Categoria: Política

  • Boulos acirra guerra judicial com Nunes e pede ao STF inelegibilidade de prefeito

    Boulos acirra guerra judicial com Nunes e pede ao STF inelegibilidade de prefeito

    O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta quinta-feira (9) que o PT, partido que indicará a vice em sua campanha, entrará com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a gestão Ricardo Nunes (MDB) por suposta irregularidade nos gastos com educação.

    A iniciativa amplia a guerra judicial do deputado federal, apoiado pelo presidente Lula (PT), contra o atual prefeito, dias após ofensiva da pré-campanha de Nunes contra os dois adversários devido ao pedido de voto feito pelo petista no ato de 1º de Maio, o que pode configurar campanha antecipada.

    Boulos afirmou que o rival cometeu crime de responsabilidade e defendeu que ele seja punido com a inelegibilidade. Adversários do PSOL também reivindicaram que Lula e Boulos se tornem inelegíveis pela propaganda no ato das centrais sindicais, possibilidade considerada remota.

    A questão dos gastos com educação já tinha sido levada pelo PT ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério Público de São Paulo. A bancada de vereadores petistas e o diretório municipal da legenda afirmam que Nunes descumpriu o percentual mínimo de investimento obrigatório na área, de 25%.

    Segundo o PT, em 2023 a administração do emedebista aplicou 22,4% da receita em educação. Pelos cálculos do partido, deveriam ter sido investidos R$ 16,4 bilhões, mas foram gastos R$ 14,7 bilhões –uma diferença de R$ 1,7 bilhão. Já a prefeitura diz cumprir as exigências legais.

    A afirmação de Boulos foi feita durante um pronunciamento ao vivo nas redes sociais, divulgado sem um tema prévio. Aliados evitaram antecipar o conteúdo da transmissão, citando um acordo para manter o conteúdo em sigilo. A equipe disse que o vídeo atingiu 7.000 pessoas em diferentes plataformas.

    O deputado falou na necessidade de “tomar medidas mais drásticas” contra o adversário, com o discurso de que o STF precisou ser acionado para que o prefeito seja obrigado a cumprir a lei.

    Boulos disse que Nunes faz “uma espécie de pedalada da educação”, afirmando que desde 2021 a prefeitura destina menos de 25% à área, como determina a Constituição. Em fevereiro, a Folha noticiou que o TCM não viu irregularidade nos gastos da prefeitura com educação em 2021.

    “Isso se chama crime de responsabilidade, essa é a gravidade da coisa. Isso é um crime de responsabilidade que pode levar à inelegibilidade do atual prefeito”, afirmou o deputado na transmissão.

    “O prefeito da maior cidade do Brasil cometeu crime de responsabilidade ao investir menos que o percentual constitucional para educação. [Queremos] que a pena de inelegibilidade também seja aplicada.”

    Boulos disse ainda esperar “que esse crime de responsabilidade seja julgado a tempo e que o prefeito pague por ele”. O parlamentar chamou o suposto descumprimento de maquiagem nos dados e disse que irregularidades do tipo não podem ser naturalizadas e normalizadas.

    Segundo o pré-candidato, seria possível construir 150 escolas com R$ 1,7 bilhão. “Não vamos deixar ficar por isso o descompromisso com a educação.”

    Questionada pela Folha, a prefeitura, em nota, disse reiterar que “cumpre integralmente as exigências legais em relação à aplicação dos mínimos constitucionais em educação” e lembrou que o TCM já julgou procedentes as contas do governo municipal quanto ao investimento na área no ano de 2021.

    “Mais uma vez, uma pauta que já havia sido superada foi retomada numa tentativa de manobra política eleitoreira de forma a induzir a população a erro”, afirmou. “Outras manifestações semelhantes, também formuladas por parlamentares da oposição, foram devidamente respondidas em anos anteriores.”

    Boulos e Lula se tornaram alvos de ações judiciais e pedidos de investigação após o presidente pedir votos ao aliado no dia 1º. Os partidos de Nunes e de outros pré-candidatos afirmam que houve campanha eleitoral antecipada, o que é uma infração eleitoral punível com multa de R$ 5.000 a R$ 25 mil.

    Também houve pedidos de investigação de um suposto abuso de poder político ou econômico pelas falas de Lula no evento ao lado do pré-candidato. No limite, as condutas poderiam ser punidas com cassação do registro de candidatura e inelegibilidade, mas são geralmente aplicadas penas mais leves.

    A propaganda eleitoral será permitida somente após o dia 16 de agosto, quando as candidaturas já estiverem registradas na Justiça Eleitoral.

    A Justiça Eleitoral mandou Lula e o YouTube apagarem a transmissão do canal que leva o nome do presidente, o que ocorreu no último dia 2, após pedido do diretório municipal do Novo, que tem como pré-candidata Marina Helena. Antes, o material já tinha sido excluído das páginas do governo federal.

    Boulos rebateu as denúncias afirmando que o evento não era um ato oficial do governo, mas uma iniciativa das centrais, e dizendo que é Nunes quem usa a máquina para propaganda irregular, já que faz menção a ele durante inaugurações e é beneficiado pela publicidade paga com verbas públicas.

    A transmissão ao vivo desta quinta também serviu para Boulos interagir com a ex-prefeita Marta Suplicy, indicada pelo PT para ser a vice na chapa. Marta disse que investiu 32% em educação quando administrou a cidade e o ensino é crucial porque proporciona oportunidades e mobilidade social.

