Categoria: Segurança e Justiça

  • Otoni de Paula protocola pedido para incluir perfil CHOQUEI no inquérito das fake news

    Otoni de Paula protocola pedido para incluir perfil CHOQUEI no inquérito das fake news

    O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), conhecido por sua posição política de direita, encaminhou nesta sexta-feira (29/12) um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir o perfil “CHOQUEI” no inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas. O pedido ocorre após o responsável pelo perfil CHOQUEI comparecer à polícia na quinta-feira (28) para esclarecimentos sobre a morte de Jéssica Vitória Canedo, ligada à propagação de uma fake news que a associava a um suposto relacionamento com o humorista Whindersson Nunes. Segundo o administrador do Choquei, outros perfis de fofoca também estão na mira das autoridades para depoimentos futuros. Ele admitiu a publicação da notícia falsa e informou que vários outros perfis semelhantes também publicaram.

    Em declaração, o administrador do Choquei esclareceu que foi até a polícia de Minas Gerais com evidências relevantes ao caso. Ele explicou que a notícia falsa foi inicialmente divulgada por outro perfil e, depois, replicada pelo Choquei. A declaração incluiu: “Foram fornecidas provas sobre o fato gerador da notícia falsa – que foi publicada originalmente por um outro perfil e republicada posteriormente pela Choquei — e foram disponibilizadas imagens de diálogos que mostram os procedimentos adotados assim que a falsidade foi descoberta, como a retirada imediata do conteúdo falso republicado.”

    O perfil Choquei é investigado sob suspeita de indução à morte de Jéssica Canedo. O delegado Felipe Monteiro, da Polícia Civil de Minas Gerais, responsável pelo inquérito, solicitou a quebra de sigilo das páginas do perfil nas redes sociais e está ouvindo outras plataformas que compartilharam a notícia falsa. Raphael Souza, dono do perfil Choquei, prestou depoimento à polícia, levando o delegado Monteiro a confirmar que a Polícia Civil aguarda autorização para analisar os perfis envolvidos, considerando a possibilidade de condenação dos responsáveis.

    Hora Brasília

  • Nova lei geral apresentada por Javier Milei 🇦🇷 garante defesa legítima

    Nova lei geral apresentada por Javier Milei 🇦🇷 garante defesa legítima

    Projeto de lei inclui ações para facilitar privatização de estatais e aumento de penas para quem participar de protestos nas ruas

    presidente Javier Milei enviou ao Congresso da Argentina, nesta quarta, 27, um megapacote de medidas, que inclui a reforma do Estado, o fim das eleições primárias e mais desregulamentações na economia.

    O projeto de lei proposto por Milei tem 664 artigos. As medidas incluem a declaração de emergência pública e econômica até 31 de dezembro de 2025, que poderá ser prorrogada por até dois anos.

    O pacote também dá mais poderes ao Executivo para privatizar empresas estatais e para encerrar ou fundir agências e entidades públicas, com exceção de universidades.

    Na parte criminal, a reforma amplia penas para quem participa ou organiza protestos com bloqueios nas ruas. A punição poderá chegar a seis anos de prisão. Há também uma ampliação do direito à legítima defesa.

    Este é o segundo grande pacote de medidas de Milei. Na semana passada, ele promulgou um megadecreto, apelidado de DNU (Decreto Nacional de Urgência). O texto impõe, de uma só vez, mais de 300 reformas que revogam leis, eliminam dezenas de regulamentações, permitem a privatização de empresas públicas, abrem as portas para operações em dólares e dão início à flexibilização do mercado de trabalho e do sistema de saúde. A decisão está sendo contestada no Congresso, nos tribunais e nas ruas por aqueles que a consideram inconstitucional.

    Os DNU são mecanismos excepcionais que permitem ao Executivo aprovar ou modificar leis para tratar de assuntos urgentes que não podem esperar pelo debate no Congresso. O governo argumentou que a situação do país — com altos níveis de inflação e pobreza — é “muito complicada” e merece essa medida, que não tem precedentes no país devido à sua magnitude. Entretanto, muitos setores consideram que o presidente está se apropriando de poderes legislativos e questionam a “necessidade e urgência” de alguns pontos do pacote.

    O decreto está previsto para entrar em vigor nesta semana. O Congresso pode rejeitá-lo com uma maioria de votos em cada Casa. No entanto, se apenas uma das câmaras o aprovar, o decreto é considerado válido; e se não for posto em pauta por nenhuma delas, também é válido. Enquanto isso acontece, outra maneira de impedi-lo é por meio dos tribunais: mais de uma dúzia de amparos já foram apresentados, de acordo com a agência de notícias Télam.

