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Reforma tributária antecipa cobrança de imposto na compra e venda de imóvel

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A pedido dos prefeitos, o Ministério da Fazenda antecipou o momento da cobrança do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), um tributo municipal e do Distrito Federal que é pago pelo comprador do bem. A alteração consta no segundo projeto de lei complementar da reforma tributária, que agora será analisado pelo Congresso Nacional.

Atualmente, essa taxação ocorre no momento da transferência da propriedade do imóvel – sendo que, pelo Código Civil, os direitos só são considerados transferidos por meio do registro no cartório de imóveis. O novo projeto, no entanto, abre a possibilidade de a prefeitura realizar a cobrança logo após a assinatura do contrato de compra e venda, que ocorre antes da transferência.

Essa cobrança já é feita por alguns municípios do País, como, por exemplo, a cidade de São Paulo. Há mais de 30 anos, a capital paulista prevê a taxação do ITBI no momento da assinatura do compromisso de compra e venda – regra que é alvo de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, a alíquota praticada em São Paulo é de 3%.

Atualmente, taxação ocorre no momento da transferência da propriedade do imóvel. Projeto, abre a possibilidade cobrança logo após a assinatura do contrato de compra e venda, que ocorre antes. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
Atualmente, taxação ocorre no momento da transferência da propriedade do imóvel. Projeto, abre a possibilidade cobrança logo após a assinatura do contrato de compra e venda, que ocorre antes. Foto: Nilton Fukuda/Estadão © Fornecido por Estadão

O pedido para a inclusão desse trecho no projeto de lei complementar da reforma tributária foi, inclusive, liderado pela capital paulista, segundo apurou a reportagem.

Na avaliação do pesquisador do Insper Breno Vasconcelos, trata-se de uma ampliação do âmbito de incidência do tributo. “A alteração prevista pelo PLP (projeto de lei complementar) amplia o âmbito de incidência do ITBI, ao incluir, entre as hipóteses para a sua cobrança, a mera celebração da cessão onerosa de direitos, independentemente de sua efetiva transmissão com o registro no cartório competente”, pontua o tributarista do Mannrich e Vasconcelos Advogados.A mudança na regra foi inserida no projeto apesar de alertas formais emitidos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Em parecer anexado à minuta do projeto de lei, obtido pelo Estadão, o órgão aponta risco jurídico nesse artigo específico.

No documento, a PGFN destaca que há pronunciamentos do STF apontando a impossibilidade de se cobrar o ITBI após a mera formalização da compra e venda, sob pena de se considerar constituído o crédito antes da ocorrência do fato.

“O tema ainda está pendente de apreciação (no STF), circunstância que endossa o cenário de risco jurídico da proposição ora analisada”, diz o parecer, que é assinado eletronicamente pela procuradora-geral da PGFN, Anelize de Almeida.

Para Vasconcelos, a alteração não vai na contramão apenas das manifestações mais recentes da Suprema Corte, como também diverge do texto da Constituição.

“Embora a alteração prevista pelo PLP resolva a controvérsia sob a perspectiva da legislação complementar, ao nosso ver, a questão ainda deve ser analisada a partir do artigo 156 da Constituição, que vincula o ITBI à transmissão do imóvel ou dos respectivos direitos reais, o que demanda o efetivo registro imobiliário”, afirma o tributarista.

O secretario-executivo da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Gilberto Perre, afirmou em entrevista coletiva que o objetivo da mudança foi exatamente reduzir os questionamentos sobre esse tema. “Temos a expectativa de que o texto vá na direção de diminuir esse debate”, afirmou. Segundo ele, não se trata de tributo novo nem mais imposto para o contribuinte.

Perre também ponderou que essa antecipação da cobrança teria o objetivo de uniformizar o momento de taxação do ITBI e do IBS, o novo imposto estadual e municipal que substituirá o ISS e o ICMS, existentes atualmente.

Nos bastidores, os municípios citam a possibilidade de pleitear a não incidência do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) na compra e venda de imóveis caso não consigam aprovar a proposta de antecipação da cobrança do ITBI. A ideia é que o IBS não concorra com o ITBI – o que, na visão dos gestores locais, poderia acontecer se eles tiverem momentos distintos de cobrança.

O IBS não incidirá em compra e venda de imóveis entre pessoas físicas, mas será cobrado quando a aquisição for, por exemplo, diretamente da construtora. Ainda assim, Perre nega que isso configure dupla taxação. “Não é bitributação, são fatos geradores bastante distintos”, afirmou.

Estadão

PL da deputada Julia Zanatta, que exclui vacina contra Covid-19 do calendário infantil, avança na Câmara

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Em um movimento que contraria as recomendações da comunidade científica e do Ministério da Saúde (MS), o projeto de decreto legislativo (PDL 486/2023) que exclui a vacina contra a covid-19 do calendário infantil para crianças de 6 meses a 5 anos de idade avançou na Câmara dos Deputados. A medida, proposta pela deputada Julia Zanatta (PL/SC), derruba a decisão do MS de incluir o imunizante no Plano Nacional de Imunizações (PNI).

A deputada recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de rejeitar o texto. O recurso foi aprovado por 28 votos contra 14 na CCJ, com apoio majoritário do PL, União Brasil, Novo e PP. O projeto ainda precisa ser analisado pelo plenário da Câmara. Ainda não há data definida para votação.

Julia Zanatta alega que a vacina não foi suficientemente testada “pelo tempo” e que os pais podem sofrer “penalidades diversas, inclusive a perda da guarda dos filhos” caso não vacinem seus filhos. Organizações científicas e o MS contestam veementemente esses argumentos.