    Na live, que durou cerca de 45 minutos, o deputado repetiu críticas a Nunes -que tinha Marta como secretária de Relações Internacionais até o fim do ano passado, antes de ela voltar ao PT– e insistiu na estratégia de vincular o emedebista ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um de seus apoiadores.

    O pré-candidato também usou o espaço para anunciar a retomada de caravanas que tem feito em várias regiões da cidade. Ele tem compromissos programados em Parelheiros, na zona sul, nesta sexta-feira (10). A região já tinha sido visitada por ele e Marta na primeira agenda de rua conjunta dos dois, em fevereiro.

    O deputado anunciou ainda um evento em 8 de junho para lançar a candidatura.

    Boulos lidera tecnicamente empatado com Nunes as intenções de voto para o pleito, segundo pesquisa Datafolha de março. O deputado tem 30% das preferências, enquanto o aspirante à reeleição marca 29%.

    Ainda segundo o levantamento, Boulos tem a maior rejeição entre os pré-candidatos à prefeitura –34% dos eleitores dizem que jamais votariam nele. Nunes é renegado por 26%.

    FolhaPress

  • Tanques israelenses cercam metade leste de Rafah

    Tanques israelenses cercam metade leste de Rafah

    Tanques israelenses capturaram a estrada principal que divide as metades leste e oeste de Rafah nesta sexta-feira, cercando efetivamente todo o lado leste da cidade no sul da Faixa de Gaza.

    Os moradores descreveram explosões e tiroteios quase constantes no leste e nordeste da cidade na sexta-feira, com intensos combates entre as forças israelenses e militantes do Hamas e da Jihad Islâmica.

    O Hamas disse que emboscou tanques israelenses perto de uma mesquita no leste da cidade, um sinal de que os israelenses haviam penetrado vários quilômetros do leste até os arredores da área construída.

    Israel ordenou que os civis saíssem da metade leste de Rafah, forçando dezenas de milhares de pessoas a buscar abrigo fora da cidade, que era o último refúgio de mais de um milhão de pessoas que fugiram de outras partes do enclave durante a guerra.

    Israel diz que não pode vencer a guerra sem atacar Rafah para eliminar milhares de combatentes do Hamas que acredita estarem abrigados lá. O Hamas afirma que lutará para defendê-la. As agências de ajuda humanitária dizem que a batalha coloca em perigo centenas de milhares de civis já deslocados.

    “Não é seguro, Rafah inteira não é segura, já que projéteis dos tanques caíram em todos os lugares desde ontem”, disse Abu Hassan, 50 anos, morador de Tel al-Sultan, a oeste de Rafah, à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.

    “Estou tentando sair, mas não posso pagar 2.000 shekels para comprar uma barraca para minha família”, declarou ele. “Há um movimento crescente de pessoas saindo de Rafah, mesmo das áreas no oeste, embora elas não tenham sido designadas como zonas vermelhas pela ocupação.

    “O Exército está atacando toda Rafah, e não apenas o leste, com tanques e ataques aéreos.”

    As Forças Armadas israelenses disseram que suas forças no leste de Rafah localizaram vários túneis e que as tropas apoiadas por um ataque aéreo lutaram de perto com grupos de combatentes do Hamas, matando vários deles.

    Acrescentaram que os jatos israelenses atingiram vários locais de onde foguetes e morteiros foram disparados contra Israel nos últimos dias, inclusive no ponto de passagem Kerem Shalmon.

    Os tanques israelenses já isolaram o leste de Rafah pelo sul, capturando e fechando a única passagem entre o enclave e o Egito. Um avanço na sexta-feira para a estrada de Salahuddin, que corta a faixa, completou o cerco da “zona vermelha”, onde os moradores foram expulsos.

    A perspectiva de um ataque a Rafah nesta semana abriu uma das maiores brechas de gerações entre Israel e seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, que bloquearam o envio de armas para Israel pela primeira vez desde o início da guerra.

    O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse na quinta-feira que Israel “lutaria com nossas unhas” se fosse necessário. Em uma entrevista à televisão dos EUA, ele afirmou que esperava que Israel superasse suas divergências com o presidente norte-americano, Joe Biden.

    As negociações de cessar-fogo foram interrompidas na quinta-feira sem que houvesse um acordo para suspender os combates e libertar os reféns capturados nos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, que precipitaram a guerra.

    Mais de 34.000 habitantes de Gaza foram mortos nos sete meses de guerra, de acordo com as autoridades de saúde do enclave controlado pelo Hamas. Israel lançou o ataque para aniquilar o Hamas após os ataques de 7 de outubro, nos quais 1.200 pessoas foram mortas, segundo os registros israelenses.

    (Reportagem adicional de James Mackenzie em Jerusalém)

    Reuters

  • Lula faz comentário polêmico e associa máquina de lavar a mulheres em discurso

    Lula faz comentário polêmico e associa máquina de lavar a mulheres em discurso

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dividiu opiniões ao ter declarado que máquinas de lavar são “uma coisa muito importante” para as mulheres, durante seu discurso sobre as perdas de eletrodomésticos das pessoas atingidas pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (9).

    “Muita gente acha que uma televisão é uma pequena coisa, que não tem muita importância. Mas, para uma pessoa mais humilde, a televisão é um patrimônio. A geladeira, então, nem se fala“, iniciou o petista.