    O Congresso entrou em sessão extraordinária na terça, 26, para debater as medidas. No entanto, o DNU não pode ser modificado pelos parlamentares: eles só podem aprovar ou rejeitar a peça na íntegra.

    O partido de Milei, A Liberdade Avança tem 40 dos 257 deputados e sete de 72 senadores, e dependerá do apoio de outros partidos, como da coalizão Juntos por el Cambio, de direita, para aprovar medidas.

    Milei ignora protestos e desafia Congresso com novo pacotaço de 664 artigos  - NeoFeed
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    Nesta quarta, houve protestos em Buenos Aires contra as medidas de Milei, convocada por sindicatos. Os sindicatos se reunirão novamente nesta quinta-feira para definir “um plano de luta”. Também está em pauta a possibilidade de uma greve geral de 24 horas.

    Com Agencia O Globo.

  • Justiça do Paraguai confisca bens de Dario Messer, o ‘doleiro dos doleiros’

    Justiça do Paraguai confisca bens de Dario Messer, o ‘doleiro dos doleiros’

    A Justiça do Paraguai determinou o confisco de bens do doleiro Dario Messer, investigado na Lava Jato por liderar uma rede de lavagem de dinheiro.

    A decisão atingiu ativos do doleiro e de três empresas ligadas a ele e atendeu a um pedido de assistência jurídica feito em 2019, após as autoridades brasileiras descobrirem que Messer mantinha um patrimônio milionário fora do país.

     

    Justiça do Paraguai confisca bens de Dario Messer, o 'doleiro dos doleiros'  | Jovem Pan

    Além de investimentos financeiros, a Justiça confiscou 109 imóveis, além de nove tratores, nove carros e uma aeronave.

    A lista de bens no Paraguai era avaliada em U$S 150 milhões. De acordo com o Ministério Público Federal, Messer mantinha um avião, carros de luxo, fazendas e milhares de cabeças de gado no Paraguai.

    Segundo a Procuradoria, o confisco dos valores será usado para o ressarcimento dos cofres públicos. O montante será dividido entre o Brasil e o Paraguai. Ainda cabe recurso. O UOL não conseguiu contato com a defesa de Messer.

    O “doleiro dos doleiros” foi um dos principais alvos da Lava Jato Rio. Messer foi investigado na operação Câmbio, Desligo por liderar uma rede de lavagem de direito por meio de operações dólar-cabo.

    Neste tipo de movimentação, o doleiro pede ao cliente que deposite o valor em reais em sua conta para transferir, a partir de uma conta no exterior, o valor convertido. O mecanismo é usado para burlar os órgãos de fiscalização brasileira.

    A investigação atingiu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Ele foi condenado por participar de esquema que incluiu o recebimento de US$ 100 milhões em propina.

    Alvo de mais operações. Messer também foi alvo das operações Marakata, que mirou o contrabando de pedras preciosas, e Patron, que investigou a organização criminosa que o ajudou a fugir do Brasil.

    Em 2020, Messer fechou delação com o MPF (Ministério Público Federal). Ele se comprometeu a devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos e cumpriria pena de 18 anos e nove meses de prisão.

    Folha de São Paulo

  • Lula veta trechos de projeto do Congresso sobre flexibilização de uso de agrotóxicos no país

    Lula veta trechos de projeto do Congresso sobre flexibilização de uso de agrotóxicos no país

    O presidente Lula (PT) sancionou alguns pontos e vetou outros sobre o projeto de flexibilização de uso de agrotóxicos no país.

    Apelidado por ambientalistas de PL do veneno, o texto aprovado no Congresso centralizava no Ministério da Agricultura o registro de novos produtos, esvaziando as atribuições da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

    Ao vetar esses pontos, Lula pretende restabelecer o modelo regulatório tripartite de registro e controle de agrotóxico.

    Segundo integrantes do governo, o veto evita que as avaliações ambientais e de saúde passem a ser conduzidas, exclusivamente, pelo Ministério da Agricultura, sem conhecimento técnico para análise de riscos.

    O presidente sancionou, porém, artigos da lei que impõem prazos mais curtos para análise de registros de agrotóxicos. Agora, o processo de produtos novos deverá ser concluído em até 24 meses, enquanto agrotóxicos com fórmulas idênticas a outros já aprovados terão prazo de 60 dias.