Nota técnica do MS destaca que as vacinas contra a covid-19 estão entre as mais estudadas da história e que, apenas em 2024, 30 crianças morreram em decorrência da doença.

Dados do MS apontam que, até 18 de maio de 2024, foram registrados 1.150 casos e 30 óbitos por SRAG por covid-19 em crianças menores de 5 anos.

O que diz a Lei

A Lei n.º 6.259/1975 determina que cabe ao MS definir as vacinas, inclusive as de caráter obrigatório. A inclusão da vacina de covid-19 no calendário foi realizada com base em evidências científicas internacionais e dados epidemiológicos de casos e óbitos no Brasil.

A decisão do MS foi apoiada pelo Câmara de Assessoramento de Imunizações do MS, que reúne as principais organizações científicas do Brasil, como a SBP, SBI, Febrasgo, Abracso, entre outras.

A ICMRA, que congrega 38 agências reguladoras de medicamentos, incluindo a Anvisa, reitera a segurança das vacinas em crianças, com base em dados de milhões de doses aplicadas e em conclusões de ensaios clínicos pediátricos.

A OMS e os conselhos Conass e Conasems também apoiam a inclusão da vacina no calendário infantil.

O debate sobre a vacinação infantil contra a covid-19 segue acalorado, com fortes argumentos de ambos os lados. É fundamental que a população se baseie em fontes confiáveis ​​de informação, como o Ministério da Saúde e organizações científicas renomadas, para tomar decisões conscientes sobre a saúde de seus filhos.

Jetss

Lira ameaça não votar Mover após Senado excluir ‘taxa das blusinhas’ de texto

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou, nesta terça-feira (4), a exclusão da “taxa das blusinhas” do projeto do Mover, programa para descarbonização do setor automotivo. O imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 havia sido acordado pelo governo Lula (PT) com os deputados federais.

Lira afirmou que, caso o Senado altere o texto que foi negociado, o projeto do Mover “tem sérios riscos de cair junto”.

“Não sei como é que os deputados vão encarar uma votação que foi feita por acordo, se ela retornar [à Câmara]. Eu acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto e não ser votado mais na Câmara. Isso eu penso de algumas conversas que eu tive”, disse.

O relator do Mover, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), removeu da proposta, além das blusinhas, o trecho da autonomia do governo na política nacional de petróleo. As mudanças foram feitas nesta terça, dia em que também era prevista a votação do texto no plenário do Senado.

Esses acréscimos são chamados de “jabutis”, dispositivos sem relação com o texto inicial. Mais cedo, Cunha havia anunciado que a “taxa das blusinhas” seria retirada “por ser um corpo estranho, uma artimanha legislativa”.

Diante dessas modificações, membros da oposição e da base aliada de Lula no Senado concordaram em adiar a votação para quarta-feira (5).

Líder governista, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu trabalhar até esta quarta para dar andamento à votação do texto. Mesmo defensores da derrubada dos jabutis, como Rogério Marinho (PL-RN) e Omar Aziz (PSD-AM), entenderam ser melhor adiar a votação.

“Acho mais sensato, uma vez que o relator modificou o texto”, disse Marinho, que é líder da oposição.

Já Lira afirmou ainda que não pode responder pela ação de parlamentares da outra Casa, mas disse que conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o tema e ouviu dele que senadores estão discutindo o que poderá ser feito a respeito da modificação.

O parlamentar disse, que com as modificações, o novo texto “ficou bastante confuso”.

Se o Senado aprovar um texto com conteúdo diferente do que foi chancelado pela Câmara, ele deve retornar à Casa para ser analisado novamente pelos deputados antes de seguir à sanção presidencial. O texto foi aprovado por deputados na semana passada após uma série de adiamentos por falta de consenso acerca dessa taxação.

O imposto sobre essas compras é motivo de um embate que se arrasta há mais de um ano entre as empresas nacionais, as plataformas internacionais e o governo Lula.

No dia 28, os deputados aprovaram a proposta com uma alíquota de 20% —hoje, as compras até esse valor são isentas da cobrança do imposto de importação. A votação só foi possível após ser firmado um acordo entre membros do Executivo e a cúpula da Câmara. O próprio Lira se reuniu com o presidente Lula no dia para tentar destravar a matéria.

O presidente da Câmara disse também que telefonou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para entender se essa mudança foi acordada com membros do Executivo. Segundo o parlamentar, o petista, que está em Roma, afirmou não ter feito esse acordo com o relator no Senado.

Lira acrescentou que avalia que o governo irá atuar para “corrigir e votar um texto que foi acordado”.

Ao ser questionado se ele enxergava falha da articulação política do Palácio do Planalto nesse caso, o presidente da Câmara se esquivou de comentar assuntos relacionados ao Senado, mas disse que é preciso ter uma “orientação única com relação aos acordos firmados”.

“Um fato importante é que as coisas, mais uma vez, têm que ter uma orientação única com relação aos acordos que são firmados entre as matérias que tramitam no Congresso Nacional”, disse.

“Se não foi levado ao Senado que houve um acordo, aí houve a falha de alguém. Mas eu não posso responder, não participei dessa conversa”, afirmou.

Desde o ano passado, a cúpula da Câmara acusa o governo federal de uma falta de cumprimento dos acordos firmados.

Em outro momento, por outro lado, Lira disse que o “ambiente” entre Legislativo e Executivo “não está azedo”. Na semana passada, o governo sofreu uma série de derrotas na sessão do Congresso Nacional que analisou vetos presidenciais.