    “E uma máquina de lavar roupa é uma coisa muito importante para as mulheres que estão sobrevivendo a um verdadeiro sofrimento e martírio com essa chuva”, disse Lula, durante um anúncio de novas medidas para o estado, que enfrenta fortes chuvas ao longo dos últimos dias.

    Em uma fala mis recente, o chefe de Estado refletiu sobre as fortes chuvas da região, e classificou a situação como um “desastre climático”, em que “o que aconteceu no Rio Grande do Sul é um aviso a todos nós, seres humanos” e “a Terra está cobrando“.

    JETSS

  • Em audiência com aposentados e prefeito Rogério, GoiâniaPrev apresenta números da Previdência e garante transparência e segurança ao goianiense

    Em audiência com aposentados e prefeito Rogério, GoiâniaPrev apresenta números da Previdência e garante transparência e segurança ao goianiense

    Com a presença de servidores, aposentados e pensionistas, o prefeito Rogério participou, nesta quinta-feira (9/5), de uma audiência pública com representantes do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Goiânia (GoiâniaPrev) com o objetivo de dar transparência e apresentar à população a situação financeira e econômica de longo prazo do regime de previdência municipal, com a exposição da avaliação atuarial, relatório de governança e da política de investimentos hoje em vigor.

    A audiência foi realizada no Salão Nobre do Paço Municipal. Conforme o prefeito Rogério, sua preocupação é cuidar das pessoas e garantir que aquelas que tanto trabalharam e contribuíram ao longo de suas vidas, e hoje estão aposentados, tenham segurança e estabilidade.

    “Essas pessoas que hoje estão no GoiâniaPrev, que hoje dependem do Instituto, são aquelas que já fizeram sua parte pelo Brasil, já se dedicaram pelas outros pessoas, que já deixaram suas histórias, sua marca”, disse Rogério, destacando, também, seu reconhecimento ao empenho do GoiâniaPrev para dar respostas positivas e concretas àqueles que buscam o direito à aposentadoria. “É exatamente esse o foco, é essa a meta. Vocês precisam trabalhar e fazer a demonstração a cada dia para o que precisa: o cuidado com o servidor aposentado, o cuidado com aqueles que vão se aposentar”.

    Presente no encontro, a presidente do GoiâniaPrev, Caroline Pereira, fez coro ao prefeito Rogério e destacou os avanços do GoiâniaPrev para assegurar aos aposentados do município o direito à aposentadoria. Segundo ela, o fundo do Instituto, na atual gestão, passou de R$ 955 milhões para R$ 1,3 bilhão, demonstrando os resultados da dedicação e do comprometimento do município para com os aposentados.

    “Todo lugar que você vai, a Previdência não tem dinheiro para pagar a aposentadoria em dia. O Tesouro tem que pagar, tem que fazer acordos gigantes. Muitos lugares não têm nem fundo de Previdência. E nossos aposentados, aqui, podem ficar tranquilos, que nós temos recursos em caixa. Esses recursos estão rendendo, e rendendo bem”, enfatizou.

    O atuário e consultor em previdência Mário Rattes, que também marcou presença na audiência, destacou, em sua fala, que tem acompanhado de perto o trabalho do Município de Goiânia, e apontou as evoluções nos processos do GoiâniaPrev que levaram a um saldo positivo da previdência municipal. “Trabalhei na equipe que fez aquele trabalho de reestruturação da previdência de 2018. Então, a gente sabe da seriedade com que o município vem tratando essa questão”, arrematou.

    Secretaria Municipal de Comunicação – Secom

  • Caso Marielle: PGR formaliza denúncia contra irmãos Brazão e delegado Rivaldo Barbosa

    Caso Marielle: PGR formaliza denúncia contra irmãos Brazão e delegado Rivaldo Barbosa

    A Procuradoria-Geral da República denunciou o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão; seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ); e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, recebeu a denúncia nesta quarta-feira. Os acusados, que estão em prisão preventiva desde 24 de abril, negam envolvimento nos crimes.

    Além das prisões já efetuadas, a operação da manhã desta quinta-feira incluiu o cumprimento de mandados contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, assessor de Domingos Brazão, e Ronald Alves de Paula, apelidado de Major Ronald, ex-chefe da milícia da Muzema e policial militar.

    Investigações conduzidas pela Polícia Federal apontam que Chiquinho Brazão, durante seu mandato como vereador, teve uma “descontrolada reação” contra Marielle Franco, relacionada à votação do projeto de lei 174/2016 na Câmara dos Vereadores. O projeto visava a regularização de um condomínio em Jacarepaguá para fins de especulação imobiliária, o que beneficiaria os irmãos Brazão.

    Ronnie Lessa, ex-policial militar e acusado de executar os disparos que mataram Marielle e Anderson em março de 2018, indicou que Rivaldo Barbosa teve papel crucial nos assassinatos, agindo sob o comando dos Brazão para assegurar que a investigação subsequente não os implicasse.

    Hora Brasília

  • Governo Federal injeta R$ 50,9 bi e anuncia 12 medidas amenizar crise no RS

    Governo Federal injeta R$ 50,9 bi e anuncia 12 medidas amenizar crise no RS

    O Governo Federal anunciou, nesta quinta-feira (9), um conjunto de 12 medidas para amenizar a crise decorrente das chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil, o estado já contabilizou 107 mortes, 164 mil pessoas desalojadas e 425 municípios afetados pelas fortes precipitações. Ao todo, 1,4 milhão de habitantes foram impactados pelas inundações.

