O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu aos ministros das Relações Exteriores da Alemanha e do Reino Unido pelo apoio na quarta-feira, mas disse que Israel tomará suas próprias decisões sobre segurança.
“Quero deixar claro – tomaremos nossas próprias decisões e o Estado de Israel fará tudo o que for necessário para se defender”, afirmou ele, de acordo com um comunicado divulgado por seu gabinete.
Tanques israelenses retornam ao norte de Gaza e aviões atingem Rafah, dizem moradores
Tanques israelenses voltaram a invadir nesta terça-feira partes do norte da Faixa de Gaza que haviam deixado semanas atrás, enquanto aviões de guerra conduziram ataques aéreos contra Rafah, matando e ferindo várias pessoas no último refúgio de palestinos no sul do território, segundo moradores e médicos.
Moradores relataram que a internet caiu em áreas de Beit Hanoun e Jabalia, no norte de Gaza. Tanques avançaram em Beit Hanoun e cercaram algumas escolas, onde famílias deslocadas se refugiaram, segundo moradores e veículos de imprensa do grupo militante palestino Hamas.
“Soldados da ocupação ordenaram que todas as famílias dentro das escolas e nas casas das redondezas onde os tanques haviam avançado se retirassem. Os soldados detiveram muitos homens”, afirmou um morador da região norte de Gaza à Reuters por um aplicativo de conversa.
Beit Hanoun, onde moram 60.000 pessoas, foi uma das primeiras áreas atingidas pela ofensiva terrestre de Israel contra Gaza em outubro. O pesado bombardeio transformou a maior parte de Beit Hanoun, antes conhecida como “cesta de fruta” por causa dos seus pomares, em uma cidade fantasma com pilhas de entulho.
Muitas famílias que haviam retornado para Beit Hanoun e Jabalia nas últimas semanas, após a retirada das forças israelenses, começaram a se mudar novamente por causa da nova invasão, segundo alguns moradores.
O superintendente-chefe Daniel Greenwood, da polícia de West Yorkshire, foi suspenso e enfrenta uma possível demissão após alegações de um caso amoroso com uma oficial júnior sob seu comando. Greenwood foi afastado de suas funções em 2021, quando surgiram as acusações de que ele manteve um relacionamento impróprio com a então oficial Caitlin Howarth, de 21 anos, conforme reportado pela mídia local.
Howarth, agora com 24 anos, foi recentemente acusada de má conduta em um cargo público no Tribunal da Coroa de York. As acusações contra ela incluem associação com atividades criminosas, particularmente relacionadas a um conhecido traficante de drogas que atualmente cumpre uma longa pena por tráfico de heroína. Ela foi suspensa e aguarda julgamento marcado para fevereiro.
A respeito de Greenwood, que era o comandante do distrito de Bradford na época de sua suspensão, uma audiência de má conduta está agendada para o final do ano. Ele enfrenta alegações de má conduta grave, que podem levar à sua demissão.
Um porta-voz da polícia de West Yorkshire comentou: “Os procedimentos sob os Regulamentos de Conduta da Polícia de 2020 foram instaurados contra o oficial. O caso ainda está em andamento e o oficial permanece suspenso de suas funções.”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta terça-feira que a Polícia Federal tome o depoimento de representantes da rede social X no Brasil.
A decisão de Moraes ocorreu em inquérito aberto por Moraes contra o dono do X, o bilionário Elon Musk, após ele ter ameaçado descumprir ordens judiciais de bloqueio de contas da rede social.
O magistrado atendeu a pedido de diligências que havia sido requerido pela Procuradoria-Geral da República.
A PGR quer saber dos representantes legais do X no Brasil se Musk tem poderes para determinar a reativação de perfis de usuários que foram proibidos de atuar por determinação da Justiça brasileira e se assim procedeu.
O órgão também quer saber se a empresa já realizou algum levantamento de bloqueio de perfil suspenso nesse tipo de situação. Caso tenha ocorrido, que se informe quem foi o responsável por essa ordem, além de ser necessário revelar “quais os perfis proscritos que voltaram a se tornar operantes”.
Por ora, segundo uma fonte da PF, não foi marcado o depoimento de representantes da rede social.