“O ambiente é o melhor possível. Mas a gente tem que entender que determinados assuntos têm que ser discutidos antes da primeira votação. Depois que uma Casa legislativa performa um placar de mais de 400 votos em um assunto, retroagir na posição que o governo vetou, não é usual”, disse o presidente da Câmara.

Segundo ele, isso não é restrito ao governo Lula. Ele disse que na gestão Jair Bolsonaro (PL) vários vetos do então presidente foram derrubados. “Nós vivemos uma mudança de paradigmas e de regras, de comportamentos que têm que ser observados. Não é falta de articulação ou excesso de articulação, é posicionamento de determinadas matérias que há um entendimento no Congresso.”

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LINHA DO TEMPO DA ‘TAXA DAS BLUSINHAS’

25.mar.22

Receita Federal mira sites de compras estrangeiros

21.mai.22

Bolsonaro nega MP para taxar compras por apps como Shopee e AliExpress

15.mar.23

Parlamentares pedem a Haddad fim de ‘contrabando digital’ por ecommerce chinês

3.abr.23

Haddad prevê arrecadar até R$ 8 bi com tributação de ‘contrabando digital’ por ecommerce chinês

11.abr.23

Governo mira empresas como Shein e Shopee e vai acabar com isenção de importações de até US$ 50

18.abr.23

Governo recua e mantém isenção para compras internacionais entre pessoas físicas de até US$ 50

2.jun.23

ICMS sobre compras em sites estrangeiros será de 17%, decidem estados

30.jun.23

Governo cria regras para compras internacionais online de até US$ 50

27.jul.23

Governo publica regras para compras de remessas de até US$ 50 do exterior

31.jul.23

Shein e AliExpress vão aderir ao Remessa Conforme, que começa nesta terça (1º)

1º.ago.23

Compras importadas de até US$ 50 sobem 20,4% no Remessa Conforme

11.ago.23

Fazenda vai rever tributação para compras de até US$ 50, diz secretário-executivo

23.ago.23

Compras internacionais declaradas sobem de 2% para 30%, diz Receita

1º.set.23

Governo prevê imposto de no mínimo 20% para compras internacionais de até US$ 50

6.out.23

Shopee começa a vender produtos internacionais de até US$ 50 pelo Remessa Conforme

29.nov.23

Alckmin diz que taxar compras internacionais de até US$ 50 é ‘próximo passo’

26.jan.24

Governo vê queda em compras internacionais de até US$ 50 e analisa taxação com cautela

20.mar.24

Governo envia para o Congresso projeto de lei que cria o programa Mover

6.mai.24

Relator inclui fim de isenção para compras internacionais abaixo de US$ 50 no Mover

14.mai.24

Relator do Mover ganha apoio por ‘jabuti’ que taxa compras internacionais abaixo de US$ 50

23.mai.24

Lula fala em veto a taxação de compras até US$ 50, mas sinaliza negociar

28.mai.24

Câmara aprova taxação de 20% para compras internacionais de até US$ 50

29.mai.24

Pacheco adia votação sobre taxa para compras internacionais de até US$ 50 no Senado

4.jun.24

Após relator retirar ‘taxa das blusinhas’, Senado adia votação do Mover

4.jun.24

Lira ameaça não votar Mover após Senado excluir ‘taxa das blusinhas’ de texto

FolhaPress

Mercado Livre é condenado em ação trabalhista e terá que pagar R$ 80 milhões

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A MeLi Developers, empresa que pertence ao Mercado Livre, foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região a pagar R$ 80 milhões em uma ação trabalhista que envolve pagamentos de horas extras, adicionais noturnos não pagos, além de aplicação de reajustes salariais e multas.

Ainda cabe recurso e o Mercado Livre informou que vai recorrer.

O processo foi movido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia de Informação de São Paulo (Sindpd), que acusou a empresa de descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho e enquadrar os trabalhadores na convenção do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática do Estado de São Paulo (Sindiesp). Segundo a ação, a mudança precarizou o contrato de trabalho dos mais de 3 mil funcionários. Na defesa, a companhia informou ser uma empresa de comércio e não de tecnologia.

A empresa terá que realizar o pagamento retroativo dos últimos 5 anos para todos os trabalhadores e ex-trabalhadores.

Os R$ 80 milhões da condenação são referentes a diferenças na aplicação dos reajustes salariais nas datas-bases; ao pagamento de 4 horas extras semanais, com adicional de 75%, de forma retroativa, diferenças de adicional noturno que, nos termos das normas coletivas juntadas, é de 30%; entre outras diferenças, devendo elas ser pagas com a aplicação das multas, juros e correção monetária do período.

Segundo a advogada que representa o Sindpd, Augusta de Raeffray Barbosa, o valor final pode ser ainda maior, já que o cálculo individual de cada funcionário ainda será realizado.

O Sindpd apontou que somente pelo cálculo preliminar de horas extras não pagas pelo uso da jornada de 44 horas, um trabalhador que ganha um salário de R$ 10 mil deve receber cerca de R$ 18,2 mil por ano trabalhado.

O juiz da 3ª vara de Osasco Ricardo Sanchez apontou na decisão que o fato do Mercado Livre ter criado uma empresa especializada e transferido trabalhadores da área de TI para a Meli Developers “evidencia a especialização de suas atividades”.

“A realidade do grupo corresponde à atividade de comércio eletrônico. O objetivo da MELI é o desenvolvimento de softwares e de outras soluções de tecnologia. Tratam-se de duas realidades distintas, que demandam tratamento jurídico separado”, destacou o magistrado na sentença.