    Essas medidas, trazidas por medida provisória (MP) a ser ratificada pelo Congresso Nacional, totalizam recursos no valor de R$ 50,945 bilhões, com um impacto primário de R$ 7,695 bilhões. Estima-se que 3,5 milhões de pessoas sejam beneficiadas por essas ações. Por serem apresentadas por meio de medida provisória, as ações têm validade imediata e força de lei a partir da sua edição.

    “Esse é um valor de alavancagem inicial que nos parece satisfatório”, ressaltou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao explicar as iniciativas. As medidas abrangem trabalhadores assalariados, beneficiários de programas sociais, estado e municípios, empresas e produtores rurais.

    “Há uma injeção de recursos da ordem de R$ 50 bilhões no Rio Grande do Sul. Esta é uma primeira medida. Eu acredito que garantirá um fluxo de recursos importante neste primeiro momento, até que possamos ter uma visão mais ampla da situação, o que pode demandar medidas adicionais”, acrescentou Haddad.

    O impacto primário dessas ações é de R$ 7,695 bilhões, os quais, conforme o decreto de calamidade, não afetam o andamento dos programas conduzidos pelos ministérios.

    Veja quais são:

    1. Antecipação do cronograma de pagamento de abono salarial de maio. Beneficiários: 705 mil trabalhadores com carteira assinada;
    2. Liberação de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para os desempregados que já estavam recebendo antes da decretação de calamidade, ao fim da última parcela. Beneficiários: 140 mil trabalhadores formais desempregados;
    3. Prioridade no pagamento da restituição do Imposto de Renda (IR) para declarantes do Rio Grande do Sul. Beneficiários: 1,6 milhão de potenciais restituições;
    4. Liberação do calendário para pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio Gás, antecipando os pagamentos do mês de maio. Beneficiários: 583 mil famílias;
    5. Aporte de R$ 200 milhões para que os fundos de estruturação de projetos dos bancos públicos consigam apoiar e financiar rede de estruturadores de projetos de reconstrução de infraestrutura e reequilíbrio econômico. Beneficiários: estados e municípios;
    6. Constituição de força-tarefa para acelerar a análise de crédito com aval da União para municípios. Beneficiários: 14 municípios com operação de crédito;
    7. Aporte de R$ 4,5 bilhões em recursos no FGO que permitirão a concessão de garantias e, então, a alavancagem da concessão de crédito no total de R$ 30 bilhões às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Beneficiários: microempresas e empresas de pequeno porte;
    8. Aporte de R$ 1 bilhão para concessão de desconto em juros de créditos garantidos pelo Pronampe, até o valor máximo de crédito concedido passível de desconto de R$ 2,5 bilhões (ou seja, dos R$ 30 bilhões potenciais de crédito, R$ 2,5 bilhões serão concedidos com desconto de juros). Beneficiários: microempresas e empresas de pequeno porte;
    9. Serão colocados R$ 500 milhões para concessão de garantias via Fundo Garantidor de Investimentos para alavancagem, no Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (FGI-PEAC) de até R$ 5 bilhões a serem concedidos a microempresários individuais, micro, pequenas e médias empresas. Nesse caso, o aporte alavanca e garante acesso ao crédito, não se fazendo subvenção da taxa de juros. No caso do FGI-PEAC, o operador é o BNDES. Beneficiários: microempresários individuais, micro, pequenas e médias empresas;
    10. Prorrogação por no mínimo 3 meses dos prazos de recolhimento de tributos federais e Simples Nacional. Beneficiários: 203 mil empresas;
    11. Dispensa de apresentação de certidão negativa de débito para contratações e renegociações de crédito junto a instituições financeiras públicas. Beneficiários: empresas e produtores rurais; e
    12. Será colocado R$ 1 bilhão para concessão de desconto de juros para empréstimos concedidos no Pronaf e Pronamp, até o limite global de crédito de R$ 4 bilhões, passíveis de desconto de juros – ou seja, toda a linha a ser alavancada terá desconto para subsidiar o crédito ao pequeno e médio produtor rural. Beneficiários: médio produtor Rural e agricultura familiar.

    “Esse montante não será retirado de outras regiões do país para atender ao Rio Grande do Sul. É a União que está disponibilizando esses recursos para o Rio Grande do Sul sem prejudicar os programas que atendem regularmente os 27 estados da Federação. É importante que todo o Brasil saiba que a assistência ao Rio Grande do Sul não prejudicará os programas em andamento, como o Minha Casa, Minha Vida e Farmácia Popular”, esclareceu o ministro.

    Haddad ressaltou que essas medidas não estão vinculadas aos planos de ação de cada ministério nem ao que será anunciado na próxima semana em relação à dívida do estado. O governo gaúcho também deverá destinar recursos para a reconstrução do estado após as inundações. De acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB), os cálculos iniciais do seu governo indicam que serão necessários R$ 19 bilhões para essa reconstrução.

    estado. O próprio governo gaúcho também deverá destinar um valor para reconstruir o estado depois das inundações que o atingiram. Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), os cálculos iniciais do seu governo trabalham com o valor de R$ 19 bilhões como a cifra necessária.

  • Marina Helena pede, e Justiça Eleitoral oculta dados pessoais e patrimônio de R$ 8,7 mi

    Marina Helena pede, e Justiça Eleitoral oculta dados pessoais e patrimônio de R$ 8,7 mi

    A Justiça Eleitoral excluiu a pedido da pré-candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena, seus dados pessoais e de patrimônio da plataforma DivulgaCand, que busca dar transparência às informações dos candidatos.

