fraudulentas, totalizando R$ 33 milhões.

Os investigados deverão responder por uma série de crimes graves, que vão desde organização criminosa e estelionato qualificado até crimes contra o sistema financeiro nacional. Também foram apontadas práticas de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro, em um esquema que, segundo a Polícia Federal, movimentou valores milionários de forma ilícita.

À coluna, a Caixa declarou que, quando identificados indícios de ilícitos, atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que combatem tais ocorrências.

“O banco aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso aos seus aplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas, e monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos.”

A PF destacou que a apuração só foi possível graças à atuação conjunta com a Corregedoria e a Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude da CEF, que forneceram dados fundamentais para rastrear as operações ilícitas.

A Operação Oasis 14 segue em andamento para rastrear o destino dos valores desviados, identificar novos envolvidos e recuperar parte do prejuízo.

Metrópoles

Agropecuarista e diretora do Sicoob indiciados por estelionato na compra e venda de imóveis

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21 de agosto de 2025
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O agropecuarista Thiago da Matta Fagundes, preso desde outubro de 2024, uma diretora operacional do Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) e outras nove pessoas — familiares e sócios de Thiago — foram indiciados por envolvimento em um esquema de estelionato. Conforme aponta o inquérito, Thiago vendeu glebas de terra que já estavam gravadas por dívidas milionárias e, ao mesmo tempo, as usou como garantia em operações financeiras com o Sicoob Unicentro Norte Brasileiro. O grupo responde pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação e uso de documento público, fraude processual e estelionato.

O relatório final do Inquérito Policial nº 269/2023 foi emitido pela 4ª Delegacia Distrital de Polícia Civil de Goiânia. O Jornal Opção teve acesso ao documento, que foi obtido com exclusividade pelo Portal Compre Rural.

Em nota, a defesa de Thiago da Matta Fagundes informou que só irá se manifestar após análise da conclusão do inquérito para preservar a lisura do processo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais citados em nem com o Sicoob Unicentro Norte. O espaço fica aberto para esclarecimentos.

Agropecuarista Thiago da Matta Fagundes | Foto: Divulgação/PC-GO

As investigações começaram em dezembro de 2023, após denúncia por conta da negociação da Fazenda Cana Brava, em Porangatu. O denunciante foi o empresário que comprou as terras, somando 1.209 hectares e avaliadas em R$ 34 milhões. A transação previa que parte do montante pago pelo empresário seria utilizada para quitar os débitos que os imóveis acumulavam, como alienações fiduciárias, hipotecas e ações judiciais.

Como garantia, Thiago se comprometeu a quitar, em até 60 dias, uma dívida de aproximadamente R$ 9 milhões junto ao Sicoob e, caso não cumprisse, deveria entregar outro imóvel rural em compensação. O contrato de compra e venda foi firmado com Thiago e sua esposa Nayanna Marcelino Vieira Fagundes. No dia 23 de junho de 2023, o empresário transferiu R$ 6,9 milhões para Thiago, acreditando que o valor seria usado para amortizar a dívida com a cooperativa. No entanto, Thiago renegociou o débito com o próprio Sicoob.

Renegociação no Sicoob

Thiago da Matta Fagundes decidiu renegociar sua dívida milionária com o Sicoob em vez de quitá-la com o dinheiro recebido do empresário. No dia 30 de junho de 2023, foi firmada a Cédula de Crédito Bancário (CCB) nº 926994, um título que representa uma promessa de pagamento, no valor de R$ 14,06 milhões. A operação além de renegociar uma dívida anterior de R$ 8,09 milhões, ainda liberava novo crédito de R$ 5,83 milhões, segundo o documento.