Na véspera, a Reuters havia noticiado que a defesa no Brasil da plataforma X, o antigo Twitter, havia informado a Moraes que a rede vai continuar a cumprir integralmente quaisquer ordens emitidas pela corte e também pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No documento, a filial brasileira do X também informou ao STF que a X Corp, dos Estados Unidos, foi intimada pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA a fornecer informações sobre as ordens do Supremo brasileiro em relação à moderação de conteúdo, e comprometeu-se a manter Moraes informado de quaisquer informações que recebesse sobre o tema “em cumprimento ao seu dever de transparência e lealdade processual”.
Moraes determinou a abertura de inquérito contra Musk por crimes de obstrução de Justiça, inclusive em organização criminosa, e incitação ao crime depois de ele ter dito que publicaria as demandas do magistrado e supostamente mostraria como essas solicitações violariam “a lei brasileira”.
A última manifestação da defesa do X do Brasil destoa da posição inicialmente adotada pela plataforma no caso. Advogados do X chegaram a pedir uma isenção sobre o caso e queriam que Moraes tratasse diretamente com a matriz da companhia nos EUA ao alegarem que não tinham qualquer capacidade de interferir na administração da plataforma, tampouco autoridade sobre decisões relativas a ordens judiciais.
O ministro do Supremo, contudo, rejeitou o pedido do X do Brasil e chegou a dizer que a posição inicial beirava a má-fé.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra nesta quarta-feira (17/04) com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em Bogotá, capital colombiana.
Em comum, os dois foram os primeiros presidentes de esquerda dos seus respectivos países – embora com quase 20 anos de diferença, Lula em 2003 e Petro em 2022.
Mas em vez de um mero encontro entre dois líderes do mesmo campo político, a reunião acontecerá com o pano de fundo do que ambos veem como uma ameaça: o avanço da chamada direita radical na América Latina.
Lula chega à Colômbia na noite desta terça-feira. Na quarta, ele participa de uma reunião bilateral com Petro, de um fórum empresarial e da abertura da Feira do Livro de Bogotá. O Brasil é o país convidado do evento.
Oficialmente, os dois presidentes vão conversar sobre possíveis acordos na área comercial, cultural e de segurança. A situação política na Venezuela também deverá ser discutida por ambos.
Mas o encontro entre Lula e Petro acontece num momento em que a região assiste ao avanço de um fenômeno que vem sendo chamado de “bukelização” da política regional, tema que estará “no radar” das conversas entre os dois presidentes, segundo uma fonte diplomática brasileira que acompanhará o encontro.
O termo é uma referência ao presidente de El Salvador, Nayeb Bukele, um político de direita eleito pela primeira vez em 2019 e reeleito em 2024 com um discurso de combate à violência.
A redução drástica (e controversa) nos índices de homicídios no país transformou Bukele em um político popular em diversos países da América Latina, entre eles a Colômbia, Equador e Argentina. Os dois últimos governados por presidentes de direita.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontaram que o avanço da “bukelização” na América Latina é uma preocupação da esquerda na região, na medida em que ela parece oferecer uma solução “rápida” para uma das maiores preocupações para as populações dos países da região: a insegurança.
Segundo eles, o encontro entre Lula e Petro pode ser visto como uma tentativa desses líderes de mostrar que há algum tipo de união das esquerdas como uma contrapartida ao crescimento da direita e da direita radical na região.
‘Bukelização’ em curso
A “bukelização” da América Latina é como vem sendo chamado por analistas e cientistas políticos o processo de aumento da popularidade do presidente salvadorenho e de figuras que ecoam os seu discurso em países da região.
Na Colômbia, por exemplo, um levantamento feito pela empresa de pesquisas Datexco em maio de 2023 apontou que 55% dos entrevistados diziam querer um presidente como Bukele.
“A bukelização não acontece apenas na Colômbia”, diz Yulieth Martinez, doutoranda em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora visitante na Escola de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Comportamentais (GSBS) da Universidade de Konstanz, na Alemanha.
“Isso é um fenômeno que está acontecendo em outros países da América Latina por conta das condições de segurança pública nesses países que são muito parecidas.”