    O Congresso irá analisar, na volta do recesso, se mantém ou derruba os vetos. Em 2023, o governo tentou barrar avanços da bancada ruralista na Casa, mas não teve sucesso. Agora, isso pode voltar a ocorrer.

    Isso aconteceu, por exemplo, em relação à derrubada do veto ao projeto que institui um marco temporal para demarcação de terras indígenas.

    Os vetos de Lula no caso dos agrotóxicos dividiram o próprio governo. O Ministério da Agricultura pediu que o projeto fosse sancionado de forma integral. O argumento contra o veto é que o modelo tripartite vai causar um descompasso, com prazos distintos em cada órgão, e que os técnicos da Agricultura já iriam levar em consideração as análises da Anvisa e do Ibama.

    No entanto, o veto ao superpoder foi defendido pelos ministérios da Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e até o da Fazenda.

    Também foi vetado por Lula o dispositivo que autorizava o Ministério da Agricultura e o Ibama a deferirem pedidos de produtos à base de ingrediente ativo em reanálise mesmo antes da conclusão do procedimento.

    O petista também derrubou o trecho que dispensava empresas de colocarem nas embalagens a advertência de que o recipiente não pode ser reaproveitado.

    Ao todo, foram 14 pontos vetados por Lula. Na maioria deles, a justificativa apresentada pelo governo foi de que tratavam-se de medidas inconstitucionais ou que poderiam representar risco ao meio ambiente e à saúde humana.

    O PL estava em tramitação no Congresso desde 1999, quando foi apresentado inicialmente pelo ex-ministro da Agricultura e ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi, à época senador da República.

    O avanço do projeto foi acordado ainda durante a transição de governo. Na época, no apagar das luzes do Congresso no ano de 2022, a Comissão de Agricultura (CRA) chegou a pôr a proposta na pauta.

  • Prefeitura de Goiânia reforça ações para garantir segurança nas saídas das festas de fim de ano

    Prefeitura de Goiânia reforça ações para garantir segurança nas saídas das festas de fim de ano

    Quem vai pegar a estrada é importante realizar o planejamento e observar a qualidade das vias do trajeto, além da revisão de itens essenciais do veículo

    A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), destaca ações para garantir a segurança de todos nas saídas das festas de fim de ano, quando é registrado o aumento do número de sinistros de trânsito, e o cuidado ao dirigir deve ser redobrado.

    “O motorista que conduz o veículo sob efeito de bebida alcoólica tende a ter uma direção mais agressiva, perde a noção de espaço e tempo, o que pode ocasionar sérios acidentes de trânsito. Além de o condutor assumir o risco de matar”, explica o diretor de Trânsito da Mobilidade, Horácio Ferreira.

    A Mobilidade lembra que dirigir sob efeito de bebida alcoólica é infração gravíssima, com multa no valor R$293,47 multiplicado por 10, somando um total de R$2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

    Quem vai pegar a estrada é importante realizar o planejamento e observar a qualidade das vias do trajeto, além da revisão de itens essenciais do veículo. “Para fazer uma viagem tranquila, com segurança, é necessário fazer um planejamento antes de tudo. Definir horário de saída, pesquisar sobre a qualidade das vias do destino, verificar os equipamentos obrigatórios do veículo e qualidade dos pneus”, explica Horácio Ferreira.

    Confira dicas para fazer uma viagem com segurança:

    1- Faça revisão. Itens de segurança do veículo devem estar em perfeito estado: pneus, freios, faróis, setas, limpador de para-brisa, dentre outros.
    2 – Se beber não dirija.
    3- Use o cinto de segurança.
    4- Crianças devem usar cadeirinhas de acordo com a idade e peso.
    5- Respeite a sinalização da via. Ela existe para garantir sua segurança.
    6- Não faça ultrapassagens proibidas. Quando permitidas, observe o trânsito e os devidos cuidados para fazê-las sem riscos.
    7- Quando usar o ar condicionado, abra as janelas a cada uma ou duas horas para circular o ar dentro da cabine. Essa ação contribui para manter o motorista em alerta.
    8 – Mantenha distância dos veículos, tanto em momentos de trânsito fluido quanto nos congestionamentos.

  • Polícia francesa anuncia detenção de homem suspeito de matar esposa e quatro filhos

    Polícia francesa anuncia detenção de homem suspeito de matar esposa e quatro filhos

    A polícia francesa anunciou a detenção nesta terça-feira (26) de um homem suspeito de matar a esposa e os quatro filhos, encontrados mortos no dia de Natal em um apartamento em uma região próxima de Paris.