    Entre as informações não mais disponíveis está a declaração de bens de Marina Helena, que somou R$ 8,67 milhões em 2022.

    Marina Helena acionou a Justiça Eleitoral para remover dados referentes às duas eleições em que participou e não foi eleita -para deputada federal em 2022 e para vice-prefeita em 2020, quando o titular, Felipe Sabará, foi expulso da legenda em plena campanha e, por fim, ela renunciou ao pleito.

    Os dois pedidos foram aceitos, mas, até agora, só a página da campanha de 2022 já foi retirada do ar. Ao lado do nome da então candidata aparece apenas “dados não divulgados”. Nenhum outro ex-candidato a deputado federal em São Paulo está com as informações indisponíveis.

    Desde sua fundação, o Novo elenca como uma de suas principais bandeiras a transparência da administração pública.

    Marina Helena afirma que, durante uma entrevista, ouvintes divulgaram seu endereço nos comentários. “Por isso pedimos ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral] para remover dados pessoais que pudessem comprometer a minha segurança e a da minha família”, diz à Folha de S.Paulo.

    “Defendo a transparência e não tenho problema em divulgar meu patrimônio [R$ 8,5 milhões]. Os dados continuam públicos, disponíveis na página de transparência do meu site e em diversas reportagens”, afirma ainda.

    A pré-candidata do Novo diz que tem a proposta de que políticos eleitos e servidores comissionados divulguem seu patrimônio antes e depois de passarem pela prefeitura. “Como cidadã, defendo ainda essa transparência em todas as esferas do serviço público, incluindo o patrimônio de integrantes do STF.”

    Economista, Marina Helena, 43, foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia no governo Jair Bolsonaro e CEO do Instituto Millenium, além de fazer carreira no setor bancário.

    Neste ano, para concorrer à prefeitura, ela vai ter que disponibilizar seus dados no DivulgaCand durante o período da campanha, que começa em agosto.

    A partir da plataforma do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é possível ter acesso a diversas informações do candidato, como lista de bens, foto, gênero, cor, estado civil, naturalidade, ocupação, redes sociais, antecedentes criminais, número de documentos, como título de eleitor e CPF, além de email, telefone e endereço em muitos casos.

    Em fevereiro deste ano, Marina Helena pediu ao TRE-SP que ocultasse todos os dados pessoais e patrimoniais “em observância ao direito à privacidade” e para a “manutenção da segurança” dela e de seus familiares.

    De acordo com a petição da pré-candidata, manter públicos os dados daqueles que não foram eleitos “viola o direito à privacidade […] e representa desproporcional exposição”, o que afeta a segurança.

    Os advogados de Marina Helena afirmam que ela e seus familiares “vêm sofrendo com diversas ameaças e exposições exacerbadas em decorrência das informações divulgadas na internet”.

    No caso da eleição de 2022, o relator do caso, desembargador Encinas Manfré, atendeu ao pedido de Marina Helena, e os dados foram ocultados em 6 de março. A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo não recorreu.

    Segundo Manfré, não há “finalidade pública na continuidade de divulgação dos dados da requerente com o encerramento do processo eleitoral”. A decisão do TRE-SP cita casos anteriores em que o TSE decidiu no mesmo sentido.

    Em relação à campanha de 2020, o Ministério Público Eleitoral apontou que a petição de Marina Helena não trazia “qualquer prova demonstrada de qualquer ameaça sofrida”, mas mesmo assim opinou que os dados deveriam ser ocultados e não excluídos, para que voltassem ao ar caso ela seja candidata novamente –como deve ocorrer neste ano.

    Em abril, o juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz autorizou a ocultação dos dados referentes à campanha de 2020 mencionando a necessidade de adequação à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

    Ainda assim, ele pontua que quem concorre em eleições deve suportar a “rotina mais exposta ao escrutínio da sociedade” e que os limites de privacidade das pessoas públicas são “mais elásticos”.

    O TSE tinha a opinião de que não havia mais interesse público nos dados de um ex-candidato após o fim do período de mandato para o qual ele havia concorrido. Desde 2020, porém, o entendimento é mais amplo: por unanimidade foi decidido que a restrição da divulgação dos dados pode acontecer já a partir do fim da eleição –não é preciso esperar o final do mandato.

    A corte eleitoral afirma que, nesses casos, prevalece o direito à privacidade “sobretudo para aqueles que não são considerados pessoas públicas”. A decisão do ministro Og Fernandes menciona ainda que a medida atende a LGPD.

    O TSE aponta, por outro lado, que, durante a eleição, ou seja, no momento em que as informações são públicas, elas podem ter sido copiadas e publicadas em diversos lugares, o que torna impossível controlar a propagação dos dados.

    No caso precedente, de 2020, o TSE se deparou com uma questão técnica ao autorizar a exclusão de informações de Paulo Roque, que havia sido candidato a senador pelo Novo no DF em 2018. Como o DivulgaCand não tem uma classificação do que é informação pessoal, seria preciso excluir da plataforma toda a candidatura de Paulo Roque em si.

    Na ocasião, o ministro Luiz Fux solicitou que apenas as informações pessoais e patrimoniais do ex-candidato fossem classificadas como “não divulgáveis” e que a candidatura completa não fosse excluída da base de dados.

    A área técnica do TSE respondeu que isso não era possível, porque o DivulgaCand permite ocultar apenas as informações patrimoniais, mas não as pessoais. Como resultado, assim como no caso de Marina Helena, todos os dados relativos à candidatura de Paulo Roque ficaram indisponíveis.