Bukele tem 42 anos de idade e sua eleição surpreendeu a classe política do país. Ele fez do combate à violência a sua principal bandeira política.
O mote deu resultado no país que, em meados dos anos 2000, ostentava algumas das taxas de homicídios mais altas do mundo.
No poder, Bukele implementou uma série de medidas que fizeram as taxas de homicídio caírem drasticamente.
Ele iniciou operações de combate às chamadas pandillas (termo em espanhol para quadrilhas) que controlavam diversas partes do território das grandes cidades do país.
As medidas passaram a surtir efeito. Em 2019, o país registrou 38,2 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Em 2022, esse número caiu para 7,8 a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).
Em 2023, segundo a Polícia Nacional do país, o país reduziu ainda mais essa taxa, chegando a 2,4 homicídios por 100 mil habitantes. Na comparação com 2019, a redução foi de 93,7%.
No Brasil, a taxa é de 19,4 homicídios por 100 mil habitantes, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Entidades que atuam na defesa dos direitos humanos, no entanto, acusam o governo salvadorenho de usar métodos autoritários para combater o crime, como a suspensão de direitos constitucionais, detenções arbitrárias e desrespeito ao devido processo legal.
“Não pode ser um sucesso reduzir a violência das gangues substituindo-a pela violência estatal”, disse em março deste ano a diretora para Américas da organização não-governamental Anistia Internacional, Ana Piquer.
O governo de Bukele, por sua vez, se defende afirmando que as medidas visam apenas combater o poder de quadrilhas criminosas.
Apesar disso, com a insegurança entre as principais preocupações de moradores das grandes cidades da América Latina, os resultados de Bukele nesta área alavancaram sua popularidade em países vizinhos.
No Equador, por exemplo, o presidente de direita Daniel Noboa anunciou que o país construiria “megaprisões” inspiradas no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), um complexo prisional de grandes proporções construído pelo governo Bukele, com uma capacidade estimada para abrigar até 40 mil presos.
No Brasil, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já visitou o Cecot e fez elogios públicos a Bukele.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), o parlamentar defendeu o Estado de exceção implementado por Bukele. “Fazendo o que tem que ser feito”, disse.
Preocupação no Brasil e na Colômbia
O diplomata brasileiro com quem a BBC News Brasil conversou aponta que a preocupação dos dois presidentes é de que o discurso classificado por ele como “populista” ganhe tração na região e “normalize” a ideia de que os fins justificariam os meios no combate à violência.
O temor é de que isso possa turbinar a popularidade de políticos de direita que adotam discursos parecidos em diversos países da região.
O entendimento no governo brasileiro é de que a “bukelização” não seria um processo inevitável, uma vez que Lula venceu Bolsonaro em 2022, político a quem Bukele é comparado. Mesmo assim, a preocupação é de que adversários políticos “surfem” na onda da popularidade de Bukele nas próximas eleições da região.
O professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oliver Stuenkel avalia que o encontro de Lula e Petro tem uma função estratégica neste contexto.
“É uma tentativa de mostrar união diante da visibilidade e do destaque regional do Bukele, uma vez que ele inspira outros líderes da direita”, diz Stuenkel.
“No Equador, temos o [Daniel] Noboa. No Chile, há outros líderes que também se inspiram nele. E na Argentina, temos o [presidente Javier] Milei.”
Na Colômbia, a tensão entre Bukele e Gustavo Petro já se mostrou evidente em debates públicos mantidos pelos dois através das redes sociais.
Em março de 2023, Petro comparou as prisões salvadorenhas a “campos de concentração” e criticou aqueles que as veem como um sinônimo de segurança.
“Creio que há gente que goste disso (…) de ver a juventude nas prisões e acreditam que isto é segurança e faz crescer a popularidade”, disse Petro.
Bukele respondeu em uma postagem no X (antigo Twitter).
“Os resultados pesam mais que a retórica. Desejo que a Colômbia de fato consiga baixar os índices de homicídios como os salvadorenhos têm conseguido”, disse Bukele.
Foi então a vez de Petro rebater.
“Passamos de 90 homicídios para cada 100 mil habitantes em 1993 em Bogotá para 13 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2022”, disse o presidente Colombiano.