    As autoridades encontraram na segunda-feira os corpos da mulher e seus quatro filhos, de nove meses, quatro, sete e 10 anos, na casa da família na cidade de Meaux, que fica 40 km ao leste de Paris, depois que parentes não receberam notícias dos cinco e alertaram a polícia, informou o procurador Jean-Baptiste Bladier em um comunicado.

    “O apartamento não apresentava nenhum sinal de entrada forçada, e o pai da família estava ausente”, disse.

    O homem foi detido em Sevran, outro subúrbio no leste de Paris, segundo uma fonte policial.

    Outra fonte próxima ao caso afirmou que a mãe, de 35 anos, e os filhos foram assassinados a facadas. O pai tem 33 anos.

    O suspeito já havia esfaqueado a esposa na omoplata em 2019, afirmou o promotor. O caso foi arquivado por questões de estado mental, disse Bladier à imprensa. À época, a perícia apontou que havia um problema de discernimento no suspeito, um homem de nacionalidade francesa que é acompanhado desde 2017 por transtornos depressivos e psicóticos.

    A investigação aberta por “homicídio doloso com premeditação” é liderada pela direção regional da polícia judicial de Versalhes.

    Recentemente, dois infanticídios triplos foram registrados em áreas próximas da capital francesa.

    No final de novembro, um homem de 41 anos, já condenado por violência doméstica, compareceu a uma delegacia para confessar os assassinatos das três filhas, com idades entre 4 e 11 anos, em Alfortville.

    Um mês antes, um gendarme matou as três filhas e depois cometeu suicídio, em sua residência em Vémars.

    A França tem a média de um feminicídio a cada três dias.

    No ano passado, 118 mulheres foram assassinadas pelo cônjuge, ou ex-companheiro.

    No total, 244.300 vítimas de violência de gênero, a maioria mulheres, foram registradas pelas forças de segurança, um número que representa um aumento de 15% na comparação com 2021.

    As associações de defesa dos direitos das mulheres interpretam o aumento como um sinal de que suas reivindicações estão sendo mais ouvidas.

    AFP

  • STF marca julgamento da revisão da vida toda do INSS

    STF marca julgamento da revisão da vida toda do INSS

    A revisão da vida toda do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deverá ser a primeira ação previdenciária analisada pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em 2024. A corte marcou o julgamento dos embargados de declaração para 1º de fevereiro do ano que vem.

    Há, no entanto, ao menos outras quatro ações previdenciárias que esperam há anos por resposta dos ministros, cujo julgamento não tem data. Os processo foram levantados por especialistas da pedido da Folha e envolvem as mudanças na aposentadoria especial feitas na reforma da Previdência, a exclusão de menores sob guarda no direito à pensão por morte, o reconhecimento da aposentadoria especial do vigilante e a alta programada para quem solicita o auxílio-doença.

    A revisão da vida toda é um processo judicial no qual os aposentados do INSS pedem para incluir no cálculo da aposentadoria salários antigos, antes do plano Real, pagos em outras moedas.

    O STF julga os embargos de declaração pedido para esclarecimento de decisão apresentados pela AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o instituto na Justiça. A revisão foi aprovada em dezembro de 2022, em julgamento presencial.

    A corte começará o ano de 2024 com nova composição, ao incluir o ministro da Justiça, Flávio Dino, como um de seus integrantes, o que pode trazer reviravoltas e mais espera em processos já em andamento. O motivo é que novos ministros costumam pedir vista —tempo maior— para analisar temas complexos.

    Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dino deve continuar no cargo ao menos até 8 de janeiro, quando completa um ano dos ataques golpistas às instituições da República.

    O julgamento da revisão da vida toda é muito aguardado por aposentados, advogados e pelo governo. O processo será julgado no plenário físico após o ministro relator, Alexandre de Moraes, solicitar destaque durante o julgamento dos embargos de declaração no plenário virtual, ocorrido entre novembro e dezembro.

    A expectativa dos advogados para essa questão é que a tese defendida por Cristiano Zanin, que pode devolver a ação ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), não seja acolhida, mas não é possível saber exatamente o que será feito, já que, no novo julgamento, ministros podem mudar de opinião sobre o tema.

    Até agora, há sete votos. Três pelo retorno do processo ao STJ e três contrários, além do posicionamento de Moraes, relator da ação, que delimitou que os efeitos da correção devem começar em 1º de dezembro de 2022.