O que diz o Mercado Livre

Em nota, o Mercado Livre disse que não comenta processos judiciais em andamento. “Ainda assim, consideramos importante esclarecer um ponto. A decisão da Justiça foi, na verdade, favorável à Meli Developers, empresa do grupo responsável por toda a infraestrutura tecnológica dos sites do Mercado Livre e Mercado Pago, contra o Sindpd. Conforme determinou o Tribunal Regional do Trabalho, a companhia segue sendo representada pelo seu atual sindicato. Quanto à multa retroativa, cujo valor não é estabelecido na sentença, a empresa irá recorrer”, afirmou.

IstoÉ Dinheiro

PF indicia três por calúnia contra ministro Alexandre de Moraes

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A Polícia Federal (PF) indiciou, nessa segunda-feira (3), por crime de calúnia o empresário Rodrigo Mantovani Filho, a mulher dele Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto por crime de calúnia contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os réus teriam praticado o crime no dia 14 de julho do ano passado, no Aeroporto de Fiumicino, em Roma. Moraes estava na Itália, onde participou de evento na Universidade de Siena.

Apesar de o primeiro inquérito, que teve como responsável o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki,  não indiciar os acusados, o relatório havia concluído que Mantovani Filho cometeu injúria real contra Alexandre Barci, filho de Moraes.

Hiroshi argumentou que não poderia indiciar ninguém por causa de uma instrução normativa que veda o indiciamento no caso de crimes de menor potencial ofensivo, como a injúria. Outra justificativa foi a de que, nesse caso, a lei penal brasileira não poderia ser aplicada a fatos ocorridos no exterior.

A agressão teria sido iniciada por Roberto Mantovani, acompanhado da esposa Andrea Munarão, que teria chamado o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Mantovani Filho chegou a acertar um golpe no rosto do filho do ministro. “Com o impacto, os óculos do rapaz chegaram a cair no chão”, informou a PF.

O casal foi investigado por suposta injúria e agressão física contra Moraes e sua família. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após ter sido solicitado pelo próprio Moraes.

Documento divulgado pela Polícia Federal diz que “imagens do Aeroporto Internacional de Roma permitem concluir que Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão provocaram, deram causa e, possivelmente, por suas expressões corporais mostradas nas imagens, podem ter ofendido, injuriado ou mesmo caluniado o ministro Alexandre de Moraes e seu filho Alexandre Barci de Moraes”, escreveu o agente da PF Clésio Leão de Carvalho.

“Posteriormente a breve discussão entre os dois, visivelmente motivada pelas ações de Andreia Munarão, que provocaram aparente verbalização por parte de Barci, Roberto Mantovani levantou a mão direita e atingiu o rosto (ou os óculos) de Alexandre Barci de Moraes, deslocando ou fazendo sair de sua face o acessório do filho do ministro”, acrescenta o texto.

No dia 18 de julho, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos acusados, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista. Os três foram ouvidos e negaram ter proferido as ofensas ao ministro.

Na época, o advogado de defesa do casal, Ralph Tórtima, disse que Mantovani negou ter empurrado o ministro. “Em depoimento realmente muito esclarecedor, o senhor Roberto [Mantovani] deixou claro que jamais proferiu, em momento algum, qualquer ofensa direcionada ao ministro. Ele reconheceu que houve entrevero com um jovem que estava no local e que esse jovem, ele sequer sabia quem era. Somente quando desembarcaram [no Brasil] e foram abordados pela Polícia Federal no aeroporto é que tomaram conhecimento que se tratava de um filho do ministro”, afirmou o advogado.

*Com informações da Agência Brasil

Maioria do STF valida liminar de Zanin sobre desoneração da folha

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta terça-feira (4) maioria de votos para confirmar a decisão do ministro Cristiano Zanin que suspendeu por 60 dias o processo que trata da desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027.

No mês passado, o ministro atendeu ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), chancelado pelo Senado, para suspender os efeitos de sua própria liminar contra a desoneração. A medida vai permitir o acordo no qual o governo e Congresso decidiram pela reoneração gradual dos setores a partir de 2025.

Até o momento, oito ministros seguiram entendimento de Zanin e validaram a suspensão da desoneração. A votação termina às 23h59 de hoje.

No dia 25 de abril, Zanin havia concedido liminar para suspender a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento. O ministro entendeu que a aprovação da desoneração pelo Congresso não indicou o impacto financeiro nas contas públicas.

Notícias ao Minuto

O choque de empobrecimento em próspero vale gaúcho: ‘Terras que valiam milhões não valem mais nada’

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No que sobrou da rua Aníbal Brandão, no município de Estrela, no interior do Rio Grande do Sul, a professora Márcia Engster, de 55 anos, enfrentava a lama para checar o estrago. Por décadas, seus pais juntaram dinheiro e compraram terrenos nas margens férteis do rio Taquari. Eram a herança de uma vida. Agora, o empobrecimento.

As águas das inundações de abril e maio deste ano, no entanto, levaram não apenas casas e vidas.

A destruição do maior desastre climático do Rio Grande do Sul fez “evaporar” o valor de áreas inteiras de cidades gaúchas.

“Dois anos atrás, meu pai vendeu uma parte das nossas terras. Foram avaliadas em R$ 1,7 milhão por hectare. No ano passado, depois das enchentes de setembro, valiam R$ 237 mil. Hoje, não têm valor nenhum”, disse Márcia à BBC News Brasil.