“Não fizemos prisões, mas universidades. É bom comparar as experiências. Te proponho um foro internacional”, acrescentou.
Lula e Bukele não travaram embates públicos até o momento. Nos bastidores, o governo do salvadorenho é visto com desconfiança pela gestão petista, especialmente por sua proximidade retórica com o bolsonarismo.
Bukele, por sua vez, adotou um tom mais moderado em relação a Lula do que o usado com Petro.
Em discurso em fevereiro, Bukele disse que nunca havia conversado sobre segurança com Lula.
“Falei algumas vezes com o presidente Lula. Mas ele nunca mencionou a questão da segurança pública para mim. Imagino que tenha sua própria maneira de abordar e de lidar com a situação”, disse o salvadorenho.
A pesquisadora Yulieth Martinez afirma que o crescimento da “bukelização” na Colômbia chama atenção pelo histórico do país no combate ao crime.
Ela diz que há proximidade ideológica entre Bukele e o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010.
Mesmo fora do poder, Uribe continua sendo uma das figuras políticas da direita colombiana mais importantes do país.
Na gestão de Uribe, a Colômbia, apoiada pelos Estados Unidos, intensificou o combate às guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em ações que levaram à morte de milhares de pessoas e a questionamentos sobre os métodos usados pelas forças estatais na época.
Relatórios de entidades de defesa dos direitos humanos apontam mortes ilegais executadas por militares e colaboração do Estado com paramilitares.
No país, diversos políticos alinhados a Uribe também passaram a defender slogans e bandeiras de Bukele.
Entre eles está a senadora Maria Fernanda Cabal, próxima ao ex-presidente colombiano. Em suas redes sociais, ela faz elogios ao presidente salvadorenho.
No final de 2023, o pastor evangélico Jaime Béltran foi eleito prefeito da cidade Bucaramanga, capital do departamento de Santander, após ficar conhecido como “Bukele da Colômbia”. Entre suas principais plataformas estava o combate à violência.
Nas redes sociais, Béltran descreveu Bukele como um “líder que entendeu que a segurança do seu povo é prioridade”.
O ‘fantasma’ venezuelano
Um dos principais temas das conversas entre Lula e Petro durante o encontro será a situação política na Venezuela.
Os dois mandatários são politicamente próximos ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, mas manifestaram, nas últimas semanas, preocupação com o processo político no país que tem eleições presidenciais previstas para julho deste ano.
Diante dos relatos de que candidatos de oposição estariam sendo impedidos de se registrarem para o pleito, o presidente Lula classificou como “grave” o impedimento de Corina Yoris de registrar sua candidatura.
“O dado concreto é que não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversário de ser candidato”, disse Lula em março.
O governo colombiano também demonstrou sua preocupação com o episódio. Na semana passada, Petro foi à Venezuela e se encontrou com Maduro e líderes da oposição ao regime venezuelano.
Para Yulieth Martinez, a crise política na Venezuela é uma espécie de “fantasma” para Lula, Petro e para a esquerda sul-americana.
“A Venezuela é um fantasma para Lula e para Petro por conta da incapacidade de se resolver essa questão”, diz a pesquisadora.
“É um fantasma para o Brasil, a Colômbia e para toda a América do Sul.”
Segundo ela, a crise no país vizinho que já levou 7,7 milhões de pessoas a deixarem o país (segundo dados da Organização das Nações Unidas) é explorada pela direita sul-americana para fustigar líderes de esquerda.
“A direita nesses países está de olho em como mandatários como Lula e Petro vão se posicionar em relação às eleições da Venezuela”, diz a pesquisadora.
Impasse na região
Para Stuenkel, o encontro de Lula e Petro também acontece em um momento de indefinição sobre a liderança regional na América do Sul.
Segundo ele, havia uma expectativa de que Lula pudesse retomar o protagonismo de líder regional que ele teria exercido em seus dois primeiros mandatos, mas esse cenário não se repetiu.
“O potencial que alguns viam quando Lula fez a viagem a Buenos Aires [para a reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em janeiro de 2023] não se concretizou. Alcançou-se muito pouco no nível regional.”