    AS PRINCIPAIS AÇÕES DO INSS EM DEBATE NO SUPREMO

    1 – REVISÃO DA VIDA TODA

    O tema 1.102 chegou ao STF em 2020, após ser julgado procedente no STJ no ano anterior. A revisão foi aprovada no plenário físico do Supremo em dezembro de 2022, mas voltou a ser debatida neste ano, no plenário virtual, após embargos de declaração da AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS na Justiça.

    A ação, que tem repercussão geral e valerá para todos os casos do tipo no país, vive uma reviravolta, após o ministro Zanin defender o retorno do caso ao Tribunal Superior. Segundo ele, que acolheu parte dos argumentos da AGU, a corte não teria seguido regras da Constituição ao analisar o direito.

    A revisão da vida toda é um processo judicial no qual os aposentados do INSS pedem para incluir no cálculo da aposentadoria salários antigos, antes do plano Real, pagos em outras moedas.

    Tem direito à correção o segurado que se aposentou nos últimos dez anos, desde que seja com as regras anteriores à reforma da Previdência, instituída pela emenda 103, em 13 de novembro de 2019. É preciso, ainda, que o benefício tenha sido concedido com base nas regras da lei 9.876, de 1999.

    O motivo pelo qual se discute o direito é que a reforma da Previdência de 1999, realizada no governo Fernando Henrique Cardoso, alterou o cálculo da média salarial dos segurados do INSS, garantindo aos novos contribuintes regras melhores do que para os que já estavam pagando o INSS.

    A tese aprovada em 2022 diz que “o segurado que implementou as condições para o benefício previdenciário após a vigência da Lei 9.876, de 26.11.1999, e antes da vigência das novas regras constitucionais, introduzidas pela EC 103/2019, tem o direito de optar pela regra definitiva, caso esta lhe seja mais favorável”.

    2 – DIREITO À PENSÃO POR MORTE DO MENOR SOB GUARDA

    O tema 1.271 ganhou repercussão geral neste ano, após julgamento do STF. Com isso, a decisão a ser tomada vai ser utilizada em todas as ações do tipo no país. O processo discute se a exclusão do menor sob guarda do rol de dependentes da Previdência para pagamento da pensão por morte é constitucional ou não.

    A exclusão foi feita na reforma da Previdência. Para Roberto de Carvalho Santos, do Ieprev, mesmo a regra tendo sido colocada na Constituição, pode ser definida como inconstitucional pelo Supremo.

    “O que vamos ver agora é se a exclusão fere as cláusulas pétreas da Constituição, como a questão da dignidade da pessoa humana”, diz ele.

    O caso que chegou à corte é de um menor de oito anos, criado pelo avô desde os cinco porque a mãe estava presa e o pai o abandonou. A criança dependia financeiramente do avô, que não tinha sua tutela, mas detinha a guarda como responsável.

    O avô morreu no dia 22 de fevereiro de 2021, depois, portanto, da reforma. No INSS, o pedido de pensão foi negado.

    A advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), lembra que a discussão sobre os direitos dos menores sob guarda começou no STJ por conta da lei 9.528, de 1997, que excluiu o menor sob guarda do rol de dependentes. Então, há mais de 20 anos aguarda-se um desfecho.

    “Isso [a exclusão] fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. E por essa razão, e também convenções internacionais de proteção à criança, o STJ reconheceu o direito”, afirma a especialista.

    3 – MUDANÇAS NA APOSENTADORIA ESPECIAL

    As alterações da reforma da Previdência na aposentadoria especial estão sendo debatidas na ADI 6.309. A ação integra um lote de processos levados ao STF após as mudanças no INSS, que pedem a inconstitucionalidade de parte das novas normas.

    O primeiro caso sobre a reforma da Previdência já foi julgado neste ano e trouxe resposta negativa ao pedido dos segurados. Os ministros entenderam que o cálculo da pensão por morte, que reduz em 40% o benefício, é constitucional.

    A ADI 6.309 questiona a exigência da idade mínima na aposentadoria especial, o fim da possibilidade de conversão do tempo especial em comum e a mudança na regra do cálculo do benefício. O julgamento deverá recomeçar do zero no plenário físico após pedido de destaque do ministro Dias Toffoli.