O relato reflete um efeito observado pela reportagem da BBC News Brasil em todo o Estado do Rio Grande do Sul, mas com particular incidência sobre o Vale do Taquari: o choque de empobrecimento de milhares de famílias em uma região considerada próspera e que ostenta bons índices econômicos e sociais.

Moradores e especialistas apontam que esse fenômeno já pode ser sentido tanto pela queda no valor de pequenas fazendas ou imóveis residenciais quanto pela perda de bens acumulados ao longo de toda uma vida.

Habitantes da região temem que a sucessão de enchentes que vem afetando o vale há alguns anos faça com que empresas busquem áreas mais seguras para se instalarem e, com isso, levem embora empregos e riqueza.

BBC NEWS BRASIL

Prosperidade e risco

O Vale do Taquari é uma região composta por 36 municípios ao norte da capital gaúcha, Porto Alegre, que têm reunidos 361 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Antes da chegada dos europeus, o vale era habitado por povos indígenas, principalmente pela etnia guarani.

Após o processo de colonização, passou a ser ocupado por portugueses, espanhóis e africanos escravizados. A partir de 1850, a região recebeu imigrantes alemães e italianos.

O rio Taquari, que dá nome à região, corta uma cadeia de morros geologicamente antigos. Às suas margens, ele cria um vale fértil usado para agricultura e onde se situam a maioria das suas cidades.

Segundo o geógrafo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Guilherme Garcia de Oliveira, a economia da região é baseada na agricultura, na indústria de processamento de alimentos e no setor de serviços.

“Comparada a outras áreas do Estado, é uma região próspera. Algumas cidades têm ótimos indicadores sociais, e, na média, há uma baixa desigualdade social”, diz Oliveira.

A maior cidade da região é Lajeado, com 93 mil habitantes, quase um terço do total dos moradores do vale.

O município tem um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$ 65 mil — 85% maior que a média nacional, que, em 2021, foi de R$ 35 mil.

O PIB per capita é a divisão de toda a riqueza produzida dividida pelo total da população.

As escolas públicas são relativamente boas e têm indicadores superiores à média nacional.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021 nos anos escolares iniciais da rede pública de Lajeado foi 6,3 enquanto a média brasileira foi de 5,5.

Mas a mesma geografia que ajudou a trazer relativa prosperidade ao Vale do Taquari também vem representando riscos.

O rio Taquari recebe a água das chuvas que cai nas encostas dos morros. Quando as chuvas são volumosas, o nível do rio sobe rapidamente. Com a ocupação acelerada das suas margens, enchentes vêm causando estragos à população.

Essa localização peculiar fez com que a região fosse uma das mais afetadas pelas inundações deste ano.

Cidades como Estrela chegaram a ter 75% de seu território submerso. Para piorar, a região já havia sido alvo de duas outras enchentes severas no ano passado, em setembro e novembro.

Indicadores desse impacto são a quantidade de mortes e desaparecidos causados pelas inundações.

A região tem apenas 3% da população gaúcha, de acordo com o IBGE, mas 19,5% das mortes registradas pelas enchentes de 2024 até agora ocorreram no Vale do Taquari, segundo a Defesa Civil estadual. Dos desaparecidos, 44% são da região.

A pobreza instantânea

GUSTAVO MANSUR/GOVERNO DO RIO GRANDE DO SUL-Inundações em municípios do Vale do Taquari como Roca Sales fazem moradores temerem fuga de empresas e empobrecimento da região

A professora Márcia Engster não foi a única a perceber que, do dia para a noite, sua família havia ficado mais pobre.

Para a vendedora Márcia Almeida, o impacto foi ainda mais severo. Ela contou à BBC News Brasil que a casa onde vivia no bairro Moinhos, em Estrela, com dois de seus três filhos foi completamente destruída.

Com os abrigos também enfrentando chuva, ela montou uma barraca de lona na calçada de uma avenida da cidade para se refugiar.

Há duas semanas, quando conversou com a reportagem da BBC News Brasil, ela relatava como as inundações desvalorizaram o patrimônio de sua família.

“Minha mãe tem 65 anos. Ela tem uma escritura de cinco terrenos no bairro Moinhos. Ela olha para a escritura e só chora porque aquilo não vale nada”, disse ela, às lágrimas.

“Acredito que eles valiam R$ 300 mil ou R$ 400 mil há um tempo. Hoje, se eu for lá te mostrar e pedir R$ 100, não vale”, afirmou.

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovanni Baggio, diz que a desvalorização imobiliária é apenas um dos fenômenos com os quais os moradores de regiões como o Vale do Taquari terão que lidar nos próximos anos.

“Essa desvalorização está ocorrendo. Se uma pessoa decidir migrar e vender seus terrenos ou suas casas, o preço que ela vai conseguir neste momento é muito menor do que aquele que ela conseguiria dois anos atrás”, diz Baggio à BBC News Brasil.

Baggio afirma que as enchentes dos últimos meses e a perspectiva de vulnerabilidade da região a novos eventos climáticos extremos poderá gerar um empobrecimento local.

Segundo ele, o temor de novas tragédias pode levar a uma fuga de empresas e indústrias para áreas mais seguras do Estado. Com isso, haveria uma espécie de efeito dominó.

“Conversei com alguns empresários que já relataram a intenção de buscar novas localidades”, disse Baggio.

“Com menos empresas, haverá menos arrecadação e menos dinheiro circulando nas cidades. As pessoas vão acabar procurando oportunidades em outras regiões. Isso pode levar a um empobrecimento da região.”

JOÃO DA MATA/BBC NEWS BRASIL-Legenda da foto,O empresário Pedro Henrique Bonatto, de Lajeado, perdeu parte do seu estoque com as inundações

É esse efeito dominó que o empresário Pedro Henrique Bonatto, de 65 anos, teme.