O grande encontro de presidentes sul-americanos [ocorrido em maio de 2023, em Brasília] também não gerou muitos resultados concretos e acabou sendo dominado por divergências em relação à Venezuela, observa Stuenkel.
Para o professor, o encontro de Lula e Petro pode representar uma tentativa de apresentar um fato novo no cenário geopolítico regional.
“Penso que pode haver uma tentativa de desenvolver alguma narrativa nova porque, de fato, em função de múltiplos desafios como a crise migratória, a situação na Venezuela, e o cenário geopolítico global complicado, um debate sobre o futuro da América do Sul e seus principais projetos de cooperação saiu do radar”, avalia.
O presidente russo, Vladimir Putin, fez um apelo nesta terça-feira para que todos os lados no Oriente Médio evitem ações que possam provocar um novo confronto que, segundo ele, teria consequências catastróficas para a região, segundo o Kremlin.
Putin, que estreitou as relações com o Irã desde que enviou tropas à Ucrânia em 2022, conversou por telefone com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, sobre o que o Kremlin chamou de “medidas retaliatórias tomadas pelo Irã”.
O Irã lançou drones e mísseis contra Israel na noite de sábado, em retaliação a um ataque israelense contra seu consulado em Damasco em 1º de abril que matou sete oficiais da Guarda Revolucionária Islâmica, incluindo dois comandantes seniores.
Nos primeiros comentários divulgados ao público sobre o ataque do Irã, Putin afirmou que a principal causa da instabilidade no Oriente Médio é o conflito não resolvido entre palestinos e Israel.
“Vladimir Putin expressou esperança de que todos os lados demonstrem contenção razoável e evitem uma nova rodada de confrontos com consequências catastróficas para toda a região”, disse o Kremlin.
“Ebrahim Raisi mencionou que as ações do Irã foram forçadas e limitadas em natureza”, disse o Kremlin. “Ao mesmo tempo, sublinhou a falta de interesse de Teerã em uma nova escalada das tensões.”
Teerã forneceu interpretação um pouco diferente da conversa. A imprensa estatal citou Raisi dizendo que o Irã responderá de maneira mais severa, extensa e dolorosa do que nunca a qualquer ação contra interesses iranianos.
Segundo a imprensa estatal iraniana, Putin teria caracterizado a resposta de Teerã a Israel como a melhor maneira de punir o agressor e uma manifestação de sabedoria dos líderes do Irã.
A Rússia, que tem relações próximas com o líder supremo aiatolá Ali Khamenei e líderes árabes, como o príncipe saudita Mohammed bin Salman, repreendeu repetidas vezes o Ocidente por ignorar a necessidade de um Estado independente palestino dentro das fronteiras de 1967.
“Os dois lados afirmaram que a causa principal dos atuais eventos no Oriente Médio é o conflito não resolvido entre palestinos e israelenses”, disse o Kremlin, sobre a ligação com Raisi.
“Nesse sentido, foram confirmadas as abordagens de Rússia e Irã a favor de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, o alívio da difícil situação humanitária e a criação de condições para uma resolução política e diplomática para a crise.”
Generais de alta patente dos EUA dizem que a parceria cada vez maior entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte representa um dos desafios mais perigosos aos Estados Unidos nas últimas quatro décadas.
Juízes conservadores da Suprema Corte dos EUA indicaram ceticismo nesta terça-feira com uma acusação por obstrução apresentada pelo Departamento de Justiça contra um homem da Pensilvânia que participou do ataque de 2021 ao Capitólio — um caso com possíveis implicações ao processo de Donald Trump por tentar reverter a derrota eleitoral de 2020.
Os juízes ouviram argumentos na apelação de Joseph Fischer de uma decisão de um tribunal inferior rejeitando sua tentativa de escapar de uma acusação federal por ter obstruído de maneira corrupta um procedimento oficial — a certificação da vitória do presidente Joe Biden sobre Trump pelo Congresso que os invasores tentaram impedir em 6 de janeiro de 2021.
Trump, o candidato republicano que desafiará o presidente democrata na eleição de 5 de novembro, foi acusado da mesma coisa em um caso criminal apresentado ano passado pelo procurador especial Jack Smith.