Para isso, Thiago ofereceu como garantia os mesmos imóveis já vendidos ao empresário. Na documentação falsa entregue ao banco, constava que os bens estavam livres de ônus. Do total liberado na operação, R$ 4,3 milhões foram transferidos diretamente ao sogro de Thiago, enquanto outros R$ 1,49 milhão ficaram retidos pelo Sicoob e foram usados para amortizar parte do saldo devedor. Em 26 de outubro de 2023, a esposa de Thiago, Nayanna Marcelino Vieira Fagundes, firmou uma nova CCB, de nº 983851, no valor de R$ 16,56 milhões. Novamente, a garantia apresentada foram os mesmos imóveis da Fazenda Cana Brava. Assim, os bens já vendidos foram usados duas vezes em renegociações diferentes com a cooperativa.

O papel da diretora do Sicoob

Segundo o documento, a investigação mostrou que a diretora operacional do Sicoob, Angélica Araújo Diniz, admitiu em depoimento que o banco tinha ciência da venda da fazenda e que existia um acordo inicial para que o valor de R$ 6,9 milhões pago pelo comprador fosse usado para amortizar a dívida de Thiago. Após o depósito, Thiago desautorizou a quitação, pedindo a renegociação. Diante disso, o Sicoob formalizou a primeira CCB ciente do problema, aponta o inquérito.

Em mensagens de WhatsApp anexadas ao inquérito, a diretora chegou a confirmar que a reestruturação da dívida havia sido feita por “insistência do próprio Thiago”, e que ele deveria aguardar o fluxo interno da instituição para acesso aos valores. Portanto, o Sicoob sabia da transação entre Thiago e o empresário e, mesmo assim, autorizou a renegociação, ampliando a dívida e mantendo a fazenda como garantia.

A diretora “manteve interlocução direta com o devedor, orientando a liberação de valores em janelas específicas “após as 18h” para evitar constrições, monitorando consultas ao BacenJud e condicionando retenções internas, tudo enquanto afirmava não intervir na negociação. Além disso, promoveu e reconheceu lançamentos internos descritos como “bloqueio judicial” e “liberação judicial” sem ordem judicial vigente, expediente usado para contornar eventuais bloqueios e dar curso às repactuações e transferências subsequentes, inclusive a liberação de montante milionário a terceiros logo após a emissão de CCB”, afirma o documento.

Enquanto ela foi indiciada pelos crimes de estelionato e fraude processual, o inquérito aponta que não há provas suficientes contra funcionários e outros diretores do Sicoob, por isso, somente Angélica responde pelo caso.

Escritura e quebra contratual

Apesar das irregularidades, em 14 de agosto de 2023 foi lavrada a escritura pública de compra e venda, transferindo a posse dos imóveis para o empresário. Porém, como as restrições não foram baixadas, ele não conseguiu registrar a propriedade em cartório. No dia 17 de agosto, venceu o prazo contratual para quitação da dívida. Sem pagamento, ele  notificou judicialmente Thiago e Nayanna, exigindo a entrega de outro imóvel como compensação.

Defesa e contradições

Intimado a depor, Thiago inicialmente não compareceu. Quando foi interrogado, em 22 de janeiro de 2024, alegou ter agido de boa-fé e culpou o Sicoob por não substituir as garantias.  A defesa apresentou documentos e ingressou com ação judicial contra a cooperativa, acusando-a de impor juros abusivos (28% ao ano) e de não permitir a substituição dos imóveis dados em garantia. A defesa também acusou o banco de “fraude à execução”, ao supostamente simular bloqueios judiciais de valores recebidos por Thiago.

Outros envolvidos

Além da esposa de Thiago, Nayanna Marcelino Vieira Fagundes, que emitiu uma segunda CCB, e o sogro dele que recebeu diretamente os R$ 4,3 milhões transferidos do crédito liberado pelo SICOOB, outras pessoas participaram dos crimes. Além dos já mencionados, o núcleo central é formado pelos pais de Thiago, e outros cinco sócios e parceiros usados para movimentar recursos. O inquérito ainda levantou outros processos e execuções contra Thiago e Nayanna, envolvendo cheques sem fundos, compra de gado não paga, ações de bancos e dívidas que somam milhões de reais.

Jornal Opção

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