    Para o advogado Fernando Gonçalves Dias, do Gonçalves Dias Sociedade de Advogados, esse é um dos temas mais esperados na área previdenciária porque, do jeito que a aposentadoria especial foi aprovada pela reforma da Previdência, há risco de o benefício ser extinto.

    “Foram três as mudanças que prejudicaram muito quem tem direito à aposentadoria especial: exigência de idade mínima, proibição de converter tempo especial em comum e redução de 40% no valor dessa aposentadoria”, diz ele.

    4 – RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE DE VIGILANTE COMO ESPECIAL

    O STF vai julgar como repercussão geral o tema 1.209, que trata sobre o direito de vigias e vigilantes à aposentadoria especial do INSS, que garante o benefício com menos tempo de trabalho. O caso chegou ao Supremo em 2022, após ser julgado procedente no STJ.

    Na ocasião, o Tribunal Superior reconheceu o direito à aposentadoria especial da categoria, inclusive no caso de vigilantes que não portam arma de fogo no exercício da sua função. A forma de provar a atividade de risco é por laudo ou formulário padronizado pelo INSS, como o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).

    Além disso, o STJ definiu que o tempo especial pode ser comprovado por meio de outras provas, como similaridade com laudo de outro colega.

    No STF, os ministros devem decidir se há o direito ao benefício especial mesmo após a reforma da Previdência de 2019, que define como atividade especial apenas as que estão expostas a agentes químicos, físicos e biológicos.

    Para o INSS, a periculosidade não entra nesta regra, garantindo apenas o adicional durante o tempo de exercício da função.

    5 – ALTA PROGRAMADA NOS PEDIDOS DE AUXÍLIO-DOENÇA

    A alta programada do segurado que fica temporariamente incapacitado para o trabalho recebendo auxílio-doença do INSS passou a valer em 2017, como uma das medidas do governo de Michel Temer no controle aos gastos com benefícios por incapacidade.

    Pela lei 13.457, caso o médico do segurado doente não tenha indicado a data da alta, o perito do INSS deve fixar prazo de alta programada, de até 120 dias.

    O advogado Roberto de Carvalho Santos explica que essa volta ao trabalho com data marcada pode ser prejudicial ao segurado quando há evolução no quadro clínico da doença para pior, levando-o a precisar de mais tempo de afastamento.

    A regra está sendo debatida no tema 1.196, de repercussão geral.

    Atualmente, com o Atestmed, cujo pedido de auxílio é feito pela internet, com a realização da perícia médica a distância, apenas com análise do atestado, a previsão de alta deve constar no atestado. E, caso o segurado não está recuperado na data prevista de volta ao trabalho, pode pedir a prorrogação do auxílio-doença em até 15 dias antes do retorno.

    “O que acontece, muitas vezes, é que as doenças evoluem de uma forma totalmente diferente daquilo que foi estimado pelo profissional da saúde”, diz Santos.

    Folha de São Paulo

  • Rio: médico baleado na Av. Brasil está em estado grave e passa por cirurgia

    Rio: médico baleado na Av. Brasil está em estado grave e passa por cirurgia

    Ortopedista foi baleado na região cervical durante um tiroteio na tarde deste domingo (24)

    O médico ortopedista Marilton da Silva Vaz, de 47 anos, passa por cirurgia na noite desta segunda-feira (25) e tem quadro de saúde considerado grave. Ele foi baleado na região cervical durante um tiroteio na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, na tarde do último domingo (24).

    A informação é da Secretaria de Estado de Saúde do Rio. O homem foi transferido, também nesta segunda, do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na região metropolitana, para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na mesma região, onde realiza o procedimento. Essa é a terceira transferência dele. Um novo boletim médico deve ser divulgado após a cirurgia.

    Marilton saía de um evento religioso de Natal quando houve o tiroteio. Ao todo, nove pessoas ficaram feridas. O pai de Marilton, o médico pediatra Mário Vaz, de 80 anos, também se feriu. Ele foi atingido de raspão na cabeça, levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, mas já teve alta.

    Mário Vaz foi condecorado com a Medalha Tiradentes, principal honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em março do ano passado.

    Outro ferido, o pastor Fernando Rodrigues da Silva, que estava no mesmo evento religioso, tem quadro de saúde grave, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Ele está internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. A unidade não tem permissão da família para passar mais detalhes.

    Como foi a ocorrência

    Segundo a Polícia Militar, agentes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), avistaram um carro com atitude suspeita saindo do Parque União, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio.

    Os policiais deram ordem de parada ao veículo e, segundo a PM, os suspeitos não obedeceram e atiraram contra os policiais. Uma viatura foi atingida, além das nove vítimas.