Os juízes conservadores, que formam uma maioria de 6 a 3, expressaram preocupações com a decisão dos procuradores federais de aplicarem ao caso de Fischer uma provisão de obstrução da Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, que foi sancionada após o escândalo de fraude contábil da agora falida empresa de energia Enron. Eles questionaram a advogada-geral dos EUA, Elizabeth Prelogar, sobre a abrangência da lei, como ela deveria ser interpretada e se a acusação era necessária, dada a gama das outras acusações criminais contra os réus de 6 de janeiro.
O juíz conservador Neil Gorsuch pareceu receoso de que uma interpretação abrangente da lei possa interferir em protestos não violentos, enfatizando a pena máxima de 20 anos de prisão para a acusação de obstrução.
“Um protesto em que as pessoas sentam no chão para atrapalhar um julgamento, ou acesso a um tribunal federal, se qualificaria?”, perguntou Gorsuch a Prelogar. “Uma pessoa interrompendo a audiência de hoje (da Suprema Corte) se qualificaria, ou em um discurso do Estado da União?”
O presidente conservador da corte, John Roberts, pareceu inclinado a considerar a lei de forma restrita, sugerindo que ela poderia se aplicar apenas a réus que alteram ou destroem provas — uma interpretação que Fischer solicitou que a corte adotasse.
Fischer é acusado de atacar a polícia protegendo a entrada do Capitólio durante a invasão. Na época membro da polícia de North Cornwall Township, Fischer entrou no prédio e se pressionou contra o escudo de um policial, enquanto a polícia tentava afastar os manifestantes, segundo os promotores. Ele permaneceu no Capitólio por quatro minutos antes de ser expulso pela polícia.
Jeffrey Green, advogado de Fischer, disse que os promotores aplicaram indevidamente o “estatuto de alteração de evidências da Enron” ao caso do seu cliente.
“Tentar interromper uma contagem de votos ou algo assim é um ato muito diferente do que realmente modificar ou alterar um documento”, afirmou Green aos juízes.
As juízas progressistas Sonia Sotomayor e Elena Kagan questionaram a visão restrita de Green da lei, sugerindo que os parlamentares tiveram o objetivo de elaborar um estatuto amplo.
“INTIMIDAR O CONGRESSO”
O juíz conservador Brett Kavanaugh perguntou a Prelogar por que as outras acusações contra Fischer, incluindo agressão e conduta desordeira, não eram “boas o suficiente” para os promotores.
As outras acusações não abrangem completamente o fato de que Fischer “queria intimidar o Congresso”, respondeu Prelogar.
Ela mencionou uma mensagem de texto enviada por Fischer, segundo os promotores, antes do ataque ao Capitólio em que ele afirmou que os parlamentares democratas: “Não podem votar se não conseguirem respirar”.
Um crime passional chocou a comunidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, na manhã do dia 8 de abril. Um advogado e sua esposa foram mortos a tiros durante uma audiência para decidir a custódia dos filhos da mulher, no escritório do próprio marido.
As vítimas foram identificadas como Dennis Prince, advogado de 58 anos, e sua esposa Ashley Prince, 35 anos. O autor do crime foi o ex-sogro de Ashley, Joseph Houston, 77 anos, também advogado e avô das crianças.
Segundo a polícia local, Houston, que representava o filho e ex-marido de Ashley na disputa pela guarda das crianças, teria se dirigido ao escritório de Dennis Prince durante a audiência e disparado contra o casal e em seguida se suicidado.
Ashley e Dennis Prince estavam juntos há cerca de dois anos, segundo Page. Eles se casaram no ano passado em uma cerimônia privada em uma praia da Califórnia.
Lexie Page está atualmente cuidando dos filhos mais velhos de sua irmã, com idades entre 4 e 5 anos. As duas crianças — um menino e uma menina.
De acordo com familiares de Ashley, ela foi casada com o filho de Houston e tentava, há anos, conquistar a guarda exclusiva dos dois filhos do ex-casal. A disputa judicial se arrastava e gerava grande tensão entre as partes.
Quatro pessoas que estavam na sala no momento do crime conseguiram fugir e acionar a polícia. A mãe de Ashley, que acompanhava a audiência, não se feriu.
A polícia ainda investiga o caso e busca determinar com precisão as motivações do crime.