    Desde então, o TSE passou a estudar internamente uma maneira de aperfeiçoar o DivulgaCand para cumprir esse tipo de decisão.

    Folha de São

  • Vai a sanção projeto que cria o SPVAT e libera R$ 15 bi para programas sociais

    Vai a sanção projeto que cria o SPVAT e libera R$ 15 bi para programas sociais

    O Senado aprovou, nesta quarta-feira (8), o novo seguro obrigatório para veículos, semelhante ao antigo Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT). Foram 41 votos a favor, o mínimo necessário para esse tipo de proposição, e 28 contrários. O texto do Projeto de Lei Complementar (PLP) 233/2023, de iniciativa do governo, também aumenta em R$ 15,7 bilhões o limite para as despesas da União. Aprovado nessa terça-feira (7) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e enviado ao Plenário em regime de urgência, o projeto foi relatado pelo líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), e segue para a sanção da Presidência da República.

    Wagner destacou o caráter solidário do novo seguro “para quem não tem seguro contratado”. O texto cria o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT). De acordo com a proposição, o SPVAT deve ser cobrado anualmente dos proprietários de automóveis e motocicletas e usado para pagar indenizações por acidentes. A Caixa Econômica Federal será a administradora do fundo desses recursos.

    — É um seguro solidário. O valor deve ser entre R$ 50 e R$ 60 por ano. É para ajudar aqueles que não conseguem um seguro privado — registrou Wagner.

     Debate

    A aprovação da matéria, no entanto, só veio depois de muito debate. A oposição criticou a criação de uma nova despesa para a população, enquanto senadores da base governista destacaram o caráter social da proposta.

    Para o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), o SPVAT é uma forma de aumentar impostos para a população fragilizada. Ele disse que o seguro na verdade é um tipo de imposto, já que é obrigatório. Segundo Marinho, o cálculo é que o novo seguro possa render até R$ 7 bilhões ao ano para o governo – o que serviria para ajudá-lo a fazer superávit fiscal.

    — O governo pretende aumentar seus gastos em detrimento das finanças brasileiras. Isso implode a economia e aqueles que o governo quer proteger serão as vítimas — declarou Marinho, ao pedir a rejeição do projeto.

    O senador Jorge Seif (PL-SC) declarou que a criação do SPVAT é mais um imposto nas costas do brasileiro. Na mesma linha, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) também criticou o projeto e o governo e disse que votava de forma contrária “com convicção”. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) definiu o governo como “impostor”, que só pensa em mais imposto. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse ter saudade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, que se preocupava em “tirar o Estado do cangote do contribuinte”. Ele lembrou que foi o ex-presidente que acabou com o DPVAT.

    — Qual foi o impacto que a falta do DPVAT fez na vida do povo? Nenhum! Isso aqui é pra arrecadar mais — declarou Flávio Bolsonaro.

    O senador Lucas Barreto (PSD-AP) se declarou contrário ao projeto, enquanto o senador Esperidião Amin (PP-SC) criticou o “jabuti” da alteração no arcabouço fiscal. O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) afirmou que a história do DPVAT “não é uma boa história”, mas disse que o grande problema do projeto é “o jabuti que o texto carrega”, fazendo referência à alteração no arcabouço fiscal que libera mais de R$ 15 bilhões para o governo.

    — Quando se muda um estatuto como esse, de forma sorrateira, o mercado percebe e cria insegurança jurídica — criticou Oriovisto, ao anunciar voto contrário à proposta.

    Ao defender a aprovação da matéria, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse não haver dúvida de que a saúde pública precisa de mais recursos. Segundo o senador Fabiano Contarato (PT-ES), o seguro é importante para ajudar as vítimas de acidentes de trânsito. Já o senador Cid Gomes (PSB-CE) relembrou como ocorreu o fim do DPVAT no governo passado, envolvendo uma disputa política entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Luciano Bivar (União-PE). Declarou que o atual projeto é importante para ajudar nas despesas dos hospitais públicos e destacou a justiça na cobrança, já que o seguro será cobrado de todos os proprietários de veículos e motocicletas.

    Conforme informou o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), a aprovação do projeto foi um acordo entre as lideranças do Congresso e o governo. O senador Weverton (PDT-MA) também declarou apoio à matéria, que seria importante para ajudar nos recursos do SUS. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) também manifestou apoio ao projeto e afirmou que, como médica de urgências, sabe a importância de mais recursos para atender as vítimas de acidentes de trânsito. De acordo com o senador Otto Alencar (PSD-BA), mais de 40% do valor arrecadado será direcionado para o SUS, para atender principalmente a população mais carente.

    — Há uma conotação social na arrecadação desse recurso — defendeu Otto.

     Alterações

    A Câmara dos Deputados alterou o texto original proposto pelo Poder Executivo para ampliar a lista de despesas a serem cobertas pelo SPVAT. O rol passa a contemplar assistência médica e suplementar, como fisioterapia, medicamentos, equipamentos ortopédicos, órteses e próteses. Também passam a ser pagos serviços funerários e despesas com a reabilitação profissional de vítimas que ficarem parcialmente inválidas. Os deputados incluíram ainda a possibilidade de pedidos de indenização e assinatura de documentos por meio eletrônico.