Ele mora em Lajeado e tem uma empresa que vende e conserta balanças desde 1999. Na região, mantém uma clientela cativa formada por mercados e indústrias.

Bonatto diz à BBC News Brasil que os negócios já haviam recuperado o mesmo patamar pré-pandemia de covid-19 e que as perspectivas para o futuro eram boas. Até que as inundações vieram.

Ele tem um prédio de três andares onde mora e em que funciona sua empresa. Foi o único que ficou de pé após a enxurrada: “Nessa quadra, só (restou) eu”.

As águas danificaram balanças de clientes, equipamentos de manutenção, estoques inteiramente novos e as instalações da empresa.

O prejuízo preliminar é avaliado por ele em R$ 100 mil. Bonatto diz temer que os eventos climáticos extremos que vêm afetando a região possam levar ao empobrecimento do Vale do Taquari.

“Passando por três enchentes, há clientes que vão desistir do mercado. E esses clientes têm dívidas com a gente. Nós temos bastante capital empregado. Há uma parte do mercado que não vai mais existir”, diz o empresário.

“Esse é um medo que eu tenho e ele é concreto porque muita gente já desistiu.”

Giovanni Baggio, da Fiergs, acredita que isso pode, sim, se tornar uma realidade.

“Com menos população e menos empresas, as pessoas que ficarem por lá tenderão a viver em uma região com uma dinâmica econômica mais lenta e isso pode elevar os níveis de pobreza”, afirma o economista.

O professor Guilherme Garcia afirma que os impactos econômicos das inundações já podem ser sentidos em cidades do Vale do Taquari.

“Do ponto de vista do empobrecimento, a tendência é de que, pelo menos no curto prazo, isso terá um impacto severo”, explica.

“No campo, muitas famílias perderam a produção leiteira, de arroz, milho e outras culturas. Isso afeta diretamente a indústria de alimentos que é abastecida por essa produção. Uma coisa afeta a outra.”

O que esperar do futuro

Garcia afirma que, apesar de haver uma tendência de empobrecimento da região, a intensidade com a qual isso pode acontecer é incerta.

“Não diria que este é um processo sem volta”, diz o pesquisador.

“Com certeza, este evento terá impacto no PIB, mas não creio que será suficiente para mudar a região inteira do patamar de desenvolvimento humano em que ela está hoje.”

Segundo ele, o futuro da região vai depender das medidas que serão tomadas pelas autoridades envolvidas na reconstrução do Rio Grande do Sul.

O governo federal afirmou em nota à reportagem que “tem atuado diuturnamente para viabilizar recursos para o Estado em diversas frentes, seja em investimento direto, recursos para ações de socorro e assistência às vítimas, medidas para impulsionar linhas de crédito, antecipação de benefícios, suspensão de pagamento de dívidas, linhas de crédito para empresas, entre outras, que ultrapassam R$ 79 bilhões”.

A BBC News Brasil enviou perguntas ao governo do Rio Grande do Sul, mas não houve resposta.

“É preciso ver o montante de recursos que será destinado à reconstrução das cadeias produtivas do Vale do Taquari. Também é preciso saber como os projetos de adaptação desses municípios às mudanças no clima vão acontecer”, diz Garcia.

“Se o trabalho de reconstrução for bem executado, o empobrecimento da região não deverá ser tão forte quanto em outras regiões.”

Garcia aponta outro fator que o faz acreditar que o empobrecimento do Vale do Taquari pode não se tornar uma realidade inexorável. “O povo da região é muito resiliente”, disse o pesquisador.

“Em março deste ano, visitei o Vale do Taquari. Fazia pouco mais de seis meses das grandes enchentes de setembro de 2023. Em muitos locais, a recuperação das áreas havia sido tão bem feita que era impossível notar que elas haviam sido atingidas por um evento daquela dimensão. Muita gente vai resistir.”

É o caso do empresário Pedro Bonatto. Ele diz que, apesar de todo o prejuízo, não considera abandonar Lajeado.

“No meu íntimo, eu não aceito (se mudar). Acho que dá para dar a volta por cima”, afirma.

“Deus me ajudou, e eu vou conseguir. Meus vizinhos praticamente não existem mais. Meu sentimento é de gratidão.”

BBC

Goiás Social entrega mais de quatro mil benefícios nesta semana

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O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds), entrega 4.281 benefícios do Goiás Social em ações realizadas em cinco municípios nesta semana. São 3.776 cartões do Mães de Goiás, 313 do Dignidade e 192 kits do Aprendiz do Futuro, em Aragoiânia, Cristalina, Campos Belos, Senador Canedo e Luziânia.

A entrega dos benefícios teve início na última segunda (03/06) e prossegue até a próxima sexta-feira (07/06). Os programas atendem mães, pessoas idosas e jovens em situação de vulnerabilidade social inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).

À Luziânia, a Seds ainda levará serviços de Registro Civil, com emissão segunda via de certidão de nascimento, casamento e averbação de divórcio, confecção de Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Passe Livre da Pessoa com Deficiência, Passaporte da Pessoa Idosa, distribuição de absorventes (por meio do programa Dignidade Menstrual), e corte de cabelo.

Mães de Goiás

O programa, que foi implementado em 2021, faz o repasse mensal de R$ 250 a mães ou responsáveis por crianças de 0 a 6 anos de idade, em extrema vulnerabilidade.