A mãe de Ashley, que se encontra profundamente abalada, declarou que pretende dar continuidade à luta pela guarda dos netos
O Irã responderá a qualquer ação contra seus interesses, disse o presidente Ebrahim Raisi nesta terça-feira (16), de acordo com a Agência de Notícias Estudantil Iraniana, um dia depois que Israel avisou que responderá ao ataque de drones e mísseis de Teerã.
“Declaramos categoricamente que a menor ação contra os interesses iranianos certamente será recebida com uma resposta severa, generalizada e dolorosa contra qualquer perpetrador”, disse Raisi ao emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani.
O chefe de gabinete militar de Israel, Herzi Halevi, disse na segunda-feira que o ataque do Irã a Israel – que foi uma retaliação após o bombardeio de 1º de abril do complexo da embaixada iraniana em Damasco – justificou uma resposta.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani, disse à TV estatal na segunda-feira à noite que a contraofensiva de Teerã após qualquer retaliação israelense seria “uma questão de segundos, já que o Irã não esperará por mais 12 dias para responder”.
Os EUA não renovarão uma licença temporária que expirará na quinta-feira que havia amplamente aliviado sanções contra o setor de petróleo e gás da Venezuela, segundo um porta-voz do Departamento de Estado, a menos que o presidente Nicolás Maduro faça progressos em compromissos para realizar eleições justas e livres neste ano.
Os EUA estão preocupados com o processo eleitoral da Venezuela e com o que consideram ser o fracasso de Maduro em cumprir sua principal promessa sobre as eleições presidenciais de 28 de julho.
“Se não houver progresso de Maduro e seus representantes na implementação das provisões do plano de ação, os Estados Unidos não renovarão a licença quando ela expirar em 18 de abril de 2024”, afirmou o porta-voz nesta segunda-feira.
O governo Biden tem pouca esperança de que Maduro fará concessões suficientes antes do prazo de quinta-feira para satisfazer as demandas dos EUA. Autoridades norte-americanas e venezuelanas se reuniram secretamente no México na última terça-feira, mas uma fonte com conhecimento das conversas afirmou que pouco ou nenhum progresso foi alcançado para diminuir as divergências.
A não renovação da atual licença não descartaria a possibilidade de os EUA emitirem uma nova e mais restritiva licença para substituí-la.
A empresa petrolífera estatal da Venezuela, PDVSA, disse que está preparada para qualquer cenário, incluindo o retorno das sanções totais ao petróleo.
Assessores do presidente dos EUA , Joe Biden, ainda estão discutindo uma série de opções antes do vencimento da licença temporária dos EUA que permitiu à Venezuela vender livremente seu petróleo bruto, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
A administração Biden está determinada a punir o governo de Maduro de alguma forma e está deliberando sobre até onde ir na retirada do alívio das sanções, embora se espere que não haja um retorno total à política de “pressão máxima” da era Trump.
(Reportagem de Daphne Psaledakis e Matt Spetalnick em Washington, Marianna Parraga em Houston, Julia Symmes Cobb em Bogotá e Vivian Sequera em Caracas)
A empresa X, antigo Twitter, reafirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que continuará cumprindo todas as ordens da corte. Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados da empresa garantiram que a X Corp, sediada nos Estados Unidos, seguirá acatando as determinações do magistrado e se comprometeu a repassar informações relevantes.
A empresa informou também que atendeu a uma solicitação da Câmara dos Estados Unidos para repassar informações sobre ordens do Supremo relacionadas à moderação de conteúdo e exclusão de contas, mantendo os documentos em sigilo.
Nos últimos dias, o dono da X, Elon Musk, acusou o ministro Alexandre de Moraes de aplicar censura e afirmou que o Brasil é o país mais ditatorial onde a empresa atua. Musk chegou a ameaçar não cumprir ordens do STF e reativar perfis suspensos por determinação da Justiça brasileira, mas nenhuma das ameaças foi concretizada até o momento.
A empresa X, no entanto, reiterou seu compromisso em cumprir todas as ordens judiciais emitidas pela corte brasileira. O acontecimento vem após as frequentes opiniões de Musk causarem ruído no cenário político do país, polarizando os lados em torno da situação.