    O texto recebeu 30 emendas na CCJ do Senado. O senador Wagner acatou apenas uma delas, de redação, proposta pelos senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Rogério Carvalho (PT-SE). A alteração deixa claro que o cônjuge e os herdeiros da vítima devem receber indenização por morte e reembolso de despesas com serviços funerários. A vítima recebe as demais coberturas: invalidez permanente e reembolso por despesas com fisioterapia, medicamentos, equipamentos ortopédicos, órteses, próteses e reabilitação profissional.

    Durante a votação na CCJ, o relator informou que o presidente Lula irá vetar o item que cria uma multa de trânsito por atraso no pagamento do SPVAT. Ele classificou a previsão de multa como uma penalização excessiva colocada pelos deputados durante a tramitação do projeto na Câmara.

    Já no Plenário, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) apresentou um destaque para que o SPVAT fosse considerado obrigatório apenas para os proprietários que não tenham cobertura de outros seguros. Essa alteração foi rejeitada por 33 votos a 27.

     Arcabouço fiscal

    Além de criar o SPVAT, o projeto altera o novo arcabouço fiscal (Lei Complementar 200, de 2023). O texto antecipa em dois meses a permissão para a abertura de crédito suplementar em caso de superávit fiscal. Segundo Wagner, a mudança permitiria uma elevação de 0,8% nas despesas da União, o equivalente a uma estimativa de R$ 15,7 bilhões.

    Parte do dinheiro pode ser usada para compensar o corte de emendas parlamentares ao Orçamento (Lei 14.822, de 2024). Na mensagem de veto parcial ao texto do Orçamento (VET 4/2024), o presidente Lula suspendeu uma dotação de R$ 5,6 bilhões prevista para o pagamento de despesas sugeridas por comissões permanentes das duas Casas.

    Conforme disse Wagner, a aprovação da matéria permite que o valor de R$ 3,6 bilhões seja usado para compensar o corte de emendas imposto pelo VET 4/2024. O veto ao Orçamento está na pauta de uma sessão deliberativa do Congresso, marcada para a próxima quinta-feira (9).

    O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (S/partido-AP), afirmou que a alteração no arcabouço fiscal é apenas uma antecipação de valores. Randolfe disse que a liberação desses valores é necessária para pagar despesas de universidades e ajudar o governo a viabilizar programas sociais e a construção de hospitais.

    — A justificativa para esse valor é isso: ajudar os mais pobres — justificou Randolfe.

    A oposição ainda apresentou um destaque para tentar tirar do projeto os itens de alteração no arcabouço. Levado a votação, porém, o destaque foi rejeitado por 43 votos a 25 e o texto foi mantido conforme o relatório de Jaques Wagner.

    Fonte: Agência Senado

  • STF tem 5 a 2 para restringir políticos em estatais, mas sugere manter nomeações de Lula

    STF tem 5 a 2 para restringir políticos em estatais, mas sugere manter nomeações de Lula

    O STF (Supremo Tribunal Federal) chegou, nesta quarta-feira (8), a um placar de 5 votos a 2 a favor de manter os dispositivos da Lei das Estatais que restringem a indicação de políticos para cargos em conselhos e diretorias de empresas públicas.

    No entanto, os cinco ministros que votaram neste sentido entendem que devem ser mantidas as nomeações feitas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por outros gestores após o ministro Ricardo Lewandowski -que se aposentou do Supremo e hoje é ministro da Justiça- ter derrubado as restrições da lei em decisão liminar (urgente e provisória).

    A decisão de Lewandowski é de março do ano passado, e pode ser derrubada com o julgamento que acontece nesta semana. Depois do sétimo voto, a sessão desta quarta foi suspensa e a análise do caso será retomada nesta quinta-feira (9).

    O julgamento sobre o tema começou no ano passado e foi paralisado por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Kassio Nunes Marques.

    Até o momento, cinco ministros já votaram a favor da constitucionalidade da lei, e dois se manifestaram de forma contrária aos trechos que determinam essas restrições. Dias Toffoli foi o primeiro a votar nesta quarta, a favor da legislação.

    Foi ele quem propôs, porém, que sejam mantidas as nomeações feitas durante o período em que os trechos foram suspensos por decisão de Lewandowski.

    Kassio, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso também acompanharam o entendimento de Toffoli. André Mendonça, que já havia votado pela constitucionalidade anteriormente, decidiu seguir a sugestão de Dias Toffoli.

    Do lado oposto, a favor da derrubada das restrições, estão Flávio Dino e o próprio Lewandowski -cujo voto permanece válido, mesmo após sua saída do STF.

    Kassio e Toffoli participaram da sessão por videoconferência. Ambos estiveram em eventos jurídicos em Madri na última semana.

    Em março do ano passado, Lewandowski votou de forma virtual a favor de derrubar as restrições e também deu a liminar que liberou a possibilidade.

    O ministro, que hoje é chefe da pasta da Justiça, derrubou a quarentena de 36 meses imposta a dirigentes de partidos políticos e a pessoas que atuaram em campanhas eleitorais para ocuparem cargos de direção em empresas públicas e em sociedades de economia mista.

    Lewandowski também determinou a derrubada da vedação à indicação de ministros de Estado, secretários estaduais e municipais para cargos de conselho de administração e diretorias.

    A corte voltou a julgar o tema de forma presencial em dezembro, com o voto do ministro André Mendonça, contrário ao entendimento de Lewandowski.

    Mendonça votou por manter as restrições previstas na legislação, que, para ele, resultaram em “redução significativa de situações de risco de corrupção”.

    “[O risco] Não é em função das pessoas, é em função do contexto em que as pessoas estão inseridas”, disse o ministro.