Um total de 160 mil mães já foram beneficiadas nos 246 municípios, representando R$ 652 milhões aplicados desde a criação do programa. As mães contempladas são informadas via SMS, no telefone cadastrado no CadÚnico, sobre o dia, local e horário da entrega do cartão.

Dignidade

Implementado em março de 2023, corresponde ao benefício de R$ 300 por mês para pessoas idosas de 60 a 65 anos de idade, que ainda não alcançaram a aposentadoria e não recebem nenhum outro benefício previdenciário, em situação de extrema pobreza e pobreza. Já são mais de 2 mil pessoas idosas beneficiadas em todas as cidades goianas e R$ 2 milhões aplicados.

Aprendiz do Futuro

Maior programa de socioaprendizagem do Brasil e do mundo, o Aprendiz do Futuro promove inclusão social de jovens por meio da educação e do trabalho, com foco em tecnologia, alta performance e impacto social na vida de jovens em situação de vulnerabilidade. Realizado em parceria com a Demà Jovem/Renapsi, também está presente em todos os municípios goianos.

Lançado em agosto de 2021, na sua primeira etapa o programa contratou 6.250 jovens vulneráveis, de 14 e 15 anos e 11 meses, para trabalhar em órgãos públicos estaduais. Em setembro de 2023 deu início à contratação de mais 10 mil jovens. Eles recebem R$ 663,39 de salário, R$ 150 de vale-alimentação, vale-transporte, seguro de vida, uniforme, crachá, férias, 13º salário e cursos de capacitação na plataforma do programa. Já foram R$ 164,4 milhões investidos.

Serviço

Assunto: Entrega de cartões Mães de Goiás, Dignidade e kits do Aprendiz do Futuro

Datas e horários:

  • Aragoiânia (03/06, 14h),
  • Cristalina (04/06, 08 às 14h),
  • Campos Belos (04/06, 09h),
  • Senador Canedo (04/06, 09h às 14h),
  • Luziânia (07, 09h às 17h e 08/06, 09h às 12h)

Locais:

  • Aragoiânia (Ginásio de Esportes – Av. Princesa Isabel – Jardim Imperial);
  • Cristalina (Ginásio de esportes Daniel Ribeiro Filho – Rua Pastor Roberval, setor Sul);
  • Senador Canedo (Praça Criativa Central – Av. Dom Emanuel, Conj.Uirapuru);
  • Luziânia (Av. Lucena Roriz, Qd. 90, Lt. 31, Jardim Ingá

Procon encontra diferença de até 27% no preço do arroz

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Diante da tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul, principal estado brasileiro produtor do arroz, há especulação que o preço do cereal tenha alta. Para auxiliar o consumidor na hora da compra, o Procon Goiás realizou pesquisa para verificar variação de preços de alguns alimentos, entre eles do arroz, item essencial na mesa do brasileiro.

O levantamento foi feito em dez estabelecimentos da capital goiana. No caso do arroz, a principal variação foi de 27% e ocorreu no pacote de cnco quilos da marca Dona Cota, vendido de R$ 27,48 a R$ 34,90.

A segunda maior variação foi de pouco mais de 16% no produto da marca Gol, vendido de R$ 29,19 a R$ 33,98. Outra variação considerável foi da marca Cristal, encontrado de R$ 31,95 a R$ 36,99, diferença de 15,77%.

Outros alimentos

Além do arroz, a pesquisa levantou preços de outros 28 itens que fazem parte da alimentação diária do brasileiro. Nesses itens, a principal variação foi de mais de 277% e ocorreu no quilo da banana nanica, vendido de R$ 1,85 a R$ 6,99.

O levantamento também apontou a necessidade do consumidor pesquisar se for comprar tomate. Isso porque o preço do quilo teve variação de mais de 175%, sendo vendido de R$ 5,99 a R$ 16,48.

Outra variação expressiva foi do quilo do corte bovino coxão mole, vendido de R$ 22,99 a R$ 45,90, oscilação de quase 100%. O quilo da batata inglesa também pode pesar no bolso do consumidor, já que ele é vendido de R$ 8,74 a R$ 13,90, diferença de 59%.

Orientações

O Procon Goiás orienta o consumidor a sempre pesquisar os preços dos produtos antes da compra, já que existe uma variação significativa de um estabelecimento para o outro. A recomendação é que o consumidor também estabeleça, de acordo com o orçamento doméstico, quanto poderá gastar na compra em supermercado. Depois, faça uma lista dos produtos a serem adquiridos, colocando em primeiro lugar os itens essenciais, aqueles que não poderão ficar de fora.

É importante também nunca fazer as compras com pressa, pois o cliente pode ser induzido a levar produtos supérfluo e esquecer o indispensável. O Procon Goiás também orienta que o consumidor analise se as ofertas do tipo “leve 3 e pague 2” são realmente verdadeiras e lucrativas. Uma dica é calcular o valor da unidade do produto para verificar se a promoção feita pelo estabelecimento é realmente vantajosa.

Procon Goiás – Governo de Goiás

Os bilionários que estão doando milhões para Trump após sua condenação

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Desde que Donald Trump foi condenado criminalmente, na semana passada, bilionários republicanos estão demonstrando seu apoio financeiro.

Trump, o candidato republicano que tentará voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, foi considerado culpado de falsificar registros comerciais para ocultar o pagamento à ex-atriz pornô Stormy Daniels.

Embora tenha ficado atrás, na angariação de fundos, do presidente e candidato à reeleição Joe Biden e dos esforços dos democratas, a condenação deu novo fôlego à candidatura de Trump.

Sua campanha anunciou que arrecadou quase US$ 53 milhões (cerca de R$ 278 milhões) em apenas 24 horas após o veredicto em Nova York.