    Segundo a Polícia Civil, a 21ª DP (Bonsucesso) investiga o caso.

    A Avenida Brasil é a via mais movimentada do Rio. Mais de 200 mil veículos cruzam a avenida diariamente, segundo estimativa da Prefeitura do Rio. Carros que passam pela via têm sido alvo constante de criminosos.

    No sábado (23), a deputada estadual Giselle Monteiro (PL) relatou ter sofrido uma tentativa de assalto. Ela compartilhou na internet imagens de marcas de tiro na lataria do carro que usava na ocasião.

    CNN

  • STF julgará liberdade religiosa, INSS e desmatamento depois do recesso

    STF julgará liberdade religiosa, INSS e desmatamento depois do recesso

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, divulgou os julgamentos que estarão na pauta da Corte em fevereiro de 2024, após o recesso de final de ano dos ministros. A pauta foi publicada nesta quinta-feira, 21.

    O presidente priorizou os julgamentos iniciados em 2023. Entre eles, estão os que discutem a liberdade religiosa, a necessidade de um plano de governo contra o desmatamento na Amazônia e a prevenção de queimadas no Pantanal, a revista íntima em presídios e ações que questionam a constitucionalidade do Ministério Público poder realizar investigações criminais.

    Barroso disse nesta semana que a descriminalização da maconha será pautada neste ano, mas que o julgamento sobre a prática do aborto não ser mais crime ficará de fora da agenda de discussão dos ministros. Ao todo, estão marcadas seis sessões para o mês de fevereiro, com previsão de julgamento de 29 temas.

    Barroso disse nesta semana que a descriminalização da maconha será pautada neste ano, mas que o julgamento sobre a prática do aborto não ser mais crime ficará de fora da agenda de discussão dos ministros. Ao todo, estão marcadas seis sessões para o mês de Fevereiro, com previsão de julgamento de 29 temas.

    Segundo ele, a sociedade brasileira não está madura o suficiente para esse debate, portanto, a pauta deve ser discutida, mas não no curto prazo.

    O presidente do STF ainda afirmou que “ninguém acha que o aborto é uma coisa boa”, mas que a sociedade precisa compreender que a discussão está relacionada a penalizar as mulheres.

    Confira lista com julgamentos de fevereiro:

    • Desmatamento e queimadas: serão analisadas ações que cobram do governo um plano para o combate do desmatamento na Amazônia e para a prevenção de queimadas no Pantanal.
    • Liberdade religiosa: o processo discute se pessoas podem ser fotografadas para documento de identificação usando adereços religiosos. Atualmente, é obrigatório retirá-los na hora da fotografia.
    • Ministério Público: serão discutidas três ações de inconstitucionalidade questionando se o Ministério Público pode realizar investigações criminais. As ações também questionam se a aplicação da Lei Orgânica do órgão não fere a autonomia dos Estados.
    • Regime de casamento de idosos: a ação discute a regra que impõem que pessoas com mais de 70 anos tenham que, ao se casarem, optar obrigatoriamente pela separação de bens.
    • Revista íntima: a discussão será sobre a validade de provas obtidas por meio de revista íntima de visitantes de prisões. O argumento dos recursos é de que há violação à dignidade da pessoa humana e da proteção à intimidade, à honra e à imagem do cidadão.
    • Revisão da vida toda do INSS: os ministros devem votar o recurso que o INSS move sobre o direito de revisão da vida toda, que em 2022 permitiu que os valores da aposentadoria fossem recalculados, levando em conta salários recebidos em outra moeda, antes do Plano Real.

    Estadão

  • Câmara aprova projeto que regulamenta bets e retoma autorização para cassinos online

    Câmara aprova projeto que regulamenta bets e retoma autorização para cassinos online

    A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta (22) o projeto que regulamenta as apostas de alíquota fixa, como as chamadas bets, e devolveu ao texto a possibilidade de cassinos online. O texto vai à sanção ou veto do presidente da República.

    Para tentar vencer a resistência das bancadas evangélica e católica, o relator do projeto, Adolfo Viana (PSDB-BA), concordou com a mudança que havia sido feita pelo Senado e proibiu de forma expressa a instalação de máquinas físicas, como as de caça-níqueis.

    O texto-base do projeto foi aprovado por 292 votos a 114 na última sessão do ano —na madrugada do último dia antes do recesso parlamentar. Parte dos deputados participou da votação de forma remota.