    “Boas pessoas em contextos inadequados estão sujeitas a situações que não estariam em outros contextos”, acrescentou. “O melhor remédio para a boa governança, ou, em outras palavras, o melhor remédio contra a corrupção, é a prevenção”.

    Nesta quarta, Toffoli votou pela validade da Lei das Estatais, com a ressalva sobre as nomeações. Kassio acompanhou o ministro, mas também sugeriu a redução de quarentena de 36 para 21 meses. Alexandre de Moraes e o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, também seguiram o entendimento de Toffoli.

    “Eu teria votado para derrubar a cautelar [decisão de Lewandowski], porque acho que a lei é constitucional”, disse Barroso.

    “Mas agora, passado tanto tempo, em que pessoas já estão exercendo os cargos há mais de um ano, eu acho que a gente criaria uma instabilidade indesejável, afetando o princípio da continuidade dos serviços públicos.”

    Flávio Dino se manifestou pela derrubada do artigo que propõe a quarentena. No entanto, propôs que seja vedada a ministros de estados e a secretários estaduais a participação em diretorias ou em conselhos de administração dos órgãos reguladores ou supervisores das pastas que chefiam.

    Ao votar, Dino afirmou que há corrupção entre pessoas de quadros técnicos ou concursados. Ele mencionou os escândalos da Petrobras da última década e disse que não ousa “dizer que foi a maioria, mas muitos, dezenas de agentes ímprobos eram servidores do quadro técnicos, não eram políticos”.

    “E mais, se o concurso santificasse, imunizasse, dando caráter técnico, não político, não existiriam magistrados corruptos. E os há. Há magistrado que solta traficante, há magistrado que vende sentença. Há ou não há? O CNJ [Conselho Nacional de Justiça] sabe disso.”

    Já Gilmar Mendes, o decano do Supremo, ainda não votou, mas nas sessões de julgamento fez manifestações que apontam uma tendência contrária à restrição.

    “Isso vai para muito além do que seria um critério de razoabilidade. Eu me lembro, por exemplo, que o último chefe financeiro da campanha de Fernando Henrique [Cardoso] foi José Gregori. Poderia, então, ser ministro, mas não poderia ser chefe nem de um conselho de administração”, disse o decano do Supremo, no ano passado.

    “Será que isto faz sentido? Será que isto não leva a um critério a um arbítrio nesse contexto?”, questionou.

    Além de Gilmar, ainda votarão Edson Fachin, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

    GOVERNO DEFENDE FIM DAS RESTRIÇÕES

    O fim das restrições impostas pela Lei das Estatais é de interesse do governo Lula, que tem o objetivo de abrir caminho para encaixar aliados políticos nas companhias.

    Como o voto de Lewandowski continua válido, o seu sucessor na corte, ministro Cristiano Zanin, não irá votar no julgamento.

    A Lei das Estatais foi aprovada pelo Congresso em 2016, em meio aos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e outras empresas públicas descobertos pela Operação Lava Jato.

    Integrantes do governo defendiam que essa regra tem como premissa a criminalização da política.

    O questionamento ao Supremo foi protocolado em dezembro de 2022, após a vitória de Lula, pelo PC do B, aliado histórico do PT.

    O partido afirmava que a “suposta finalidade” da Lei das Estatais (assegurar a eficiência da gestão dos administradores das empresas públicas) “não é atingida por meio do impedimento de indicação de pessoa que tenha vínculos político-profissionais com a administração pública ou que tenha participado de atividades partidária-eleitorais nos últimos 36 meses”.

    “Isso porque tais elementos não resultam, necessariamente, em uma gestão imparcial por parte dos administradores indicados. Fosse assim, seria forçoso reconhecer a imparcialidade automática de juízes, promotores, procuradores, e militares das Forças Armadas da ativa que, antes do ingresso efetivo em seus respectivos cargos, tenham atuado em estrutura partidária ou eleitoral”, diz a ação.

    O PC do B pediu que, se o Supremo não suspendesse completamente o dispositivo da Lei das Estatais, que ao menos fixe o entendimento de que é possível a indicação de políticos para postos de cúpula das empresas públicas desde que eles encerrem o vínculo partidário a partir do efetivo exercício no cargo.

    Folha de São Paulo

  • Governo Lula entra na Justiça contra Pablo Marçal após fala sobre o RS

    Governo Lula entra na Justiça contra Pablo Marçal após fala sobre o RS

    Advocacia-Geral da União, que representa o jurídico do Governo Lula, apresentou uma ação à Justiça Federal de Barueri, em São Paulo, contra o coach Pablo Marçal, com uma solicitação de direito de resposta.

    A medida em questão é necessária diante da circulação de vídeos nas redes sociais, onde o influenciador digital afirmou, aos seus mais de 9 milhões de seguidores no Instagram, que as Forças Armadas estariam paralisados diante da onda de chuvas fortes que dominaram o estado do Rio Grande do Sul.

    A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, um órgão da AGU, recorreu ao pedido na Justiça para que Pablo Marçal publique uma resposta da União com informações sobre o trabalho de militares no resgate às vítimas das enchentes que assolam a região.

    “Não se questiona, portanto, a capilaridade nociva de que se reveste um vídeo com conteúdo de desinformação, especialmente se produzido por alguém a quem a sociedade reputa possuir uma maior confiabilidade, em razão da popularidade que possui”, disse a AGU, em trecho da petição.

    Jetss