A bilionária israelense-americana Miriam Adelson, empresária no setor de cassinos, deverá anunciar um aporte multimilionário à campanha de Trump esta semana.

De acordo com relatos na imprensa americana, Adelson fará uma doação para um comitê de ação política (PAC, na sigla em inglês) chamado Preserve America.

Não há limite para o montante a ser gasto por esses comitês no apoio a candidatos a cargos eletivos.

Miriam Adelson e Donald Trump © Getty Images

Embora não se saiba quanto ela deve doar, o site Politico e outros meios de comunicação dos EUA relataram que a contribuição deverá ultrapassar a doação de US$ 90 milhões para a Preserve America feita por Adelson e seu falecido marido, Sheldon, antes das eleições de 2020.

Outros provavelmente seguirão o exemplo. Nas horas após o veredicto, vários bilionários publicaram mensagens de apoio a Trump.

Entre eles, o investidor do Vale do Silício David Sacks, que postou na rede social X que “agora há apenas uma questão nesta eleição: se o povo americano irá defender que os EUA se tornem uma República das Bananas”.

Sacks e seu colega investidor Chamath Palihapitiya planejam para 6 de junho um evento de arrecadação de fundos para Trump em São Francisco. Os participantes estão sendo solicitados a contribuir com até US$ 300.000 (R$ 1,5 milhão).

Outro potencial doador, o gestor de fundos hedge (os chamados fundos de cobertura) Bill Ackman, deve fazer um anúncio no X nos próximos dias sobre o apoio a Trump.

Embora há três anos Ackman tenha dito que Trump “deveria pedir desculpas a todos os americanos” após a invasão ao Capitólio dos EUA, o investidor desde então suavizou seu tom e ofereceu palavras de apoio ao ex-presidente na internet.

O diretor do Blackstone Group, Steve Schwarzman, um dos bilionários mais proeminentes de Wall Street, já anunciou que apoiará Trump nas eleições.

Tal como Ackman, Schwarzman tinha anteriormente se distanciado do ex-presidente.

Entretanto, no final de maio, Schwarzman disse que tinha as mesmas preocupações da “maioria dos americanos” de que as “políticas econômicas, de imigração e externas estão levando o país na direção errada”.

Ele também disse que o “aumento dramático do antissemitismo” o levou a “focar nas consequências das próximas eleições com maior urgência”.

Embora anteriormente tenha demonstrado se afastar de Trump, o bilionário Steve Schwarzman voltou a mostrar apoio ao candidato republicano © Getty Images

Outros bilionários que já deram o seu apoio a Trump incluem os fundadores de fundos hedge John Paulson e Robert Mercer, bem como o pioneiro do fracking (fraturamento hidráulico para extração de petróleo e gás de rochas de xisto) Harold Hamm e o magnata dos cassinos Steve Wynn.

O investidor bilionário Nelson Peltz, que disse após a invasão ao Capitólio ter se arrependido de ter votado em Trump em 2020, mudou de ideia e recebeu o ex-presidente em sua mansão à beira-mar na Flórida em março.

Elon Musk, por outro lado, disse anteriormente que não faria doações a nenhum dos candidatos desta eleição, embora planeje organizar um evento transmitido ao vivo com Trump.

Shaun Maguire, sócio da importante empresa de capital de risco Sequoia, anunciou uma doação de US$ 300 mil a Trump poucos minutos após o veredicto da semana passada, argumentando que o julgamento foi injusto.

Num longo post no X, Maguire apresentou motivos para apoiar Trump, incluindo a forma como a gestão Biden lidou com a retirada dos EUA do Afeganistão e a “fragilidade” no Oriente Médio.

Os vários processos judiciais contra Trump, acrescentou Maguire, também serviram como uma “experiência radicalizante”.

“Há uma chance real de que o presidente Trump seja condenado por acusações criminais e sentenciado à prisão”, escreveu ele.

“Sem rodeios, é em parte por isso que o apoio. Acredito que o nosso sistema judicial está sendo usado como arma contra ele.”

Já o bilionário e proeminente doador republicano Peter Thiel teria recusado pedidos de doação para a campanha de Trump e teria dito não estar planejando qualquer doação neste ano eleitoral.

No final de abril, a campanha de Biden tinha um saldo de US$ 192 milhões, contra US$ 93,1 milhões da campanha de Trump.

No mesmo mês, porém, a campanha de Trump angariou US$ 76 milhões, ultrapassando os rivais democratas pela primeira vez neste ciclo eleitoral.

A campanha de Biden arrecadou US$ 51 milhões em abril, uma queda acentuada em relação aos mais de US$ 90 milhões arrecadados no mês anterior.

Mas, para o professor Justin Buchler, especialista em financiamento de campanha da Universidade Case Western Reserve, em Ohio, “o dinheiro não será determinante na eleição”.

“O principal papel do dinheiro numa campanha é aumentar o reconhecimento do nome. Todo mundo já sabe quem são Donald Trump e Joe Biden.”

Uma análise dos dados da CBS, parceira da BBC nos EUA, concluiu que a angariação de fundos de Trump tende a receber impulsos nos momentos-chave das suas diversas batalhas jurídicas.

Antes da condenação da semana passada, seus melhores dias para arrecadação de fundos tinham sido 4 de abril do ano passado — o dia em que foi acusado em Nova York — e 25 de agosto, quando uma foto dele tirada por autoridades policiais, a mugshot, foi divulgada.

A BBC aguarda posicionamento das campanhas de Trump e Biden.

BBC

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