    Diante dos apelos da bancada evangélica para que a votação fosse adiada para fevereiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o texto.

    “Se nós simplesmente não votarmos a regulamentação, os jogos deixam de existir? As pessoas deixam de jogar? As bets deixam de funcionar, de patrocinar times de futebol, programas de televisão, torneios e eventos? Não.”

    O projeto prevê uma alíquota de 12% sobre a arrecadação das casas de aposta descontado o pagamento dos prêmios. Já os apostadores devem pagar 15% ao ano quando o valor recebido for acima de R$ 2.112 —referente à faixa de isenção do Imposto de Renda.

    Na proposta enviada ao Congresso, o governo federal defendia a alíquota de 18% para as empresas e de 30% para os usuários sobre o valor do prêmio.

    O texto classifica como apostas de alíquota fixa os eventos “reais de temática esportiva” e também os “virtuais de jogos online” —dispositivo que inclui os games, ou eSports, e abre brecha para jogos de azar em ambiente virtual.

    Em sessão no último dia 12, os senadores aprovaram, inicialmente, a proposta com a permissão aos cassinos virtuais. Mas, após a votação do texto, a oposição conseguiu aprovar uma emenda do líder do PL, Carlos Portinho (RJ), excluindo a permissão.

    A oposição no Senado também conseguiu emplacar outra alteração, que impedia a comercialização das apostas de alíquota fixa em dispositivos físicos —mantida agora pelos deputados federais a pedido da bancada da bíblia.

    A proposta passou por diversas mudanças desde que foi apresentada pelo Ministério da Fazenda ainda como MP (medida provisória). Diante do embate entre as duas Casas sobre a tramitação de MPs, o tema passou a ser discutido via projeto de lei.

    Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, por exemplo, foi estipulada a outorga de R$ 30 milhões pelo prazo de três anos, foram turbinadas as verbas para ministérios controlados pelo centrão (Esporte e Turismo) em detrimento da área social e foi criado o dispositivo para cassinos online.

    No Senado, a autorização foi ampliada para cinco anos e o projeto passou a contemplar Saúde e Defesa no bolo da arrecadação. A alíquota das empresas caiu de 18% para 12% e, em contrapartida, foi criado um percentual específico para apostadores, de 15%.

    Viana manteve o prazo de outorga definido pelos senadores (de 5 anos em vez de 3), além das alíquotas para operadores e ganhadores.

    As bets foram autorizadas por meio de projeto de lei no final de 2018, ainda sob o governo Michel Temer (MDB). Após essa etapa, o tema precisaria ter sido regulamentado pelo Executivo, o que não aconteceu durante os quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL).

    Atualmente, as empresas de apostas esportivas que atuam com o público nacional funcionam em uma zona cinzenta da legislação: com sede no exterior, mas com usuários brasileiros e sem pagar impostos no país.

    O limbo legal permitiu a proliferação de empresas no país, mesmo sem legislação específica ou fiscalização, e contribuiu para o surgimento de escândalos de corrupção —como o que culminou na prisão de uma organização criminosa pela manipulação de resultados do Campeonato Brasileiro.

    Na aposta de quota fixa, o apostador de um jogo de futebol, por exemplo, ganha se acertar o resultado final ou alguma condição da partida, como pênaltis.

    A regulamentação das apostas esportivas é o último item do pacote enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso para elevar as receitas em 2024 e reduzir o déficit nas contas públicas. Nesta quarta (20), o Senado aprovou a medida provisória que altera as regras para benefícios do ICMS.

    A lista de Fernando Haddad (PT) incluía ainda a reforma tributária, promulgada nesta quarta, e o projeto de lei sobre a tributação de recursos em fundos exclusivos (usados por super-ricos) e offshores (com sede no exterior).

    Já o projeto que corta benefícios tributários do JCP (juro sobre capital próprio), remuneração paga por empresas a acionistas, foi incluído na MP do ICMS, e aprovado também nesta quarta pelo Senado.

    Como mostrou a Folha, a pasta ficou positivamente surpresa com o resultado da chamada prévia para que empresas manifestassem interesse em participar do mercado de apostas, com mais de 130 demonstrações de intenção.

    As apostas esportivas terão sua gestão dividida entre Esportes e o Ministério da Fazenda, que ficará responsável pela arrecadação. O secretário do tema deve ser o advogado José Francisco Manssur, que integra a equipe de Haddad.

    FOLHA DE SÃO PAULO